PARTE.02: Jornada ao Reino ÉlficoCapítulo UmO céu escuro se estendia acima de nós, salpicado por incontáveis estrelas. Estávamos há mais de um dia voando sem descanso, e o peso do cansaço começava a se acumular em nossos corpos. Atlas, como sempre, fazia piadas para tentar quebrar a monotonia, mas nem mesmo ele conseguia ignorar o fato de que precisávamos de um descanso.Foi então que avistei uma pequena ilha abaixo de nós, cercada por um mar calmo e iluminada apenas pelo brilho prateado da lua.— Vamos parar ali. — Falei, apontando.Atlas suspirou em alívio.— Finalmente! Achei que minha mestra fosse me obrigar a voar até meus músculos se desfazerem.Revirei os olhos e comecei a descer.Mas assim que nos aproximamos da ilha, percebi algo estranho. O lugar estava silencioso demais. Nenhum som de criaturas noturnas, nem mesmo o barulho das ondas quebrando contra as rochas.Foi então que vimos.No centro da ilha, um grupo de criaturas sombrias se movia em círculos ao redor de algo—ou
Capítulo DoisA noite caiu sobre a pequena ilha, e uma leve brisa soprou enquanto nos sentamos ao redor de uma fogueira improvisada.Atlas suspirou dramaticamente, segurando o estômago.— Kate, se não comermos logo, vou virar pó!Revirei os olhos e murmurei um feitiço. Folhas próximas começaram a brilhar suavemente e, em poucos segundos, se transformaram em pão, frutas e pedaços de carne seca.— Aqui está sua comida, drama ambulante. — Empurrei um pedaço de pão para ele.Atlas pegou a comida e deu um sorriso satisfeito.— Você é a melhor, xuxuzinho!Filomena observava tudo com curiosidade, segurando um pedaço de fruta.— Vocês sempre brigam assim?Atlas riu.— Brigar? Eu chamo de amor fraternal... apesar de Kate ser péssima em demonstrar afeto.Eu o encarei.— E eu chamo de paciência, porque conviver com você é um verdadeiro teste.Filomena riu baixinho, parecendo mais relaxada.— Vocês são engraçados.Atlas se virou para ela com um olhar curioso.— E você, Filó? Posso te chamar de Fi
Capítulo Quatro Eu confesso que estava completamente exausta. O peso da viagem e da batalha contra os demônios de Oregon começaram a cobrar seu preço assim que paramos diante dos enormes portões do palácio élfico. Meu corpo doía, minha mente estava saturada e, por um momento, desejei apenas me afundar em um colchão macio e dormir por dias.Mas ainda não era hora de descanso.O interior do castelo era um espetáculo à parte. Altas colunas de pedra entrelaçadas por raízes douradas sustentavam a estrutura, e vinhas luminosas pendiam do teto, espalhando um brilho suave e acolhedor. Pequenas fadas voavam ao redor, observando-nos com curiosidade, e a arquitetura refinada refletia toda a graça e grandiosidade do povo élfico.No centro do salão principal, sentado em um trono esculpido em madeira viva e adornado com folhas prateadas, estava Lord Eldrin, o Rei dos Elfos.Ele era um elfo alto e imponente, de cabelos longos e prateados como a luz da lua, olhos cor de âmbar e uma expressão sábia,
Capítulo CincoO sono havia me envolvido como um manto acolhedor, proporcionando-me um descanso merecido após dias de viagem e batalhas. Mas, como sempre, minha mente não encontrava verdadeira paz.Sonhos invadiam minha consciência.Eles nunca eram simples devaneios. Sempre carregavam um peso maior, visões que muitas vezes se tornavam realidade.Desta vez, eu estava diante dele.O rei Oregon.Sua figura imponente pairava sobre mim, os olhos escuros como o abismo brilhando com algo que eu não conseguia decifrar. Mas sua presença me sufocava, e cada palavra dita carregava um peso indescritível.— Você sabe a verdade, Kate. Você sente isso.A voz dele ecoava em minha mente, reverberando em meu peito como um trovão. Eu tentei responder, mas as palavras não saíam.Então, ele sorriu.— Nós somos iguais.Frio percorreu minha espinha. Havia algo errado, algo terrivelmente errado.— O que você quer dizer? — minha voz finalmente emergiu, carregada de hesitação.Mas Oregon apenas riu.— Você log
