Capítulo NoveO tempo passou depressa, como areia escorrendo por entre os dedos. Mais um ano se foi, e Atlas agora tinha 17 anos. Ele não era mais um menino-era um homem. Seu corpo, antes mais franzino, agora estava definido pelo treinamento intenso. Seus olhos carregavam uma maturidade que não possuíam antes. Ainda brincalhão, ainda provocador, mas agora com um olhar mais sério, ciente da responsabilidade que carregava sobre os ombros.Amanhã partiríamos. Nossa jornada estava apenas começando, e nosso objetivo era claro: encontrar aliados para a guerra que estava longe de terminar. Oregon continuava em busca de Atlas, e, cedo ou tarde, precisaríamos enfrentá-lo. Mas, para isso, precisávamos de forças além das nossas.- Fique parado, seu pentelho. - resmungou Nani, cortando os longos cabelos de Atlas que insistiam em crescer de forma absurda.Ele riu, inclinando a cabeça para trás de propósito.- Ai, Nani... Você tem mãos de ferro! Cuidado para não cortar minha cabeça junto.- Seria m
Capítulo DezO céu estava limpo e a brisa leve balançava as folhas das árvores ao redor da Ilha Encantada. O dia da partida havia chegado.Atlas ajustava as alças da mochila enquanto Nani terminava de organizar os últimos suprimentos. Havia um ar de expectativa misturado à melancolia da despedida.— Tem certeza de que não quer vir, Nani? — perguntei, dobrando o mapa e guardando-o no bolso.Ela sorriu, mas seus olhos carregavam um peso que eu conhecia bem.— Alguém precisa proteger a Ilha Encantada enquanto vocês estiverem fora. Além disso, esse é o destino de vocês dois, não o meu.Atlas bufou, cruzando os braços.— Isso é um absurdo! Você luta tão bem quanto a Kate. Se viesse, nossa missão seria mais fácil.— Ou talvez vocês se tornassem dependentes demais da minha ajuda. — Nani sorriu de lado e bagunçou o cabelo dele. — Agora vá, antes que eu mude de ideia e te prenda aqui para sempre.Atlas revirou os olhos, mas não conseguiu esconder o brilho emocionado ao encarar a mulher que o c
PARTE.02: Jornada ao Reino ÉlficoCapítulo UmO céu escuro se estendia acima de nós, salpicado por incontáveis estrelas. Estávamos há mais de um dia voando sem descanso, e o peso do cansaço começava a se acumular em nossos corpos. Atlas, como sempre, fazia piadas para tentar quebrar a monotonia, mas nem mesmo ele conseguia ignorar o fato de que precisávamos de um descanso.Foi então que avistei uma pequena ilha abaixo de nós, cercada por um mar calmo e iluminada apenas pelo brilho prateado da lua.— Vamos parar ali. — Falei, apontando.Atlas suspirou em alívio.— Finalmente! Achei que minha mestra fosse me obrigar a voar até meus músculos se desfazerem.Revirei os olhos e comecei a descer.Mas assim que nos aproximamos da ilha, percebi algo estranho. O lugar estava silencioso demais. Nenhum som de criaturas noturnas, nem mesmo o barulho das ondas quebrando contra as rochas.Foi então que vimos.No centro da ilha, um grupo de criaturas sombrias se movia em círculos ao redor de algo—ou
Capítulo DoisA noite caiu sobre a pequena ilha, e uma leve brisa soprou enquanto nos sentamos ao redor de uma fogueira improvisada.Atlas suspirou dramaticamente, segurando o estômago.— Kate, se não comermos logo, vou virar pó!Revirei os olhos e murmurei um feitiço. Folhas próximas começaram a brilhar suavemente e, em poucos segundos, se transformaram em pão, frutas e pedaços de carne seca.— Aqui está sua comida, drama ambulante. — Empurrei um pedaço de pão para ele.Atlas pegou a comida e deu um sorriso satisfeito.— Você é a melhor, xuxuzinho!Filomena observava tudo com curiosidade, segurando um pedaço de fruta.— Vocês sempre brigam assim?Atlas riu.— Brigar? Eu chamo de amor fraternal... apesar de Kate ser péssima em demonstrar afeto.Eu o encarei.— E eu chamo de paciência, porque conviver com você é um verdadeiro teste.Filomena riu baixinho, parecendo mais relaxada.— Vocês são engraçados.Atlas se virou para ela com um olhar curioso.— E você, Filó? Posso te chamar de Fi
