Aeroporto JFK.
— Eu sou o Comandante Carlos — respondeu o Oficial do exército.
Os carros estavam entrando no aeroporto JFK. O exército havia feito uma base provisória no local. Ethan, Delaney e Amanda se impressionaram com a quantidade de pessoas que ali estavam. Eles estavam acompanhados por um grupo enorme de pessoas.
— Quantas pessoas tem aqui, Comandante? — Perguntou Amanda.
— Não sei ao certo, mas ao que nos consta, resgatamos pouco mais de 100.000 pessoas. Estimamos que muita gente abandou a cidade quando aquelas coisas apareceram.
— Ainda existe um governo?
— Mais ou menos, aquelas coisas mataram o presidente.
— Para onde vão mandar todas essas pessoas, Comandante? — Perguntou Ethan.
— Para a costa oeste. Aquela região do país não foi tomada por essas coisas.
— Tem outros de nós?
Uma casa no topo de um morro á beira de um rio. — Sam, Dan, a comida está pronta — disse Delaney. Os meninos desciam correndo pelas escadas. Corriam pela sala até a mesa de refeições onde Delaney colocava os pratos com comida. 5 anos haviam se passado desde que o grupo chegou ao Colorado, os gêmeos cresceram e se tornaram crianças adoráveis. Sam penteia seus longos cabelos para a direita, enquanto Dan para a esquerda, diferenciando-se um do outro. — Onde estão Ethan e Amanda? — Perguntou Dan. — Estão no porão — respondeu Delaney. — Vou ir chamá-los. Delaney caminhou até a porta que ficava abaixo da escada que levava ao andar superior; a porta levava ao porão. Descendo as escadas, ela ouvia os risos de Amanda que soavam pelo ar. Na ponta da escada, espiou pela parede os dois conversando. — É verdade — disse Ethan, sorrindo. — Muitas coisas boas aconteceram nos meus tempos de escola. O pé de Delaney escorregou, f
Amanda e Delaney saíram cedo em busca de suprimentos. — Está muito frio hoje — disse Delaney, andando entre as árvores. — Realmente — concordou Amanda. — Desde que aquelas coisas apareceram, raramente o sol dá o ar de sua graça. As duas caminham pela floresta em direção a cidade de Aspen, que ficava próximo dali. As folhas no chão estavam molhadas devido à chuva que ocorrera pouco tempo antes de terem partido; as gotas nas árvores caíam sobre suas cabeças. A cidade não era muito longe, apenas 10 minutos de caminhada. Delaney carregava uma escopeta em suas mãos, enquanto Amanda levava um rifle de assalto. Adentrando a cidade, um posto de gasolina à direita das duas. Ao lado das bombas, alguns galões de gasolina estavam no chão. Delaney verifica se há gasolina neles; todos vazios. Uma das bombas ainda possui gasolina, sem pensar muito, Delaney prepara-se para tirá-la. Amanda adentrou a loja de conveniência do posto. — Grite se precisar
O carro parou. A estrada está deserta, afinal, eles estão em um deserto. Ethan desce do carro para averiguar o que aconteceu. Ele abre o capô do carro. A fumaça quente bate em seu rosto. — Aconteceu alguma coisa? — Perguntou Sam, com a cabeça para fora da janela. — Sim, — respondeu — a água do carro acabou. Se é que tinha água quando saímos. — Parece que a gasolina também acabou — disse Dan, no banco da frente. Ethan suspirou, expirou em seguida. — É, vamos ter que ir andando. Acho que falta pouco mais de uma hora de viagem, talvez mais. Conseguem dizer onde estamos? — Acho que podemos tentar — falou Sam, descendo do carro. Dan desce em seguida. Ethan fecha o capô do carro. O ambiente está silencioso à sua volta. Apesar de estarem próximos do inverno, a temperatura estava abafada. Um mormaço que o fizera tirar o casaco. — Tentem localizar “Garrison”. — Certo — diz Dan. — Certo —
O vento soprava no deserto árido e vazio. O carro chegava em uma instalação do exército, aparentemente o exército a fez de base militar.— Que lugar é esse? — Perguntou Ethan.O carro parou.— Um antigo complexo industrial de pesquisas científica. — Disse Jake, abrindo a porta do carro — quando aquelas coisas apareceram, o transformando em uma base provisória.Sam e Dan ainda estavam exaustos. A expressão em seus rostos denunciava o quão ofensivo foi para eles usar tanto poder. Eles abraçam Ethan fortemente, demonstrando medo em seus olhares.— Está tudo bem — cochichou Ethan.— Não vai descer, Ethan?Ethan sai do carro. Jake o guia para dentro da base. O complexo era cercado por um muro alto, aparentemente tinha sete metros da altura. O prédio principal tinha dois andares.
