Precisei de um tempo, ele também, nunca gritamos um com o outro e não podíamos apagar o dito, palavras ferem da mesma forma que as atitudes.
— Desculpe, meu amor, não quis…
— O garoto está com câncer, ele está morrendo. David cambaleou chocando a parede atrás de si.
— Quê? — Timbre fraco.
— Ele está entre a vida e a morte no hospital, à procura de um doador, se você for o pai…
— Eu não sou — negou, ajustando a calça e avançando para a sala.
— Não com uma única noite sem preservativo.
Desci da bancada.
— Mas se você for, pode ser compatível e salvar a vida dele, ele é só um garotinho, não tem culpa de nada.
— Não, não acredito em nada… — Ele travou quando coloquei ao alcance
Acreditem se quiser, mas o ar quente que recebi quando entrei na boate FIRE queimou meu rosto e me transportou para um universo que, porra, nunca tinha experimentado. A UP era fichinha perto do incêndio daquela boate. Todo o tipo de gente, de raça e de estilo cruzou meu caminho durante o percurso dançante que fizemos até uma pequena mesa embaixo da área vip. Bem, meu rosto estava um pouco melhor, recebeu das meninas um retoque leve de maquiagem, permaneci com o meu jeans, mas recebi um corpete rendado e uma sandália alta. Passei creme na pele, o que não eliminou o cheiro de sexo e do David impregnado na carne.Meu coração quebrado. Minha mente destroçada.Ainda me indicavam que se embriagar não era nada sábio para um emocional abalado como o meu. No entanto, quais eram as coerências dos últimos tempos? Nada. Simplesmente nada era sólido na minha vida. Então, si
— Seu noivo não contou a você? — perguntou, desprovido do tom malicioso. — Não acreditou na versão do homem do ano?— Quero ouvir a sua, ou falar sobre isso para você é somente em grande estilo, como fez no escritório? Precisa de plateia?Ele esboçou um sorriso apagado, meneou a cabeça e mirou meus olhos com intensidade.— Se apresse, Aurorinha, porque vai chover. — Deu meia volta e abriu a porta. — Não quero que fique gripada.Dito isso, o infeliz desapareceu. Soltei o ar e quis socar a parede.Toda vez que encontrava o Nicholas meu corpo agitava, era como se ele impulsionasse um gatilho vulcânico dentro de mim, algo forte. Só que ao mesmo tempo, havia nele… não sei se é pelo fato de compartilharmos o mesmo latejo, traição, fizesse com que sentisse empatia. Em todo caso, o irmão do David estava longe de se tornar alguém com quem me importasse, ele cruelmente acabou com a minha vida.Que merda, qual era o problema em ter um minuto de rebeldia? Eu só queria ficar bêbada. Soltei o ar, o
— David!Despertei no susto, o esforço em despregar as pálpebras doeu na alma, movi a cabeça para o lado pesada demais para raciocinar e não o vi. Nossa, não havia o maior sentido, meu corpo doer, minha cabeça latejar de forma que abandonar a cama se tornou um ato doloroso. Se não me fugia a memória eu bebi apenas três doses de tequila, logo, esse estado lastimável não se encaixava com a véspera. Um frio dos diabos encolheu meu corpo. Esquisito, Los Angeles não estava em época de inverno. Sede, muita sede. Esse, foi o principal motivo de eu me aventurar em ir até a cozinha como se um prédio de trinta andares estivesse guinchado a minhas costas.— Bom dia! — David me saudou quando o encarei sem ânimo algum. Mas admito, meu coração saltitou, ele ficou. O cheirinho de café planou no ar, o que não foi suficiente para ressuscitar meu corpo. — Melissa já saiu para a faculdade — falou ao escorar na bancada.— Acordou há muito tempo? — Passei por ele e peguei a garrafa de água, virando-a na g
Eles se entreolharam e como dois babacas, gargalharam às minhas custas.— Muito engraçado — bufei sem achar graça.— Preciso te avaliar, David comentou que sua febre, embora ele não mediu, estava muito alta — disse ao posicionar sua maleta na mesa de cabeceira.— David, é apenas um resfriado, não precisava incomodar seu amigo.— Não é incômodo, Aurora. — Sentou-se na beirada — Nem sempre é só um resfriado.— Amor… — Cerrei os olhos. — Pare de ser teimosa e permita que o Danny a examine.— Tá certo.Eles sorriram e a campainha voltou a tocar.— A casa está bem movimentada hoje. Quem será?— Seu almoço. — David me inteirou que estava no comando. — Só um instante.À medida que o médico bonit&a
