Minha mãe sempre fazia brincadeiras se referindo a adoções e tudo mais. Ela dizia que havia vindo das estrelas, por isso conseguia prever o futuro do planeta Terra. Achávamos incrível tudo o que dizia, e tudo o que ela disse ecoou em nossas mentes por todos esses anos...
Ela era de fato diferente das outras pessoas. Com uma opinião firme sobre a astronomia, passava informações adiante, mesmo se passando por louca. E no planeta Terra ser considerado louco não é muito difícil, faça alguma coisa que jamais foi feita, ou crie caminhos diferentes e você provavelmente será considerado um louco. Basta não seguir a tendência, dar lugar para sua intuição.
Um dia quando adolescente ela me perguntou:
— Lumiá, lance o clarão! — ordenei ao sacar da cintura a adaga.— Não precisa... — Ouvimos uma voz do escuro. — Eu me apresentarei na luz.Então saiu do escuro um ser exatamente do meu tamanho, coberto por uma capa escura, sem apresentar seu rosto.— Mostre seu rosto, estranho! — ordenei apontando a adaga.Volt estava ficando bravo e fazia seu som meigo ao mostrar braveza perante o ser encapuzado.Ele então abaixou o capuz escuro e vimos nada mais do que um rosto coberto por panos escuros, e ao afrouxar a capa em si, notamos que não havia nenhuma parte do seu corpo que aparecesse se não os olhos, que eram inteiramente brancos. Na regi&ati
Glenzer faz seu canto e me derruba da altura de pouco mais de três metros, no meio de muitos míntacos. Eu queria encurralá-los, por isso pedi para ficar naquele ponto.Caí sobre as árvores e fui descendo o mais rápido que pude até chegar por trás dos soldados. Saí cortando quantos pude com golpes da espada, e devido ao tamanho dela, geralmente acertava mais que um.— Uma patinha de energia aqui, Volt! — solicitei sua ajuda.Volt encontra seu meio entre os míntacos e os trezergons e transmite sua energia pelas minhas costas. Derrubo mais algumas dezenas de seres azuis com os golpes de energia.Agora estávamos unidos novamente.— Pessoal
Tenho poucas lembranças de minha mãe em minha infância ou juventude. Porém, do que me recordo, ela passava grande parte do tempo nos contando como seria o fim do mundo ou de como o homem poderia gerar uma terceira guerra mundial num futuro não tão distante. Quando menino eu sonhava com aquelas histórias com frequência o suficiente para não me esquecer. Sempre me senti preparado psicologicamente para esses dias que nunca chegaram, mas eu era apenas um menino. Minha mãe era louca. Assustava e intimidava seus filhos para um mundo que havia de ser conquistado. Acredito que suas histórias incentivaram meus medos. Não a via há pelo menos sete anos, mas sabia que ela se escondia em uma cidadezinha vazia do interior, fugindo da correria que a vida na cidade grande exige. Ela estava velha e cansada. Ou pelo menos era isso que eu imaginava...&m
— Venham, seus covardes! Vamos acabar com vocês! — gritei com expressão furiosa empunhando firmemente a espada.— Aqui vamos nós de novo! — disse Baboo, animando-se para a batalha.Isabela e Léa ficam de costas uma para outra e Volt pula, transformando-se no grande tigre vermelho.Baboo saca seu arco e começa a disparar suas flechas e comenta ao ver Léa se camuflar para derrubar alguns que já haviam descido ao chão.— Não deixem que lhes acertem com as garras!— Por que, Baboo? O que acontece? — pergunta Isabela.— Apenas não deixem! — responde Baboo esquivando de um golpe.Derrubamos naquele
Glenzer então voou próximo do penhasco onde os mortons estavam bloqueando Volt de passar. Pulei de cima de Glenzer caindo bem próximo de onde Volt estava.— Vamos, garoto! Eu te ajudo a sair dessa! — falei enquanto partia um morton ao meio.Volt corre em minha direção e subo em suas costas. Começamos a contornar aquele desfiladeiro procurando um ponto mais fácil para descermos...— Volt! Não há lugar fácil para descermos esse desfiladeiro, amigão! Vamos ter que escalar parede abaixo! — disse acelerando nossa descida.Volt, sem muita cerimônia, pula no penhasco em um único ponto com segundo nível plano e depois se agarra à parede com suas garras, desliza
Não havia para onde correr, não havia dinheiro, não havia remédio, não havia doença que acabasse com aquela sensação. Não havia um meio de me livrar daquela situação, a não ser o tempo... Talvez o tempo curasse, talvez não... Talvez eu devesse viver com aquela sensação, talvez não... Mas não havia escapatória agora. Ou entregava minha vida à derrota, ou persistia friamente, cegamente, acreditando na esperança de alcançar libertação do que dentro de mim, nos recônditos de minha alma, tentava me derrotar: Eu mesmo.— Diga de uma vez por todas o que está havendo aqui, Naara! — disse a esse ponto muito bravo.— Está bem... Calma aí. Vou contar! — disse Naara se afasta
Volt ruge e rapidamente começa a pular nas pequenas plataformas que havia nas paredes. Elas eram aparentemente dispostas como uma saída alternativa de emergência caso não conseguíssemos sair pela entrada principal ou pela plataforma de pouso levadiça, e estavam dispostas nas paredes de forma circular, como degraus, mas com maior distância e altura. Disparei aquela arma de dez quilos contra a nave, mas o piloto automático desviou do tiro que se parecia com uma pequena bola de canhão. Carreguei a munição — que eram bolas pretas de dez centímetros — e mirei na nave Mícron novamente, e novamente ela desviou do tiro. Então carreguei duas outras munições e disparei desta vez na plataforma acima da nave, esperando que desabasse sobre ela. Mirei na Mícron, que automaticamente esquivava dos pedaços de concreto e ferro da parede que voavam por cima. A nave j&
Lembro-me daquele sonho sempre que vejo nuvens escuras carregadas de água. Tive aquele sonho tantas vezes que seria quase impossível não me recordar com detalhes. Eu corria por uma rua larga com objetos plásticos e papéis voando por todos os lados. A ventania contra mim, o céu escuro, devido às nuvens de chuva... Os raios caíam por todos os lados e, muito longe, cerca de sessenta quilômetros à frente, vi nuvens densas que saíam do chão, como fumaça de uma fogueira, mas em proporção gigantesca. Eu alcançava o topo da rua, um raio caía sobre mim e eu acordava... Nunca soube o porquê sonhava tanto com aquele sonho, mas eu sonhava, e sonhei novamente enquanto dormia na nave durante o percurso à ilha de Tristão.Não sei por quanto tempo dormi, mas acredito que não fora por mais