Nesse momento, o interfone tocou.— Tão tarde, quem será? — Breno estava confuso.— Breno, vá atender a porta. É um convidado meu. — Olívia disse com calma e serenidade.Convidado? Olívia não havia mencionado que teria alguém vindo naquela noite.Sem tempo para pensar muito, Breno dirigiu-se ao hall de entrada para abrir a porta.Do lado de fora, estava uma jovem de aparência delicada, com cerca de vinte anos, vestindo roupas esportivas simples e um boné preto.— Você é... — Breno hesitou por um instante, observando-a.— Eu... Me chamo Vilma, sou uma das empregadas da família Marques, cuido da Srta. Samara... — Vilma, nervosa, olhava ao redor e fez a apresentação com voz hesitante.Ao ouvir que Vilma era uma empregada de Samara, Breno compreendeu imediatamente.— Vilma, peço desculpas por não ter ido te buscar devido a circunstâncias especiais. Sinto muito por você ter que vir até aqui pessoalmente. — Olívia rapidamente se aproximou, pegou a mão da jovem e a conduziu até a sala de esta
Olívia se lembrou de Benjamin e Samara de mãos dadas, com os olhos cheios de felicidade um pelo outro. Sentiu um misto de emoção e inveja.Samara já havia encontrado seu porto seguro.E a felicidade dela, onde estava?— Srta. Olívia, você também cuida muito bem da Srta. Samara, então, de qualquer forma, eu vou ajudar você. — Vilma disse, com determinação.Olívia segurou firmemente a mão da garota e disse:— Vilma, obrigada. Mas você precisa se manter segura, não se arrisque. Se enfrentar qualquer perigo, entre em contato comigo imediatamente. Os planos podem ser adiados ou até abandonados, mas você não pode se colocar em risco. Entendeu?Vilma, contendo as lágrimas, assentiu com firmeza.A jovem tinha viajado de longe e estava com fome. Olívia preparou pessoalmente um prato de macarrão à bolonhesa e acompanhou com picles feitos por Glória. Era uma refeição simples, mas cheia de carinho.Vilma comeu vorazmente, os sons do macarrão sendo devorado mostravam o quanto estava faminta.— Está
Chica sentiu que essa mulher só podia estar delirando para fazer uma afirmação tão absurda.Charles era o presidente do Grupo Marques, uma figura de poder absoluto, que nem mesmo Felipe ousava confrontar. O que a família Júnior poderia fazer contra ele? Mas não valia a pena discutir isso com Dalila. Ela apenas observava em silêncio, esperando para ver a família Júnior se afundar e virar piada em toda Yexnard.— Tudo bem, se isso te faz feliz. Desde já, felicidades pelo casamento com meu irmão! — Chica disse, com a voz carregada de descontentamento, enquanto ainda segurava o rosto dolorido.— A propósito, você se lembra do Miguel, o filho do prefeito Jacó? Você me contou que ele estava interessado em você, mas que não achava ele bom o suficiente e acabou dispensando. Lembra dele? — Dalila mudou de assunto de repente.O filho do prefeito Jacó, Miguel? Claro que Chica se lembrava. Anteriormente, Tânia a levou ao campo de golfe para conhecer o prefeito Jacó e sua esposa. A intenção era
O motorista morreu na hora, e o segurança que estava no banco da frente estava entre a vida e a morte, lutando pela sobrevivência.Gael, por sorte, estava no banco de trás, e como a colisão ocorreu na frente do carro, ele sobreviveu, embora tenha sido gravemente ferido pelos estilhaços de vidro, ficando com o rosto quase desfigurado e a cabeça ensanguentada. No entanto, ele perdeu as duas pernas para sempre, vítimas de uma fratura irreparável.Tiago convocou os melhores cirurgiões do país para avaliar o caso de Gael, mas nenhum deles encontrou uma forma de fazê-lo voltar a andar.Naquela tarde, toda a família estava reunida na sala de estar, imersa em tristeza. Tábata chorava descontroladamente. Não importava se as lágrimas eram genuínas ou não, o drama estava presente:— Como isso pôde acontecer? Aquela estrada é tão reta, Mano passa por ela todos os dias... Como ele sofreu um acidente? Como?A tensão pairava no ar.Somente Diogo, alheio à situação, permanecia sentado de forma relaxa
