Nora Bellini
Nem em todos os sonhos mais malucos que tive desde a adolescência, estavam me levando até esse momento. Parecia uma loucura, mas eu estou casada com Erol Demir. Desde a adolescência eu tentava negar para mim mesma que ele mexia demais comigo, colocava a culpa no fato de que ele era um garoto muito bonito e chamativo. Ele atraía a atenção de todas as meninas do colégio, menos Michaela, claro que ela o achava um gato, mas não a ponto de suspirar e cair de amores.Diferente de mim que lutava o máximo para não deixar transparecer meu terrível tombo por Erol.Dio, desde que pisei na porta da igreja e o vi parado esperando por mim, quis saber o porquê, afinal, ele nunca trocou o máximo que uma dúzia de palavras comigo. Por que ele aceitou se casar comigo no lugar de Alev? Sempre imaginei que Erol não gostasse de mim.Eu estou tão confusa. Até o momento eu havia permanecido na minha e deixei o barco nadar, mas agora eu quero saber tudo explicadinho. Tento controlar minhas mãos trêmulas para que o meu marido não percebesse o quanto ele me afeta.Eu o examino e dou uma breve mordida nos lábios. Erol está de costas para mim ligando o ar condicionado do escritório.Ignorar o quanto esse homem é lindo é uma tarefa quase impossível. Os cabelos castanhos amarrados, a barba um pouco comprida, o corpo que era uma tentação escondido naquela roupa social, é bem mais forte do que aparenta nas fotos. Os olhos escuros e expressivos pareciam enxergar minha alma e me deixa mega intimidada, sem falar naquela voz rouca que me faz meu corpo inteiro estremecer.O estilo de Erol é do tipo uma estrela de rock e super descolado. Sempre foi assim, o que é bastante excitante, sinto um formigamento na barriga e arrepios sobem por todo o meu corpo.O meu marido é um puta de um gostoso!Estou tremendo inteira por reparar que agora estamos sozinhos — nunca havíamos ficado antes tão perto assim antes —, o cheiro do seu perfume estava invadindo todo o local, é um aroma delicioso daqueles que dá vontade de chegar perto da pessoa e aspirar profundamente no pescoço.Cheiroso é tudo para mim.Meus pensamentos estão indo longe e trabalhando sacanamente, não tem como não imaginar toda essa força, pressão e gostosura em cima de mim na cama.— Você deve estar muito confusa, não é mesmo? — Ele se vira para mim e vem para perto. Um sorriso afetuoso e compreensivo aparece em seus lábios. Se senta no sofá de dois lugares próximo a janela. — Fique calma, sente-se comigo. — Pede.Me aproximo um pouco e me sento no sofá ao seu lado.— Estou sim. Bastante confusa. O que houve com Alev? — franzo minhas sobrancelhas e observo bem as feições dele se tornarem mais rígidas quando lembro do seu irmão. No fundo eu já sei o que houve. — Ele fugiu! — digo sem rodeios.Ouço o suspiro forte de Erol e aprecio a careta que ele faz com a boca.— Sim. — Confirma.— Eu não acredito! Ele ia me deixar no altar esperando sozinha?! — Exclamo completamente furiosa.Cubro minhas mãos com a testa totalmente envergonhada, que humilhação! Um irmão precisou casar comigo porque o outro fugiu. Isso é tão errado.— Cazzo! Farabutto! — Começo a disparar vários palavrões em italiano.Sinto as mãos grandes e quentes nas minhas costas me confortando, olho para o lado e vejo a expressão surpresa e divertida no rosto do meu marido.Ele balança a cabeça e lambe os lábios devagar.— Ei, calma, ele iria sim deixá-la no altar, mas quero que saiba que desaprovo completamente o que meu irmão fez. — Pausa — Estou aqui com você, Nora.