POV - Anahi
Adagas. Clavas. Espadas. Fundas. Machados. Punhais. Tridentes. Ao redor das histórias, guerreiros usaram grandes armas para derrotar seus inimigos. Mas até os dias de hoje, nenhuma espada se tornou maior que o poder escondido atrás do olhar. E quanto mais olhos, mais armas você tem. Ao entrar em uma guerra, você nunca deve entrar sozinho. Você precisa ter um aliado. Ou como eu prefiro chamar, uma coruja. Alguém que veja quando você não estiver presente para ver.
Enquanto entrevisto a décima sétima candidata, Leah, uma garota de cabelos loiros curtos e um entusiasmo exuberante, noto os olhares de Bethoven, sentado à direita em uma das poltronas para me avaliar. Seus olhos percorrem as coxas da garota como uma raposa caçando sua presa. Apesar do bom currículo, ela será dispensada. Os olhares daquele homem só terão direção para mim.
Leah, apesar de nervosa, terminou a entrevista recebendo um aperto de mão do CEO, saindo pela porta enquanto o candidato seguinte ainda não entrava na sala. Estranhamente, nenhuma das outras dezesseis concorrentes havia recebido quaisquer contato físico do homem. Ela era sua favorita, visivelmente. Mas eu faria um grande favor para ela em não contratá-la.
— Desculpa o atraso. — Entrou o rapaz alguns minutos depois que Leah saiu, sentando-se. Bethoven o fitou de cima para baixo, incomodado com a roupa que ele vestia. A calça preta, cheia de furos e o cinto com spikes não eram pior do que o cropped que exibia sua barriga magrela.
— Luigi Fabiani, certo? — Pergunto, conferindo os dados através do monitor. Era o último currículo do dia.
— Isso! — Ele confirmou, sentando-se.
— Interessante, você acabou de terminar um estágio. O que te motivou a sair de lá?
— O contrato acabou. — Ele justificou. — Eles preferiram não renovar. — Concluiu.
Notei que Bethoven ajeitou a gravata e abriu as pernas, de forma que seu saco volumoso ficasse bem exposto entre a marca do tecido. A questão era que o tom de voz do Luigi era mais feminino do que o de Leah. Não somente, o jovem de cabelos encaracolados se expressava bastante utilizando as mãos, quase que de maneira performática. Ele também tinha a mania de vez ou outra passar a mão por trás da orelha, como se estivesse ajustando um longo cabelo, tal como uma mulher fazia.
— E por que você gostaria de trabalhar na PAVAN Co.? — Repeti a pergunta pela décima oitava vez.
— Essa empresa é babado, né? — Ele falava de maneira completamente informal, e a gíria fez Bethoven olhar para mim com os olhos esbugalhados. O homem engravatado estava tão vermelho que parecia ter comido um crustáceo. — Se eu entro aqui, meu amor, é sucesso na certa!
— E qual a sua maior qualidade, Luigi? — Bethoven interrompeu, fazendo a pergunta no meu lugar, acelerando o processo.
— Or-ga-ni-za-ção. — Ele citou cada sílaba separadamente. — Meu bem, eu vi aquela papelaria ali toda jogada no chão. Deus me livre ficar num lugar assim! — Ele exclamou como se um pecado capital tivesse acontecido. — Sem querer ser fofoqueiro, mas se eu fosse o CEO daqui, eu mandaria quele povo da impressão tudo embora. Ô lugar bagunçado!
— Bom, o RH entrará em contato com o senhor em breve. — O CEO se levantava em direção a porta, abrindo-a, convidando o candidato a retirar-se antes do fim da entrevista. Luigi estava fora de sua consideração.
— Nossa, mas já? Tá bom, foi um prazer conhecer vocês. Querida, amei a franja, viu? — Ele se despediu de mim enquanto passava pela porta, me mandando beijos, mas ignoro. Bethoven se dirigiu até a mim soltando todo o ar que prendia, respirando aliviado, como se estivesse se afogado nos últimos minutos. Eu permanecia concentrada, reunindo as informações que havia obtido dos candidatos.
