Com o tempo, nosso apelido de Amoreco se minimizou a Reko, sumindo definitivamente com nossos nomes, portanto, era Reko para cá, Reko para lá e toda vez que alguém nos ouvia dizer essa palavra prontamente precisávamos explicar a origem.
Sendo assim, o apelido não foi a única coisa boba que se transformou em algo especial para nós dois.
As flores ficaram constantes em minha vida, já que Júlio me presenteava com as gérberas mais lindas que encontrava e não era só isso, assim como os ramalhetes que viraram os meus favoritos, jantávamos em restaurantes românticos a luz de vela e logo, tudo na minha vida se transformou em belas cores e momentos inesquecíveis.
As se
O salão de festas escolhido pelo colégio, ficava a uma quadra de onde estudávamos. Quando os alunos foram chegando, se deparavam com um amplo salão, inteiramente decorado com balões de led, algo totalmente diferente e que arrancava suspiros entusiasmados de todos.Havia um palanque enorme, com instrumentos musicais preparados para músicos que foram contratados para animar a farra, assim como a mesa do buffet que oferecia aos convidados, inúmeros tipos de comidas e a que mais chamava a atenção era uma cascata de camarões exposta, deixando em dúvida se realmente eles eram verdadeiros ou apenas ilustrativos.Apesar de não ter bebida alcoólica, garçons transitavam constantemente durante as seis horas de programadas oferecendo sucos,
- 3,2,1... FELIZ ANO NOVO!!!O show de fogos iluminou a noite no sítio. De um lado, convidados se abraçavam emocionados, do outro eu e Júlio éramos inundados por promessas e juras perpétuas de amor.Sem dúvidas para mim, o melhor réveillon da vida onde agradecia aos céus pelo amor que a vida tinha me trazido e pela felicidade vivida durante todo o ano.Além disso, pedia a uma força suprema desconhecida que os trezentos e sessenta e cinco dias que chegavam fossem tão incríveis quanto os de dois mil e três que se despedia de mim de maneira inesquecível, afinal novas chances, novas oportunidades e mais amor se escancaravam a minha frente deixando-me convicta de que o mundo inteiro
Deitada nesse chão sujo, rodeada de pessoas e sendo praticamente o centro das atenção em pleno sábado ensolarado, percebo o quão infantil, imatura e desequilibrada fui em relação a todas as mudanças que o ano de dois mil e quatro trouxe a minha vida.Quando eu poderia imaginar reencontrar Júlio nessas condições? Tocá-lo novamente ou tê-lo tão perto como agora?Sinto tanta culpa guardada se esvaindo com as lembranças dos anos que me atormentaram, que mal consigo respirar.E eu só queria que ele soubesse que essa dor imensurável que carreguei só fez mal a mim, assim como todas as atitudes egoístas que também lhe causaram dor.
Finalmente tudo pronto para que o ano letivo começasse e com ele os monstros internos me perseguissem fantasiados de aulas que me bombardeavam de informações, estudantes empenhados por todos os lados e calendário de provas.O primeiro período, assim como todos os outros era composto por seis meses e durante esses meses, doze matérias me sobrecarregavam.Além disso, tentar fazer novos amigos era uma missão árdua, assim como ir bem nas provas ou lutar para não ser reprovada.Os seminários obrigatórios, as paletras, os cursos extras e a leitura de três livros ao mesmo tempo me desgastavam imensamente, deixando as conversas com Júlio sempre no final do dia onde o principal assunto era como que cada vez menos conseguíamos ir para o sítio ou estarmos juntos.Além disso, não tinha notícias de Renata e passei a dormir tão pouc
A praia era uma refúgio afastado que durante a semana mantinha-se pouco frequentada por por banhistas e turistas. O quiosque de telhado feito por folhas imensas de bananeira tinha mesas acopladas ao chão construídas inteiramente por bambu que dava um charme especial ao restaurante que era frequentado por quem verdadeiramente conhecia, até porque o acesso até o quiosque se dava exclusivamente à visitantes militares ou parentes de militar. No caso de Júlio como filho de major, ele carregava dentro de sua carteira uma identificação para ter acesso a lugares como esse possibilitando assim que me surpreendesse com um almoço à beira-mar. Adentramos no quiosque pisando na areia fofa e branca da praia que combinava perfeitamente com o cenário ao fundo de um céu azul e o infinito do oceano. Nos acomodamos perfeitamente em uma das mesas, das quais somente nós dois éramos clientes, desfrutando da brisa resfrecante do ambiente totalmente aberto, mudan
Como previsto Júlio além de estar preocupado com o meu bem estar, mandava-me constantemente mensagens de modo que voltamos a nos falar ao menos duas vezes ao dia.No entanto, passei a semana imersa em uma felicidade que há tempo não sentia, sorrindo à toa enquanto ele se dedicava a mim muito mais que antes.Era evidente que eu sabia ao mentir sobre um divórcio que não era real, as consequências catastróficas que isso acarretaria, inclusive resultando no possível término de meu relacionamento, porém mantinha a situação sob controle deixando-o sincronizado com a minha vida.As respostas que dava nas mensagens no celular, eram repletas de tristeza e mágoa com a decisão de uma mãe ficitícia e inescrupulosa.Júlio por sua vez, mostrou-se indignado diversas vezes não só com a ausência da figura materna que
Despertei em uma cama de hospital. O soro em meu braço gotejava lentamente e ao meu lado sentado no sofá estava Júlio que ao perceber que voltava à mim, levantou e veio em minha direção rapidamente.- O que aconteceu? - Indaguei ainda sem forças.Seus olhos avermelhados indicavam que ele havia recentemente chorado. Seu rosto abatido e a expressão cansada também mostravam o quantoestava desestabilizado emocionalmente e ao falar, suas palavras saíram trêmulas o bastante para me preocupar.- Sua madrinha Rosana está falando com o médico e logo virá para cá. Seu pai também está a caminho e a médica que te atendeu pediu para que eu a chamasse assim que você acordasse.Júlio ia saindo da sala quando o segurei, em busca de respostas.- Reco... O que houve? Que hospital é esse? Onde eu estou?Ele resp
Como prometido Júlio César retornou para os meus braços, provavelmente diante de um esforço supremo para ir e voltar diariamente para o sítio. Isso porque, meu namorado precisava acordar pelo menos duas horas com antecedência para se arrumar afim de chegar no horário para os compromissos acadêmicos e em seguida pegar novamente a estrada e retornar para cuidar de mim. Às vezes, era inevitável ao assistirmos filme juntinhos que ele cochilasse por meia hora ou até mais ao receber cafuné, que era um poderoso sonífero tanto para ele quanto para mim. No entanto, sua chegada era sempre motivo dos meus sorrisos e de minha alegria, pois ao seu lado meu mundo estava completo e muito mais colorido, assim como meu coração que se enchia de amor de amor, sem precisar de coisa alguma, além dele e de seu cheiro que nutria toda a minha alma. ... Contudo, quando ele estava sempre prestes a chegar ou quando ouvia o barulho do seu carro adentrar a propriedade, me