— Srta. Olívia... Você... Você não me quer mais? — Os lábios de Breno tremiam enquanto ele, com o corpo pesado e vacilante, se aproximava de Olívia. — Você acha que eu sou um peso pra você? Eu admito... Minhas habilidades de combate são fracas, mas por favor, me dê mais uma chance! Eu juro que vou treinar muito e melhorar! Eu vou conseguir te proteger!Charles franziu a testa, sentindo uma mistura amarga de emoções. Era uma sensação agridoce, cruel. Olívia nunca estava sozinha; havia sempre alguém disposto a lutar por ela. E tudo o que ele fazia por ela parecia insignificante em comparação.— Breno, você está entendendo tudo errado. — Olívia esboçou um sorriso triste. — No futuro, eu vou entrar no Grupo Bastos e assumir o cargo de Gilbert. Ser meu secretário seria um desperdício do seu talento. Eu quero que você vá para o departamento jurídico da empresa, como chefe. Lá, você poderá usar todo o seu potencial e especialização. Você vai continuar me ajudando, e também poderá ajudar meu p
Diogo voltou para o Doce Diabo.Bruna, ao saber da notícia, já o esperava em seu quarto.A porta foi arrombada com um estrondo tão forte que o lustre de cristal no teto estremeceu junto.Ao ver Diogo entrando furioso, Bruna tremeu da cabeça aos pés, incapaz de encará-lo diretamente, quase se encolhendo de medo.Atrás dela, Cauã também estava em pânico, congelado pelo terror. Ele já havia trabalhado com Diogo no País F e sabia bem o que acontecia quando Diogo ficava com raiva — era coisa para matar alguém!— S-Senhor Diogo... — Balbuciou Bruna, a expressão bonita de seu rosto traindo o medo incontido.Por mais que se parecesse fisicamente com Olívia, jamais conseguiria imitar nem uma fração da elegância natural dela.— Sr. Diogo... Por favor, acalme-se, talvez as coisas não sejam como o senhor está pensando, talvez... Antes que pudesse terminar, Diogo avançou até a mesa de centro, pegou um cinzeiro de cristal e, com os olhos inflamados de ódio, o arremessou na direção de Bruna!— Ah! —
Diogo soltou uma risada de desprezo.— Você? Matar o Bernardo por mim?Bernardo... Então, aquele homem charmoso se chamava assim.Bruna se lembrou do rosto dele — bonito, com traços fortes e o olhar provocante que emanava uma mistura de malícia e sedução. Seu coração disparou ao pensar nisso.Naquela noite, depois de voltar do bar, ela sonhou com ele novamente, o que até a surpreendeu.— Se o senhor quiser que eu o mate... Eu farei o possível. — Bruna estava suando em bicas, mordendo os lábios com força.— Ele é irmão da minha mulher, e você acha que pode decidir matar só porque quer? Você é ousada, hein? — Diogo lançou um olhar frio e sombrio na direção dela.Bruna estremeceu. O suor molhava seus cabelos na lateral do rosto, tornando-a uma figura frágil e patética.— Me desculpe... Eu... — Não quero que você o mate. Quero que o seduza.— O quê...? O que o senhor está dizendo? — Bruna ficou atônita, mal acreditando no que ouvia.— Naquela noite, vocês não se divertiram bastante? — O d
Olívia parou de “brincar” com Vasco e assumiu uma expressão séria.— Mano, o celular foi consertado?— Não foi fácil, mas a equipe técnica é muito competente. — Vasco então olhou para Charles. — Presidente Charles, precisaremos que você fique para prestar depoimento.— Claro, estou aqui para colaborar com vocês.Os olhos profundos e enigmáticos de Charles pousaram suavemente no perfil de Olívia, como se ele estivesse preso naquele momento, incapaz de desviar o olhar.Olívia percebeu o olhar dele, mas manteve os lábios rosados ligeiramente cerrados, decidida a não corresponder àquele olhar ardente.Os três entraram na delegacia. Já era noite, mas Charles e Olívia juntos chamavam tanta atenção que os policiais não puderam evitar olhares curiosos.Aquele casal de jovens era tão deslumbrante que era impossível não notar. Pareciam feitos um para o outro, e não casar seria quase um pecado!Na sala de interrogatório, Vasco colocou o celular de Vilma, já restaurado, diante deles.Os longos cíl
