LuccaPenso em desistir e ligo o motor do meu carro, porém, outra mensagem chega e eu pego o celular de volta imediatamente.Alguém que você magoou muito. Você destruiu a minha vida e acabou com uma carreira promissora.Samantha?Não tenho resposta. A pessoa simplesmente não me responde. E com o coração batendo acelerado no peito, volto a ligar o carro e sigo para a corporação. Há uma reunião marcada com o comissário, o perito do incêndio do prédio abandonado e soube que os pais da garota que morreu também estarão lá. Minutos depois, paro o carro em frente ao corpo de bombeiros, eu pego a minha mochila e o celular e travo o carro indo para dentro da corporação. Dentro do prédio encontro alguns homens brincando de dominó, em uma mesa que fica na imensa garagem e em um canto, Daniel está sentado em uma cadeira com a perna engessada.— O que faz aqui? — Pergunto com curiosidade. — Ele dá de ombros.— Não vou ficar em casa me lamentando. Pedi ao chefe um cargo no escritório, enquanto volt
Lucca— Oi! — Ela diz em um tom baixo e sem jeito.— Oi! — Retribuo o seu cumprimento. — Vejo os seios na blusa apertada subir e descer com a respiração pesada.— Como foi o seu dia? — Pergunta ainda sentada na cadeira. Descruzo os braços e caminho para perto da mesa.— Cansativo. Tivemos uma reunião sobre o último incêndio. — Ela se afasta um pouco da mesa e se encosta na cadeira.— O que você se machucou? — Inquire com curiosidade. — Assinto em concordância. — Por quê?O que eu devo dizer? Que tem uma louca querendo me matar? Se vingar sabe Deus de que? Não posso fazer isso com ela. Alice anda muito agitada com a gravidez e isso há tira o seu sono. Trazer mais problemas para ela não seria sensato.— Houve um assassinato de uma criança e a polícia, assim como os bombeiros estão investigando. Como foi o seu dia? — Mudo de assunto. Ela me dá um meio sorriso.— Enjoativo. — Diz evasiva. Contudo, a olho por um curto espaço de tempo e faço menção de sair.— Vou tomar um banho. Quando term
Lucca—Bom dia! — Ela diz em um tom animado ao entrar na cozinha.Sorrio ao vê-la vestida com uma das minhas camisas.Sério!Amo ver o seu corpo vestido em uma daquelas mini camisolas de seda... Ou naqueles shortinhos rendados, mas vê-la com minhas roupas a deixa sexy pra caralho.Alice se debruçar sobre o balcão da cozinha e pega uma fatia de presunto a levando a boca em seguida.Meu sorriso se amplia consideravelmente.—Nada de enjoos matinais? — Pergunto ainda preparando os sanduíches.— Ah não... Hoje nosso pitoco resolveu dar uma trégua.— Pitoco? Por Deus Alice, não chame o meu filho assim! — Retruco fazendo graça.Ela sorri para mim.— Por que não? É um Pitoquinho, bem pequenininho.— Pitoquinho? Caralho a coisa só piora! — Resmungo e ela gargalha.O som me preenche por dentro.— Tem razão. Se for do tamanho do pai, aí vai ser um Pitocão. — Diz fazendo graça.Largo tudo sobre o balcão e vou ao seu encontro em um supetão. Ela solta gritinhos e tenta correr para fora da cozinha,
Paro o carro em frente a casa dos Ávila.Alice tira o cinto de segurança e me encara especulativa.— Você não vem?Eu respiro fundo de forma sutil e a encaro pensando em uma desculpa plausível.— Eu não posso... É... Lembrei que preciso fazer algo no quartel...— Digo evasivo.Ela me olha por um tempo, mas aceita a minha desculpa.— Temos uma consulta no final da tarde.— Estarei lá querida. — Digo.— Está bem! — Diz evasiva e me dá um beijo rápido, saindo do carro em seguida.Ligo o carro e saio da propriedade, seguindo direto para o último lugar que eu queria estar nesse mundo. Eu preciso vê-la. Olhar em seus olhos. Ouvir da sua própria boca para poder ter a certeza de que ela não está envolvida nessa merda toda. Saber que o incendiário esteve dentro da minha casa na noite passada, tão perto da minha família me deixa sem chão. Ele podia ter feito algo com Alice bem ali, debaixo do meu nariz e eu não ia perceber. Sinto minha boca ficar seca de ansiedade e o meu corpo parece suspenso.
