Outras pessoas se aproximaram, todas com os olhos fixos no médico, aguardando ansiosamente.— A bala perfurou órgãos vitais, e o paciente perdeu muito sangue... Na verdade, quando chegou aqui, já não apresentava sinais vitais. — O médico suspirou com pesar e balançou a cabeça. — Srta. Olívia, sinto muito. Fizemos o possível...“Fizemos o possível.” Olívia, sendo médica também, sabia o quão cruel essa frase poderia ser.Os membros da família Bastos baixaram a cabeça em lamento, e Arthur tirou o chapéu militar em respeito a Vilma.Embora soubessem, desde o momento em que entraram no hospital, que a situação era grave, ouvir a confirmação dessa tragédia foi como uma facada no coração.A única que não conseguia aceitar a realidade era Olívia.— Não pode ser... Como assim... Vilma era tão forte... Como pode… — Olívia agarrou o braço do médico e o sacudiu com violência, fazendo perguntas roucas e descontroladas, mergulhada em uma dor insuportável.— Vivia, você precisa se acalmar, acalme-se!
Para Breno, para Vilma... Para todos que foram vítimas das atrocidades de Tânia!...No fim do corredor, ao lado da janela.Era madrugada e Charles, sem sinal de sono, estava à beira da janela, os olhos vermelhos de tanto vigiar o que estava do lado de fora. Ele havia ligado imediatamente para Benjamin, pedindo que ele viesse o mais rápido possível.Benjamin havia colocado Samara para dormir em casa, deixando Stéphanie cuidando dela, e então dirigiu-se rapidamente até Charles.— Chad, pode ficar tranquilo, já falei com o pessoal do tráfico. — Benjamin, com um cigarro pendendo dos lábios, lembrou-se de que estava no hospital e o guardou irritado. — Na frente, temos a polícia atrás dele, e aquele desgraçado não vai se mostrar. Por trás, com uma palavra minha, quem no submundo ousaria desrespeitar? Ele está sem saída, até mesmo para fugir clandestinamente seria impossível. Meu pessoal vai vasculhar Yexnard três vezes ao dia em busca dele. Aquele desgraçado está acabado!— Valeu, irmão. —
Tânia e Chica estavam em estado de pânico ao saberem das mortes no tiroteio, dos ferimentos de Olívia e Breno, e do novo mandado de prisão para Tristão. O medo e a frustração eram evidentes em seus rostos, como se o mundo estivesse desmoronando ao redor delas.— Mãe, mãe... O que vamos fazer agora? — Chica perguntou, desesperada.Um estalo agudo ecoou pelo ambiente.Tânia, com os olhos inflamados de raiva, deixou o ódio dominar suas ações. Ela ergueu o braço e deu um tapa brutal no rosto suado de Chica, que caiu de lado, esbarrando na mesa de café e se machucando, incapaz de se levantar. A força que Tânia demonstrou era incomum para alguém que normalmente não fazia nada além de coisas leves e delicadas. Quando se enfurecia, parecia ter uma força sobrenatural.O rosto de Chica ficou inchado, parecendo um pão que havia inchado. Ela se cobriu com as mãos e chorava descontroladamente, mas seu olhar, através dos cabelos emaranhados, era cheio de ressentimento.— Você é uma inútil, que só f
— Além do mais, senhora, sendo a esposa do presidente do Grupo Marques, com uma fortuna que rivaliza com a de qualquer magnata, duzentos milhões não são nada para você. Os depósitos que você tem no banco País R, de acordo com o que sei, são fruto da corrupção nos projetos do Grupo Marques ao longo dos anos. Se não tem um bilhão, certamente tem quinhentos milhões, né? — Tristão afirmou, seu tom repleto de desafio.Tânia se lembrou da quantia secreta de um bilhão que havia acumulado ao longo dos anos, usando sua posição para desviar e enriquecer ilícitamente. Se Charles e Olívia descobrissem esse dinheiro, eles poderiam usá-lo contra ela e isso a levaria a um destino inevitável: a prisão perpétua.A menos que Felipe, por consideração ao casamento, a protegesse, ela já não confiava mais nele.— Senhora, você ainda não tem cinquenta anos. Tem muitos anos de glória pela frente e duas filhas que ainda não se casaram. Não gostaria de vê-las casando e ter netos para mimar? A prisão é um ambie
