— Nossos homens estavam levando vantagem! — Stéphanie explodiu, a voz carregada de fúria. — Só que ninguém esperava que Mateo tivesse reforços! Aqueles caras lutam como profissionais, todos armados até os dentes, e não estavam só defendendo. Eles queriam exterminar nossos homens! Já foi uma sorte eles terem conseguido voltar vivos! Benjamin, tomado pela raiva e frustração, socou a mesa com força. Seus nós dos dedos estalaram com um som seco e ameaçador. Não bastava não terem capturado Mateo, ainda quase perderam todos os seus homens. Para Benjamin, que sempre prezava pela vitória e odiava falhas, aquilo era como ter o orgulho pisoteado e esmagado no chão. — Benjamin... O que foi? Quem te deixou assim? A voz suave e sonolenta fez todos na sala se virarem ao mesmo tempo em direção à escada. Samara estava ali, encostada no corrimão, o rosto ainda meio sonolento. Vestia uma camisola branca amassada, com alças finas, e segurava contra o peito o ursinho de pelúcia que Olívia lhe der
Olívia abaixou o olhar, silenciosa, com uma sombra de melancolia que lhe pesava no rosto. Charles percebeu a tristeza dela e segurou sua mão gentilmente, acariciando-a na palma. — Vivia, eu sei... Você se preocupa com a Samara. Mas olha só: agora ela tem o Benjamin. Ele ama, protege e cuida dela. Benjamin tem força, poder e capacidade suficientes para garantir a felicidade dela. — Eu sei disso... Na verdade, eu até agradeço a ele. Mas não era por Benjamin ter aceitado Samara que ela era grata. O que tocava Olívia era o fato de Benjamin enxergar a beleza e a pureza da garota, como se ela fosse uma joia rara. Era por ele ter paciência e dedicação para cuidar de Samara que Olívia sentia esse reconhecimento silencioso. Passaram-se alguns minutos até Benjamin voltar para a sala. Ele parecia ainda mais cansado, com olheiras ainda mais fundas. — Benjamin, você está exausto. — Charles suspirou profundamente. — Eu amo a Samara. Tudo o que faço por ela, faço porque quero. Não tem ca
— Vivia, o que foi que você pensou? — Charles perguntou, preocupado, enquanto a observava com atenção. Benjamin e Stéphanie também tinham seus olhos fixos no rosto de Olívia, esperando por uma resposta. — Dante acertou em cheio. Com a personalidade venenosa do Diogo, ele certamente encontraria uma forma de eliminar o Mateo sem deixar rastros! E... Ele já está preparando isso há tempos. Só que o instrumento principal do crime só chegou agora! Benjamin e os outros ainda pareciam confusos, mas Charles, sempre rápido, ligou os pontos e entendeu imediatamente. — Você está dizendo que o "instrumento do crime" é aquele jato particular? Olívia assentiu vigorosamente, o olhar carregado de urgência. — Exatamente. Em terra, o Diogo teria dificuldades para agir sem chamar atenção, mas no ar... No ar, ele pode fazer o que quiser! E assim que o avião cruzar a fronteira, não importa o quanto tenhamos influência, não conseguiremos interceptá-lo. Ele terá liberdade total para agir! Era um
Olívia e Charles decidiram naquela noite que era hora de voltar para o seu ninho de amor. Na hora da despedida, Samara se jogou nos braços de Olívia, chorando copiosamente. Seus dedos apertavam com força o tecido do vestido preto de Olívia, deixando-o todo amassado, enquanto lágrimas encharcavam a frente da roupa. Parecia que nunca mais se veriam. Olívia passou um bom tempo tentando consolar a amiga, prometendo que viria visitá-la com frequência. Antes de sair, ainda deu um aviso sério a Benjamin: — Não adianta só viver para as preocupações do Grupo Júnior. Arranje tempo para levar Samara para passear. Não a deixe se tornar uma ave engaiolada, incapaz de aproveitar a liberdade e a felicidade. Benjamin jurou de mãos juntas, como se estivesse assinando um contrato, enquanto abraçava Samara, que ainda soluçava como uma criança. Ele ficou parado à porta, observando o casal partir com os olhos marejados. O carro percorreu alguns quilômetros antes que Olívia, enfim, não conseguisse