O ar... De repente ficou estranho.Olívia fitava, atônita, o rosto bonito de Charles. O sorriso dele, naquele momento, era de uma suavidade e brilho que ela nunca tinha visto antes.Ela pigarreou, desviando o olhar rapidamente, sem ousar encarar aqueles olhos profundos e brilhantes por mais um segundo, como se temesse que, se olhasse demais, acabaria revelando algo que deveria permanecer em segredo.Percebeu, naquele instante, o quanto ele havia mudado. O Charles de antes era frio, distante, como um abismo gelado. Mas o Charles de agora... Pouco a pouco, ele parecia derreter, transformando-se em uma brisa morna de primavera ao redor dela, oferecendo-lhe um conforto e uma segurança que ela não esperava.— Cof cof... Esse clima todo... — Vasco, solteiro de nascença e completamente alérgico a qualquer demonstração de romance, não conseguiu mais assistir àquela cena de tensão palpável sem intervir. — É só um terno, pra que lavar? A gente tem dinheiro pra isso. Vivia, compra outro pro Presi
Ao som das palavras, todos ficaram em silêncio, baixando a cabeça.Aquela pobre garota, no momento final de sua vida, não pensava em sua própria sobrevivência. Em vez disso, sua mente estava focada em como abrir uma brecha na escuridão do crime, para que a luz da justiça pudesse finalmente entrar.— Então... A morte de Vilma provavelmente está relacionada ao fato de ela saber desse segredo. — Vasco comentou, com as sobrancelhas franzidas, pensando alto.— Sim. Caso contrário, a Tânia, que sempre foi astuta e extremamente cautelosa, não teria perdido o controle e arriscado tanto ao mandar assassinos atrás de Vilma. Ela estava desesperada para silenciá-la. — Olívia respondeu, cerrando os punhos com ódio, seus olhos brilhando de raiva.— Que audácia... Como ela ousa pensar em tocar em você! — Vasco, ao lembrar do que Olívia havia passado naquela noite, bateu a mão na mesa com força, furioso. — Você tem cinco irmãos, um pai que é praticamente dono do mundo, com toda a riqueza e poder que e
Vasco também ficou completamente atônito. Ele jamais imaginaria que essa história estava relacionada à ex-esposa de Felipe!Aquele caso confuso de tantos anos atrás, se viesse à tona, selaria o destino de Tânia de forma trágica. Não era de se surpreender que ela estivesse tão desesperada para eliminar Vilma.— Charles... — Olívia olhou para ele com preocupação.Charles, que antes tinha os olhos tão brilhantes quanto as estrelas, agora exibia um olhar vazio e sombrio, como o cano de uma arma pronta para disparar. Ele fitava o celular com tanta intensidade que parecia que podia atravessá-lo com o olhar. E no fundo de seus olhos, havia uma lágrima prestes a cair, fragmentada como um vidro estilhaçado, impossível de ser ignorada.— Ninguém? E Rafaela? — Disse Chica.Rafaela? O nome atingiu Olívia como um golpe frio, deixando um arrepio percorrer sua espinha. Não podia ser... Rafaela também estava envolvida nisso?Agora estava claro: a morte da mãe de Charles não fora um trágico acidente, m
Em um momento de desespero, Olívia usou toda a força que tinha. Seus braços, finos mas determinados, envolveram a cintura tensa de Charles por trás, segurando-o firmemente, como se sua vida dependesse daquilo.— Charles! A Vivia está certa! — Vasco também avançou rapidamente e bloqueou o caminho de Charles, encarando-o com um olhar intenso. A palidez no rosto de Charles, misturada à dor em seus olhos, foi o suficiente para partir o coração de qualquer um, inclusive de Vasco, que até então era apenas um observador. — Matar alguém tem consequências, você sabe disso! Por que você, um homem íntegro, iria pagar com sua vida por esses monstros? Se você realmente quer vingar sua mãe, precisa manter a cabeça no lugar! A Tânia merece o inferno, mas se você fizer isso, será uma vida trocada por outra! Vale a pena morrer por uma mulher tão desprezível? E se algo acontecer com você, o que vai ser da Vivia? Você já pensou nisso?As palavras de Vasco pareceram um soco direto no peito de Charles, mas