— Agradeço muito por isso, Erol, se não fosse você... meu Deus! Que vergonha, isso iria ser comentado por anos. — Cubro meu rosto de novo, sinto minhas bochechas esquentando, e penso no homem sentado ao meu lado agora, com certeza ele não deveria estar envolvido nessa bagunça, foi obrigado a fazer isso. — Erol, aquilo não era com você, não precisava casar comigo forçado. — Digo por fim tirando as mãos do meu rosto.Evito olhar, não sei como encará-lo.— Ouça querida, claro que meus pais não ficaram nada felizes com o que aconteceu, baba me pediu para casasse no lugar dele. — Pausa e limpa a garganta, suas mãos saem das minhas costas e vão para meu rosto, suavemente ele o vira para mim. — Não precisa ter vergonha de mim…— Como não? — O interrompo olhando em seus olhos — Você casou forçado, você tem namorada? Alguém? Meu Deus, olha o que eu fiz!Estou quase surtando e muito mais nervosa do que antes, a vida dele... A loucura dos nossos pais eram tantas que eles nem pensaram como iria ficar, eu e Erol não sabemos nada um sobre o outro, era pior do que com Alev, a diferença é que ele me desperta sensações. Mas em questão de conhecer, o outro irmão ganha.Me sinto péssima.— Nora, eu não me casei forçado — Ele começa ainda segurando em meu rosto, seu polegar faz um carinho na minha bochecha, nossos olhos não se desgrudam e tento não tremer sobre suas mãos, mas é impossível.— Me casei com você porque eu quis! Seria incapaz de deixá-la sozinha no altar.— Então foi por pena, era tudo que eu não precisava. — Completo tristonha.Sua risadinha rouca me pega de surpresa, os pelinhos do meu corpo se arrepiam.— Não, eu nunca faço nada por pena e é a última coisa que eu sentiria, eu poderia ter conversado com você e acabado com tudo, tive chances, mas foi porque eu quis Nora, por livre e espontânea vontade. Entendo o que está sentindo agora, eu a respeito muito, mesmo não a conhecendo direito.Saber que ele casou comigo porque quis é um pouco de alívio. Mas o sacrifício que isso requer é muito, meu coração acelera um pouco e sorri levemente. Quem em pleno século 21 faria isso por uma mulher que mal conhece? Essa atitude de Erol é linda sim, mas ainda me sinto culpada.Ele tira as mãos do meu rosto e passa nos seus com uma certa força e coça a barba.— Erol, você não respondeu minha pergunta, e namorada? Alguém?— Sou solteiro, querida, só casos. Relaxe. — Ele pisca e então fica sério. — Vou ser sincero, Nora, eu esperava alguma reação do meu irmão, conheço bem minha família e sei o quanto eles podem ser cabeça dura. Mas eu pelo menos imaginei que ele fosse informar alguma coisa, o que obviamente não aconteceu.— Não, eu pensei várias vezes em desistir, minha vontade era de sair correndo a todo momento. — Mordo os lábios. — Não queria me casar tanto quanto Alev, eu só fiz porque sou incapaz de magoar meus pais e pensei em vocês também. Tivemos o tempo todo do mundo para bater o pé e dizer não, e não iria ser no altar que isso iria acontecer. — Viro os olhos. — Pelo jeito fui a única a pensar dessa maneira.— Eu sei o quanto deve ter sido difícil, Nora — Erol pega nas minhas mãos e as seguras. — Te agradeço muito por isso, mas eu achei que você queria casar, pelo que ouvi você estava animada.Eu ri da informação e balancei a cabeça negando.— Nem um pouco, quem lhe falou isso?Meu marido dá um sorriso de canto.Não sei porque tenho quase certeza de que tem o dedo de nossas mães nisso.— Deixe para lá, agora isso não nos interessa, vamos esquecer Alev também. E não se esqueça, é com o irmão gostoso que você está casada. — Ele dá um sorriso sexy e provocativo.Como posso me esquecer? Olhar para você já é o suficiente para constatar que é uma delícia de homem.