Vivia era o amor da sua vida. Como ele poderia suportar destruí-la...— E então, já decidiu o que vai fazer? — A voz do homem, preguiçosa, carregava uma ameaça velada. — Senhor, me dê mais uma chance. A última. — A aura sombria que emanava de Diogo era sufocante, como a de um demônio agarrado à beira do inferno, lutando desesperadamente para escapar. — O seu laboratório... Não está desenvolvendo uma droga capaz de causar paralisia cardíaca instantânea? Eu preciso de uma dose. — Hmm? Para que você quer isso? — O homem riu, um tom de escárnio evidente. — Não vai me dizer que pretende usar essa droga em si mesmo? Você realmente é audacioso. Não acha que já enfiou agulhas suficientes no próprio corpo ao longo desses anos? E, só para constar, essa droga ainda está longe de ser segura. Não passou pelos testes clínicos. O risco é enorme. — Eu sei. Mas essa é minha última cartada. Vou apostar tudo. — Os olhos de Diogo estavam vermelhos, inchados de tanto sangue acumulado, e sua sanidade
Benjamin entrou no quarto com passos leves, tomando cuidado para não perturbar o sono de sua amada. Antes mesmo de cruzar a porta, ele tirou os sapatos, andando apenas de meias para abafar qualquer ruído. Na cama espaçosa e macia, Samara estava encolhida, seu corpo delicado e pequeno totalmente envolto pelo cobertor. Apenas sua cabecinha aparecia, com os cabelos negros e macios espalhados de forma desleixada sobre o travesseiro, como algas flutuando no mar. Benjamin sentou-se à beira da cama, observando com atenção o rosto sereno e adorável dela. Com a ponta dos dedos, afastou delicadamente uma mecha de cabelo que estava colada à sua bochecha. — Eu saí de casa por algumas horas e, quando volto, já descubro que tanta coisa aconteceu. — Ele murmurou baixinho, sua voz carregada de um tom possessivo, enquanto passava o dedo com leveza pelo rosto liso da garota, descendo até seus lábios rosados e, em seguida, deslizando pela clavícula delicada. — Eu achava que era o único homem no mun
Benjamin caminhava em direção à mesa, e Olívia, ao vê-lo, não pôde deixar de notar seu rosto abatido e exausto. — Eita, o que aconteceu com você? Virou a noite trabalhando? — Brincou ela, com um sorriso provocador. — Eu... Ah, nem me fale. — Ele suspirou, frustrado. O que ele poderia dizer? Reclamar do irmão dela? Isso certamente acabaria com a amizade deles. Olívia percebeu que ele estava com algo na cabeça, mas, se ele não queria falar, ela também não iria insistir. — Vai comer? Se quiser, faço a sua parte agora. — Charles lançou um olhar rápido para ele enquanto fritava ovos na frigideira, sem parar o trabalho. — Não tô com fome. — Benjamin abriu a geladeira, pegou uma garrafa de água gelada e, sem cerimônia, bebeu tudo de uma vez. Ao terminar, ele amassou a garrafa vazia em sua mão e respirou fundo antes de soltar a bomba: — Vivia, Chad, hoje eu vou me casar com a Samara. Os dois pararam o que estavam fazendo, completamente surpresos. — O quê? Hoje? — Exclamaram
— Rival? — Olívia apoiou o rosto na mão esquerda enquanto, com a direita, pegava uma blueberry e a colocava na boca de Charles. — Você? Rival? Que novidade é essa? Charles soltou uma risada fria. — Benjamin, você cerca a Samara como se estivesse em prisão domiciliar. Ela só vê você e sua secretária o dia inteiro. Nem sequer tem uma vida social normal. Rival de onde? Sonhou com isso, foi? — Pois é isso mesmo! — Benjamin bateu com força na mesa, a voz saindo quase esganiçada de tão nervoso. Ele se lembrou da noite anterior, quando, em seus braços, Samara murmurou o nome "Vasco". Ela sonhou com outro homem! Benjamin sentiu o coração se partir em mil pedaços, como vidro estilhaçado pelo chão. — Não me diga que você tá falando... Do meu irmão Vasco? — Olívia lançou-lhe um olhar gélido, cruzando os braços. Charles ficou confuso, incapaz de conectar os pontos com o nome de Vasco. Benjamin arregalou os olhos, encarando Olívia com uma expressão de admiração. — Vivia... Como vo
