— Vivia, o que foi que você pensou? — Charles perguntou, preocupado, enquanto a observava com atenção. Benjamin e Stéphanie também tinham seus olhos fixos no rosto de Olívia, esperando por uma resposta. — Dante acertou em cheio. Com a personalidade venenosa do Diogo, ele certamente encontraria uma forma de eliminar o Mateo sem deixar rastros! E... Ele já está preparando isso há tempos. Só que o instrumento principal do crime só chegou agora! Benjamin e os outros ainda pareciam confusos, mas Charles, sempre rápido, ligou os pontos e entendeu imediatamente. — Você está dizendo que o "instrumento do crime" é aquele jato particular? Olívia assentiu vigorosamente, o olhar carregado de urgência. — Exatamente. Em terra, o Diogo teria dificuldades para agir sem chamar atenção, mas no ar... No ar, ele pode fazer o que quiser! E assim que o avião cruzar a fronteira, não importa o quanto tenhamos influência, não conseguiremos interceptá-lo. Ele terá liberdade total para agir! Era um
Olívia e Charles decidiram naquela noite que era hora de voltar para o seu ninho de amor. Na hora da despedida, Samara se jogou nos braços de Olívia, chorando copiosamente. Seus dedos apertavam com força o tecido do vestido preto de Olívia, deixando-o todo amassado, enquanto lágrimas encharcavam a frente da roupa. Parecia que nunca mais se veriam. Olívia passou um bom tempo tentando consolar a amiga, prometendo que viria visitá-la com frequência. Antes de sair, ainda deu um aviso sério a Benjamin: — Não adianta só viver para as preocupações do Grupo Júnior. Arranje tempo para levar Samara para passear. Não a deixe se tornar uma ave engaiolada, incapaz de aproveitar a liberdade e a felicidade. Benjamin jurou de mãos juntas, como se estivesse assinando um contrato, enquanto abraçava Samara, que ainda soluçava como uma criança. Ele ficou parado à porta, observando o casal partir com os olhos marejados. O carro percorreu alguns quilômetros antes que Olívia, enfim, não conseguisse
Os dias de preocupação contínua deixaram Hebe à beira de um colapso. Sua voz estava embargada de tanto chorar: — Eu e mamãe tentamos de tudo... A família Vieira também procurou ajuda, mas simplesmente não conseguimos tirar o Breno da prisão... — O quê? E só agora você me conta isso? — Olívia exclamou, aflita. — Vivia, calma. Não assuste a Hebe. Charles apertou levemente a mão dela, sua voz grave e serena tentando apaziguar as emoções da mulher: — Diga para a Hebe não se desesperar. Peça que ela conte tudo com calma. Olívia respirou fundo, tentando controlar a culpa que a consumia. — Desculpa, Hebe... Fui dura com você agora. Não chore, me explique tudo direitinho. Quero saber quem foi o desgraçado que teve a audácia de mexer com alguém meu! Eu vou acabar com ele! Mesmo com a urgência da situação, Charles teve que segurar o riso ao ouvir as palavras cheias de fúria da mulher. — Foi... Foi gente da família Moura... — Hebe respondeu entre soluços. — Eu acho... Acho que f
Olívia arregalou os olhos, encarando o perfil frio e impecável de Charles, atônita. Do outro lado da linha, o silêncio tomou conta, interrompido apenas pelos suaves soluços de Hebe. — O que foi? Uma me olha assim e a outra fica muda? — Charles sorriu de leve, estendendo a mão para apertar de leve o rosto de Olívia. — Será que nenhuma de vocês duas pode confiar em mim por um instante? — N-não é isso... — Hebe foi a primeira a responder, sua voz baixa e cheia de gratidão. — Charles, obrigada por ajudar o Breno... De verdade, obrigada. — Não precisa agradecer. Somos uma família. Depois de acalmar Hebe, Charles encerrou a ligação e imediatamente ordenou a Dante: — Dê meia-volta. Vamos para a delegacia. Dante obedeceu sem hesitar, girando o volante com firmeza. — Chad, o que você pretende fazer? — Olívia perguntou, preocupada, enquanto observava o semblante calmo e inabalável do homem ao seu lado. — Não importa o que seja necessário, o importante é tirarmos o Breno de lá.