— Está bem. — Respiro tranquilamente. — E como vamos ficar? Nos últimos dois anos, conhecia bastante o seu irmão. Agora você... — Passei as mãos no meu cabelo sentindo nervosismo.Tenho toda a sua atenção.— Hm... — Ele resmunga pensativo e o sorriso ladino não sai de seus lábios tentadores. — Estava esperando por essa pergunta. — Então ele fica sério. — Eleonor, vou ser muito sincero, não suporto mentiras, casamento nunca foi minha prioridade. Eu nunca achei que fosse casar, então para mim é uma novidade e tanto e, pelo jeito, você também não. Estou certo?— Certíssimo. — Respondo com um sorriso. — Na verdade eu tinha meus planos de casar sim, mas pelo menos eu gostava de pensar que seria com o homem que eu amasse. — Sorrio triste. — Desculpe se isso soou piegas e careta.— Não vejo problema nenhum em ser careta e querer formar uma família, é admirável. Eu só achava que não me encaixava nesse perfil. — Coça barba levemente. — Mas enfim, estamos aqui nessa e tenho uma proposta para você, claro você é livre para escolher e vou entender perfeitamente.— Que proposta? — Questiono surpresa, imaginando o que seria.Lá vem bomba. Ele vai querer se separar de mim? Será? Não deve ser isso, se não ele nem teria casado. Pelo menos eu acho que não, não por agora, talvez daqui a algumas semanas.Minhas mãos começam a tremer de nervoso e meu estômago dói de novo.Gastrite desgraçada!— Nós já estamos casados no momento, o que podemos fazer é pelo menos permanecer assim durante um tempo. Acho que seria o suficiente para acalmar nossas famílias. Um ano para ser mais exato, o que acha?Minha boca se abre e não consigo esconder minha surpresa, tudo bem que se eu tivesse casado com Alev iríamos nos separar depois, mas não iria chegar a um ano. Isso é muita coisa.— Nora? — Me chama.Pisco algumas vezes.— Podemos tentar esse método sim, confesso que não esperava esse tempo, quer dizer um ano é bastante coisa. — Digo rapidamente em puro nervosismo.— Se você quiser podemos nos separar antes disso, mas, hum... Acho que seria um tempo ideal e o suficiente para nos conhecermos melhor.Concordo com o que ele diz, mas havia um problema nisso, Erol mora em outra cidade.— Por mim tudo bem, Erol. — Sorrio. — Mas você mora em outra cidade, como vamos fazer? Quer dizer que está nos seus planos conviver comigo o tempo inteiro?Ouço outra risadinha.— Sim, querida, eu pretendo conviver com você 365 dias do ano. — Ele faz uma careta. — Eu tenho meu bar em outra cidade. Sou barman não sei se você sabe. Mas eu vou dar um jeito nisso.Solto um suspiro e balanço a cabeça. Não é justo! Ele tinha uma vida e por causa dessa confusão toda Erol está se sacrificando muito. É a minha hora de retribuir o seu gesto.Eu tenho meu restaurante aqui na cidade, meus clientes, vivia lotado, os turistas adoram, seria uma dor deixar, mas terei que fazer isso. Observo o homem distraído olhando para a janela.— Eu vou morar com você lá. — Falo, seu rosto vira para mim na mesma hora. — Você já fez muito por mim, agora é a minha vez.Erol ri de novo e sua língua lambe seu lábio inferior, acompanho o ritmo, me sinto tentada a lamber meus próprios lábios. Olho para seus lábios de novo.Como deve ser o seu gosto? O seu beijo?— Nora, acha mesmo que vou deixa-la largar seu restaurante? — A sua voz me desperta. — De jeito nenhum, eu sei que o quanto é difícil montar um negócio seu e estou ciente de que seu restaurante é um sucesso. — Eu tento protestar mas sinto um dedo em meus lábios, para que não falasse nada e ele continua: — Escute, Norinha, não tem problema, eu posso trabalhar de barman por aqui, eu tenho meu sócio no meu bar, posso dar umas idas até lá. Vou me resolver. Fique tranquila que daqui você não sai.Sorrio admirada e solto um suspiro de alívio.