O tom sarcástico nas palavras era inconfundível, e todos ali perceberam isso. Tiago já havia descoberto que Olívia era divorciada, e o ex-marido dela era ninguém menos que Charles. Naquela época, ele expressou sua indignação, dizendo que era como ver uma bela flor jogada em esterco!Casar-se com um filho da família Marques já era um absurdo, mas com o filho bastardo? Isso era praticamente se rebaixar. Na opinião dele, até o filho mais "sem futuro", como Diogo, era melhor que Charles.— Sr. Tiago, o senhor... Está com sede? Eu posso buscar um copo d'água para o senhor. — Olívia, visivelmente constrangida, tentou mudar de assunto. Ela sabia que Tiago e Érico eram muito próximos, mas não esperava que ele falasse assim na frente de seu avô.— Vivia, não estou com sede! Ainda não terminei de te elogiar! — Tiago respondeu, totalmente indiferente à tentativa de Olívia de desviar a conversa.Olívia suspirou, frustrada. Dalila, por outro lado, sentia uma fúria avassaladora. Por que todos os
Olívia acabou sendo levada para casa por Diogo, conforme Tiago havia combinado.Charles empurrava a cadeira de rodas de Haroldo em direção ao estacionamento, enquanto Dalila o seguia como uma sombra incômoda, igual a um carrapato.— Até quando você vai ficar me seguindo? — Charles parou de repente, sem sequer olhar para trás.Dalila, pega de surpresa, quase esbarrou nele, cambaleando desajeitadamente.— Charles, eu só queria ajudar a levar o vovô para casa. — Disse Dalila, com um tom lamentoso e olhar de cachorrinho abandonado. — Ele acabou de sair do hospital, vai precisar de cuidados, e eu quero ajudar você...— Ajudar? Você pode fazer o quê? — Charles retrucou, sem piedade.Dalila ficou sem palavras, o constrangimento evidente.— Eu te vi crescer. Sei como a Sra. Íris e seu irmão te protegem. Essas suas mãos nunca tocaram nem em terra. O que exatamente você acha que pode fazer? — Charles disse, com frieza, sem deixar espaço para réplica.— Charles, eu...— Você sabe muito bem de que
“Você acha que é isso que eu quero? Você acha que eu gosto de ficar de braços cruzados enquanto vejo ela e o Diogo juntos, sem poder fazer nada?”— Vô, eu disse o que disse, e fiz o que fiz. Pode me bater. — Charles apertou os punhos com força, os olhos avermelhados. — Depois que terminar de me bater e de me xingar, descanse um pouco. E então, deixe para lá tudo o que aconteceu entre mim e a Jenny.— Deixar para lá? Você quer que eu deixe para lá? E o que você vai fazer? Vai se casar com aquela garota sem vergonha, a Dalila? — Haroldo estava tão irritado que sentia a cabeça zunir, mal conseguindo se manter de pé com a ajuda de Caio.— Preciso mesmo me casar? Já me casei uma vez, e foi suficiente. Posso viver sem me casar novamente, não me importo com descendência e nem gosto de crianças.Charles disse isso, mas sentiu como se cada palavra fosse uma faca perfurando seu coração. Na verdade, ele não tinha aversão a crianças, mas se não fosse para tê-las com a mulher que amava, para ele,
— Sr. Charles! Espere! — Caio o chamou, visivelmente preocupado.— O que foi, Caio?— Você e a Srta. Olívia... Realmente não têm mais chance?Charles sentiu uma pontada no peito. — Eu... Não sei.— A Srta. Olívia... Ela tem um segredo que o senhor ainda não sabe. — Disse Caio, cerrando os punhos, lutando contra as palavras.Charles virou-se lentamente, olhando para ele com uma expressão de surpresa. — Que segredo?— A Srta. Olívia pediu para eu manter isso em segredo, e eu prometi... Não posso contar. — Caio parecia extremamente desconfortável. — Mas espero que um dia ela mesma possa lhe dizer.Isso despertou uma forte curiosidade em Charles! Olívia já havia escondido dele o fato de ser herdeira da família Bastos e ainda assim o amou por treze anos. Todos esses segredos já haviam abalado profundamente sua alma. O que mais ela poderia estar escondendo? Será que poderia ser algo ainda mais surpreendente?...Dois dias após a cirurgia de amputação, Gael finalmente acordou.Naquela manh
