AIDENEnquanto eu me movia pela sala, sentia o olhar dela seguindo cada um dos meus passos e, por algum motivo perverso, isso me fazia sorrir. Meu coração se aquecia ao perceber que ela me olhava, em vez de simplesmente me ignorar.Ao fechar a gaveta e começar a caminhar em direção à porta, as palavras dela me pararam. — Você pode vir dormir aqui.Meu coração disparou como se estivesse numa maratona instantânea. Será que eu tinha ouvido direito?Virei-me para ela. Havia algo naquele olhar encantador enquanto ela me fitava. Culpa? Compaixão? Eu não conseguia identificar exatamente o que era.Ela estava sentada no centro da cama, com o cobertor caído sobre a metade inferior do corpo. Ainda não tinha se deitar, mas seu cabelo já se encontrava num belo estado de desordem. Provavelmente, ela havia tomado banho, pensei. Parecia mais limpa e fresca do que quando eu deixara a sala, e seu cabelo não estava mais preso naquele rabo de cavalo frouxo que mantivera desde o desafio.Deve ter perc
ANASTASIAAbri os olhos e encarei o teto por um longo tempo.— Como poderia esquecer?Murmurei para mim mesma.Olhei para o relógio de parede, instalado acima da porta. Era meia-noite e eu não conseguia dormir.Durante o sono, parecia haver um baixo estrondo, quase como o rosnado gutural de uma fera se aproximando de sua presa. Mas era apenas Aiden.Com as palmas das mãos unidas e repousando sob minha bochecha, direcionei o olhar para Aiden. Sua boca estava bem aberta enquanto ele soltava fortes roncos.De repente, memórias invadiram minha mente. Uma em especial se destacou: fora a primeira vez em que passei a noite na casa dele, creio que cerca de um mês após tê-lo conhecido. Fiquei horrorizada ao descobrir que um homem tão atraente quanto ele soava assim enquanto dormia. No dia seguinte, quando reclamei que não conseguia dormir por causa disso, ele riu e disse que eu acabaria me acostumando.Fiquei impressionada por aquilo não o deixar inseguro, mas fiquei confusa com a afirmação de
Recebi um vídeo pornográfico.— Você gosta disso?O homem falando no vídeo era meu marido, o Mark, a quem eu não via a vários meses. Ele estava nu, com a camisa e as calças deitadas no chão, metendo com força na mulher que eu mal conseguia ver a cara, que tinha os seios carnudos e redondos dela balançando vigorosamente. No vídeo, Eu ouvia claramente o som das palmadas, misturado com gemidos e grunhidos lascivos. — Sim, sim, me fode mais forte, amor. — A mulher gritava extaticamente em resposta.— Sua safada! — Mark se levantou e a virou ao contrário, dando uma palmada na bunda dela enquanto dizia: — Empina sua bunda para cima!A mulher deu uma risadinha, se virou, balançou a bundinha dela e ficou de quatro na cama.Eu me sentia como se alguém tivesse deitado um balde de água gelada na minha cabeça. Já era demais que o meu marido estava me traindo, mas o pior de tudo, era que a outra mulher era a minha própria irmã, a Bella.Deixei o vídeo continuar, assistindo os dois transando, enqu
O vento suave da noite continuou a soprar o meu cabelo para frente e para trás, enquanto eu estava parada lá fora com a mala ao meu lado. Finalmente, eu estava fora daquela casa. Depois de andar um pouco pelas ruas, eu notei luzes brilhando forte na minha direção e um sorriso leve surgiu em meus lábios porque eu notei logo quem era a pessoa que se aproximava.O carro vermelho esportivo extravagante parou logo do lado onde eu estava parada, e uma mulher ainda mais extravagante estava no banco do motorista abanando os dedos para mim enquanto baixava a janela.Era a Grace.Grace não era só minha amiga, ela também era a minha parceira de negócios. Nós eramos inseparáveis desde os nossos dias de colégio, e como nós sempre partilhamos o mesmo amor pela moda, nós decidimos tornar os nossos sonhos em realidade cofundando a companhia Vogue Luxo, um site de compras online moderno e inovador que se tornou num favorito entre os jovens e influencers. Grace tinha um talento nato para o design de ro