LuccaSinto o toque de Alice que me faz despertar. Seus olhos preocupados me encaram fixamente. Forço um sorriso em meio às lágrimas e a puxo para um abraço. Encaro o meu pai que está logo atrás dela... Ele assente sutilmente e eu entendo que ele tem algo para me dizer.— Ah como é pequeno! —A Ana diz melosa. E logo as avós, tios e tias se aproximam. Essa é a minha deixa.— Eu preciso ir amor — Digo quando me afasto um pouco. Olho em seus olhos.— Como assim, você tem que ir? O que está acontecendo, Lucca? — Pergunta.— Não é nada que precise se preocupar — rebato, tentando acalmá-la. Mas sinto que terei que falar com ela mais cedo ou mais tarde.— Eu sei que está acontecendo alguma coisa. Por que não se abre comigo? — Seguro o seu rosto lindo entre as minhas mãos, quem tem um singelo vinco na testa e a beijo duas vezes seguidas.— Eu preciso ir, mas prometo que te conto tudo quando chegar na casa do seu pai. Tudo bem? — retruco e me afasto.— Espera, como assim na casa do meu pai?—
Lucca— Por que não pensamos nisso antes? Se encontramos essa ligação, encontraremos o incendiário. — Edgar ergue o copo em um brinde e toma toda a bebida em seguida.***Passo em casa rapidamente e pego algumas roupas da Alice, jogo tudo em uma bolsa e saio imediatamente. Enquanto ponho a bolsa no banco de trás, o celular faz um som de mensagem. Estremeço só de ouvir o barulho do sininho tocando. Entro no carro e abro a tela do celular. Respiro aliviado ao ver que é o Rafa me convidando para beber e conversar. Mando uma mensagem dizendo que não dar. Quando ligo o motor do carro, alguém bate no vidro da janela me fazendo sobressaltar. Eu baixo exasperado o vidro e encaro o homem assustado.— Podemos conversar? — Ele pede nervoso. Contudo, olho o relógio.— Claro. — Saio do carro e vamos para dentro da minha casa. Ofereço o sofá para o senhor Hélio se acomodar.— O que aconteceu?— Recebi um telefonema. Cara eu estou me tremendo inteiro.— O que disseram?— Posso beber alguma coisa?—
LuccaUma semana depois...— Está nervoso? — Cristopher pergunta depois de um tempo. Forço um sorriso.— Muito. — Respondo com a voz contida.Estamos indo para o restaurante que a Ana reservou para o pedido oficial de casamento. E para o meu desespero, Alice passou o dia na casa dos seus pais. E eu fiquei na casa do Cris, porque não tinha a menor condição de ficar sozinho em casa. Os meus pais passaram o dia inteiro fora de casa. Na verdade, isso já acontece a três dias e não quiseram me dizer o porquê. A Ana estava cheia de trabalho com o projeto novo da Caravelas & Hotelaria.— Meninos, o que estão fazendo trancados nesse quarto? — Jenny pergunta do outro lado da porta. Cris abre um sorriso largo.— Já estamos saindo, Tempestade. Relaxa. — Ele pede me fazendo rir.— Só para vocês saberem, vocês não são a noiva. — Ela rebate irritada. Não consigo segurar a risada. Ele ajeita a minha gravata e vai até a porta.— O que foi, Bonitinha? — Pergunta com extremo carinho.— Meia hora de atra
AliceAinda consigo sentir o hálito daquele imbecil em minha pele. Ai que ódio! Como ele pôde insinuar que eu subir aqueles degraus da minha profissão por causa da minha beleza? Eu quase morri por isso! Dei o meu sangue por isso! Enfrentei o inferno! Sou boa no que faço! Desgraçado!Bufo de modo audível.Me viro na cama e encaro o conhecido teto do meu antigo quarto. Essa é outra coisa que não sai da minha cabeça. Por que estou de volta a casa dos meus pais? Isso não faz sentido! Estou regredindo na vida profissional e na vida pessoal também!Que saco!Alguém bate à porta do meu quarto e eu olho na direção dela. A porta se abre devagar e minha mãe passa por ela com um sorriso meigo que não me convence. Em suas mãos há uma caixa de papelão. Eu me sento na cama e ela se acomoda na beira do colchão.— Acabaram de entregar. — Ela diz me estendendo o objeto.Eu a seguro e vejo os porta-retratos novos que havia levado para minha tão sonhada sala de chefe de redação. Solto um suspiro audível