21- Aurora Baker

David parecia um quadro valioso emoldurado pelo batente da porta, era quase um castigo permanecer apreciando tamanha obra sem poder tocá-la. Havia um charme na sua postura que incitava meu ventre, ao mesmo tempo que danificava o meu discernimento.

— Sabe o que mais me chamou a atenção nesta sala? A vista.

— Sim. — Voltei para a janela, não me prolongando muito. — São Paulo é magnífico aqui de cima.

— Você conhece alguma outra parte do mundo, Aurora?

— Não, conheço um pouco do Brasil, mas nunca viajei para fora, mas vou um dia…

Ele movimentou os lábios em dúvida ou só me sacaneando mesmo, fazendo-me lembrar que beijei sua boca numa noite semelhante.

— Aqui então será o seu escritório?

Quebrei a fixação nos lábios, o que não eliminou o envolvimento vis

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