Pensar em uma possível reconciliação com Konstantinos encheu o coração de Íris de alegria, e reavivou nela a esperança de que, talvez, eles ainda pudessem conviver pacificamente ou harmoniosamente como as diferenças deles. Independentemente de qualquer coisa ou de opiniões contrárias, eles eram pai e filha e deveriam encontrar um meio-termo para que tais divergências não sobrepusessem o relacionamento familiar de ambos.Apesar de o pai dela ser um homem rígido, e algumas vezes intolerante com os seus filhos; Íris não podia negar que ele era um avô amoroso, e esse era um dos principais motivos pelo qual ela não queria privar os seus gêmeos de conviver com os avós maternos; já que o convívio com os avós paternos estava fora de cogitação.O simples pensamento de seus filhos a fez imaginar qual seria a reação de seus familiares ao descobrirem que a filha rebelde e encrenqueira — como era vista por eles — seria mãe de gêmeos: não que isso fosse motivo de orgulho; muito pelo contrário; ela
A ansiedade para saber qual seria o próximo passo de Konstantinos era visível nos olhos de todos, principalmente nos de Catarina, que, há qualquer momento descobriria qual o veredito de seu pai a respeito de ela tentar boicotar a própria irmã, em nome de uma rivalidade descabida.Mas a apreensão deles só durou até o momento de ele degustar o seu licor e, logo após ele observou, dirigindo-se a Íris e a Alexandro.— Vocês devem estar surpresos por meu convite depois de tudo o que aconteceu conosco.— Sim. Diante de tudo o que aconteceu conosco, confesso que não esperávamos ser recebidos novamente em sua residência. — Alexandro disse em meio a hesitação de Íris.— Ao longo desses oito meses, muita coisa aconteceu que fizeram-me repensar em minha atitude diante de vocês. — Disse olhando-o nos olhos e acrescentou logo depois. — Reconheço que fui intolerante e que coloquei meus problemas pessoais acima dos interesses da empresa.— O que o senhor está querendo dizer com isso? — Alexandro o q
Só em pensar que, em pouco tempo estaria novamente na vila dos Varvakis a deixou em um estado de nervos terrível e com a estranha sensação de estar voltando para o ponto de partida, depois de todos os atropelos em sua vida.Por outro lado; voltar para o seu antigo lar e para o seio do convívio familiar significava que ela não tinha sido vencida e que, Catarina e os que a odiavam ainda teriam que atura-la durante muito tempo, pois ela estava voltando para a vila não como hóspede, mas como a mais nova proprietária da mansão que antes fora de sua avó.O olhar de contrariedade de Catarina ao vê-la de posse do documento que a reconhecia como dona absoluta da mansão de Thereza Varvakis; estava estampado no semblante dela em formato de duas tochas de ódio, e em certos momentos, Íris pensou que ela fosse avançar sobre ela e arrancar-lhe o documento das mãos; contudo ela controlou seu ímpeto de tomá-lo e rasga-lo, e permaneceu no canto dela, olhando-a com suas duas brasas de fogo lançando faís
Voltar para a vila depois de todos os contratempos entre Íris e sua família parecia loucura, mas acabou sendo a decisão mais acertada que ela poderia ter tomado, e essa certeza veio ao presenciar o reencontro emocionado de seu esposo e dos filhos que lhe fora arrancado.No final ela percebeu que, apesar de todos os rodeios e armadilhas do destino, ele os conduziu novamente para o ponto de partida; para o caminho que lhes fora traçado desde o início. Ela e Alexandro estavam predestinados a ficar juntos e Alexandre e Nicky foram apenas o subterfugio que o destino usou para uni-los para sempre.Se voltar para a vila tinha sido desafiador; ser inserida novamente no seio do hospital Santo André e no hospital Pátras tinha sido prazeroso, pois ela retornou para ambos de cabeça erguida, para desgosto dos que teriam que engoli-la novamente.Mesmo sabendo que, o que vinha de seu irmão era falso, ela fingiu acreditar na benevolência dele e deu prosseguimento aos seus atendimentos como se nada ti
