Capítulo CincoO sono havia me envolvido como um manto acolhedor, proporcionando-me um descanso merecido após dias de viagem e batalhas. Mas, como sempre, minha mente não encontrava verdadeira paz.Sonhos invadiam minha consciência.Eles nunca eram simples devaneios. Sempre carregavam um peso maior, visões que muitas vezes se tornavam realidade.Desta vez, eu estava diante dele.O rei Oregon.Sua figura imponente pairava sobre mim, os olhos escuros como o abismo brilhando com algo que eu não conseguia decifrar. Mas sua presença me sufocava, e cada palavra dita carregava um peso indescritível.— Você sabe a verdade, Kate. Você sente isso.A voz dele ecoava em minha mente, reverberando em meu peito como um trovão. Eu tentei responder, mas as palavras não saíam.Então, ele sorriu.— Nós somos iguais.Frio percorreu minha espinha. Havia algo errado, algo terrivelmente errado.— O que você quer dizer? — minha voz finalmente emergiu, carregada de hesitação.Mas Oregon apenas riu.— Você log
Parte 3: Jornada ao Reino dos DragõesCapítulo Um A alvorada trouxe consigo um sentimento agridoce. Nossa estadia no reino élfico havia chegado ao fim, e agora precisávamos seguir para nosso próximo destino: o Reino dos Dragões.A manhã estava fresca, e os jardins reais estavam cobertos pelo brilho dourado do sol nascente. A despedida era inevitável, mas o peso das alianças que havíamos conquistado tornava o momento menos difícil.O rei Lord nos recebeu no grande portão da cidade, acompanhado pelos irmãos Belmor. Galadriel, Aragon e Yavanna estavam imponentes, seus mantos esvoaçando com o vento.Filó, ainda em sua forma camaleônica, estava sobre o ombro de Atlas, piscando seus olhos grandes e atentos.— Kate, Atlas, Filomena... — Lord começou, sua voz carregada de respeito. — Em nome de todo o Reino Élfico, agradeço por sua coragem e força.Ele pousou uma mão sobre o peito, fazendo uma leve reverência.— A aliança entre nossos povos está selada. Lutaremos lado a lado quando a guerra
PARTE.01: Onde tudo começouCapítulo UmO reino de Eutanásia era um lugar maravilhoso para se viver. Suas terras eram férteis, o céu sempre límpido, e o povo, protegido por uma rainha justa e bondosa. Corigan era admirada por todos—sua compaixão e sabedoria faziam dela uma líder amada e respeitada. No entanto, a paz desse reino foi despedaçada no dia em que Oregon Pax-Sun-Din, o rei demônio, emergiu do submundo, trazendo consigo um exército de criaturas das trevas.Eu sou Kate, guerreira de Eutanásia e fiel guardiã da rainha. Vi com meus próprios olhos a escuridão engolir nossa terra. Vi aldeias serem destruídas, famílias despedaçadas e a esperança se esvair dos corações do nosso povo. Mas, de todas as atrocidades que Oregon já cometeu, há uma certeza que me assombra: ele ainda não mostrou todo o seu poder. E quando o fizer, será para tomar tudo o que restou.— Kate, você sabe que ele virá atrás de mim. — A voz de Corigan me tira dos pensamentos. Ela passa a mão em sua barriga, já eno
Capítulo DoisEu sabia que ele estava à espreita. Oregon jamais deixaria um único resquício de esperança sobreviver em Eutanásia. Mas, ainda assim, quando atravessei o portão de volta ao reino, não estava preparada para o que vi.O castelo estava em chamas.As Torres que antes tocavam o céu estavam desmoronando, engolidas pelo fogo. A bandeira de Eutanásia, símbolo de um reino próspero, queimava como um pedaço inútil de pano. O ar estava carregado de cinzas, o cheiro de carne e sangue impregnada cada canto, e os gritos dos inocentes se misturavam ao estalar das chamas.Eu queria correr até os destroços e procurar sobreviventes. Eu queria lutar. Mas não havia mais luta para travar. Oregon venceu essa batalha.Foi a primeira e última vez que chorei.As lágrimas desciam pelo meu rosto, ardendo como brasas contra minha pele. Mas eu não podia me dar ao luxo de sofrer agora. Havia pessoas que ainda precisavam de mim.Reuni os sobreviventes—mulheres, crianças e os poucos guerreiros que conse