Uma voz fria e ameaçadora ecoou por trás, fazendo Diogo parar de repente. Ele estreitou os olhos com indolência, virou-se bocejando e respondeu:— Jair, ainda há algo que queira comigo? Já é tarde, preciso descansar.— Diogo, sua atuação foi impressionante. Um golpe certeiro, conseguiu o que queria e ainda saiu como o bonzinho. — Jair deu dois passos à frente, o olhar penetrante como o de uma águia.— Ah? — Diogo inclinou a cabeça, fingindo não entender.— O acidente de Gael foi obra sua, não foi? — Jair cortou direto ao ponto, sem rodeios.— Ah? — Diogo continuou se fazendo de desentendido.— Você mandou alguém bater no carro de Gael, mas não para matá-lo, apenas para deixá-lo aleijado. — Jair, sempre astuto, já havia desvendado as intenções sombrias de Diogo. — Depois, você sugeriu ao nosso pai que buscasse a ajuda de Olívia, para ganhar pontos com ele, mostrando sua competência e lealdade. Diogo, você é tão ardiloso quanto uma raposa velha!Diogo ajustou os óculos com os dedos longo
Tiago estava desesperado para salvar o filho. Naquela noite, ele ligou para Érico, confirmando que ele e Olívia estariam em casa, e na manhã seguinte, partiu direto para Matear com Diogo.— Érico! Érico, por favor, desta vez você precisa salvar meu filho! — Tiago mal entrou pela porta e já começou a gritar com a voz embargada, completamente desesperado, sem se importar com a própria imagem diante do amigo.Érico e Maia vieram recebê-los imediatamente.Ao ver o estado desleixado e visivelmente abatido de Tiago, Érico não pôde deixar de sorrir internamente. O velho companheiro, que sempre competiu com ele em elegância, finalmente havia deixado a pose de lado.— Sr. Tiago, o que aconteceu? — Maia perguntou, surpresa com a aparência desolada dele.Tiago se apressou em direção a eles, mas, devido à idade, tropeçou em uma pedra e perdeu o equilíbrio. Em um movimento desajeitado, caiu de joelhos diante de Érico e Maia, como se estivesse prestando uma reverência.A situação ficou extremamente
Gael ainda estava em coma. Na verdade, ele já deveria ter acordado, mas os médicos, temendo que ele não suportasse o choque, aumentaram a dose do anestésico.Uma hora depois, Olívia saiu com o diretor do hospital e dois professores de cirurgia. Seus rostos estavam sombrios.— Vivia, como está o Gael? — Tiago correu até ela imediatamente.A família Moura, junto com os seguranças e secretários, formou uma multidão ao redor.Olívia franziu as sobrancelhas, hesitou por um momento e respondeu com uma voz baixa:— Sr. Tiago, a situação das pernas do Sr. Gael... Não é nada boa. As fraturas são muito graves, mesmo com o uso de pinos de aço, será extremamente difícil restaurar as pernas dele. O dano é extenso. As chances de recuperação são praticamente nulas e as chances de ele voltar a andar... São inferiores a vinte por cento.A notícia causou um alvoroço entre os Moura.Tiago só não desmaiou porque Jair e Tábata o seguraram.Diogo, por outro lado, permanecia quieto, encostado na parede em um
A família Moura ficou perplexa diante da cena, trocando olhares sutis e cheios de significados.Olívia e Diogo tão próximos assim? Parecia que os dois já tinham algo entre eles.Mas, considerando a posição de Diogo na família Moura... Ele parecia não estar à altura de Olívia.— Estou bem. — Olívia respirou fundo e se desvencilhou suavemente dos braços de Diogo.Diante de todos, ela certamente não queria causar mal-entendidos.As mãos de Diogo ficaram paradas no ar, os dedos se fechando em um aperto nervoso.Nesse momento, Tiago, acompanhado por seu secretário e outros assistentes, chegou apressado.— Vivia, como ele está?— Sr. Tiago, fiz o que pude. — Olívia limpou o suor da testa e suspirou, exausta. — A perna de Gael estava gravemente ferida, mas consegui salvar a esquerda.— E... A direita?— Precisa ser amputada.A palavra "amputada" caiu como um raio, deixando Tiago atordoado, vendo tudo escurecer ao seu redor.— Está tudo bem... Está tudo bem, Vivia, eu sei que você fez o melhor