Lucca.Momentos antes do resgaste…Uma nuvem cinza de fumaça cobre a minha visão... Daqui de onde estou não consigo ver nada além de fumaça e escuridão. Uma dor lancinante rasga o meu braço. Me forço a levantar, mas sinto o algo pesado sobre o meu corpo. Começo a tossir e me dou conta de que estou sem a máscara de oxigênio.O que aconteceu?Onde estou?Tento não entrar em pânico quando a memória me vem à tona. O piso desabou e caímos entre os escombros ardentes. Faço um pouco mais de força, tento tirar o peso de cima de mim, mas a dor no meu braço não me permite.— Alguém?! Gil?! — grito, mas não obtenho resposta. — Dani você está bem? — Volto a tossir.Contudo, mais uma vez não tenho resposta. Eu preciso sair daqui. Preciso ir ajudá-los... Por que eles estão demorando tanto? Faço um pouco mais de força e em seguida sinto um estralo no meu braço e grito de dor, desistindo da luta. Os minutos se arrastam e a fumaça densa começa sumir, mas ainda está em todo o ambiente. Então me senti s
Lucca—Oi! — Minha mãe diz se aproximando da cama. Ela tenta falar o mais animada possível, mas eu sei que por dentro ela está em frangalhos.... Você não ver que cada vez que sai pra esse trabalho sua mãe morre um pouco?As palavras gritadas do meu pai me vêm à mente.Eu sei que é difícil para os familiares e para os amigos mais próximos, mas ser bombeiro é a coisa que eu mais amo na vida. E olhar para Sindy e ver a satisfação que ela sente em estar viva. Ouvi-la dizer que vai seguir em frente porque eu lhe dei essa chance, isso é gratificante. É o que me faz superar as perdas nesse trabalho.—Oi, mãe! — Digo e ela me beija a testa.— Você nos deu um grande susto. — Ana sibila, beijando o meu rosto e acariciando os meus cabelos. Logo elas começam a perguntar onde e como me machuquei? E por que não tive cuidado? Ou onde está doendo? Essas coisas de mãe e de irmã mais velha.— Onde está, Alice? — Pergunto por que não a vejo em lugar nenhum. Todos param a conversa e olham para trás. E l
LuccaUma semana depois...— Está nervoso? — Cristopher pergunta depois de um tempo. Forço um sorriso.— Muito. — Respondo com a voz contida.Estamos indo para o restaurante que a Ana reservou para o pedido oficial de casamento. E para o meu desespero, Alice passou o dia na casa dos seus pais. E eu fiquei na casa do Cris, porque não tinha a menor condição de ficar sozinho em casa. Os meus pais passaram o dia inteiro fora de casa. Na verdade, isso já acontece a três dias e não quiseram me dizer o porquê. A Ana estava cheia de trabalho com o projeto novo da Caravelas & Hotelaria.— Meninos, o que estão fazendo trancados nesse quarto? — Jenny pergunta do outro lado da porta. Cris abre um sorriso largo.— Já estamos saindo, Tempestade. Relaxa. — Ele pede me fazendo rir.— Só para vocês saberem, vocês não são a noiva. — Ela rebate irritada. Não consigo segurar a risada. Ele ajeita a minha gravata e vai até a porta.— O que foi, Bonitinha? — Pergunta com extremo carinho.— Meia hora de atra
AliceOlho para o espelho e bufo audivelmente. Vick e Jenny aguardam ansiosas o meu veredicto. O coque em meu cabelo está uma perfeição. Não tenho o que reclamar da maquiagem, mas o vestido... Droga!— Não acham que estou muito menininha não? — Pergunto finalmente. As meninas rolam os olhos impaciente. Não as recrimino, esse é o terceiro vestido que eu rejeito. Contudo, me viro de frente para elas e as encaro sentadas no colchão.— Não sei. Eu sou tão pequena perto dele.— Reclamo desanimada. — E ainda tem a diferença de idade. O vestido não precisa me deixar infantil perto dele— retruco Jenny se levanta e vem para mais perto de mim.— Alice, relaxa. Você está uma pilha e nem é o dia do seu casamento ainda. É só uma formalização do seu pedido.— E não é por isso que eu tenho que chegar lá com a cara de 15 anos, por favor! — Rosno irritada. Vick respira fundo e volta para o closet. Ela traz um vestido verde musgo, que amarra na altura do pescoço.— Esse é o último, Alice. Pelo amor de D
