Tiago estava desesperado para salvar o filho. Naquela noite, ele ligou para Érico, confirmando que ele e Olívia estariam em casa, e na manhã seguinte, partiu direto para Matear com Diogo.— Érico! Érico, por favor, desta vez você precisa salvar meu filho! — Tiago mal entrou pela porta e já começou a gritar com a voz embargada, completamente desesperado, sem se importar com a própria imagem diante do amigo.Érico e Maia vieram recebê-los imediatamente.Ao ver o estado desleixado e visivelmente abatido de Tiago, Érico não pôde deixar de sorrir internamente. O velho companheiro, que sempre competiu com ele em elegância, finalmente havia deixado a pose de lado.— Sr. Tiago, o que aconteceu? — Maia perguntou, surpresa com a aparência desolada dele.Tiago se apressou em direção a eles, mas, devido à idade, tropeçou em uma pedra e perdeu o equilíbrio. Em um movimento desajeitado, caiu de joelhos diante de Érico e Maia, como se estivesse prestando uma reverência.A situação ficou extremamente
Gael ainda estava em coma. Na verdade, ele já deveria ter acordado, mas os médicos, temendo que ele não suportasse o choque, aumentaram a dose do anestésico.Uma hora depois, Olívia saiu com o diretor do hospital e dois professores de cirurgia. Seus rostos estavam sombrios.— Vivia, como está o Gael? — Tiago correu até ela imediatamente.A família Moura, junto com os seguranças e secretários, formou uma multidão ao redor.Olívia franziu as sobrancelhas, hesitou por um momento e respondeu com uma voz baixa:— Sr. Tiago, a situação das pernas do Sr. Gael... Não é nada boa. As fraturas são muito graves, mesmo com o uso de pinos de aço, será extremamente difícil restaurar as pernas dele. O dano é extenso. As chances de recuperação são praticamente nulas e as chances de ele voltar a andar... São inferiores a vinte por cento.A notícia causou um alvoroço entre os Moura.Tiago só não desmaiou porque Jair e Tábata o seguraram.Diogo, por outro lado, permanecia quieto, encostado na parede em um
A família Moura ficou perplexa diante da cena, trocando olhares sutis e cheios de significados.Olívia e Diogo tão próximos assim? Parecia que os dois já tinham algo entre eles.Mas, considerando a posição de Diogo na família Moura... Ele parecia não estar à altura de Olívia.— Estou bem. — Olívia respirou fundo e se desvencilhou suavemente dos braços de Diogo.Diante de todos, ela certamente não queria causar mal-entendidos.As mãos de Diogo ficaram paradas no ar, os dedos se fechando em um aperto nervoso.Nesse momento, Tiago, acompanhado por seu secretário e outros assistentes, chegou apressado.— Vivia, como ele está?— Sr. Tiago, fiz o que pude. — Olívia limpou o suor da testa e suspirou, exausta. — A perna de Gael estava gravemente ferida, mas consegui salvar a esquerda.— E... A direita?— Precisa ser amputada.A palavra "amputada" caiu como um raio, deixando Tiago atordoado, vendo tudo escurecer ao seu redor.— Está tudo bem... Está tudo bem, Vivia, eu sei que você fez o melhor
O vasto corredor mergulhou em um silêncio opressor.Charles observou enquanto Olívia era abraçada por Diogo, vendo-a aninhada contra o peito do homem, como um passarinho se aconchegando em seu ninho. Isso lhe causou uma dor profunda, e seus olhos logo se encheram de lágrimas. Nos dias em que ele esteve ausente, o relacionamento entre eles avançou a passos largos.Quanto mais Charles pensava nisso, mais amargo ele se sentia. Suas pálpebras longas baixaram, evitando olhar para Olívia, enquanto as veias em suas mãos, que seguravam os apoios da cadeira de rodas do avô, se destacavam de tensão.— Vivia, você acabou de realizar uma cirurgia extremamente difícil. Está exausta e precisa descansar imediatamente. — Disse Diogo, sem se importar com a presença de Charles. Seu único foco era Olívia, encarando-a com um olhar cheio de ternura. — Vou te levar para casa.— Vovô... — Olívia, no entanto, ignorou o gesto gentil de Diogo e, com uma expressão preocupada, caminhou até Haroldo. Ajoelhando-se