Capítulo Quatro Eu confesso que estava completamente exausta. O peso da viagem e da batalha contra os demônios de Oregon começaram a cobrar seu preço assim que paramos diante dos enormes portões do palácio élfico. Meu corpo doía, minha mente estava saturada e, por um momento, desejei apenas me afundar em um colchão macio e dormir por dias.Mas ainda não era hora de descanso.O interior do castelo era um espetáculo à parte. Altas colunas de pedra entrelaçadas por raízes douradas sustentavam a estrutura, e vinhas luminosas pendiam do teto, espalhando um brilho suave e acolhedor. Pequenas fadas voavam ao redor, observando-nos com curiosidade, e a arquitetura refinada refletia toda a graça e grandiosidade do povo élfico.No centro do salão principal, sentado em um trono esculpido em madeira viva e adornado com folhas prateadas, estava Lord Eldrin, o Rei dos Elfos.Ele era um elfo alto e imponente, de cabelos longos e prateados como a luz da lua, olhos cor de âmbar e uma expressão sábia,
Capítulo CincoO sono havia me envolvido como um manto acolhedor, proporcionando-me um descanso merecido após dias de viagem e batalhas. Mas, como sempre, minha mente não encontrava verdadeira paz.Sonhos invadiam minha consciência.Eles nunca eram simples devaneios. Sempre carregavam um peso maior, visões que muitas vezes se tornavam realidade.Desta vez, eu estava diante dele.O rei Oregon.Sua figura imponente pairava sobre mim, os olhos escuros como o abismo brilhando com algo que eu não conseguia decifrar. Mas sua presença me sufocava, e cada palavra dita carregava um peso indescritível.— Você sabe a verdade, Kate. Você sente isso.A voz dele ecoava em minha mente, reverberando em meu peito como um trovão. Eu tentei responder, mas as palavras não saíam.Então, ele sorriu.— Nós somos iguais.Frio percorreu minha espinha. Havia algo errado, algo terrivelmente errado.— O que você quer dizer? — minha voz finalmente emergiu, carregada de hesitação.Mas Oregon apenas riu.— Você log
Parte 3: Jornada ao Reino dos DragõesCapítulo Um A alvorada trouxe consigo um sentimento agridoce. Nossa estadia no reino élfico havia chegado ao fim, e agora precisávamos seguir para nosso próximo destino: o Reino dos Dragões.A manhã estava fresca, e os jardins reais estavam cobertos pelo brilho dourado do sol nascente. A despedida era inevitável, mas o peso das alianças que havíamos conquistado tornava o momento menos difícil.O rei Lord nos recebeu no grande portão da cidade, acompanhado pelos irmãos Belmor. Galadriel, Aragon e Yavanna estavam imponentes, seus mantos esvoaçando com o vento.Filó, ainda em sua forma camaleônica, estava sobre o ombro de Atlas, piscando seus olhos grandes e atentos.— Kate, Atlas, Filomena... — Lord começou, sua voz carregada de respeito. — Em nome de todo o Reino Élfico, agradeço por sua coragem e força.Ele pousou uma mão sobre o peito, fazendo uma leve reverência.— A aliança entre nossos povos está selada. Lutaremos lado a lado quando a guerra
PARTE.01: Onde tudo começouCapítulo UmO reino de Eutanásia era um lugar maravilhoso para se viver. Suas terras eram férteis, o céu sempre límpido, e o povo, protegido por uma rainha justa e bondosa. Corigan era admirada por todos—sua compaixão e sabedoria faziam dela uma líder amada e respeitada. No entanto, a paz desse reino foi despedaçada no dia em que Oregon Pax-Sun-Din, o rei demônio, emergiu do submundo, trazendo consigo um exército de criaturas das trevas.Eu sou Kate, guerreira de Eutanásia e fiel guardiã da rainha. Vi com meus próprios olhos a escuridão engolir nossa terra. Vi aldeias serem destruídas, famílias despedaçadas e a esperança se esvair dos corações do nosso povo. Mas, de todas as atrocidades que Oregon já cometeu, há uma certeza que me assombra: ele ainda não mostrou todo o seu poder. E quando o fizer, será para tomar tudo o que restou.— Kate, você sabe que ele virá atrás de mim. — A voz de Corigan me tira dos pensamentos. Ela passa a mão em sua barriga, já eno