Parte 3: Jornada ao Reino dos DragõesCapítulo Um A alvorada trouxe consigo um sentimento agridoce. Nossa estadia no reino élfico havia chegado ao fim, e agora precisávamos seguir para nosso próximo destino: o Reino dos Dragões.A manhã estava fresca, e os jardins reais estavam cobertos pelo brilho dourado do sol nascente. A despedida era inevitável, mas o peso das alianças que havíamos conquistado tornava o momento menos difícil.O rei Lord nos recebeu no grande portão da cidade, acompanhado pelos irmãos Belmor. Galadriel, Aragon e Yavanna estavam imponentes, seus mantos esvoaçando com o vento.Filó, ainda em sua forma camaleônica, estava sobre o ombro de Atlas, piscando seus olhos grandes e atentos.— Kate, Atlas, Filomena... — Lord começou, sua voz carregada de respeito. — Em nome de todo o Reino Élfico, agradeço por sua coragem e força.Ele pousou uma mão sobre o peito, fazendo uma leve reverência.— A aliança entre nossos povos está selada. Lutaremos lado a lado quando a guerra
PARTE.01: Onde tudo começouCapítulo UmO reino de Eutanásia era um lugar maravilhoso para se viver. Suas terras eram férteis, o céu sempre límpido, e o povo, protegido por uma rainha justa e bondosa. Corigan era admirada por todos—sua compaixão e sabedoria faziam dela uma líder amada e respeitada. No entanto, a paz desse reino foi despedaçada no dia em que Oregon Pax-Sun-Din, o rei demônio, emergiu do submundo, trazendo consigo um exército de criaturas das trevas.Eu sou Kate, guerreira de Eutanásia e fiel guardiã da rainha. Vi com meus próprios olhos a escuridão engolir nossa terra. Vi aldeias serem destruídas, famílias despedaçadas e a esperança se esvair dos corações do nosso povo. Mas, de todas as atrocidades que Oregon já cometeu, há uma certeza que me assombra: ele ainda não mostrou todo o seu poder. E quando o fizer, será para tomar tudo o que restou.— Kate, você sabe que ele virá atrás de mim. — A voz de Corigan me tira dos pensamentos. Ela passa a mão em sua barriga, já eno
Capítulo DoisEu sabia que ele estava à espreita. Oregon jamais deixaria um único resquício de esperança sobreviver em Eutanásia. Mas, ainda assim, quando atravessei o portão de volta ao reino, não estava preparada para o que vi.O castelo estava em chamas.As Torres que antes tocavam o céu estavam desmoronando, engolidas pelo fogo. A bandeira de Eutanásia, símbolo de um reino próspero, queimava como um pedaço inútil de pano. O ar estava carregado de cinzas, o cheiro de carne e sangue impregnada cada canto, e os gritos dos inocentes se misturavam ao estalar das chamas.Eu queria correr até os destroços e procurar sobreviventes. Eu queria lutar. Mas não havia mais luta para travar. Oregon venceu essa batalha.Foi a primeira e última vez que chorei.As lágrimas desciam pelo meu rosto, ardendo como brasas contra minha pele. Mas eu não podia me dar ao luxo de sofrer agora. Havia pessoas que ainda precisavam de mim.Reuni os sobreviventes—mulheres, crianças e os poucos guerreiros que conse
Capítulo TrêsO som metálico dos passos de Hermes ecoava pelo meu quarto quando acordei. Seus olhos luminosos briljaram no escuro enquanto ele se aproximava.— Minha ama, ele descobriu que o menino está vivo. Oregom enviou os quatro servos para matá-lo.Meu coração parou por um instante. Quinze anos. Durante quinze anos mantive Atlas seguro no mundo do humano. Mas o tempo de paz havia acabado.— O que?! — Minha voz saiu como um trovão enquanto me levantava.Sem hesitar, abri uma fenda para o mundo humano. O ar quente e o cheiro dr fumaça atingiram mei rosto assim que atravessei o portal. O horror se revelou diante de mim.A casa de Fred é Kesia estava em chamas.O fogo consumia as parede, lambendo o céu escuro. Os gritos dr agonia deles ainda ecoavam no ar, mesmo que eu soubesse que já era tarde demais. Eu falhei.Mas Atlas... onde estava Atlas?Foi então que o vi. Chegando de bicicleta, com uma mochila pendurada nos ombros, o rosto ilimitado apenas pelas chamas que engoliram sua ca