Ponto de vista do MARK Eu entrei na garagem, completamente exausto. Depois de mais um dia longo de trabalho e diversão eu havia ficado esgotado, e tudo o que eu queria era descontrair e relaxar. Saí do carro e desapertei a minha gravata, muito ansioso para finalmente entrar e descansar. Quando entrei em casa, vi a Sydney sentada, me encarando com o olhar vazio dela de sempre. Mal a dei atenção enquanto caminhava diretamente para o meu escritório.— Quero o divórcio. — Sydney disse antes mesmo que eu pudesse alcançar o refúgio do meu escritório.Divórcio? A primeira palavra que me veio à mente foi “ridículo”, e era mesmo ridículo o que ela havia dito. O negócio da família dos pais da Sydney tinha sido emprestado ao Grupo GT, que eu era o dono. Era um contrato que beneficiava ambas partes em todos os sentidos. Sydney era só uma mulher com quem eu me casei, que dependia dos pais e de mim para a sobrevivência.Divórcio, é? Claramente aquela era a nova maneira dela de me chamar atenção, al
Ponto de vista de SYDNEYAssim que regressei ao aeroporto, já podia ver a Grace acenando animadamente para mim do outro lado. Sorrisos e risadas espontâneas surgiram nos meus lábios à medida que eu me aproximava dela. Minha pequena viagem havia chegado ao fim, e eu diria que foram os três meses mais felizes da minha vida depois de muito tempo.Puxei a minha a mala ainda mais rápido e me apressei, acenando de volta para Grace enquanto corria ao encontro dela. De princípio, não havia notado, mas alguém familiar passou rapidamente por mim. Não pude evitar parar e me virar, eu podia jurar que conhecia aquelas costas. Ninguém me convenceria o contrário, só podia ser Mark. Era mesmo ele.Eu estava certa, confirmei comigo mesma quando parei e olhei para a pessoa. Era Mark, eu não poderia ter me enganado, andando com aqueles passos rápidos como de costume. Ele provavelmente não me tinha visto? Ou talvez não me tivesse reconhecido? Eu só havia ficado fora por apenas três meses, mas se esse temp
Ponto de vista da Sydney— Joguei aquele maldito acordo no triturador. Ele falou, logo depois acrescentando: — Já cancelei uma reunião importante por você, não posso perder mais tempo.Ele não tinha mudado nada. Continuava sendo o mesmo homem raivoso e impaciente que eu havia deixado para trás, que pensava que o mundo girava a volta dele. Ou, melhor falando, “que o meu mundo girasse a volta dele”. Se ele não queria perder seu precioso tempo, então por que diabos ele me seguiu até ali?Se ele jogou os documentos no triturador, queimou com um isqueiro ou guardou em qualquer lugar, nada daquilo era problema meu.Afastei-me da porta e o encarei com raiva.— A minha intenção de me divorciar é séria e solene. Se você não aceitar um divórcio amigável, então eu terei que entrar com um processo de divórcio. Isso só vai desperdiçar mais do seu tempo ‘precioso’, ‘grande homem’! — Deixei isso bem claro.Em certo ponto, a minha mente vagou para pensar no homem que ainda estava escondido nalgum luga
Ponto de vista do MARKEu ronquei de dor enquanto me revirava na cama. Minha cabeça latejava com uma dor surda e segurei-a enquanto me levantava lentamente. Olhei ao redor e me perguntei porquê ainda estava em casa. Eu deveria estar no trabalho.Apoiei minha cabeça nas mãos e tentei me recordar. Não levou mais que um segundo para as memórias voltarem.Meu assistente conseguiu localizar onde Sydney estava, e eu deixei todo o trabalho que estava fazendo para tentar colocar um pouco de juízo nela. Lembro que ordenei que ela me seguisse e daí…Franzi o cenho. Tudo ficou preto.— Aquela bruxa! Como se ousou em me bater? gritei enquanto me levantava da cama. Notei alguns remédios na mesinha do lado e cambaleei para fora do quarto.O que estava acontecendo com ela? Porque estava levando aquilo tão longe? Pensei.O som de portas batendo ecoou pela casa enquanto eu abria todas as portas.— Onde está ela?!Os empregados da casa ficaram ali, mudos. Alguns deles recuavam cada vez que as portas bat