— Obrigada, mas tem certeza?— Claro. Para tudo tem um jeito.— Eu não tenho palavras para lhe agradecer.Erol coloca as mãos na gravata e afrouxa ainda mais.— Não precisa, você iria morar onde com Alev? — pergunta.— Iria ser no meu apartamento, porém tem uma casa feita para nós. Até ela ficar pronta acho que podemos morar lá, se você não se importar.— Não me importo. — Sorrio ele. — Agora vamos conversar sobre outro assunto: sexo.Agora eu sinto que vou desmaiar a qualquer momento. Sexo? Ele queria conversar sobre sexo? Tudo bem que eu estava ansiosa para perguntar isso para ele e sobre o que iríamos fazer em relação a isso.Dio Mio!Só de pensar em sexo com Erol meu corpo esquenta e me sinto nervosa. Madonna! É tanta diferença dele para Alev.Olho para ele, e percebo que está esperando que eu diga algo. Sua expressão está um pouco risonha, como se estivesse achando graça da minha falta de jeito ou vergonha.— Sim, temos que conversar. O que faremos em relação a isso? — a minha voz saiu um pouco trêmula.Será que ele percebeu meu nervosismo?— Nora... — Sua voz sai completamente rouca e os seus olhos estão brilhantes. — Eu amo sexo, acho que é uma coisa bem natural do ser humano, nós somos adultos e sabemos muito bem o que queremos. Fazer sexo com você não vai ser dificuldade nenhuma para mim. — ele olha para minha boca. — Não vou mentir eu quero e muito. — Enfatiza a última parte com um sorriso. Minha respiração se altera e ele completa: — Mas acho que teremos que nos conhecer um pouco mais, não vou te forçar a nada, não sou esse tipo de homem e se não quiser vou entender.— Eu amo sexo também — digo um pouco ofegante —, é claro, eu concordo com você, teremos que nos conhecer e ficar mais à vontade um com o outro.— Sim, deixa as coisas acontecerem de forma natural, não vamos forçar nada. Tudo vai ser uma novidade para mim, nunca tive que passar mais de um dia com uma mulher que transei.— Entendo, eu também já fui adepta de sexo casual — minha voz soa despreocupada e rio da expressão surpresa que ele faz. — Que foi? Achou que eu também não gostasse de uma noite só? — provoco.— É que não me leve a mal, você parece ser bem romântica.Um sorriso tímido aparece em meu rosto.— Eu sou sim, mas como disse também gosto de sexo, nós somos adultos temos nossas necessidades, acho que pode rolar sim algo entre nós, afinal, um ano juntos é muita coisa e não acontecer nada é praticamente impossível. — Tento soar o mais realista possível.Claro que eu não iria falar que isso iria acontecer porque eu sinto atração por ele.— Sim — seu tom de voz parece aliviado. — Eu não quero te forçar a nada, se você não quiser respeitarei seu espaço e também pode ficar tranquila, não é porque eu nunca tive um relacionamento mais sério que irei traí-la, sou totalmente contra isso.Eu o observava indagando para mim mesma se este homem é real.— Você existe mesmo? — As palavras saem da minha boca, antes que eu me detenha.Sua breve gargalhada me faz sorrir.— Sim, eu sou real, e sou seu marido. — Afirma fazendo um carinho em minha bochecha e beliscando levemente. — Eu estava louco para ter essa conversa com você, acho que estamos resolvidos sobre esse assunto — ele pisca. — Vamos voltar para a festa, já devem ter notado nossa ausência. — Nos levantamos e voltamos para festa.Boa noite pessoal! Espero que estejam gostando dos capítulos até o momento, um beijo e até amanhã!