— Depois dessa... — Ele voltou a sentar-se na cadeira principal, de onde saí. — Acredito que o resultado seja perceptível, mas espero ouvir a sua opinião para saber se realmente tem a capacidade que espero.
— Temos candidatos bem fortes, com currículos dinâmicos aqui. — Argumento, exibindo-os na tela. — Mas um candidato foi o que mais chamou atenção, principalmente pela sua naturalidade. — Destaco.
— Certo. Qual? — Ele ansiava que eu lesse os seus pensamentos.
— O último. Luigi Fabiani. Ele tem um bom histórico, apesar de não muita experiência, e parece uma pessoa espontânea. — Argumento neutra.
— Você está brincando? — O vejo ficar vermelho de raiva. — Ele foi completamente... — Fiquei encarando-o, à espera de algum adjetivo pejorativo. Mas ele respirou fundo, desabotoando também o primeiro botão da blusa e recostando mais ainda as costas na poltrona. Minha escolha havia deixado o bilionário completamente desconfortável. — O que acha da garota anterior a ele, a loira?
— Ela estava bem segura. — Argumentei. — Mas não é o perfil da empresa.
— E por que acha isso? — Ele franziu a testa, surpreso.
Me levantei lentamente, me colocando atrás de Bethoven, com o corpo inclinado para expor o currículo de Leah na tela, juntamente de fotos dela em suas redes sociais. A garota, que trabalhava como modelo nas horas vagas, tinha curvas bem específicas em seu corpo. Minha intenção era provocá-lo.
— Ela é bonita demais, não acha? — Faço a retórica. — E nesta empresa, bem, temos homens demais. — Sorrio. — Não seria interessante para a dinâmica do grupo ter uma mulher que chamasse atenção demais na equipe... — Falo cautelosamente ao olhar diante dos seus olhos. — Percebe quantas vezes precisei falar a palavra "demais"?
— Hm. — Ele parece entender meu raciocínio. — O que teme?
— Eu estou na área corporativa há anos, senhor Bethoven. — Digo me sentando na mesa, de maneira ousada, ficando em frente a ele com as pernas cruzadas, tendo o olhar do homem voltado para aquela região da minha calça apertada. — Você sabe quantas propostas eu recebi de homens vinte anos mais velhos do que eu?
— Não imagino. — Ele direcionou seu olhar de volta para a tela.
— Demais. — Repito a palavra. — Mas nem todas as garotas da minha idade tem a perspicácia de dizer não para alguém de cargo superior, por exemplo. — Me levanto da mesa. — Essa garota aqui poderia causar muitos problemas. É melhor evitar.
— Você está correta. — Ele abaixou a cabeça, fechando o perfil da moça na rede social. — Mas realmente, a melhor opção que temos é o último?— Eu não estou escolhendo a melhor opção, senhor Bethoven. — Me sento na cadeira novamente. — Mas a que vai nos ajudar.
— Você está dizendo a respeito da bagunça do escritório? — Ele questiona, retirando o terno e o colocando na cadeira.
— Eu estou dizendo que hoje em dia toda empresa tem um funcionário LGBT, senhor Bethoven. Você sabe do que eles chamam na internet? Representatividade e inclusão... — Ele parece curioso com as palavras que cito, atento a forma como meus lábios se movem. — Mas sabe do que eu chamo? Oportunidade e bonificação.
Ele exibiu um sorriso satisfatório no rosto.
— Você é visionária, Anahi. — Ele se aproxima de mim, voltando a abotoar a parte da camisa. — Está contratada.
Sorrio de canto da boca, mostrando a inocência novamente.
— Sabe... — Ele continuou se aproximando de mim. — Eu sabia que alguém com o mesmo nome que a minha avó não decepcionaria. Você foi uma boa coincidência. — *Eu disse que a escolha do nome havia sido calculada meticulosamente.
— Eu darei as boas notícias ao Luigi. — Confirmo.
— Mas antes, esteja aqui amanhã às 8h, eu te apresentarei a equipe no início do expediente. — Ele anunciou. — Seja bem vinda à PAVAN Corporation. — Ele estendeu a mão para cumprimentá-lo, e assim o fiz.