Assim que o homem foi declarado foragido, Tânia saiu apressada de casa. Não podia ser só coincidência. Definitivamente, havia algo por trás disso!Talvez, seguindo Tânia, ele conseguiria pegar o assassino!Dois dias se passaram, e Charles ainda estava no hospital, no quarto ao lado de Olívia, separados apenas por uma parede.Durante quarenta e oito horas, ele não entrou para vê-la. Só quando ela estava sob o efeito de sedativos e adormecida, Charles se aproximava da porta, observando-a através da janela de vidro. Ele ficava ali, por longos minutos, admirando o rosto cansado dela, que, mesmo assim, continuava lindo o suficiente para fazer seu coração disparar. Às vezes, com a ponta dos dedos, ele desenhava suavemente o contorno do seu rosto sereno na superfície do vidro.Ele poderia ficar assim para sempre, em silêncio, sem ser notado. Mas ele temia que nem essa forma discreta de estar por perto fosse algo que ela aceitaria...— Charles.A porta da sala de fumantes se abriu, e o cigarro
Caramba, caramba! Ele não ouviu errado, né? Aquele desgraçado o chamou de quê? Cunhado?Charles apertou os lábios, e sua mandíbula ficou cada vez mais tensa. De repente, uma sensação de vergonha o invadiu, algo que ele nunca havia experimentado em seus trinta anos de vida. Nunca tinha se rebaixado tanto para agradar alguém!Se o Benjamin soubesse disso, provavelmente iria rir da sua cara pelo resto da vida.A situação era tão embaraçosa que dava vontade de se encolher. De repente, o celular de Bernardo tocou, quebrando o silêncio constrangedor que fazia Charles querer cavar um buraco no chão com os pés.— O que foi?— Sr. Bernardo, o jovem Diogo da família Moura quer ver a Srta. Olívia. Como o senhor mandou, nós o impedimos de entrar. — Informou o segurança.— Muito bem! Continuem assim e depois vou recompensar vocês!— Obrigado, senhor! O senhor é muito generoso! Fique tranquilo, vamos manter ele longe!Bernardo desligou o telefone com um sorriso malicioso nos lábios.— E aí, vamos ne
Aquelas palavras eram extremamente ofensivas! Em toda a família Bastos, além de Olívia, só Bernardo tinha a ousadia de falar o que queria, sem medir as consequências.Os seguranças não conseguiram segurar o riso e soltaram uma risadinha, o que só fez Diogo sentir-se ainda mais envergonhado e furioso!Charles, por sua vez, ergueu levemente as sobrancelhas, observando com satisfação enquanto a expressão sempre polida e calma de Diogo começava a desmoronar. Por dentro, ele se sentia incrivelmente aliviado.— Eu só vim ver a Vivia. Era necessário falar dessa forma, Sr. Bernardo? — Diogo disse, tentando manter o controle, apesar da raiva que fervia sob o terno impecável que vestia. O peito subia e descia com irritação mal contida.— Se você só queria ver a Vivia, por que trazer o nome do Érico à tona? — Bernardo olhou para ele com desprezo evidente no olhar. — Ele não é seu pai. Falar essas coisas, convenhamos, é vergonhoso, não acha?A testa de Diogo franziu de imediato, seu rosto escurece
Além de Bruna, quem mais poderia ser?Mas o que deixava Diogo ainda mais inquieto era o fato de Bernardo já saber da existência de uma mulher em Yexnard que se parecia muito com Olívia — e essa mulher estava ao lado dele!— Naquela noite em que a Bruna foi ao bar... o Bernardo me viu lá? — Diogo perguntou com o olhar sombrio.— Isso... Bem, eu lembro que naquela hora o senhor disse que aquele bar era "baixo nível", que não combinava com sua posição, então o senhor nem chegou a entrar para encontrar a Srta. Bruna. O senhor nem desceu do carro, como ele poderia ter visto o senhor? — Cauã respondeu rapidamente, pensando rápido. — Sr. Diogo, será que não foi por causa do carro? Pelo número da placa, ele pode ter descoberto que o carro pertencia ao Grupo Moura. Talvez ele não tenha visto nada e só esteja tentando jogar verde para ver se o senhor cai.— Vamos embora. — Diogo rosnou, virando-se bruscamente.— Sr. Diogo, pra onde vamos?— Doce Diabo....Charles e Bernardo chegaram à porta do