Brasil, São Paulo.Alguns dias depois…— David, querido — Maria me saudou quando pisei exausto no meu apartamento. — Feliz em vê-lo, não imaginei que seria tão cedo.— Sinceramente, nem eu, Maria.— Onde desembarco as malas, sr. Queen? — John inqueriu em inglês, assim que cruzou a porta.— No andar de cima, por favor, John.— Quem é esse? — Maria quis saber com uma expressão duvidosa.— Meu motorista e segurança da Califórnia, ele desembarcou comigo e fará somente minha segurança aqui, pois não conhece muito São Paulo. Prepare um quarto para ele.Ela me olhou chocada.— Perto do meu? Crispei os lábios.— Qual o problema, Maria?— Nenhum. — Deu de ombros, mas permaneceu esquisita. — Co
Caros leitores,Preparem-se para mergulhar em uma das minhas criações mais intensas e envolventes até hoje. Se você aprecia um romance ardente, de pegar fogo, linguajar improprio e um put@ desejo de querer se enfiar dentro dessa história, significa que chegou no lugar certo.Um beijo da sua autora, Darlla VI ♡XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXCom as vozes de Aurora Baker:— Chegamos! — disse minha mãe com empolgação, assim que estacionou em frente ao prédio azul.— Sim, chegamos — murmurei e virei para olhar através do vidro o prédio todo espelhado do lado de fora, calculei rapidamente quantos andares poderia ter o edifício luxuoso, talvez uns trinta, já que, mesmo me esforçando, ficou impossível ver seu topo.— Calma, bebê da mamãe, vai dar tudo certo.— Sim, vai. — Inspirei e joguei as costas para trás, ao encontro do banco. — Meu primeiro dia de estágio — lembrei num fio de voz o motivo célebre de eu estar ali.Dona Ana leu cada sinal que meu corpo transm
— Oi… — respondi confusa, tentando reconhecê-lo.— Você não se lembra de mim? Sou eu, Lucca! Estreitei os olhos, buscando seu rosto na memória. Não, não lembro!— Eu… — Tentei disfarçar a resposta que piscava na minha mente.— No dia da entrevista, no prédio da seleção, nos falamos brevemente na sala de espera — ele esclareceu. E eu quase gargalhei, pois realmente foi breve esse primeiro contato. Não lembro desse cara e sou péssima em memorizar fisionomia.Droga!— Claro! Como sou distraída. — Sorri, mentindo descaradamente.— Como vai?— Ansioso! Você não?Pude sentir sua empolgação, assim que ele colou as palmas das mãos e as esfregou freneticamente.— Sim, estou muito ansiosa.— Estou sentado bem ali. — Ele apontou para a primeira fileira. — Quer me fazer companhia?Condenei o lugar, primeira fileira não estava nos meus planos, geralmente quem se senta nos primeiros assentos é obrigado a expor suas opiniões, e francamente, pretendia me manter invisível tempo suficiente para não com
Assim que entramos, inalei o cheiro divino de carne e a fome movimentou o meu estômago, seguimos em fila para o fundo da hamburgueria lotada, sendo difícil não apreciar cada detalhe, uma decoração retrô dos anos oitenta compunha cada pedacinho do lugar… SENSACIONAL!Como assim, morava em São Paulo, passeei diversas vezes pelo centro e nunca havia entrado ali? Aurora, sua distraída!Deixei a turma continuar e parei para olhar as fotos de um chinês abraçado a alguns artistas, o dono do lugar parecia ser importante.— Nossa, que lugar legal! — exclamei e me juntei ao grupo, admirada com tudo.Raica escolheu um cantinho bem ao fundo, onde não havia uma concentração muito grande de pessoas famintas.— Vocês já são muito bem-vindos! — sucateou um baixinho de olhos puxados e bandeja embaixo do braço. — Chill, Chill, vai rolar aquela porção de fritas grátis? — Raica esperta, tentou descaradamente.Chill fingiu se espantar, mas saquei que estava acostumado com o pedido.— Já querem falir o Chi