Ao chegar em casa, abro os trincos do apartamento, tirando aquela calça apertada imediatamente, juntamente da blusa que impediam meus peitos de respirarem, antes mesmo de voltar a trincar a porta. Ficando somente de calcinha e sutiã, observo quando Luigi aparece folgado, usando apenas uma cueca boxer, com uma taça de sorvete em suas mãos e se senta no sofá, assistindo uma das séries LGBTs que a PAVAN Play disponibiliza em seu catálogo.
— O quanto você mentiu no meu currículo? — Ele pergunta, saboreando o creme da colher.
— O suficiente. Você está contratado. — Dou-lhe a notícia, voltando a pegar a calça para estendê-la no sofá.
— Mentira? — Ele leva um susto. — Aquele salário gordo vai ser só meu? — Ele quase dá um salto do sofá.
— Você sabe que o dinheiro nunca foi um problema pra mim. — Respondo. — Mas sim, e obrigada por aceitar fazer parte disso... corujinha. — O agradeço de forma sincera.
— Eu realmente achei que dessa vez você não conseguiria, Petra. — Ele debochou, pegando mais sorvete da taça. — Ou devo dizer, Anahi?
— Me subestimou outra vez, Luigi? — Questiono.
— Eu só me pergunto... — Ele fala se levantando enquanto saboreia o sorvete, me rodeando. — Como a Assassina de Bilionários vai lidar com um bofe tão... Escândalo!
— O que quer dizer? — Olho para ele pela franja da testa.— Eu a vi destruir a reputação de grandes homens, mas quase todos velhos ou pançudos. — Ele se sentou no braço do sofá, ficando abaixo da minha visão. — O que fará agora com um dos homens mais bonitos do país?
Cerrei os olhos, incrédula. Eu jamais veria Bethoven daquela forma. Eu não sou hipócrita. Não há problema algum em misturar trabalho com prazer. Inclusive, isso o torna melhor. Durante meus anos como infiltrada nas diversas companhias, estive na cama de diversos bilionários. Mas todos eram vítimas de meus clientes. Bethoven é diferente. Ele é uma vítima minha. A vingança que busco é pessoal.
— Antes que comece a gracinha, eu ainda tenho um trabalho pra você fazer. — Pego dentro da minha bolsa um cheque com uma quantia especial, mudando a direção do assunto. — Deposite amanhã nesta conta que está indicada.
— Tenho até medo de perguntar para quem é. Dinheiro sujo novamente? — Ele indaga, se refusando a pegar o valor.
— A sua vaga precisava ficar liberada de alguma forma, não? — Insisto em entregar o papel a Luigi.
— Quinhentos mil, Anahi! — Ele fica tão surpreso que a colher cai no chão. — Isso aqui tem fundo?
— Faça o depósito logo pela manhã. A garota está mandando mensagens, nervosa por ter pedido demissão. Como se a quantia que eu a dei de entrada já não fosse o suficiente. — Reviro meus olhos.
— Pode deixar. — Ele confirma, guardando o talão.
— E Alison, como está? — Pergunto sobre minha irmã.
— Na mesma. Dei a medicação assim que cheguei. Deve estar dormindo agora.
— Bom, já está na hora da colostomia. Se me dá licença. — Digo me dirigindo ao quarto.
— Fecha a porta, por favor! — Ele diz tampando o nariz.
Ao caminhar para o quarto, coloco uma máscara e fecho a porta para realizar o procedimento. Não tenho nojo, não de ter que depositar na bacia as fezes e urina de minha irmã retiradas da bolsa de colostomia. A repulsa que sinto vem daqueles que a deixaram nessa situação e estão ostentando em iates e jatinhos. Esses sim merecem o meu desprezo. Enquanto termino de fazer a troca da bolsa que liga até o seu intestino grosso, a permitindo evacuar, a observo descansar, sem esboçar qualquer reação. Esta não é uma forma digna de se viver.
Estou certa de que Bethoven pagará pelo o que fez.
