Já estávamos nos acostumando com aquela rotina... Matar monstros, levantar recursos, descobrir lugares, desvendar mistérios... Isso havia se tornado nosso dia a dia... Nossa rotina.
— Para Belácia, pai? — perguntou Isabela, chamando-me novamente de pai.
— Sim, filha... Mas por que agora me chama de "pai" ou "Rick"?! Por que a mudança grotesca?! — perguntei quase me sentindo ofendido.
— Não é grotesca, pai! É mais madura... E fique tranquilo, eu sempre vou ter o mesmo apreço por você! — disse Isabela sorrindo agradavelmente.
— Hum, ok minha menina... — disse com um aperto no coração, abraçando-a carinhosamente.
— Então... Betácia? É esse mesmo o nome? — questionou Danton.— É Belácia, Danton! — corrigiu Isabela.— Ah, sim, Belácia! Então, estamos muito longe? — perguntou Danton curioso.— Baboo, um sinal está novamente sendo capitado no painel! — disse Joel intrigado.— É aquele mesmo sinal de antes! — disse Baboo perplexa.— Baboo! O que está fazendo? Você está seguindo a nave? Isso pode ser perigoso! — disse Joel preocupado.— Joel, deixe-a. Tem algo que ela precisa descobrir... — disse me sentindo confortável.
O quê? Acordei na minha cama? Na minha casa, na Terra?Levantei rapidamente e fui até os outros cômodos da pequena casa e não vi ninguém... Onde estavam os outros? Onde eu estava? Quis sair dali imediatamente... Procurei minha adaga e encontrei-a pendurada na parede como um suvenir. Seria possível? Tudo aquilo apenas um sonho? Eu não podia acreditar que fora apenas fantasia!Confuso e desesperado corri para fora, e olhei para o céu... Estava totalmente coberto por uma névoa ou algo muito próximo disso. Subi pela mesma rua que subira por meses para ir ao trabalho e ao virar para a avenida principal duas quadras acima de casa, me deparei com pilhas e pilhas de corpos de pessoas mortas. Mortons. Eles eram o motivo das pilhas de corpos, e extraiam algo dos cadáveres. De repente um morton que tinha asas e voava
O silêncio foi ouvido por alguns segundos, que pareceram horas pela tensão que estávamos sentindo.— O que você disse que esse Governador havia feito, Baboo? — perguntou Joel de forma sutil.Quando Joel lhe fez essa pergunta, e Baboo olhou fixamente para Joel, conseguiu ver a fisionomia de Zalek em Joel, e disse:— Era seu pai, Joel! Agora me lembro... Tercilo miserável... Tirou a vida de tantas crianças! — disse Baboo novamente, desmedida em suas palavras.Joel, no entanto, se manteve calmo, não se deixando abalar por aquela emoção, mesmo sentindo muito a perda de seu pai, um homem honrado e fiel à verdade e à justiça, que nunca teria feito tal coisa. Essa foi a resposta de
Não consegui esquecer...Era final do dia e o sol tinha praticamente se guardado. As coisas já estavam carregadas no caminhão quando aquele velho de cabelos grisalhos, com uma expressão carrancuda nos disse:– Vamos embora!Danton e eu subimos no caminhão e partimos imediatamente. Não me recordo para onde nem porque, mas estávamos em um caminhão carregado de coisas e móveis que mobiliariam facilmente uma casa. Aquele caminhão velho, quase que aos pedaços, balançava demais e nos dava a impressão de que poderia desmontar a qualquer momento.Quem era aquele velho? Não fazíamos ideia, mas estávamos seguindo com ele.Poucas quadras adiante tentaram roubar alguns objetos pequenos e mal encaix
Quanto tempo você precisaria para destruir tudo em sua vida? Eu precisei de quatro segundos... Quatro segundos foi o tempo que dormi ao volante e sem poder voltar, fiz um belo salto por cima daquela cerca de um metro e meio com um giro de cento e oitenta graus, após ter invadido a pista da contramão. Aquilo pareceu coisa de cinema e para minha sorte não sofri nenhum arranhão. Quando saí do carro e vi o estado que ele havia ficado, quis morrer. Um Volkswagen Gol 1.0 reduzido à sucata, e eu, perdido naquela estrada escura, sem sinal de rede celular ou esperança de alguma alma bondosa que me socorresse. Aquilo – aquele acidente – não me causou danos na carne, mas por baixo dela. Nunca imaginei que a culpa poderia doer tanto... Que pudesse causar estrago tão grande num ponto invisível, não tangível de meu ser.Quando estava a duas quadras do meu destino recebi uma ligação de Léa – a
– Ufa! O que foi aquilo?! – Perguntei a Baboo que sai de cima de mim desajeitadamente.– Não eram... São mortons! Eles estão por perto. Seus sonhos invadidos têm muito a ver com a realidade... Acostume-se!– O quê?! E todas aquelas pessoas mortas?! Quem as matou?! – questionei angustiado.– Os mortons querem tomar seu planeta, destruir sua espécie. Você não entendeu? Não querem escravos nem sobreviventes. Eles são criaturas sem emoções, movidos pelas razões que os fazem continuar vivos. O planeta deles está em colapso, por isso buscam outro para habitar. Ou vocês acham que são a única espécie que extrai ao máximo os benefícios de seu planeta, se preocupando ape
No dia seguinte, bem cedo, levantamo-nos para deixar aquele Café e, ainda acreditando que iria para o trabalho dar satisfações pelo atraso, pela falta ou algo do tipo, disse:– Baboo, devo que ir até a empresa conversar com meu chefe e avisar meus familiares de tudo isso. Depois podemos seguir nossa viagem, ok?– Não se preocupe – disse ela.– Vocês não se verão tão cedo. Na verdade, é provável que nunca mais veja alguns de seus parentes. A pessoa que sei com certeza que te seguirá nessa jornada será Isabela, que também será preparada. De fato, neste exato momento ela também está seguindo para o "Complexo da Capital" com Joel.– Ela o quê?! Onde está ela?! Quem está com ela?! Se algo acontecer à minha filha vai se arrepender amargamente!
Com quatorze anos, apenas um menino como a maioria dos outros, tinha medo do escuro. Acordei após ter um pesadelo, mas não de uma forma qualquer... Muito desperto e com olhos estalados. Não tinha a mínima ideia de qual teria sido o sonho, pois o sonho em si não foi relevante, e sim o acontecimento que veio depois dele. Como de costume meu pai deixava a luz do corredor acesa para meus irmãos menores, caso quisessem usar o banheiro no meio da noite, e naquela madrugada ela também estava acesa. Deitado na cama, só conseguia ver aquele facho de luz no chão próximo à porta, ao qual fitei por algum tempo até que pudesse cair no sono novamente. O que vi? Nada! Mas senti que não estava só. Já sentiu isso? Não podia fechar os olhos por perceber que algo estava ali, próximo a mim. Era sempre vencido pelo cansaço. Foram cinco noites consecutivas ass