Capítulo TrêsO som metálico dos passos de Hermes ecoava pelo meu quarto quando acordei. Seus olhos luminosos briljaram no escuro enquanto ele se aproximava.— Minha ama, ele descobriu que o menino está vivo. Oregom enviou os quatro servos para matá-lo.Meu coração parou por um instante. Quinze anos. Durante quinze anos mantive Atlas seguro no mundo do humano. Mas o tempo de paz havia acabado.— O que?! — Minha voz saiu como um trovão enquanto me levantava.Sem hesitar, abri uma fenda para o mundo humano. O ar quente e o cheiro dr fumaça atingiram mei rosto assim que atravessei o portal. O horror se revelou diante de mim.A casa de Fred é Kesia estava em chamas.O fogo consumia as parede, lambendo o céu escuro. Os gritos dr agonia deles ainda ecoavam no ar, mesmo que eu soubesse que já era tarde demais. Eu falhei.Mas Atlas... onde estava Atlas?Foi então que o vi. Chegando de bicicleta, com uma mochila pendurada nos ombros, o rosto ilimitado apenas pelas chamas que engoliram sua ca
Capítulo QuatroO treinamento começou logo após a decisão de Atlas. Nani, com sua experiência em combate, era a pessoa ideal para lhe ensinar a luta corporal. Ela o guiou em cada movimento, cada passo, cada golpe. Atlas se mostrou resistente, apesar de sua raiva, e, com o tempo, suas habilidades começaram a se aprimorar.Nani falava pouco, mas cada palavra era carregada de sabedoria.- Não se concentre apenas no golpe, Atlas. O corpo é um reflexo da mente. Se você não estiver totalmente presente, não conseguirá vencer.Atlas seguia suas instruções com intensidade, mas seu olhar ainda estava distante, perdido nas lembranças do passado. Mesmo assim, algo dentro dele começava a despertar. Cada golpe, cada movimento, parecia trazer uma conexão mais profunda com a sua verdadeira natureza.Eu, por outro lado, estava responsável por algo muito mais delicado: o despertar dos seus poderes. Ele ainda não entendia a magnitude de sua origem, mas sabia que algo mudara quando cruzou o limiar da Ilh
Capítulo CincoA manhã estava calma, e uma brisa suave soprava pelas árvores ao redor da nossa casa na Ilha Encantada. Era o tipo de dia que parecia pedir por um descanso, mas o peso de tudo o que estava acontecendo em Eutanásia não me permitia relaxar. Eu sabia que era hora de liberar Atlas para o que ele mais temia: a verdade. Ele tinha o direito de conhecer o que havia acontecido, e eu, como sua guardiã, não poderia mais ocultar debaixo das sombras.Atlas estava sentado à beira do lago, os olhos fixos no horizonte, perdido em pensamentos. Ele ainda não sabia tudo, mas já sentia que algo estava faltando. Cada novo poder que ele desbloqueava parecia trazer mais dúvidas do que respostas, e a angústia em seu coração era palpável. Eu podia ver, com a clareza de quem conhece o próprio reflexo, que ele precisava entender. Precisava saber a verdade.Me aproximei lentamente, meu passo suave, quase inaudível, como se o destino pedisse para ser revelado com cautela.— Atlas... — Falei, interr
Capítulo SeisUm ano havia se passado desde que Atlas descobriu sua verdadeira identidade, e, desde então, nossa rotina era centrada em prepará-lo para o que estava por vir. O tempo na Ilha Encantada foi dedicado a treinamentos intensos, à construção de sua força, habilidades e, acima de tudo, sua compreensão sobre o poder que carregava. Cada dia, ele ficava mais forte, mais hábil, mas ainda faltava algo. Algo que eu sabia que só ele poderia encontrar em seu próprio coração.Nós estávamos em outra ilha distante, fora dos limites do reino, onde o feitiço de invisibilidade estava em pleno efeito, mantendo nossa presença oculta de todos os olhares externos. Ali, Atlas praticava incansavelmente, enfrentando os robôs que eu criava com a ajuda de minha tecnologia, máquinas com uma inteligência quase humana, projetadas para desafiá-lo. Cada robô era mais forte que o anterior, testando seus limites.Eu observava de longe enquanto ele lutava. Cada golpe de sua katana, cada movimento de seu cor