- 3,2,1... FELIZ ANO NOVO!!!
O show de fogos iluminou a noite no sítio. De um lado, convidados se abraçavam emocionados, do outro eu e Júlio éramos inundados por promessas e juras perpétuas de amor.
Sem dúvidas para mim, o melhor réveillon da vida onde agradecia aos céus pelo amor que a vida tinha me trazido e pela felicidade vivida durante todo o ano.
Além disso, pedia a uma força suprema desconhecida que os trezentos e sessenta e cinco dias que chegavam fossem tão incríveis quanto os de dois mil e três que se despedia de mim de maneira inesquecível, afinal novas chances, novas oportunidades e mais amor se escancaravam a minha frente deixando-me convicta de que o mundo inteiro
Deitada nesse chão sujo, rodeada de pessoas e sendo praticamente o centro das atenção em pleno sábado ensolarado, percebo o quão infantil, imatura e desequilibrada fui em relação a todas as mudanças que o ano de dois mil e quatro trouxe a minha vida.Quando eu poderia imaginar reencontrar Júlio nessas condições? Tocá-lo novamente ou tê-lo tão perto como agora?Sinto tanta culpa guardada se esvaindo com as lembranças dos anos que me atormentaram, que mal consigo respirar.E eu só queria que ele soubesse que essa dor imensurável que carreguei só fez mal a mim, assim como todas as atitudes egoístas que também lhe causaram dor.
Finalmente tudo pronto para que o ano letivo começasse e com ele os monstros internos me perseguissem fantasiados de aulas que me bombardeavam de informações, estudantes empenhados por todos os lados e calendário de provas.O primeiro período, assim como todos os outros era composto por seis meses e durante esses meses, doze matérias me sobrecarregavam.Além disso, tentar fazer novos amigos era uma missão árdua, assim como ir bem nas provas ou lutar para não ser reprovada.Os seminários obrigatórios, as paletras, os cursos extras e a leitura de três livros ao mesmo tempo me desgastavam imensamente, deixando as conversas com Júlio sempre no final do dia onde o principal assunto era como que cada vez menos conseguíamos ir para o sítio ou estarmos juntos.Além disso, não tinha notícias de Renata e passei a dormir tão pouc
A praia era uma refúgio afastado que durante a semana mantinha-se pouco frequentada por por banhistas e turistas. O quiosque de telhado feito por folhas imensas de bananeira tinha mesas acopladas ao chão construídas inteiramente por bambu que dava um charme especial ao restaurante que era frequentado por quem verdadeiramente conhecia, até porque o acesso até o quiosque se dava exclusivamente à visitantes militares ou parentes de militar. No caso de Júlio como filho de major, ele carregava dentro de sua carteira uma identificação para ter acesso a lugares como esse possibilitando assim que me surpreendesse com um almoço à beira-mar. Adentramos no quiosque pisando na areia fofa e branca da praia que combinava perfeitamente com o cenário ao fundo de um céu azul e o infinito do oceano. Nos acomodamos perfeitamente em uma das mesas, das quais somente nós dois éramos clientes, desfrutando da brisa resfrecante do ambiente totalmente aberto, mudan
Como previsto Júlio além de estar preocupado com o meu bem estar, mandava-me constantemente mensagens de modo que voltamos a nos falar ao menos duas vezes ao dia.No entanto, passei a semana imersa em uma felicidade que há tempo não sentia, sorrindo à toa enquanto ele se dedicava a mim muito mais que antes.Era evidente que eu sabia ao mentir sobre um divórcio que não era real, as consequências catastróficas que isso acarretaria, inclusive resultando no possível término de meu relacionamento, porém mantinha a situação sob controle deixando-o sincronizado com a minha vida.As respostas que dava nas mensagens no celular, eram repletas de tristeza e mágoa com a decisão de uma mãe ficitícia e inescrupulosa.Júlio por sua vez, mostrou-se indignado diversas vezes não só com a ausência da figura materna que
Despertei em uma cama de hospital. O soro em meu braço gotejava lentamente e ao meu lado sentado no sofá estava Júlio que ao perceber que voltava à mim, levantou e veio em minha direção rapidamente.- O que aconteceu? - Indaguei ainda sem forças.Seus olhos avermelhados indicavam que ele havia recentemente chorado. Seu rosto abatido e a expressão cansada também mostravam o quantoestava desestabilizado emocionalmente e ao falar, suas palavras saíram trêmulas o bastante para me preocupar.- Sua madrinha Rosana está falando com o médico e logo virá para cá. Seu pai também está a caminho e a médica que te atendeu pediu para que eu a chamasse assim que você acordasse.Júlio ia saindo da sala quando o segurei, em busca de respostas.- Reco... O que houve? Que hospital é esse? Onde eu estou?Ele resp
Como prometido Júlio César retornou para os meus braços, provavelmente diante de um esforço supremo para ir e voltar diariamente para o sítio. Isso porque, meu namorado precisava acordar pelo menos duas horas com antecedência para se arrumar afim de chegar no horário para os compromissos acadêmicos e em seguida pegar novamente a estrada e retornar para cuidar de mim. Às vezes, era inevitável ao assistirmos filme juntinhos que ele cochilasse por meia hora ou até mais ao receber cafuné, que era um poderoso sonífero tanto para ele quanto para mim. No entanto, sua chegada era sempre motivo dos meus sorrisos e de minha alegria, pois ao seu lado meu mundo estava completo e muito mais colorido, assim como meu coração que se enchia de amor de amor, sem precisar de coisa alguma, além dele e de seu cheiro que nutria toda a minha alma. ... Contudo, quando ele estava sempre prestes a chegar ou quando ouvia o barulho do seu carro adentrar a propriedade, me
Levantei da cama assim que os primeiros raios solares invadiram o quarto.Virei-me de lado não encontrando Júlio e subitamente pulei da cama com a ideia fixa de que ele poderia estar conversando com minha madrinha Rosana sobre o que vira em meu braço.Um frio na barriga ouriçou todos os pêlos de meu corpo, pois Júlio saber que eu me cortava tinha um objetivo, mas envolver Rosana e os demais familiares, era arriscado demais.Colocando o roupão rapidamente, fui até o banheiro procurá-lo e não o encontrei.Abri a porta do quarto andando pelo corredor até o corrimão da escada, me debruçando para que conseguisse ouvir vozes ou chochinhos, e nada.Voltei para o quarto e ao ver a porta da varanda entreaberta, meu coração ainda batia rápido ao deparar-me com ele sentado em uma das poltronas, parecendo ter envelhecido vinte anos em pouco mais de um
Quando a última semana de provas começou, não podia esconder a minha ansiedade em rever Júlio. Estava convicta de que a pequena traição que havia cometido, tinha revigorado o que sentia por ele. Eu estava mais solta, mais leve com as incertezas de traições que antes me atormentavam, pois se eu tivesse realmente sido traída, ele nunca deixaria que eu soubesse. De certo modo, isso me confortava. No entanto, contávamos os minutos para nos rever e desejava seu corpo ainda mais, o que acreditava ser um provável efeito colateral do pequeno adultério. Certamente, traí-lo não era nada demais e já pensava quando teria novamente a oportunidade de sair sozinha para um barzinho qualquer, apta a novos flertes. Definitivamente, isso me causava uma sensação de superioridade e consequentemente um bem estar enorme. Eu era inatingível. Suprema. Inalcançável. Dona de tudo. ... Por fim, quando o resultado das aval