Alice— Me desculpe pelo que aconteceu! Eu realmente não tinha noção do perigo...— Tudo bem, Senhorita. — Diz com desdém.— De verdade, Téo. Eu sei que o meu pai te demitiu pelo que aconteceu. Mas a culpa não foi sua. — Ela me abre um sorriso sem graça.— Aí é que está, Senhorita Ávila. A culpa foi inteiramente minha. Como seu segurança pessoal eu jamais deveria tê-la deixado subir ao seu apartamento sozinha. Mas deixei e a coisa toda aconteceu. Mas não se preocupe, lição aprendida com êxito.Eu assinto olhando o homem sério e em uma posição rude voltando a olhar fixamente para a porta do banheiro.— Como está o seu filho? — Ele volta a me olhar.— É, uma filha. É uma menina. O nome dela é Selena. E, ela está bem. Obrigado por perguntar. A minha esposa e eu estamos nos separando.Engulo em seco.— Ela não entende o meu trabalho. Não entende que preciso ficar quase que vinte e quatro horas grudado nos meus clientes. Enfim, acho que vai ser melhor assim.— Eu sinto muito, Téo!A porta
Alice— E então, Alice? — Lucca pergunta atraindo a minha atenção pra si.O olho por um tempo e respiro fundo. Ah, que se dane a droga do apartamento novo! Que se dane a tão sonhada liberdade! Eu o amo, porra e nós vamos ter um filho!— Por mim tudo bem. — Me pego dizendo. Ele sorri amplamente e os seus lábios proferem as palavras Eu Te Amo! Sem emitir som. Sorrio mordendo o lábio inferior. Todos erguem as suas taças em um brinde e o Edgar fala por fim...— E que venha o casamento!Logo às mulheres começam a falar sobre igrejas, tules, flores, buffet… Eu não me envolvo na conversa, embora muitas perguntas sejam direcionadas a mim e elas euforicamente as respondem. As náuseas voltam e eu peço licença para ir ao banheiro outra vez.***— Obrigada por me trazer ao trabalho hoje. — Digo beijando a sua boca rapidamente. Quando me afasto ele segura levemente a minha nuca e me puxa para perto de si.— Se não se sentir bem larga tudo e me chama que eu venho te buscar. — Pede e eu concordo. Ma
LuccaFico olhando Alice entrar no prédio antes de dar partida no carro. Enquanto dirijo penso em como vai ser o meu primeiro dia trancado entre quatro paredes da empresa Fassini e com uma mesa cheia de papéis na minha frente. O sinal fica vermelho e eu paro o carro. Olho rapidamente para o lado e noto o celular de Alice esquecido no banco do carona.Sorrio.Ela anda meio atarantada esses dias. Os enjoos que quase não permite que se alimente direito. E a noite não tem dormido muito bem. Dou a volta no carro e dirijo de volta para o jornal. Saio do carro segundos depois o travando e sigo para dentro do prédio. No elevador aperto o botão para o segundo andar e vou direto para a sua sala. Eu mexo na maçaneta e a porta parece estar trancada de chave.— Se está procurando a senhorita Ávila, ela se mudou para o terceiro andar. Uma senhora alta e bem elegante diz. Eu assinto levemente para ela e sigo para o elevador dizendo um obrigado.— Siga até o final do corredor, é a última porta a esq
LuccaPenso em desistir e ligo o motor do meu carro, porém, outra mensagem chega e eu pego o celular de volta imediatamente.Alguém que você magoou muito. Você destruiu a minha vida e acabou com uma carreira promissora.Samantha?Não tenho resposta. A pessoa simplesmente não me responde. E com o coração batendo acelerado no peito, volto a ligar o carro e sigo para a corporação. Há uma reunião marcada com o comissário, o perito do incêndio do prédio abandonado e soube que os pais da garota que morreu também estarão lá. Minutos depois, paro o carro em frente ao corpo de bombeiros, eu pego a minha mochila e o celular e travo o carro indo para dentro da corporação. Dentro do prédio encontro alguns homens brincando de dominó, em uma mesa que fica na imensa garagem e em um canto, Daniel está sentado em uma cadeira com a perna engessada.— O que faz aqui? — Pergunto com curiosidade. — Ele dá de ombros.— Não vou ficar em casa me lamentando. Pedi ao chefe um cargo no escritório, enquanto volt