POV - BethovenDireita. Esquerda. Para cima. Direita. Para cima. Esquerda. Direita. Mal consigo decidir o lado em que vou ficar na minha cama, sequer tenho sono. A imagem de sua pele branca com aquele bronze, a franja preta com a entrada bagunçada na testa e os lábios vermelhos chamativos ecoam na minha cabeça. É insuficiente mantê-la na minha cabeça, preciso acender o abajur para pegar o telefone e ver a sua imagem de perfil pelo aplicativo de mensagens. Anahi é tentadora.Noto que já são seis da manhã. Não sei quanto tempo dormi, se dormi, mas já era a hora de levantar. Me coloco de pé, mandando-lhe uma mensagem de bom dia no privado, e, em seguida, fazendo o mesmo no grupo da empresa. Ignoro o grupo da família, as crianças não gostam.Tomo meu banho, escovo os dentes. Não demoro no banheiro. Logo, começo a me arrumar, vestindo a mesma calça preta e a blusa social com a gravata preta e o terno azulado. Em meu guarda roupa havia uma coleção de peças idênticas. Não gostava muito de va
POV - AnahiCravos. Dálias. Girassóis. Margaridas. Orquídeas. Rosas. Tulipas. Eu odeio todos os tipos de flores. Mas recebê-las no momento da apresentação aos funcionários arrancou um sorriso genuíno de meus lábios. Bethoven estava realmente disposto a me agradar. Seja pela mensagem editada propositalmente com um batom vermelho ou pelo meu comportamento atrativo. O que ele não sabia era que a flor tinha seus espinhos.Na sala, estavam todos reunidos antes de começarmos o expediente: Bethoven, o CEO; Oliver, o Vice Presidente; Felix, o Diretor Financeiro, Salma, a Diretora de Marketing; Nestor, Diretor de Tecnologia; Levi, do RH; Andreas, diretor de Relações Internacionais, alguns funcionários e secretários como Luigi. Todos brindavam pela nova etapa que a empresa iniciaria. — Será inesquecível! — Salma brindou a taça com os demais. *Eu concordo, querida. Será.— Seja bem-vinda, Anahi. — Cumprimentou a mim o vice presidente. Todos foram bem simpáticos, com exceção de dois: o Diretor
POV - AnahiNove. Dez. Onze. Meio Dia. Uma. Duas. As horas se passaram até a primeira mensagem de Nestor ser enviada até a mim, negando a possibilidade de entrar no sistema de segurança do Setor Financeiro. — Você está brincando comigo? — Falo o encarando em minha frente após chamá-lo para minha sala novamente. — Eu sei que você invadiu sistemas muito mais fortes do que este.— Você ainda não me deu a oportunidade de falar. — Ele me interrompia. — Eu não consigo acessar daqui de fora. — Ele retirou um pen-drive. — Coloque no computador dele.— É disso que você precisa? — Indago, pegando o objeto.— O Sistema de Segurança não é difícil de invadir, mas o computador, que obtém as informações bancárias tem reconhecimento facial. Eu preciso desativá-lo. — Ele alertou.— Por quanto tempo?— Pelo menos, quinze minutos.— Os aposentados primeiro. — Indico a passagem para o lado de fora da sala.Abri a porta da sala de Felix Vitorio sem sequer bater nela, me dirigindo até a sua cadeira. O home
POV - AnahiAlexander. Henry. James. Luke. Taylor. Vincent. Foram vários os homens que passaram pela minha cabeça enquanto meu corpo pulava sobre o membro pequeno do velho barrigudo. Além de não ser atraente, não aguentou muito tempo e chegou ao orgasmo depois dos primeiros quinze minutos. Estava tão velho que não se importava em retribuir. Não que houvesse algum prazer da minha parte de qualquer forma.— Você... É... Fantástica. — Ele falava com dificuldade em sua respiração. Eu olhava para ele com um sorriso, saindo de cima de seu corpo e deitando ao seu lado. — Nunca estive com uma mulher como você.— E eu nunca estive com um homem tão experiente... — O elogiei, sussurrando.Me levantei da cama, sentando, para colocar a minha roupa, enquanto o homem se dirigia ao banheiro. O quarto, completamente bagunçado, mostrava sua pacata vida solitária. Sua última esposa havia morrido há alguns anos e os filhos não se importavam em visitá-lo. Essa última informação eu não obtive pelos arquivos
POV - BethovenCintura. Costela. Busto. Nuca. Rosto. Cabelo. Finalmente tive uma de minhas mãos segurando os cabelos de Anahi. Desde o momento em que lhe entregava as flores, havia me convencido que estava fascinado pela sua aparência. Mas a atração ia além das suas características físicas. Sua voz suave atiçava a minha curiosidade em saber se sua pele tinha a mesma textura. A postura determinada e imponente me fazia questionar como ela se comportaria sob a minha dominância.Sierra foi a única que me fez sentir-me daquele jeito. Pelo menos, até o dia de sua entrevista. Nenhuma mulher normal corrigiria o nome que o seu futuro chefe pronunciaria errado. Mas Anahi não era uma mulher comum, ela era única, de aparência e personalidade. Em três dias eu estava fascinado pelo ser que se escondia naquela mulher.Meu rosto foi de encontro ao seu, de forma que senti o seu ar entrar pelas minhas narinas e vice-versa. Ela, estranhamente, não se afastou, tampouco reclamou. Também não se aproximou.