Uma onda de tensão cortante encheu o ambiente, como se uma espada afiada estivesse suspensa sobre as cabeças. Nico forçou um sorriso amarelo e tentou aliviar a pressão: — Que tal tomarem um café antes de começarmos a conversar? — Não precisa. O café daqui, com todo respeito, não é para o meu gosto. — Olívia cruzou as longas pernas elegantes, levantando o olhar frio e penetrante. — Meu secretário está sob sua custódia. Quero que o liberte imediatamente. Esta situação é um assunto entre a família Bastos e a família Moura. Se você pretende continuar subindo na carreira sem problemas, é melhor não se meter onde não foi chamado. Olívia nunca foi de rodeios. Direta e incisiva, suas palavras sempre atingiam o alvo sem desviar. O sorriso falso de Nico começou a desaparecer, mas ele ainda tentou manter a compostura: — Olívia, eu entendo como você se sente. Mas, veja bem, eu trabalho na polícia há mais de trinta anos. Já lidei com todo tipo de pessoa, e uma coisa é certa: ninguém é c
Nico soltou um suspiro de alívio assim que viu sua “salvação” entrar pela porta.Atrás de Jair vinha outra figura — Joaquim.Depois de desligar o telefone, Jair não conseguiu se acalmar. Algo o incomodava, e ele decidiu ir pessoalmente até a delegacia. No caminho, ligou para Joaquim, explicou a situação e pediu ajuda para lidar com os problemas de Gael.Joaquim, que ainda estava ressentido pelas humilhações anteriores de Jair, inicialmente não queria aceitar. Mas, ao saber que Olívia e Charles estavam envolvidos, ele viu a oportunidade perfeita para se vingar. Não podia perder a chance de vê-los em uma posição difícil. E assim, correu para a delegacia com um sorriso malicioso no rosto.Olívia cerrou os dentes com tanta força que parecia que poderia quebrá-los. Seus olhos queimavam de raiva. Joaquim, aquele traidor nojento, um verdadeiro verme sem escrúpulos... Só de olhar para ele, ela sentiu vontade de vomitar.— Sr. Jair, nunca imaginei que o advogado que você contrataria seria ele.
— Breno... Como assim? — A mente de Olívia explodiu como um trovão. Se não fosse Charles segurá-la a tempo, ela teria perdido o equilíbrio. — É sério? O Breno confessou tudo? — Os olhos de Nico brilharam, e ele começou a folhear a confissão repetidamente, como se quisesse se certificar de que era real. — Sim, chefe. Está tudo aqui, muito claro. Breno confessou ter agredido Gael, admitiu todas as acusações e aceitou as consequências. A reviravolta foi um verdadeiro presente inesperado para a família Moura. Durante dias, eles haviam alternado equipes de interrogatório, 24 horas por dia, pressionando Breno sem trégua. Qualquer pessoa comum teria cedido há muito tempo. Mas Breno era teimoso como uma rocha, preferindo apodrecer naquela cela fria, sem jamais admitir culpa. Então, por que agora? O que poderia ter acontecido para fazê-lo mudar de ideia? — Vivia, você está bem? — Charles perguntou, preocupado, vendo o rosto dela perder toda a cor. Ele apertou sua cintura rígida co
Para não envolver Olívia, após a conversa com Joaquim, Breno não hesitou em se entregar à polícia e assinou a confissão. E tudo isso foi feito nas sombras, sem que Joaquim sequer informasse Jair. Ele agiu rápido, como quem corta um nó com uma faca afiada, pegando Olívia e Charles completamente desprevenidos. Charles apertava o corpo trêmulo de Olívia em seus braços, enquanto seus olhos perfuravam a expressão cínica e triunfante de Joaquim. — Joaquim, o que você fez? Que tipo de golpe sujo você usou para forçar o Breno a confessar? — Golpe sujo? Forçar? — Joaquim fingiu indignação, levando a mão ao peito com falsa delicadeza. — Charles, suas ofensas estão ficando pesadas. Minha sensibilidade emocional está sendo gravemente afetada. Talvez eu devesse processá-lo por danos morais. Interrogar suspeitos é trabalho da polícia. Eu sou apenas um humilde advogado. Não tenho poder para forçar ninguém a nada. A assinatura é do Breno, a digital é dele. Tudo foi voluntário. Olívia engoliu