Uma grande explosão. Essa é a teoria mais aceita para explicar a origem do universo. A astronomia é uma ciência fantástica, gosto dela desde criança. Ethan terminou o ensino médio há cerca de um ano atrás. Ele deveria procurar uma faculdade, mas ainda não sabe o que estudar. Astronomia, talvez? Ou deveria seguir os passos do pai e se tornar banqueiro? Sua mãe é embaixadora dos EUA. Ela está no Japão resolvendo assuntos diplomáticos.
Samuel e Daniel nasceram há 9 meses, sua mãe deveria estar ali para cuidar deles, mas assim como seu pai, ela acha que o dinheiro compra a felicidade dos filhos. Não compra. Mas ela sempre fez o possível para estar com eles. Ethan se lembra de quando ela mentiu para não ir viajar com o presidente, só para ir ver o jogo de futebol dele. Ela disse que voltaria no dia seguinte, Ethan e Thomas, seu pai, iriam buscar ela no aeroporto JFK, de manhã.
O dia está bem quente e ensolarado, uma piscina cairia bem. Ethan tem uma vista privilegiada do Central Park, mas não tem uma piscina. Ele pensa que eu vou ir se encontrar com a Delaney e tomar um sorvete com ela.
Delaney adora ver as crianças, e as crianças também gostam de ver a Delaney. Mas ela não vai vê-los hoje.
Ethan e Delaney estudavam juntos. Ele a conheceu quando tinham 15 anos. Foi amor à primeira vista. Ela é linda, tem longos cabelos castanhos, olhos azuis e uma boca sensacional, segundo Ethan. Ele quer se casar com ela, quer formar uma família com ela.
— Ethan? Ethan, cadê você? — Pergunta Thomas, pai de Ethan.
— Estou no quarto, pai — Responde Ethan.
— Pai, o que o senhor está fazendo em casa? Não deveria estar no banco?
— Eu decidi tirar o dia de folga, ando muito estressado por causa do trabalho, ultimamente.
— Ah! lembrou que é humano e precisa descansar.
— Pois é! — Retruca Thomas — ser banqueiro não é fácil.
— Eu vou ir ver a Delaney — disse Ethan — A babá levou os meninos para dar uma volta, deve voltar em breve.
— Certo. Até mais tarde.
Quem diria que o Thomas pensaria em descansar. "Que milagre", pensou Ethan.
Ethan e Delaney iriam se encontrar no Central Park. Avistou ela vindo em sua direção. Ele a beija. Seus lábios. Sua pele macia. Seu abraço deixa Ethan leve e confortável, nas palavras dele.
— Estava com saudades — disse Delaney para Ethan.
— Eu também. Vamos tomar um sorvete. Eu pago.
Andar de mãos dadas com ela pelo Central Park é mais reconfortante ainda. O som da selva de concreto, misturado ao som da natureza são tão naturais para Ethan, já se acostumou.
— Como estão seus irmãos? — Perguntou Delaney — Já faz algum tempo que eu não os vejo.
— Estão bem — respondeu Ethan. — Eles devem estar com saudades de você.
—Podemos ir vê-los?
— Não estão em casa, foram passear com a babá.
— Sua mãe ainda está no Japão?
— Sim, ela disse que voltaria amanhã cedo.
"Espero que dessa vez, ela decida parar de trabalhar por um tempo e cuide dos filhos", pensou Ethan. Sam e Dan sentem falta do leite dela. Da presença dela.
Eles chegam ao carrinho de sorvete. O melhor sorvete do Central Park. Lembrou de quando sua mãe o levava para tomar sorvete.
— Ethan, olha isso — disse Delaney, mostrando o celular para Ethan.
— O que é isso?
Uma grande explosão no espaço foi registrada pelas agências espaciais do mundo inteiro. Mas não era uma explosão qualquer, a explosão aparenta ter força e a energia do "Big Bang". Deveríamos nos preocupar? Talvez... ou não.
— Não deveríamos ter visto a explosão no céu? — Perguntou Delaney.
— Eu acho que sim. Aqui diz que a explosão causou interferências nos sinais de rádio, TV e satélites nessa madrugada.
— Minha mãe estava assistindo o noticiário mais cedo, o sinal da TV estava com um pouco interferência, mesmo.
Big Bang, uma grande explosão que originou o universo. O que será que aconteceu? Teria sido uma supernova? A colisão de duas estrelas? Não. Essas coisas não poderiam causar uma explosão semelhante ao Big Bang.
— O universo é incrível, não é? — Disse Ethan.