POV - AnahiÁgua. Fogo. Terra. Vento. Quatro elementos distintos, que quando se encontram, geram uma nova sensação na natureza. A água, embora apague o fogo, evapora ao destruir a chama; O vento, mesmo que mais leve que a terra, é capaz de construir tempestades de areia. O fogo e a terra constroem a lava que faz um vulcão erudir. Igualmente, a minha conexão com Bethoven na noite anterior havia me despertado fortes sensações.Em primeiro lugar, o prazer acima de tudo. Não foram muitos os homens que conseguiram me satisfazer, mas ele se esforçou, confesso que chegou perto. Se não estivesse tão retraído, talvez a noite poderia ter sido mais prazerosa para mim, mas não é uma crítica. Os últimos homens com quem havia me envolvido sexualmente ou não duravam o suficiente, ou não aguardavam a minha vez. Geralmente, não é algo que me incomoda tanto, já que essas últimas relações foram todas por mútuo interesse: eles em transar comigo e eu em destruí-los. Mas algo entre Bethoven e eu se destaco
POV - AnahiEletrônica. Funk. Hip Hop. Pop. Rap. Trap. O barulho alto da música reverberava por todo o salão de festas. O bilionário era tão rico que possuía o próprio cômodo para festas dentro de sua mansão. As bexigas alternadas entre as cores bege e prata davam um ar menos infantil ao aniversário de dezoito anos do bilionário. O salão estava repleto de jovens adolescentes da sua mesma faixa etária, que se vestiam feito delinquentes, incapazes de definir o ambiente que residiam.— Eu disse que os amigos dele eram estranhos. — Bethoven me entregava uma taça de vinho branco, sorrindo. — Mas estou feliz que esteja aqui.A pista de dança alternava suas cores pelo reflexo do globo espelhado. Luigi, andando de um lado para o outro, trajado de um terno rosa belíssimo, fazia questão de que cada detalhe saísse como combinado; planejar uma boa festa para ele era tão importante quanto respirar. Noto que ele prova um dos pratos de entrada enquanto os adolescentes dançam na pista.— Qual deles é
POV - AnahiAthena. Diana. Elektra. Joan. Monalisa. Nikita. Petra. Rebeca. Samira. Tahani. Ao longo dos últimos quinze anos, essas foram algumas das identidades que assumi em meus trabalhos. Em algumas culturas, acredita-se que o nome de uma mulher reflete sua autenticidade e como ela se manifesta no mundo. Eu discordo. Reduzir os valores de uma mulher ao seu nome é minimizar suas conquistas; é nos simplificar à única posse que não tivemos o direito de escolha: o nome. Por isso, a cada missão, escolho uma identidade diferente. Por agora, podem me chamar de Anahi.Apesar de não ser do meu fetiche repetir a letra inicial dos nomes que uso em meu trabalho, acreditem, logo vocês descobrirão o motivo de minha pertinente decisão.Hidratante. Protetor Solar. Corretor. Primer. Sombra. Delineador. Base. Pó Facial. Batom vermelho. E um pouco de blush rosado nas bochechas. Esses dois últimos são fundamentais: enquanto o batom fortifica a sua imagem de amadurecimento, o blush suaviza o seu intele