O ano é 2023. Ou será 2024? Ethan não se lembra mais. Sinceramente, Ethan não se lembra mais quantos anos tem. Ele não lembra mais o que é um dia de calor na praia, em Nova York ou em qualquer lugar do mundo. Faz 5 anos que ele não vê um dia de sol, só chuva, neblina, frio e mais chuva. É quarta de manhã, as crianças estão dormindo. O barulho da chuva é reconfortante. Um café cairia bem nesse clima, mas não tem café. Qual foi a última vez que Ethan tomou café? Foi naquela manhã antes de ir buscar a mãe no aeroporto. Mãe? As crianças não conheceram a mamãe. Será que ela ainda está viva? Já faz muito tempo desde a última vez em que eles se viram. Durante todos esses anos ele foi a mãe, o pai e o irmão deles. "Cabeludinhos", era assim que ela os chamava. E pelo visto continuaria chamando. Nasceram cabeludos. Ethan corta seus cabelos, mas eles crescem rápidos. Parecem anjos. Essas crianças nunca sentiram o calor de um dia de verão. O que acontece
Uma grande explosão. Essa é a teoria mais aceita para explicar a origem do universo. A astronomia é uma ciência fantástica, gosto dela desde criança. Ethan terminou o ensino médio há cerca de um ano atrás. Ele deveria procurar uma faculdade, mas ainda não sabe o que estudar. Astronomia, talvez? Ou deveria seguir os passos do pai e se tornar banqueiro? Sua mãe é embaixadora dos EUA. Ela está no Japão resolvendo assuntos diplomáticos. Samuel e Daniel nasceram há 9 meses, sua mãe deveria estar ali para cuidar deles, mas assim como seu pai, ela acha que o dinheiro compra a felicidade dos filhos. Não compra. Mas ela sempre fez o possível para estar com eles. Ethan se lembra de quando ela mentiu para não ir viajar com o presidente, só para ir ver o jogo de futebol dele. Ela disse que voltaria no dia seguinte, Ethan e Thomas, seu pai, iriam buscar ela no aeroporto JFK, de manhã. O dia está bem quente e ensolarado, uma piscina cairia bem. Ethan tem uma vista
Ethan chegará em Nevada dentro de 3 ou 4 dias. Atualmente, eles estão no norte do Colorado. Já faz 2 horas que saíram de casa, uma casa no meio da floresta, próximo das montanhas. Só há estática no rádio do carro. Ele não consegue falar com Jake. Jake é o homem quem respondeu o pedido de socorro de Ethan. Ele disse que há uma esperança, que ainda há muitos sobreviventes. Será? Ethan tem medo daquelas coisas estarem enganando-os. Ele lembra quando elas possuíram a Amanda. Foi algo terrível. Fazia tempo que Ethan não dirigia. A estrada não tinha movimentação. Talvez um deserto fosse mais vazio. Sem carros ou caminhões destruídos para atrapalhar a passagem. Ethan só saía de casa para procurar suprimentos. O céu ameaçava chover novamente, pois estava muito nublado. Faz anos que Ethan não vê um dia ensolarado. Aquelas coisas são vulneráveis ao calor, por isso trouxeram o frio com elas. Ele lembra do céu azul daquela noite, aquela maldita noite. Parecia tã
O despertador toca. São 7:00 da manhã. Ethan se levanta. Como todo jovem, a primeira coisa que ele faz é pegar o celular na cômoda ao lado da sua cama. Tem algo errado, o termômetro está registrando 9° Celsius e chuva. Mas a previsão do tempo era de 30° Celsius e um dia bem ensolarado, afinal, estamos no verão. Ethan sai do seu quarto e caminha em direção as escadas no final do corredor. Enquanto desce, ele ouve seu pai falando ao telefone, pelo tom da voz, ele não está muito contente. — Pai? — Estou na cozinha — responde Thomas. — Estava falando com quem? — Com as empregadas e a babá. Elas estão presas na cidade, por causa dessa chuva. Mas que droga! O noticiário não disse que faria sol hoje? — Disse, mas pelo visto se enganaram. — Nós estamos no verão! - Disse Thomas com um tom de voz firme. - Deveria estar calor lá fora! — Acho que vamos ter que levá-los. Se bem que eu não consigo falar com a s