AliceOlho para o espelho e bufo audivelmente. Vick e Jenny aguardam ansiosas o meu veredicto. O coque em meu cabelo está uma perfeição. Não tenho o que reclamar da maquiagem, mas o vestido... Droga!— Não acham que estou muito menininha não? — Pergunto finalmente. As meninas rolam os olhos impaciente. Não as recrimino, esse é o terceiro vestido que eu rejeito. Contudo, me viro de frente para elas e as encaro sentadas no colchão.— Não sei. Eu sou tão pequena perto dele.— Reclamo desanimada. — E ainda tem a diferença de idade. O vestido não precisa me deixar infantil perto dele— retruco Jenny se levanta e vem para mais perto de mim.— Alice, relaxa. Você está uma pilha e nem é o dia do seu casamento ainda. É só uma formalização do seu pedido.— E não é por isso que eu tenho que chegar lá com a cara de 15 anos, por favor! — Rosno irritada. Vick respira fundo e volta para o closet. Ela traz um vestido verde musgo, que amarra na altura do pescoço.— Esse é o último, Alice. Pelo amor de D
Alice— Me desculpe pelo que aconteceu! Eu realmente não tinha noção do perigo...— Tudo bem, Senhorita. — Diz com desdém.— De verdade, Téo. Eu sei que o meu pai te demitiu pelo que aconteceu. Mas a culpa não foi sua. — Ela me abre um sorriso sem graça.— Aí é que está, Senhorita Ávila. A culpa foi inteiramente minha. Como seu segurança pessoal eu jamais deveria tê-la deixado subir ao seu apartamento sozinha. Mas deixei e a coisa toda aconteceu. Mas não se preocupe, lição aprendida com êxito.Eu assinto olhando o homem sério e em uma posição rude voltando a olhar fixamente para a porta do banheiro.— Como está o seu filho? — Ele volta a me olhar.— É, uma filha. É uma menina. O nome dela é Selena. E, ela está bem. Obrigado por perguntar. A minha esposa e eu estamos nos separando.Engulo em seco.— Ela não entende o meu trabalho. Não entende que preciso ficar quase que vinte e quatro horas grudado nos meus clientes. Enfim, acho que vai ser melhor assim.— Eu sinto muito, Téo!A porta
Alice— E então, Alice? — Lucca pergunta atraindo a minha atenção pra si.O olho por um tempo e respiro fundo. Ah, que se dane a droga do apartamento novo! Que se dane a tão sonhada liberdade! Eu o amo, porra e nós vamos ter um filho!— Por mim tudo bem. — Me pego dizendo. Ele sorri amplamente e os seus lábios proferem as palavras Eu Te Amo! Sem emitir som. Sorrio mordendo o lábio inferior. Todos erguem as suas taças em um brinde e o Edgar fala por fim...— E que venha o casamento!Logo às mulheres começam a falar sobre igrejas, tules, flores, buffet… Eu não me envolvo na conversa, embora muitas perguntas sejam direcionadas a mim e elas euforicamente as respondem. As náuseas voltam e eu peço licença para ir ao banheiro outra vez.***— Obrigada por me trazer ao trabalho hoje. — Digo beijando a sua boca rapidamente. Quando me afasto ele segura levemente a minha nuca e me puxa para perto de si.— Se não se sentir bem larga tudo e me chama que eu venho te buscar. — Pede e eu concordo. Ma
LuccaFico olhando Alice entrar no prédio antes de dar partida no carro. Enquanto dirijo penso em como vai ser o meu primeiro dia trancado entre quatro paredes da empresa Fassini e com uma mesa cheia de papéis na minha frente. O sinal fica vermelho e eu paro o carro. Olho rapidamente para o lado e noto o celular de Alice esquecido no banco do carona.Sorrio.Ela anda meio atarantada esses dias. Os enjoos que quase não permite que se alimente direito. E a noite não tem dormido muito bem. Dou a volta no carro e dirijo de volta para o jornal. Saio do carro segundos depois o travando e sigo para dentro do prédio. No elevador aperto o botão para o segundo andar e vou direto para a sua sala. Eu mexo na maçaneta e a porta parece estar trancada de chave.— Se está procurando a senhorita Ávila, ela se mudou para o terceiro andar. Uma senhora alta e bem elegante diz. Eu assinto levemente para ela e sigo para o elevador dizendo um obrigado.— Siga até o final do corredor, é a última porta a esq
