AIDENOlhei para o donut com vegetais por cima e assenti, um pouco impressionado.Os juízes se revezaram para dar uma mordida no lanche. Então chegou a minha vez.Peguei o donut, pronto para dar uma mordida, mas parei abruptamente quando ouvi um sonoro “Não!”Reconheci a voz e então olhei em sua direção, meu coração acelerando na garganta.Algo aconteceu com ela?Ela se desequilibrou e caiu?Ela se machucou?Vários pensamentos e imagens dolorosas de Ana se machucando passaram pela minha cabeça antes mesmo de eu conseguir focar o olhar nela.Encontrei seu olhar arregalado e aterrorizado sobre mim, e meu reflexivo “Você está bem?” morreu na minha garganta.Ela me olhava como se tivesse visto um fantasma, e assim que nossos olhares se encontraram, ela abaixou os olhos, parecendo envergonhada.Ela olhou ao redor e então apontou para mim de forma desajeitada.— Ele é alérgico a gergelim.O pensamento que deveria ter surgido na minha mente era "onde está o gergelim?". Eu deveria perguntar on
Eu me virei para o homem, agora presumido como Martin. — Uhh...O gerente da pousada me deu um tapa firme nas costas. — Aiden, meu amigo, este é meu filho, Martin.Martin se virou para mim, o reconhecimento nos olhos agora mais evidente. — Ah. Você deve ser o Aiden. — Ele disse, esticando as mãos ocupadas para mais um aperto de mão.Eu aceitei. — Muito prazer, Martin. — Agora que olhava para ele novamente, entendi por que ele parecia familiar. Ele era a cara do pai.Depois de trocarmos algumas palavras amigáveis, continuei meu caminho até o quarto de Ana.Eu me certifiquei de que a planta estava bem segura em um dos meus braços antes de bater com os nós dos dedos na porta.Meu rosto estava marcado por uma careta enquanto batia pela terceira vez e ainda não havia resposta.— Ana! — Eu chamei, sem me importar com quem poderia me ouvir.— Anastasia! — Bati com o punho na porta. — Você está aí?Minha pergunta foi respondida com um silêncio absoluto.Quando ia abrir a boca para chamar o nom
ANASTASIANo quarto dele?!Eu fiquei boquiaberta olhando para ele. Ele tem noção do que está dizendo? Por que, de todos os quartos, eu escolheria o dele?— Não, obrigada. — Eu falei sem pensar direito.Vi algo que parecia dor nos olhos dele antes que ele escondesse com um sorriso, e me senti tomada pela culpa. Eu não deveria ter rejeitado a oferta dele assim tão diretamente, me repreendi.Abri a boca para suavizar a rejeição com algumas palavras, quando ele falou.— Eu entendo de onde você está vindo, mas eu realmente não me importo, e só para você saber. — Ele acrescentou com uma sobrancelha arqueada. — Eu não pretendo ficar no quarto enquanto você estiver lá.— Ah. — Minha boca se formou ao engolir as palavras. — Eu não sabia que você não estaria no quarto.— Claro que não. — As sobrancelhas dele se franziram como se aquilo fosse a coisa mais ridícula do mundo. — Eu não quero te fazer sentir desconfortável.Eu fiquei completamente tocada pelo sacrifício que ele queria fazer. Isso mos
Eu empalideci. De onde diabos veio isso?!Balancei a cabeça, tentando afastar todos os pensamentos relacionados a Aiden, mas quem eu estava tentando enganar? Eu estava no quarto dele.Finalmente, me sentei na cama e foi aí que percebi que, desde que Aiden me trouxe para o quarto e estava arrumando as coisas, eu ainda estava parada naquele único lugar.Fechei os olhos e gemei. Não é à toa que ele parecia não ver a hora de sair do quarto. Eu realmente devia tê-lo feito sentir-se desconfortável.Perdida na maciez do colchão enquanto me deitava nele, comecei a admirar o quarto a partir dali. Parecia que o design de todos os quartos era o mesmo.Depois, tirei a roupa e me arrastei até o banheiro, onde tomei um longo banho enquanto inspecionava alguns dos produtos de cuidados com a pele dele. Eles tinham um cheiro bom, como sempre, mas eram diferentes dos que ele costumava usar. Eu estava realmente tentada a tentar alguns deles. Ele sempre escolhia os melhores produtos para a pele. Mas fui i