Os dias de preocupação contínua deixaram Hebe à beira de um colapso. Sua voz estava embargada de tanto chorar: — Eu e mamãe tentamos de tudo... A família Vieira também procurou ajuda, mas simplesmente não conseguimos tirar o Breno da prisão... — O quê? E só agora você me conta isso? — Olívia exclamou, aflita. — Vivia, calma. Não assuste a Hebe. Charles apertou levemente a mão dela, sua voz grave e serena tentando apaziguar as emoções da mulher: — Diga para a Hebe não se desesperar. Peça que ela conte tudo com calma. Olívia respirou fundo, tentando controlar a culpa que a consumia. — Desculpa, Hebe... Fui dura com você agora. Não chore, me explique tudo direitinho. Quero saber quem foi o desgraçado que teve a audácia de mexer com alguém meu! Eu vou acabar com ele! Mesmo com a urgência da situação, Charles teve que segurar o riso ao ouvir as palavras cheias de fúria da mulher. — Foi... Foi gente da família Moura... — Hebe respondeu entre soluços. — Eu acho... Acho que f
Olívia arregalou os olhos, encarando o perfil frio e impecável de Charles, atônita. Do outro lado da linha, o silêncio tomou conta, interrompido apenas pelos suaves soluços de Hebe. — O que foi? Uma me olha assim e a outra fica muda? — Charles sorriu de leve, estendendo a mão para apertar de leve o rosto de Olívia. — Será que nenhuma de vocês duas pode confiar em mim por um instante? — N-não é isso... — Hebe foi a primeira a responder, sua voz baixa e cheia de gratidão. — Charles, obrigada por ajudar o Breno... De verdade, obrigada. — Não precisa agradecer. Somos uma família. Depois de acalmar Hebe, Charles encerrou a ligação e imediatamente ordenou a Dante: — Dê meia-volta. Vamos para a delegacia. Dante obedeceu sem hesitar, girando o volante com firmeza. — Chad, o que você pretende fazer? — Olívia perguntou, preocupada, enquanto observava o semblante calmo e inabalável do homem ao seu lado. — Não importa o que seja necessário, o importante é tirarmos o Breno de lá.
Uma onda de tensão cortante encheu o ambiente, como se uma espada afiada estivesse suspensa sobre as cabeças. Nico forçou um sorriso amarelo e tentou aliviar a pressão: — Que tal tomarem um café antes de começarmos a conversar? — Não precisa. O café daqui, com todo respeito, não é para o meu gosto. — Olívia cruzou as longas pernas elegantes, levantando o olhar frio e penetrante. — Meu secretário está sob sua custódia. Quero que o liberte imediatamente. Esta situação é um assunto entre a família Bastos e a família Moura. Se você pretende continuar subindo na carreira sem problemas, é melhor não se meter onde não foi chamado. Olívia nunca foi de rodeios. Direta e incisiva, suas palavras sempre atingiam o alvo sem desviar. O sorriso falso de Nico começou a desaparecer, mas ele ainda tentou manter a compostura: — Olívia, eu entendo como você se sente. Mas, veja bem, eu trabalho na polícia há mais de trinta anos. Já lidei com todo tipo de pessoa, e uma coisa é certa: ninguém é c
Nico soltou um suspiro de alívio assim que viu sua “salvação” entrar pela porta.Atrás de Jair vinha outra figura — Joaquim.Depois de desligar o telefone, Jair não conseguiu se acalmar. Algo o incomodava, e ele decidiu ir pessoalmente até a delegacia. No caminho, ligou para Joaquim, explicou a situação e pediu ajuda para lidar com os problemas de Gael.Joaquim, que ainda estava ressentido pelas humilhações anteriores de Jair, inicialmente não queria aceitar. Mas, ao saber que Olívia e Charles estavam envolvidos, ele viu a oportunidade perfeita para se vingar. Não podia perder a chance de vê-los em uma posição difícil. E assim, correu para a delegacia com um sorriso malicioso no rosto.Olívia cerrou os dentes com tanta força que parecia que poderia quebrá-los. Seus olhos queimavam de raiva. Joaquim, aquele traidor nojento, um verdadeiro verme sem escrúpulos... Só de olhar para ele, ela sentiu vontade de vomitar.— Sr. Jair, nunca imaginei que o advogado que você contrataria seria ele.