— É, realmente incrível. Mas sabe o que é mais incrível?
— O quê?
— Nós dois juntos.
Tanto Ethan, quanto Delaney sabem como agradar um ao outro com palavras. E isso é bom. O Central Park é um lugar romântico para os dois, que se beijam apaixonadamente sem nem imaginar o que está por vir.
Após um longo dia ao lado de Delaney, Ethan foi para casa. Estava quase anoitecendo. Era 18:30 da tarde. Ao chegar em casa, Ethan, que estava suado, se dirigiu ao banheiro para tomar um banho refrescante. A água do chuveiro caindo... Delaney poderia estar ali com ele.
Após um banho refrescante, Ethan foi para o seu quarto, e claro, pegou o tablet para fazer uma vídeo-chamada com Delaney.
— Não consigo viver sem você, Delaney.
— Como você é romântico. Espero que nossos filhos puxem esse seu lado.
— Vão puxar maia você, do que...
Enquanto conversam, Thomas entra no quarto e interrompe a conversa dos dois.
— Atrapalho em algo? — Perguntou Thomas.
— O senhor não atrapalha em nada — respondeu Delaney.
— Pai, — disse Ethan — posso ajudar em alguma coisa?
— Não. É que eu ouvi a voz da Delaney e vim vê-la, já que você nunca trás ela aqui.
— Eu adoraria fazer uma visita, Senhor Thomas. Eu pedi para ver os meninos hoje, mas Ethan disse que eles estavam passeando.
— Sim, estavam! — Exclamou Thomas — Mas vamos estar todos aqui amanhã, você pode vir aqui se quiser. Os meninos gostam muito de você.
— Eu também gosto muito deles. Estarei aí, com certeza.
— Bom, eu vou deixar vocês conversarem em paz, agora.
— Tchau.
— Tchau.
— Seu pai é uma graça.
— Só se for com você.
Eles conversam durante horas naquela noite, uma conversa longa e duradoura. Ethan acabou tirando um cochilo depois de um tempo. Horas se passam. Algo o acorda naquela noite. Thomas está na sala assistindo televisão. Já são 2:00 horas da manhã, ele deveria estar dormindo, pois iria buscar minha Julia, sua esposa, no aeroporto ao amanhecer.
Ethan descia as escadas com passos leves. Mas nota algo errado. Uma luz, uma luz externa. Não é a da TV. Thomas está dormindo no sofá, acabou pegando em um sono. Um sono profundo. "Pobre papai", pensa Ethan. Thomas trabalha tanto que acaba esquecendo de si mesmo. A TV está ligada, está passando o plantão de urgência, mas Ethan não presta muito a atenção.
— Pai, — diz Ethan, balançando o seu pai — acorda.
— Ethan — diz Thomas, meio sonolento. — O que aconteceu?
— O senhor dormiu no sofá. São 2:00 da manhã, precisa ir dormir na cama. Amanhã vamos buscar a mamãe no aeroporto.
— O que está acontecendo? — Diz Thomas, olhando para a TV.
Debora Müller, repórter da CNN, está em Londres relatando que as pessoas estão sendo atacadas por alguma coisa desconhecida. A legenda diz: Pânico na Inglaterra.
— Deve ser só um ataque terrorista — diz Ethan, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.
— Só um ataque terrorista? Você fala com a maior naturalidade.
— Esquece isso, pai. Vamos dormir.
— Que luz é essa lá fora? — Perguntou Thomas.
Ethan caminha até as cortinas para abri-las. Ao abrir, ambos se deparam com um céu nunca visto antes. Não em Nova York. Azul, estrelado, com um feixe azulado forte, parecendo um oceano brilhante. Mesmo com as luzes da cidade, o céu se destaca sobre a mesma. "O que é isso?", pensou Ethan. Olhando para baixo, Ethan vê os carros estão parados. As pessoas estão olhando para cima. Com uma beleza dessas, é realmente impossível não olhar.
"Será que isso tem a ver com o a explosão?", Pensou Ethan.
— Eu espero que o céu esteja bonito desse jeito amanhã — disse Thomas. — A previsão do tempo disse que será um dia ensolarado.
— Eu espero que seja — diz Ethan.
O celular de Ethan toca. "Quem ligaria a essa hora?", pensou Ethan. O relógio marca 2:00 da manhã. É Delaney. A mensagem diz:
“Ethan, você está acordado?”
“Sim”
“Você está vendo o que eu estou vendo?”
“O céu? Estou.”
“É mais que lindo. É espetacular. O que está acontecendo?”