Íris estava exausta quando seu turno chegou ao fim. Aquele dia foi definitivamente corrido e cheio de contratempos e seria muita sorte se conseguisse chegar a tempo para o jantar em família que seus pais faziam questão de manter todos os finais de semana — era uma tradição sagrada. Temendo chegar mais atrasada do que o habitual, ela dirigiu-se apressadamente para o estacionamento. Seu pai provavelmente ficaria chateado com a demora dela, mas o atraso de Íris era perfeitamente justificável: ela era médica e uma emergência de última hora a prendeu por mais tempo no hospital.Como médica, ela sabia que sua vocação exigia sacrifícios, porém isso era o de menos frente a sua grande paixão. A medicina sempre foi o maior dos sonhos dela, e para conseguir realizá-lo, ela teve que abrir mão de muita coisa: inclusive de si própria. Íris aprendeu na prática que sua carreira requer muita dedicação e muita renúncia, porém ela não se arrependeu das escolhas que fez. Aos vinte e cinco anos, ela já
A grosseria de seu pai não tinha limite quanto tratava-se dela e para evitar mais aborrecimentos, ela engoliu sua indignação entre uma taça de vinho e outra.Ainda revoltada com o modo resoluto que ele a interpelou, ela o observou discretamente. Konstantinos era um homem atraente, apesar de seus sessenta anos. De cabelos grisalhos e olhos escuros, ele emanava uma vitalidade surpreendente e nem mesmo o acidente que sofrera anos atrás tirou-lhe o vigor: pai, avó e marido dedicado, somavam as características que distinguiam-no de tantos outros. Ele era o tipo de pai que fazia de tudo pelo bom nome da família. Mesmo diante de tanto vigor, uma parte dele fora perdida no dia do acidente, e ele passou de um homem alegre e amável para um senhor mal-humorado e ranzinza. Lembra-se daquele acidente acionava memórias dolorosas de um dia de horror, onde ambos, quase perderam a vida. Nostálgica, ela decidiu afogar as lembranças assombrosas no vinho tinto que bebericava.Para Íris aquele jantar p
Íris acordou pela manhã com o som insistente do despertador buzinando em seus ouvidos. Embora quisesse aproveitar um pouco mais do calor de seu cobertor, ela não podia, pois tinha suas responsabilidades como médica. Mais que depressa, pulou da cama e correu para o banheiro. Ao sair do banho pegou a primeira roupa que viu pela frente e vestiu-se. Seu traje era simples: uma camisa branca de algodão e calça pantalona de alfaiataria. Como ainda tinha alguns minutos a seu favor, maquiou-se rapidamente e desceu apressada para o café da manhã. Assim que chegou ao terraço o encontrou vazio, e pelo silêncio da casa, ela tinha quase certeza de que todos ainda estavam na cama. Íris fez a refeição sozinha e quando preparava-se para sair, seus pais apareceram de supetão. Sua mãe a cumprimentou sonolenta, enquanto acomodava-se ao lado de seu esposo. — Bom dia! — Respondeu sorrindo para sua mãe ainda aturdida e acrescentou. — Desejo um ótimo desjejum para os dois. Konstantinos, no entanto,
Alexandro saiu do hospital pensativo. O encontro com a bela Dra. Íris mexeu demasiadamente com suas emoções e isso o estava incomodando. Depois de Ágata, nunca sentira uma atração tão forte por alguém como a que estava sentindo naquele momento pela senhorita antipatia. Em seu íntimo ele sentia-se culpado por está pensando em outra mulher já que sua viuvez ainda era muito recente. Por outro lado, o relacionamento dele com Ágata nunca foi dos melhores, e depois do nascimento de Damon — o primeiro filho deles — o casamento foi de mal a pior e o que já era morno, esfriou de vez. Zoe — segundo sua esposa —, foi um acidente de percurso e depois desse dia, ela afastou-se definitivamente dele. Ágata não queria nenhum tipo de contado físico, nem com ele nem com Zoe. Para os que os conheciam; eles pareciam ser o casal mais perfeito e harmonioso do mundo, porém por trás das cortinas, a história era bem diferente: eles viviam como se fossem dois estranhos: ela tentando adaptar-se com a presenç