Dalila se inclinou para frente, com uma expressão extremamente solícita:— Esta noite, eu e o Charles ficaremos ao seu lado, vovô. Se o senhor precisar ficar internado, eu fico no hospital o quanto for necessário, o tempo que o senhor precisar!A testa de Charles franziu ainda mais, e sua expressão ficou sombria.Olívia, sem querer, notou a expressão do homem. Diferente de outros empresários, esse sujeito não escondia o quanto desprezava alguém. Ele era o tipo que mostrava claramente o que sentia. Com essa personalidade difícil e pouca inteligência emocional, só conseguiu chegar onde está por meio de pura força e determinação.Nos tempos em que eram casados, Charles fazia questão de exibir essa carranca todos os dias.Então, será que ele estava insatisfeito com Dalila?Olívia desviou o olhar, sem interesse em continuar observando-o.Mesmo que estivesse insatisfeito agora, quando ele bateu na porta do quarto de hotel de Dalila naquela noite, certamente estava mais do que satisfeito.— S
Charles apertou os lábios finos, sentindo um leve tremor nas sobrancelhas. Cuidar dela? Isso ele até poderia fazer. Mas cozinhar? Será que o velho achava mesmo que ele tinha talento para isso?— Vovô, eu... — Olívia hesitou, os olhos desviando nervosamente enquanto pensava no que dizer. Porém, antes que ela pudesse falar, Diogo deu alguns passos à frente, exibindo um sorriso calmo e educado que agradava tanto os mais velhos: — Sr. Haroldo, temo que a Vivia não possa ficar com o senhor esta noite.— Como assim? — Haroldo franziu o cenho.Diogo suspirou profundamente, seus olhos transbordando carinho e preocupação ao olhar para o rosto cansado de Olívia. — Vivia acabou de realizar uma cirurgia de alta complexidade no meu irmão. Foram quase dez horas em pé na sala de operação. Quando ela saiu, estava tão exausta que quase desmaiou.— O quê? — Haroldo exclamou, visivelmente alarmado, inclinando-se para frente com um sobressalto.Charles também ficou atônito, sentindo um aperto no peit
O tom sarcástico nas palavras era inconfundível, e todos ali perceberam isso. Tiago já havia descoberto que Olívia era divorciada, e o ex-marido dela era ninguém menos que Charles. Naquela época, ele expressou sua indignação, dizendo que era como ver uma bela flor jogada em esterco!Casar-se com um filho da família Marques já era um absurdo, mas com o filho bastardo? Isso era praticamente se rebaixar. Na opinião dele, até o filho mais "sem futuro", como Diogo, era melhor que Charles.— Sr. Tiago, o senhor... Está com sede? Eu posso buscar um copo d'água para o senhor. — Olívia, visivelmente constrangida, tentou mudar de assunto. Ela sabia que Tiago e Érico eram muito próximos, mas não esperava que ele falasse assim na frente de seu avô.— Vivia, não estou com sede! Ainda não terminei de te elogiar! — Tiago respondeu, totalmente indiferente à tentativa de Olívia de desviar a conversa.Olívia suspirou, frustrada. Dalila, por outro lado, sentia uma fúria avassaladora. Por que todos os
Olívia acabou sendo levada para casa por Diogo, conforme Tiago havia combinado.Charles empurrava a cadeira de rodas de Haroldo em direção ao estacionamento, enquanto Dalila o seguia como uma sombra incômoda, igual a um carrapato.— Até quando você vai ficar me seguindo? — Charles parou de repente, sem sequer olhar para trás.Dalila, pega de surpresa, quase esbarrou nele, cambaleando desajeitadamente.— Charles, eu só queria ajudar a levar o vovô para casa. — Disse Dalila, com um tom lamentoso e olhar de cachorrinho abandonado. — Ele acabou de sair do hospital, vai precisar de cuidados, e eu quero ajudar você...— Ajudar? Você pode fazer o quê? — Charles retrucou, sem piedade.Dalila ficou sem palavras, o constrangimento evidente.— Eu te vi crescer. Sei como a Sra. Íris e seu irmão te protegem. Essas suas mãos nunca tocaram nem em terra. O que exatamente você acha que pode fazer? — Charles disse, com frieza, sem deixar espaço para réplica.— Charles, eu...— Você sabe muito bem de que