“Eu... não sei”.
Aquele céu. Aquelas estrelas. Aquela luz azul. O universo... Essa beleza chega a ser hipnotizante de tão lindo que é. O que será que causou isso? Big Bang? Aquela grande explosão criou esse espetáculo no céu.
— Anda, vamos dormir — disse Thomas.
— Não era você quem veio me chamar para dormir na cama? É realmente muito lindo, mas precisamos ir dormir.
— Ok — respondeu Ethan. — Eu já vou.
"Eu preciso ir dormir", pensa Ethan. A beleza que está acima de sua cabeça é realmente espetacular, mas ele tem um compromisso de manhã. Pobre Ethan, se soubesse que essa beleza traria a perdição com ela, não iria admirá-la tanto.
Londres está sendo atacada. Ethan pensa que são terroristas. Seria melhor se de fato fosse.
Ethan se deita em sua cama. Aos poucos, seus olhos se fecham e ele dorme novamente.
Ethan chegará em Nevada dentro de 3 ou 4 dias. Atualmente, eles estão no norte do Colorado. Já faz 2 horas que saíram de casa, uma casa no meio da floresta, próximo das montanhas. Só há estática no rádio do carro. Ele não consegue falar com Jake. Jake é o homem quem respondeu o pedido de socorro de Ethan. Ele disse que há uma esperança, que ainda há muitos sobreviventes. Será? Ethan tem medo daquelas coisas estarem enganando-os. Ele lembra quando elas possuíram a Amanda. Foi algo terrível. Fazia tempo que Ethan não dirigia. A estrada não tinha movimentação. Talvez um deserto fosse mais vazio. Sem carros ou caminhões destruídos para atrapalhar a passagem. Ethan só saía de casa para procurar suprimentos. O céu ameaçava chover novamente, pois estava muito nublado. Faz anos que Ethan não vê um dia ensolarado. Aquelas coisas são vulneráveis ao calor, por isso trouxeram o frio com elas. Ele lembra do céu azul daquela noite, aquela maldita noite. Parecia tã
O despertador toca. São 7:00 da manhã. Ethan se levanta. Como todo jovem, a primeira coisa que ele faz é pegar o celular na cômoda ao lado da sua cama. Tem algo errado, o termômetro está registrando 9° Celsius e chuva. Mas a previsão do tempo era de 30° Celsius e um dia bem ensolarado, afinal, estamos no verão. Ethan sai do seu quarto e caminha em direção as escadas no final do corredor. Enquanto desce, ele ouve seu pai falando ao telefone, pelo tom da voz, ele não está muito contente. — Pai? — Estou na cozinha — responde Thomas. — Estava falando com quem? — Com as empregadas e a babá. Elas estão presas na cidade, por causa dessa chuva. Mas que droga! O noticiário não disse que faria sol hoje? — Disse, mas pelo visto se enganaram. — Nós estamos no verão! - Disse Thomas com um tom de voz firme. - Deveria estar calor lá fora! — Acho que vamos ter que levá-los. Se bem que eu não consigo falar com a s
Já se passou doze horas desde que eles partiram. A noite já havia caído. Não estava chovendo, mas a neblina é densa. Ethan está ficando cansado de tanto dirigir. Ele sabe que precisa parar o carro para descansar. Mas e o perigo? será uma boa ideia? Delaney e Amanda. Seria mais fácil se elas estivessem ali. Os meninos estão dormindo, se Ethan dormir, quem ficará de olho neles? Ethan se aproxima de um posto de gasolina com uma lanchonete. É perfeito para encostar o carro e descansar. "Preciso descansar", pensa Ethan. Ele adentra ao posto, estacionando o carro. Vira-se para trás e cutuca os meninos, acordando-os. — Sam, Dan, acordem. — Nós já chegamos? — Pergunta Sam, com uma voz sonolenta. — Não, só paramos para descansar. Os três descem do carro. Ethan empunha a arma para garantir a segurança dos meninos. Ele arromba a porta da lanchonete que está bem bagunçada e suja. Há um quarto na parte de trás do estabelecimento. Ethan en
Dois dias. A chuva continua. Ainda há energia elétrica, por incrível que pareça. Mas por quanto tempo? A TV está ligada, embora não haja sinal. As redes sociais estão cheias de mensagens, hashtags e vídeos sobre o fim do mundo. #Fantasmas. #Apocalipse. Há um rádio presente na sala, ele tem sinal e está funcionando, apesar do péssimo sinal que provocava estática. O exército está comunicando as pessoas para não saírem de casa ou dos abrigos em que estão. É extremamente vital que permaneçam em locais seguros. A casa estava cheia, até que um casal saiu para ir salvar os filhos que estavam na escola. Eles nunca mais voltaram. São 5 estranhos, agora. Nathaniel, 28 anos, mora no andar abaixo de Delaney. Já teve alguns conflitos com Ethan, que o chama de “anarcopunk” de merda. Seu cabelo moicano espetado para cima... bem, tudo irritava Ethan; Sharon, 66 anos, mora no apartamento ao lado