AIDENEnquanto eu me movia pela sala, sentia o olhar dela seguindo cada um dos meus passos e, por algum motivo perverso, isso me fazia sorrir. Meu coração se aquecia ao perceber que ela me olhava, em vez de simplesmente me ignorar.Ao fechar a gaveta e começar a caminhar em direção à porta, as palavras dela me pararam. — Você pode vir dormir aqui.Meu coração disparou como se estivesse numa maratona instantânea. Será que eu tinha ouvido direito?Virei-me para ela. Havia algo naquele olhar encantador enquanto ela me fitava. Culpa? Compaixão? Eu não conseguia identificar exatamente o que era.Ela estava sentada no centro da cama, com o cobertor caído sobre a metade inferior do corpo. Ainda não tinha se deitar, mas seu cabelo já se encontrava num belo estado de desordem. Provavelmente, ela havia tomado banho, pensei. Parecia mais limpa e fresca do que quando eu deixara a sala, e seu cabelo não estava mais preso naquele rabo de cavalo frouxo que mantivera desde o desafio.Deve ter perc
ANASTASIAAbri os olhos e encarei o teto por um longo tempo.— Como poderia esquecer?Murmurei para mim mesma.Olhei para o relógio de parede, instalado acima da porta. Era meia-noite e eu não conseguia dormir.Durante o sono, parecia haver um baixo estrondo, quase como o rosnado gutural de uma fera se aproximando de sua presa. Mas era apenas Aiden.Com as palmas das mãos unidas e repousando sob minha bochecha, direcionei o olhar para Aiden. Sua boca estava bem aberta enquanto ele soltava fortes roncos.De repente, memórias invadiram minha mente. Uma em especial se destacou: fora a primeira vez em que passei a noite na casa dele, creio que cerca de um mês após tê-lo conhecido. Fiquei horrorizada ao descobrir que um homem tão atraente quanto ele soava assim enquanto dormia. No dia seguinte, quando reclamei que não conseguia dormir por causa disso, ele riu e disse que eu acabaria me acostumando.Fiquei impressionada por aquilo não o deixar inseguro, mas fiquei confusa com a afirmação de
Recebi um vídeo pornográfico.— Você gosta disso?O homem falando no vídeo era meu marido, o Mark, a quem eu não via a vários meses. Ele estava nu, com a camisa e as calças deitadas no chão, metendo com força na mulher que eu mal conseguia ver a cara, que tinha os seios carnudos e redondos dela balançando vigorosamente. No vídeo, Eu ouvia claramente o som das palmadas, misturado com gemidos e grunhidos lascivos. — Sim, sim, me fode mais forte, amor. — A mulher gritava extaticamente em resposta.— Sua safada! — Mark se levantou e a virou ao contrário, dando uma palmada na bunda dela enquanto dizia: — Empina sua bunda para cima!A mulher deu uma risadinha, se virou, balançou a bundinha dela e ficou de quatro na cama.Eu me sentia como se alguém tivesse deitado um balde de água gelada na minha cabeça. Já era demais que o meu marido estava me traindo, mas o pior de tudo, era que a outra mulher era a minha própria irmã, a Bella.Deixei o vídeo continuar, assistindo os dois transando, enqu
O vento suave da noite continuou a soprar o meu cabelo para frente e para trás, enquanto eu estava parada lá fora com a mala ao meu lado. Finalmente, eu estava fora daquela casa. Depois de andar um pouco pelas ruas, eu notei luzes brilhando forte na minha direção e um sorriso leve surgiu em meus lábios porque eu notei logo quem era a pessoa que se aproximava.O carro vermelho esportivo extravagante parou logo do lado onde eu estava parada, e uma mulher ainda mais extravagante estava no banco do motorista abanando os dedos para mim enquanto baixava a janela.Era a Grace.Grace não era só minha amiga, ela também era a minha parceira de negócios. Nós eramos inseparáveis desde os nossos dias de colégio, e como nós sempre partilhamos o mesmo amor pela moda, nós decidimos tornar os nossos sonhos em realidade cofundando a companhia Vogue Luxo, um site de compras online moderno e inovador que se tornou num favorito entre os jovens e influencers. Grace tinha um talento nato para o design de ro