Olívia ficou completamente perplexa ao ouvir o que Gael disse.Não era apenas o fato de Diogo sempre ter sido um homem gentil e educado, mas também porque, mesmo que ele quisesse se vingar de Gael, com o poder e os recursos que tinha, ele poderia simplesmente mandar alguém fazer o serviço sujo. Por que se arriscaria a sujar as próprias mãos?Recuperando a compostura, ela respondeu com seriedade: — Sr. Gael, isso que você está dizendo é muito grave. Você precisa de provas concretas. Além disso, o senhor deveria falar sobre isso com o Sr. Tiago e com a polícia, não comigo.— Srta. Olívia, você salvou minha vida... Eu sou eternamente grato! Não posso ficar de braços cruzados, vendo você ser enganada por um sujeito tão cruel! — Gael estava visivelmente aflito e sincero. — Eu sei que Diogo está tentando conquistá-la e que vocês têm ficado cada vez mais próximos. Mas eu temo que você não esteja enxergando o verdadeiro caráter dele e acabe sendo manipulada! Aquele desgraçado sempre foi um ps
— Gael perdeu uma perna. Ele não se mutilaria dessa forma só para incriminar você. — Disse Olívia.— Gael é apenas uma marionete do meu irmão. Ele fez muitos serviços sujos e acumulou inúmeros inimigos em Yexnard. Tem muita gente querendo se vingar dele, não se engane. — Diogo apertou os dentes. — Além disso, ele só está colhendo o que plantou.Então, ele contou a Olívia tudo o que havia acontecido no haras naquele dia.— Se há alguém com intenções malignas, esse alguém é o Gael!Olívia o observou, sem demonstrar nenhuma reação.— Vivia, eu nunca considerei a família Moura digna da minha atenção. Se eu quisesse prejudicá-los, não seria de maneira tão grosseira. Isso simplesmente não faz parte do meu estilo. — Diogo endireitou-se na cadeira, pegou a xícara de café e tomou um gole com elegância, exibindo seu típico ar de superioridade.Durante quinze anos, ele havia se acostumado a viver em País F, onde, para sobreviver, teve que abandonar sua consciência, desenvolver uma personalidade d
— Entendi, irmão. Não precisa vir me buscar, mais tarde eu mesma dirijo de volta....Naquela noite em Matear.Um Maserati preto entrou em alta velocidade pelos fundos da Villa Werland, executando um drift perfeito que o fez parar suavemente no jardim dos fundos.Bernardo, que não via há seis meses, saiu do carro com a mesma elegância de sempre e caminhou rapidamente na direção de Gilbert, que já o esperava.— Gilbert! Que saudade, irmão! — Exclamou Bernardo.— Eu também, mano. — Respondeu Gilbert, com um sorriso, enquanto olhava para a janela escura do carro. — O Gabriel está aí dentro?— Sim. — Respondeu Bernardo com um sorriso sarcástico. — E não está nada contente.— Bom, por mais rebelde que ele seja, tenho certeza de que se acalmou com você. — Comentou Gilbert, com uma expressão preocupada. — Mas... Você não fez nada que o machucasse, né?— Depende do que você quer dizer. — Respondeu Bernardo, fingindo refletir. — Fisicamente, não. Agora, emocionalmente... Talvez.Gilbert ficou e
Gabriel olhou para ele com os olhos cheios de lágrimas, incrédulo e assustado.O que estava acontecendo na cabeça desse cara?Se ele não fosse bonito, Gabriel realmente pensaria que ele era um lunático!— Você está com os caras que me sequestraram? Vocês são sequestradores? — Gabriel perguntou com a voz trêmula.— Sr. Gabriel, seja bem-vindo a Yexnard. — Respondeu Gilbert, estreitando os olhos enquanto estendia a mão, com um ar de cavalheiro. — Permita-me apresentar: sou Gilbert, presidente do Grupo Bastos. Um prazer conhecê-lo.— Grupo Bastos... — Gabriel ficou atônito. — Minha tia é sua... Você é...— Exatamente quem você está pensando. — Respondeu Gilbert, apertando levemente os dedos e sorrindo de forma contida. — Podemos apertar as mãos quando meu irmão te soltar.— Irmão! — Bernardo voltou caminhando rapidamente, reclamando enquanto se aproximava. — Esse banheiro é longe demais! Quase não chego a tempo! Pra que construir uma casa tão grande?Gilbert franziu o cenho, com uma expre