Um dia na estrada. Faz um dia que Ethan e os meninos estão na estrada. Está chovendo, não muito forte, mas não muito fraco. Os meninos estão dormindo no banco de trás, enquanto Ethan dirige. A névoa está densa. As árvores e a natureza estão tomando conta da estrada. O termômetro do carro está marcando 4° Celsius. Ethan está exausto, não dormiu nada desde a noite passada. Ele pensa em parar o carro para descansar um pouco, mas não pode. Os perigos que estão nos arredores daquela estrada, dentro daquela floresta, são imprevisíveis. Ethan observa os meninos pelo retrovisor, estão dormindo em um sono profundo e confortante. Eles são a razão pela qual Ethan continua. A chuva está parando, é um bom sinal. Os fantasmas aparecem com mais frequência quando está chovendo. Tudo está tranquilo. O único som que se ouve é o do carro e o da natureza. Não há pássaros pelo céu. Ethan está concentrado na direção, mas o sono e o cansaço o incomodam. Suas pálpebras estão quase
Está chovendo muito do lado de fora. As crianças estão chorando. Delaney e Ethan estão com os meninos no colo, balançando-os e tentando acalmá-los. — Será que dá para fazer esses moleques calarem a porra da boca? — Diz Nathaniel. — Cala a boca você, seu merda! — Retruca Ethan. — Ei, Ei, Ei! — Diz Delaney.— Se comportem vocês dois. — Precisamos de comida,— diz Henrique — eles estão chorando por causa da fome. Já faz uma semana que estamos presos dentro desse apartamento, fora o fato de que a comida acabou ontem. — Não tem mais nada? — Pergunta Delaney. — Infelizmente não. Eu acabei de checar. — Talvez possamos procurar comida nos outros apartamentos. — Diz Jefferson. — Não vai dar — diz Camilla. — O prédio todo foi construído para ser à prova de assaltos, nós nunca vamos conseguir arrombar uma porta. — Como sabe disso? — Pergunta Nathaniel.&
O que aconteceu com o carro? Será que ele foi roubado? É provável. Ethan está tentando manter a calma diante da situação, ele deu uma ordem aos seus irmãos, mas a desobediência falou mais alto. — Eu dei uma simples ordem para vocês — disse Ethan, enfurecido. — Tudo o que vocês tinham que fazer era me esperarem na porra do carro, e vocês não foram capazes de obedecer a porra da minha ordem! Sam e Dan abaixam a cabeça, pois sabem o quão errado estão. — Não adianta fazerem essas caras. Vocês fazem ideia de como vai ser mais difícil para chegarmos ao abrigo? — Desculpa — disse Sam, com lágrimas nos olhos. — A culpa é minha, eu que saí do carro. — Não me interessa de quem é a culpa, quando eu der uma ordem, vocês obedecem! O cão late para Ethan. — Onde achou esse cachorro? — Perguntou Dan. — Ele estava na cidade — respondeu Ethan. — Podemos ficar com ele? — Pediu Sam. Um cachorro é muito útil
O cair da noite levaria apenas alguns minutos. O grupo ainda estava no mercado e a chuva havia parado. As mulheres estavam nervosas no apartamento, pois o grupo já havia saído há horas e não retornara. A criatura ainda está do lado de fora, só esperando para atacar os mesmos. A garotinha, Julia, ainda estava um pouco assustada com a situação, pois não conhecia as pessoas a sua volta, e como sua mãe costumava dizer: "Não confie em estranhos". Jefferson, por sua vez, se mostrou um grande amigo para a jovem Julia. Aparentemente ele se dá muito bem com crianças. Quando finalmente a noite caiu, as luzes que ainda funcionavam na cidade iam se acendendo. Uma delas era a luz externa do mercado, que ficava em frente à loja. — Ainda tem luz, — diz Nathaniel — quem diria. — Espera — diz Henrique. — Olhem aquilo. Como uma surpresa, a criatura começou a ser queimada pelas luzes do lado de fora. Seu corpo espectral começara a