— Nem brinca... Jato é coisa boa, mas prefiro ter vida pra sentar e voltar inteiro depois! — Disse Dante com medo.— Ah, Chad, pega leve. Todo mundo aqui sabe que o Dante é leal a você até os ossos. Vai fazer show por causa de um jato? — Olívia arqueou uma sobrancelha enquanto seus dedos delicados traçavam a linha afiada do maxilar de Charles. Sua voz saiu baixinha, mas carregada de provocação, e o olhar altivo era digno de uma rainha. — No seu aniversário, eu te dou um. Melhor que o do Diogo, claro. Que tal? Putz! Oferecer um jato particular como presente... Só mesmo a herdeira número um de Matear para fazer isso parecer tão casual. Charles piscou os olhos, surpreso, e segurou a mão dela com firmeza, o semblante sério. — Vivia, eu sou seu homem, mas não sou um playboy sustentado por mulher. Se for pra ganhar presente, quem tem que dar sou eu. — Ai, Charles, que besteira. A gente não separa o que é meu e o que é seu. Um troco qualquer, que diferença faz? O tom despreocupado
— Nossos homens estavam levando vantagem! — Stéphanie explodiu, a voz carregada de fúria. — Só que ninguém esperava que Mateo tivesse reforços! Aqueles caras lutam como profissionais, todos armados até os dentes, e não estavam só defendendo. Eles queriam exterminar nossos homens! Já foi uma sorte eles terem conseguido voltar vivos! Benjamin, tomado pela raiva e frustração, socou a mesa com força. Seus nós dos dedos estalaram com um som seco e ameaçador. Não bastava não terem capturado Mateo, ainda quase perderam todos os seus homens. Para Benjamin, que sempre prezava pela vitória e odiava falhas, aquilo era como ter o orgulho pisoteado e esmagado no chão. — Benjamin... O que foi? Quem te deixou assim? A voz suave e sonolenta fez todos na sala se virarem ao mesmo tempo em direção à escada. Samara estava ali, encostada no corrimão, o rosto ainda meio sonolento. Vestia uma camisola branca amassada, com alças finas, e segurava contra o peito o ursinho de pelúcia que Olívia lhe der
Olívia abaixou o olhar, silenciosa, com uma sombra de melancolia que lhe pesava no rosto. Charles percebeu a tristeza dela e segurou sua mão gentilmente, acariciando-a na palma. — Vivia, eu sei... Você se preocupa com a Samara. Mas olha só: agora ela tem o Benjamin. Ele ama, protege e cuida dela. Benjamin tem força, poder e capacidade suficientes para garantir a felicidade dela. — Eu sei disso... Na verdade, eu até agradeço a ele. Mas não era por Benjamin ter aceitado Samara que ela era grata. O que tocava Olívia era o fato de Benjamin enxergar a beleza e a pureza da garota, como se ela fosse uma joia rara. Era por ele ter paciência e dedicação para cuidar de Samara que Olívia sentia esse reconhecimento silencioso. Passaram-se alguns minutos até Benjamin voltar para a sala. Ele parecia ainda mais cansado, com olheiras ainda mais fundas. — Benjamin, você está exausto. — Charles suspirou profundamente. — Eu amo a Samara. Tudo o que faço por ela, faço porque quero. Não tem ca
— Vivia, o que foi que você pensou? — Charles perguntou, preocupado, enquanto a observava com atenção. Benjamin e Stéphanie também tinham seus olhos fixos no rosto de Olívia, esperando por uma resposta. — Dante acertou em cheio. Com a personalidade venenosa do Diogo, ele certamente encontraria uma forma de eliminar o Mateo sem deixar rastros! E... Ele já está preparando isso há tempos. Só que o instrumento principal do crime só chegou agora! Benjamin e os outros ainda pareciam confusos, mas Charles, sempre rápido, ligou os pontos e entendeu imediatamente. — Você está dizendo que o "instrumento do crime" é aquele jato particular? Olívia assentiu vigorosamente, o olhar carregado de urgência. — Exatamente. Em terra, o Diogo teria dificuldades para agir sem chamar atenção, mas no ar... No ar, ele pode fazer o que quiser! E assim que o avião cruzar a fronteira, não importa o quanto tenhamos influência, não conseguiremos interceptá-lo. Ele terá liberdade total para agir! Era um