Está chovendo muito do lado de fora. As crianças estão chorando. Delaney e Ethan estão com os meninos no colo, balançando-os e tentando acalmá-los.
— Será que dá para fazer esses moleques calarem a porra da boca? — Diz Nathaniel.
— Cala a boca você, seu merda! — Retruca Ethan.
— Ei, Ei, Ei! — Diz Delaney. — Se comportem vocês dois.
— Precisamos de comida, — diz Henrique — eles estão chorando por causa da fome. Já faz uma semana que estamos presos dentro desse apartamento, fora o fato de que a comida acabou ontem.
— Não tem mais nada? — Pergunta Delaney.
— Infelizmente não. Eu acabei de checar.
— Talvez possamos procurar comida nos outros apartamentos.
— Diz Jefferson.
— Não vai dar — diz Camilla. — O prédio todo foi construído para ser à prova de assaltos, nós nunca vamos conseguir arrombar uma porta.
— Como sabe disso? — Pergunta Nathaniel.&
O que aconteceu com o carro? Será que ele foi roubado? É provável. Ethan está tentando manter a calma diante da situação, ele deu uma ordem aos seus irmãos, mas a desobediência falou mais alto. — Eu dei uma simples ordem para vocês — disse Ethan, enfurecido. — Tudo o que vocês tinham que fazer era me esperarem na porra do carro, e vocês não foram capazes de obedecer a porra da minha ordem! Sam e Dan abaixam a cabeça, pois sabem o quão errado estão. — Não adianta fazerem essas caras. Vocês fazem ideia de como vai ser mais difícil para chegarmos ao abrigo? — Desculpa — disse Sam, com lágrimas nos olhos. — A culpa é minha, eu que saí do carro. — Não me interessa de quem é a culpa, quando eu der uma ordem, vocês obedecem! O cão late para Ethan. — Onde achou esse cachorro? — Perguntou Dan. — Ele estava na cidade — respondeu Ethan. — Podemos ficar com ele? — Pediu Sam. Um cachorro é muito útil
O cair da noite levaria apenas alguns minutos. O grupo ainda estava no mercado e a chuva havia parado. As mulheres estavam nervosas no apartamento, pois o grupo já havia saído há horas e não retornara. A criatura ainda está do lado de fora, só esperando para atacar os mesmos. A garotinha, Julia, ainda estava um pouco assustada com a situação, pois não conhecia as pessoas a sua volta, e como sua mãe costumava dizer: "Não confie em estranhos". Jefferson, por sua vez, se mostrou um grande amigo para a jovem Julia. Aparentemente ele se dá muito bem com crianças. Quando finalmente a noite caiu, as luzes que ainda funcionavam na cidade iam se acendendo. Uma delas era a luz externa do mercado, que ficava em frente à loja. — Ainda tem luz, — diz Nathaniel — quem diria. — Espera — diz Henrique. — Olhem aquilo. Como uma surpresa, a criatura começou a ser queimada pelas luzes do lado de fora. Seu corpo espectral começara a
Ethan está sentado à mesa ao lado da janela lateral do trailer. Taylor se aproxima e senta-se no banco do outro lado da mesa. — No que você está pensando? — Perguntou Taylor. — Hm? Desculpe, eu não ouvi — disse Ethan. — No que você está pensando? — Ah, nada demais. Eu só estava lembrando dos meus pais. — Sente faltas deles, não é? — Bastante. Não só deles, como de outras pessoas também. — Sabe, não é por nada, mas eu tenho a impressão que te conheço. Que já vi seu rosto em algum lugar. Ethan sorriu levemente. — É, eu ouvia muito isso. É que meu pai é o grande Thomas Hyden. — O banqueiro? — Em pess... Antes que pudesse terminar a frase, uma bomba explode na traseira do trailer, fazendo o mesmo capotar. O trailer estava virado. Sam e Dan acordaram assustados. Ethan se machucou um pouco durante o capote. Taylor se levantava devagar. Ela vê seus pais, David e Lucy caídos para