Nora BelliniQuando chegamos ao salão, nos separamos um pouco, ele vai até um grupo de homens e eu vou até a mesa onde tem doces, percebo uns sorrisos e olhares maliciosos dos convidados, principalmente de nossas mães, tento não corar, deviam estar pensando que fugimos para experimentar uma rapidinha de recém-casados.Praticamente isso é impossível no momento, eu e Erol estamos muito tensos por enquanto. Ainda me sinto bastante intimidada com ele, mas pela conversa que tivemos agora pouco isso vai se tornar mais fácil. Ele parece ser um homem amável, diferente do que eu imaginei, além de ser divertido e espontâneo, eu estou gostando disso demais. Mal posso acreditar que irei passar um ano ao seu lado.Teremos a oportunidade de nos conhecer muito, eu tinha a impressão de que ele era um cara caladão e problemático. Já escutei de Ayla que Erol era o filho que lhe dava mais dor de cabeça, pois ele se recusava a fazer o que ela queria. As festas que ele se recusava a ir, ou quando aparecia
Erol DemirO som alto da música preenchia todo ambiente, olho para Nora e a vejo conversando com um grupo de mulheres, sinto que ela está um pouco mais leve.Delícia de mulher!Solto um suspiro de alívio.Depois de nossa conversa até eu me sinto mais tranquilo, eu só faltei cair de joelhos quando ela aceitou minha proposta, eu não sabia o que fazer até aquele momento, claro que não iria me separar tão rápido, mas também queria um pouco de tempo com ela.O tempo que não tive durante mais jovem.Eu estou certo de que um ano é muita coisa sim, talvez não dure isso tudo, mas se acontecer vai valer muito a pena. A conversa sobre sexo ainda está na minha cabeça, mexendo comigo, não consigo me esquecer da expressão dela quando toquei nesse assunto, fui muito sincero em tudo que disse. Se Nora não me quisesse — e ela tem total liberdade para me negar — não sei o que faria, vou ter que lidar com o tesão e me controlar. Claro que nunca vou traí-la, tenho caráter. Mas todos os meus instintos e m
Erol Demir Essa noite resolvo deixá-la dormir, e durmo no outro quarto para dar um pouco mais de espaço para ela. Depois conversamos sobre como vamos fazer. Vou até minha mala em cima do pequeno sofá e tiro uma muda de roupa. Pego meu celular na estante do meu quarto e o coloco no bolso.Saio do quarto e fecho a porta, entro no quarto da frente e coloco minhas roupas lá. Penso em Nora e naquele vestido de noiva, ela precisava tirar a roupa, desço para chamar Eva, vejo meu paletó na sala, coloco de volta está um pouco de frio, vou para fora da mansão.— Algum problema? — Ela me pergunta assim que a encontro com o marido.— Não, é só para ajudar Nora a se trocar. Ela dormiu, eu não... — Não continuo e sinto o olhar de Bernard um pouco melhor do que antes.Saber que respeito muito a filha dele, deve melhorar sua relação comigo.— Ah, tudo bem querido eu irei lá.— Ela trouxe roupa? Qualquer coisa empresto uma camisa.Afasto a imagem da minha esposa com uma das minhas camisas, sinto meu
Nora Bellini Demir3, 2, 1O inferno vai começar. Nossas mães juntas não dão certo.— Nora, querida, vocês já irão se mudar para casa? — Ayla pergunta com interesse. — A casa já está quase pronta. Falta só pintar alguns cômodos.— Bom, nós iremos ficar no meu apartamento por enquanto. — Olho para Erol pedindo ajuda, ele segura em minhas mãos debaixo da mesa.— Hm... E a lua de mel? Vocês irão, né? Válido até um mês, aproveitem o presente. — É a vez da minha mãe. — E tratem de nos dar netos logo, quero a casa cheia de crianças.Eu engasgo com um pedaço de pãozinho, sinto as mãos quentes e fortes passando sobre minhas costas, enquanto começo a tossir.Filhos?! Agora?!Pelo amor de Deus!!!Eu não consigo olhar para o meu marido de tão constrangida que estou, não sei o que ele está pensando. Uma risadinha rouca e divertida soa ao meu lado.— Vocês estão muito apressados, eu e Nora acabamos de nos casar, calma! — Erol argumenta com paciência. — E também, temos que aproveitar um pouco a vid