LuccaPenso em desistir e ligo o motor do meu carro, porém, outra mensagem chega e eu pego o celular de volta imediatamente.Alguém que você magoou muito. Você destruiu a minha vida e acabou com uma carreira promissora.Samantha?Não tenho resposta. A pessoa simplesmente não me responde. E com o coração batendo acelerado no peito, volto a ligar o carro e sigo para a corporação. Há uma reunião marcada com o comissário, o perito do incêndio do prédio abandonado e soube que os pais da garota que morreu também estarão lá. Minutos depois, paro o carro em frente ao corpo de bombeiros, eu pego a minha mochila e o celular e travo o carro indo para dentro da corporação. Dentro do prédio encontro alguns homens brincando de dominó, em uma mesa que fica na imensa garagem e em um canto, Daniel está sentado em uma cadeira com a perna engessada.— O que faz aqui? — Pergunto com curiosidade. — Ele dá de ombros.— Não vou ficar em casa me lamentando. Pedi ao chefe um cargo no escritório, enquanto volt
Lucca— Oi! — Ela diz em um tom baixo e sem jeito.— Oi! — Retribuo o seu cumprimento. — Vejo os seios na blusa apertada subir e descer com a respiração pesada.— Como foi o seu dia? — Pergunta ainda sentada na cadeira. Descruzo os braços e caminho para perto da mesa.— Cansativo. Tivemos uma reunião sobre o último incêndio. — Ela se afasta um pouco da mesa e se encosta na cadeira.— O que você se machucou? — Inquire com curiosidade. — Assinto em concordância. — Por quê?O que eu devo dizer? Que tem uma louca querendo me matar? Se vingar sabe Deus de que? Não posso fazer isso com ela. Alice anda muito agitada com a gravidez e isso há tira o seu sono. Trazer mais problemas para ela não seria sensato.— Houve um assassinato de uma criança e a polícia, assim como os bombeiros estão investigando. Como foi o seu dia? — Mudo de assunto. Ela me dá um meio sorriso.— Enjoativo. — Diz evasiva. Contudo, a olho por um curto espaço de tempo e faço menção de sair.— Vou tomar um banho. Quando term
Lucca—Bom dia! — Ela diz em um tom animado ao entrar na cozinha.Sorrio ao vê-la vestida com uma das minhas camisas.Sério!Amo ver o seu corpo vestido em uma daquelas mini camisolas de seda... Ou naqueles shortinhos rendados, mas vê-la com minhas roupas a deixa sexy pra caralho.Alice se debruçar sobre o balcão da cozinha e pega uma fatia de presunto a levando a boca em seguida.Meu sorriso se amplia consideravelmente.—Nada de enjoos matinais? — Pergunto ainda preparando os sanduíches.— Ah não... Hoje nosso pitoco resolveu dar uma trégua.— Pitoco? Por Deus Alice, não chame o meu filho assim! — Retruco fazendo graça.Ela sorri para mim.— Por que não? É um Pitoquinho, bem pequenininho.— Pitoquinho? Caralho a coisa só piora! — Resmungo e ela gargalha.O som me preenche por dentro.— Tem razão. Se for do tamanho do pai, aí vai ser um Pitocão. — Diz fazendo graça.Largo tudo sobre o balcão e vou ao seu encontro em um supetão. Ela solta gritinhos e tenta correr para fora da cozinha,
Paro o carro em frente a casa dos Ávila.Alice tira o cinto de segurança e me encara especulativa.— Você não vem?Eu respiro fundo de forma sutil e a encaro pensando em uma desculpa plausível.— Eu não posso... É... Lembrei que preciso fazer algo no quartel...— Digo evasivo.Ela me olha por um tempo, mas aceita a minha desculpa.— Temos uma consulta no final da tarde.— Estarei lá querida. — Digo.— Está bem! — Diz evasiva e me dá um beijo rápido, saindo do carro em seguida.Ligo o carro e saio da propriedade, seguindo direto para o último lugar que eu queria estar nesse mundo. Eu preciso vê-la. Olhar em seus olhos. Ouvir da sua própria boca para poder ter a certeza de que ela não está envolvida nessa merda toda. Saber que o incendiário esteve dentro da minha casa na noite passada, tão perto da minha família me deixa sem chão. Ele podia ter feito algo com Alice bem ali, debaixo do meu nariz e eu não ia perceber. Sinto minha boca ficar seca de ansiedade e o meu corpo parece suspenso.