Chovia muito no dia seguinte, as gotas batiam na beirada da janela e respigavam sobre o vidro. O relógio marcava 11:25 da manhã. Ethan estava sentado no sofá ao lado de Delaney, juntos amamentando Sam e Dan. Sharon estava na cozinha lavando a louça. Nathaniel ainda não havia se levantado, o que incomodava Henrique. Camilla estava vasculhando os apartamentos vizinhos em busca de mais suprimentos, ela conseguira arrombar as portas de um ou dois apartamentos. A TV da sala permanecia sem sinal. — Você está brava comigo? — Perguntou Ethan. — Um pouco — respondeu Delaney. — Eu fiz alguma coisa de errado? — Não. Você não fez nada, Ethan Hyden! Ethan a olhou sem entender o que se passava em sua cabeça. — Então...? — Acha a Amanda mais bonita do que eu? — Ah! — Disse Ethan, sorrindo. — Você está com ciúme. — O quê?! Eu não estou com ciúme. — Ah, não está? E como você chama isso? Delaney f
Amanheceu. Ethan abria os olhos lentamente. Sam estava ao seu lado, ainda dormindo. Se levantou levemente, o chão de madeira velha fazia barulho no seu movimentar. Sua cabeça doía um pouco, talvez fosse enxaqueca. Dan estava acordado e sentado na cama, sua expressão era de cansaço, talvez também estivesse com enxaqueca, pois usar seu poder na noite passada demandou muito de sua energia. Ethan caminhou até ele, devagar e meio tonto. Já não nevava mais lá fora. — Você está bem? — Perguntou Ethan. — Estou — respondeu Dan. — Eu só precisava dormir um pouco. Ethan sorri levemente. — Você foi muito bem ontem — sentou-se, abraçando o irmãozinho. — Obrigado. Ethan colocou sua mão sobre Taylor, balançando-a no intuito de acordar ela. — Taylor? Acorda. — Ela não vai te ouvir — disse Sam, sentado no chão. Ethan virou-se rapidamente para Sam. — Por que não? — Ela está morta.
Havia se passado um dia desde que Nathaniel foi expulso. Ethan estava na janela segurando Dan em seus braços, enquanto Sam dormia na cama. O nevoeiro era denso, faltava pouco para anoitecer. A janela estava embaçada pela névoa. Dan olhava fixamente para a janela e estampava um sorriso gostoso de bebê em seu rosto. Não estava chovendo. A porta do quarto estava meio aberta, Amanda aparece com sua cabeça entre o vão e bate levemente na porta. — Posso entrar? Ethan assentiu com a cabeça. Amanda entra. Senta-se na beirada da cama. — Seus irmãos são uma graça. — Obrigado — Ethan estampou om leve sorriso em sua face. — Posso fazer uma pergunta? — Claro. — É sobre a Delaney. Eu acho que ela não gosta de mim. Ethan mudou a expressão em seu rosto. — Por que pensa assim? — Bom, desde que chegamos aqui, ela tem me tratado de uma forma estranha. Ethan sabia do que Amanda estava falando, ele c
A paisagem do ambiente mudava aos poucos. Aos poucos, a neve gélida e o ambiente coberto pelo branco profundo ficavam para trás. A fronteira entre Utah e Nevada estava há apenas 300 quilômetros de distância; pouco mais de 3 horas de viagem. Ethan está confiante de que nada dará errado até o destino."Nossa unidade de resgate estará te esperando na comunidade de Garrison...", lembrou de sua conversa com Jake.Nada poderia dar errado.Mas ainda havia uma preocupação que incomodava Ethan, algo que ele pensava desde que falou com Jake pela primeira vez, uma suposta possessão de Jake. E se Jake não fosse um ajudante? E se, na verdade, ele fosse um dos possuídos tentando enganá-lo? Dúvidas que fariam a cabeça de qualquer um explodir. Mas ele tinha que arriscar, afinal, era a possível chance de dar uma vida melhor para se
Aeroporto JFK.— Eu sou o Comandante Carlos — respondeu o Oficial do exército.Os carros estavam entrando no aeroporto JFK. O exército havia feito uma base provisória no local. Ethan, Delaney e Amanda se impressionaram com a quantidade de pessoas que ali estavam. Eles estavam acompanhados por um grupo enorme de pessoas.— Quantas pessoas tem aqui, Comandante? — Perguntou Amanda.— Não sei ao certo, mas ao que nos consta, resgatamos pouco mais de 100.000 pessoas. Estimamos que muita gente abandou a cidade quando aquelas coisas apareceram.— Ainda existe um governo?— Mais ou menos, aquelas coisas mataram o presidente.— Para onde vão mandar todas essas pessoas, Comandante? — Perguntou Ethan.— Para a costa oeste. Aquela região do país não foi tomada por essas coisas.— Tem outros de nós?