Erol DemirAs horas se passaram tão rápido que não havia notado que já eram 17:30. Enquanto dirijo até a mansão para buscar minhas malas, penso no almoço maravilhoso que tive com minha esposa.Agora eu entendo perfeitamente porque todos elogiam a sua comida. Não tem como não se apaixonar, eu amo uma boa comida temperada, de alguma forma ela adivinhou que eu amo sarma, e foi o que comemos, com espaguete ao molho de tomate.Sorrio ao pensar em Nora, cada vez mais ela fica mais à vontade comigo. Isso é ótimo. O apartamento me agrada muito, me lembra a minha casa e, como eu era sozinho, não tinha necessidade de morar em um local grande. A única coisa que vai ser complicada é que só tem um quarto, tenho que conversar com ela sobre isso. Vamos dormir juntos ou não?Não quero pressioná-la, por mim dormiríamos, o problema é controlar o meu corpo, só de entrar naquele quarto na hora que ela me mostrou eu fiquei excitado. Eu tentei pensar em outra coisa, mas foi impossível não imaginar como ser
Erol Demir— É outro sonho de consumo. — Nora ergue a caixa para cima comemorando. — Uma máquina de café expresso.— Viciada em café? — questiono com um sorriso.— Totalmente.Abro o outro presente e olho para sala cheia de embrulhos, o barulho da tv preenchendo o ambiente. Depois do jantar decidimos desembrulhar os presentes, enquanto tomamos uma garrafa de vinho e assistimos uma comédia romântica qualquer, sentados no chão da sala.A maioria dos presentes eram coisas de casa e caras.— Nossos pais deram os móveis da casa também. — Comenta fazendo uma careta. — Eu insisti muito dizendo que não precisava, mas sabe como são teimosos.Concordo com ela.— Eu já imaginava algo do tipo. — Olho para um pacote pequeno e desembrulho. Sorrio ao ver as passagens para Grécia. — Este aqui foi o amigo do meu pai que nos deu, duas passagens para Santorini.— Não brinca? — ela ri e se inclina chegando perto de mim ficando ajoelhada na minha frente. Aquela aproximação é o suficiente para que eu sinta
Nora Bellini DemirConseguir dormir sabendo que tem um gostosão de 1,85 — pelo menos eu acho que ele deva ter mais ou menos essa altura — no cômodo ao lado está sendo uma batalha para mim.Viro na cama várias vezes e o sono não chega, também não deixo de ficar preocupada com aquele sofá. Deve estar muito desconfortável.Olho para o relógio na parede do meu quarto às 4:00 da manhã. Desisto de dormir, vou tomar um copo de água que é melhor, me levanto da cama, abro a porta tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordar meu marido.Quando chego na sala, vejo o Deus grego totalmente a vontade no sofá dormindo feito um bebê com meu gato o acompanhando no sono em cima de sua barriga. Uma foto daquela cena seria muito interessante, quem sabe outra vez. Erol realmente tinha conseguido se ajeitar no sofá, mas suas pernas ficaram para fora.Olho para o lençol caindo e me aproximo na ponta dos pés, pego nas pontas do tecido fino e volto a cobri-lo até o meio de suas coxas grossas.
Nora Bellini Demir Assim que estamos na estrada, não posso deixar de pensar no que meu marido acharia da casa. É basicamente um casarão, prefiro as coisas simples e pequenas, mas as nossas famílias são espalhafatosas.É tanta coisa se passando na minha cabeça que não percebo que já chegamos na rua da nossa casa. Essa área é o pequeno bairro das novas casas construídas e do outro lado fica o bairro das mansões.A cidade é muito pequena mesmo.— É ali na frente — aviso para Erol e indico o caminho.Peço para ele parar numa fachada branca com o muro grande de concreto na cor de bege com revestimento. Saio do carro rápido e aperto o interfone com a senha.Ouço o barulho dos portões se abrindo, Erol entra com o carro e aponto para ele o lugar para estacionar.Enquanto o moreno não vem, olho para o jardim na frente da casa. Erol sai do carro e ouço seu assobio ao encarar o jardim. Solto uma risada.— Vamos precisar de jardineiro.— Sim.Quando chegamos em frente da casa apesar de ser algo