Defende-me, Senhor, dos que me acusam; luta contra os que lutam comigo. Toma os escudos, o grande e o pequeno; levanta-te e vem socorrer-me. (Salmos 35:1,2)
A Crucificação ou crucifixão era um método de execução tipicamente romano. Acredita-se que tenha origem persa e que chegou ao ocidente através de Alexandre. Sabe-se que mais tarde foi difundido entre os cartagineses e como Roma era hábil em copiar, até mesmo os mais cruéis métodos de execução, espalhou-se no Império como um meio de castigar, primeiramente aos escravos e depois os criminosos comuns. Na crucificação eram combinados atos de vergonha e tortura. Vergonha, pois o condenado carregava a pr&o
“Os que confiam no senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre”. (sal. 125:1)Passaram-se os dias! Nem bem terminara de escrever o livro e já apareceram ofertas de emprego, com um salário melhor do que o anterior.No fim de semana resolvi ir para o pé da serra onde costumava recarregar minhas baterias. Lá, no silencio da mata, entre as curvas do rio do Pico, eu acalmava todo o stress acumulado e curava doenças da alma e do corpo.Deitado sobre minha pedra favorita deixava os pensamentos fluírem à vontade, sem controle, vagando pelo imenso universo mental.Serra linda! É aqui que encontro paz! A água pura da cascata, o canto dos pássaros, o sol coando pelas frestas da folhagem... tudo isso me empresta a sensação gloriosa de vida e da imensa a
“Como água fresca para uma alma cansada é a notícia boa de uma terra longínqua”. (Prov. 25:25)Estranhos são os momentos que vivemos nessa Terra! O véu da realidade é tão tênue que, frequentemente, ultrapassamos os limites de nossa consciência e mergulhamos naquilo que adorna nossos pensamentos, nossas ideias...E então o tempo, a primeira dimensão de um universo conceptual, nos situa em uma determinada época, num período qualquer ou numa era longínqua! Mas, na síntese da eternidade essa dimensão se funde com o espaço criando a hipótese de podermos vivenciar lugares diferentes na mesma fração de segundo em que vivemos. E aí, passado, presente e futuro, juntam-se, agrupam-se, interpenetram-se no mesmo plano... com certeza estamos mentalmente, m
“Da claridade, da chuva, há relva saindo da terra”. (2 sam 23:10)Era um dia de primavera, de um ano que já se vai pelas névoas do tempo. Lá estava eu sentado em uma praça numa grande cidade borbulhante de vida. Deviam ser nove horas da manhã: um dia de sol claro, no qual uma brisa soprava amena espalhando uma vibração gostosa pelo ar; nem calor nem frio, apenas uma inefável sensação de bem estar. Mesmo sentindo as benesses daquele dia lindo, mesmo sentindo a felicidade íntima enquanto zéfiro afagava meu rosto, uma pontinha da minha alma se entristecia por encontrar-me à margem do mercado formal de trabalho. Eu estava desempregado.Sentado, permaneci em cisma observando a entrada do metrô que, qual enorme fauce escancarada, engolia e vomitava a multid
“Faze-me andar na tua verdade e ensina-me, pois tu és o meu Deus de Salvação.” (sal 25:5)Aquele encontro mexeu comigo. Era isso o que o meu pensamento, lá no íntimo, me dizia. Meu pensamento consciente, claro.Tentava entender, de todas as formas, o que acontecera, mas não tinha explicações para aqueles fatos insólitos. Na verdade, sempre fui estudioso e interessado por assuntos esotéricos e transcendentes. Um místico!Mesmo assim, “meu Eu” não encontrava explicação para aquele mistério. Eu era um estudante aplicado, que tentava obter sucesso muito mais por esforço próprio e vocação filosófica do que por modismo, como é frequente acontecer com os esoteristas de ocasião. Estes são os permanentes sabichões do nosso mundo moderno e em t
“Eis que para a paz tive o que era amargo, sim, muito amargo. E tu mesmo ficaste afeiçoado à minha alma e a guardaste da cova da desintegração!” (Is. 38:17)Quando ia bater a porta se abriu e Ângelo, sorridente saudou-me:— Bom dia, José! Chegastes bem no horário; entre.Trajava uma túnica presa na cintura, totalmente branca, que lhe chegava até os tornozelos. Era perpassada por um avental onde se viam alguns sinais incompreensíveis para mim. Na altura do coração havia um símbolo que me pareceu um hieróglifo egípcio verde claro. Nos pés tinha sandálias com solado de feltro.Entrei: a mobília era simples e bem escassa. O apartamento parecia pequeno, apenas quatro cômodos, pelo que pude perceber. Rapidamente, passei os olhos por todo o ambiente: Uma sala com um sof&
“O ódio excita contendas; mas o amor cobre todas as transgressões”. (prov. 10:12)Após me acalmar, Ângelo pediu-me que fosse até o quarto e que trocasse minhas roupas por uma túnica semelhante à sua, branca, até os tornozelos, que se encontrava dobrada sobre a cama. Somente os hieróglifos e o avental eram diferentes e em cor vermelha. Isso fazia parte do ritual que ele me pedira para realizar. Pediu-me que lavasse as mãos e esfregasse nelas uma espécie de bálsamo, oleoso e perfumado. Depois, pegando um frasco de óleo, ungiu minha cabeça, deixando que o líquido escorresse pelo pescoço e molhasse a parte superior da túnica. Um delicioso perfume invadiu o ambiente e me deixou inebriado. Calcei também sandálias de feltro muito confortáveis e na minha cintura foi amarrada uma corda tosca de si
“Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” (Ec. 12:14). Minha excitação, durante a semana, foi indescritível! Rememorei tudo que havia passado; era difícil crer no que estava acontecendo comigo.Ainda no domingo, ao chegar à minha casa, escrevi, da melhor forma que pude tudo o que me fora passado, procurando me concentrar na época na qual se desenrolava aquela narração. Pesquisei na net bastante, apesar de existir poucas informações sobre semelhante assunto.Finalmente o domingo chegou!O tempo arrastara-se vagaroso, fruto da ansiedade que me dominava. Cedinho estava acordado. Aliás, pouco dormi...Durante a semana expliquei a minh
“A Ti também, Senhor, pertence a misericórdia; pois retribuirás a cada um segundo a sua obra (sal 62:12)Nazaré fica próximo ao Mar da Galileia, naquela época chamado de Lago de Tiberíades. Perto do litoral, no Monte Carmelo, erguia-se um mosteiro que reunia vários dos habitantes daquela comunidade. Eram os Essênios. Entre eles estudava-se a Lei Judaica e formavam uma fraternidade onde todos trabalhavam para o bem comum, amando-se e respeitando-se. Os Essênios talvez fossem egressos de antigas Escolas de Mistério do Egito, mas o certo é que viviam no deserto e por isso eram conhecidos como “o povo do deserto”. Desde a dominação do Império Selêucida formaram um pequeno grupo de judeus, que abandonou as