Capítulo 2
Diya o observou em silêncio por dois segundos, e em vez de se irritar, abriu um sorriso. Seus olhos sedutores se curvaram como luas crescentes enquanto ela caminhava devagar até Zeus, com seus saltos altos ecoando pelo salão. Como se estivesse marcando território, ela tirou uma toalha umedecida e começou a limpar o local na camisa de Zeus onde Bianca havia tocado, agindo como se nada tivesse acontecido:

— Você acha que eu queria vir para esse lugar cheio de fumaça? Só estou aqui porque o seu avô e a mãe insistiram. — Disse Diya, enquanto terminava de limpar a camisa dele e jogava a toalha no lixo, aproveitando para ajeitar a gola desabotoada. — Já se divertiu o suficiente? Se sim, que tal irmos para casa?

— Ir para casa fazer o quê? Para fazer um filho com você? — Respondeu Zeus, seus olhos azuis brilhando com uma luz enigmática enquanto a olhava de cima, dominando-a com sua presença. — Você acha que é digna de ter um filho meu?

Diya riu de tanta raiva que sentiu. Era como se uma abelha tivesse picado seu coração, uma dor que quase a impedia de respirar. Até aquele momento, ela realmente queria ter um filho. Seu avô materno estava velho, em fase terminal de câncer de pulmão, e não lhe restava muito tempo. Seu último desejo era ver Zeus e ela com um filho. Além disso, ninguém sabia que Diya nutria um amor secreto por Zeus há muitos anos. Ao pensar em todas as vezes que ele foi frio com ela e nos fogos de artifício que ele organizou para Bianca naquela noite de Natal, Diya soltou uma risada leve.

— Se você realmente não quer dormir comigo, pode pelo menos me dar um pouco do seu esperma para que eu faça uma inseminação artificial. Você sabe que o seu avô está pressionando, e se em três meses eu não estiver grávida, seu lugar como herdeiro da família Santos estará em risco! Ter um filho seria bom para nós dois. Eu prometo que, depois disso, você poderá se divertir à vontade fora de casa. Eu nunca mais vou te incomodar...

Finalmente, Zeus levantou a mão e agarrou o queixo dela com força, empurrando-a contra a mesa de bilhar. Seu queixo firme era afiado como uma lâmina, e a intensidade em seus olhos fazia o coração dela acelerar de medo. Zeus abriu um sorriso frio e cortante:

— O que você quer dizer com isso? Que eu sou apenas um objeto para você garantir seu lugar? Diya, você ainda tem alguma dignidade?

Dignidade? Ela já tinha perdido a dignidade há muito tempo, desde o dia em que usou o antigo compromisso de casamento para forçá-lo a se casar com ela! Diya suportou a dor, sua expressão claramente desafiadora:

— Vai ceder ou não? Estou te perguntando pela última vez!

Zeus a encarou com os olhos semicerrados, suas emoções eram um turbilhão. Ele nunca foi do tipo que se deixa intimidar. Com os lábios formando uma linha fina, ele pronunciou cada palavra lentamente, como se estivesse marcando-as em seu coração:

— Diya, desista dessa ideia!

— Tudo bem! Legal! — Diya riu suavemente.

Com um olhar preguiçoso e despreocupado, Diya analisou as pessoas ao redor. Então, puxou de sua bolsa um documento que havia preparado há muito tempo:

— Já que você não quer ter um filho, então para que eu preciso de você? E com todos os seus amigos aqui presentes, vamos nos divorciar agora, Zeus! Depois de me divorciar de você, eu poderei procurar outra pessoa! Este é o acordo de divórcio que preparei. Dê uma olhada, se estiver tudo certo, assine. Quando o cartório abrir após o feriado, vamos resolver isso de uma vez!

Dizendo isso, ela jogou o acordo de divórcio na mesa de bilhar. Esse documento já estava em sua bolsa há muito tempo, mas ela nunca teve coragem de mostrá-lo.

Hoje, ela não queria mais suportar aquilo. Ela não iria mais permitir que ele a humilhasse repetidamente na frente de Bianca. Assim que ela terminou de falar, todos no salão mudaram de expressão. A tensão era tão pesada que mal se podia respirar.

O rosto de Zeus ficou ainda mais sombrio, como se o ambiente ao redor dele tivesse congelado.

Parecia que, em questão de segundos, Zeus poderia despedaçá-la ali mesmo. Porque ninguém jamais poderia imaginar que o altivo Mestre Zeus, sempre rodeado de admiração e respeito, seria publicamente confrontado com um pedido de divórcio!

Bianca mal conseguia conter a excitação, seus punhos cerrados em expectativa enquanto observava a reação de Zeus. Ele iria mesmo se divorciar? No entanto, percebeu que Zeus não estava nada feliz. Ele soltou um riso frio, e Bianca nunca tinha visto aquele olhar antes. O jeito como ele olhava para Diya era profundo, como um redemoinho sem fim.

Bianca, tentando aproveitar a situação, interveio:

— Irmã, converse direito, você conseguiu se casar com o cunhado com tanto esforço, como pode falar em divórcio assim? Se você está com ciúmes porque ele me ensinou a jogar, que tal você mesma me ensinar? Não deixe que eu seja a causa de problemas no seu casamento, isso seria um pecado imperdoável!

Enquanto falava, Bianca estendeu o taco de sinuca para Diya, como um gesto de boa vontade.

Diya, no entanto, não pegou o taco. Em vez disso, olhou Bianca de cima a baixo e soltou uma risada gelada:

— Pare de inventar desculpas para si mesma.

Ela sabia que Bianca não queria realmente aprender a jogar. Era apenas uma tentativa de fazer Diya, que havia crescido no campo, passar vergonha na frente de todos.

— Um homem que nem consegue ter filhos só é valorizado por alguém como você, que não consegue o que quer. — Disse Diya.

— Como assim o cunhado não consegue? — Disse Bianca.

Bianca não pôde evitar responder, incrédula. Zeus era o homem que ela sempre desejou, alguém tão forte que só pensar nele a deixava sem fôlego.

Diya lançou-lhe um olhar afiado como uma faca, zombando friamente:

— Como você sabe que ele consegue? Já testou?

Bianca apertou os punhos, o rosto em chamas de vergonha:

— Eu...

Antes que ela pudesse responder, Diya cruzou os braços e riu com desprezo:

— Não pense que, só porque vamos nos divorciar, você terá uma chance... Mesmo que eu não queira mais ser a senhora da família Santos, você nunca colocará os pés nesta casa!

Essas palavras atingiram Bianca em cheio, quase fazendo-a perder o controle.

Naquele momento, ninguém conseguiu ver a expressão nos olhos de Zeus, mas um frio inexplicável se espalhou pelo ambiente.

Zeus riu friamente:

— Tantas palavras inúteis, tudo para dizer que quer o divórcio.

Zeus estava sentado no centro do camarote, em um sofá de couro, com o horizonte do mar sombrio como pano de fundo. Com dedos pálidos, ele pegou o acordo de divórcio que Diya havia preparado há tanto tempo, virando as páginas uma a uma, com o rosto sombrio. Finalmente, ele levantou a cabeça com um leve sorriso. Ele parecia um animal encurralado, selvagem, com as pernas cruzadas enquanto olhava para Diya:

— Bianca, dê o taco a ela! Deixe-a jogar uma partida! Se ela conseguir me vencer, eu assino os papéis hoje mesmo!

Diya permaneceu em silêncio, sem pegar a taco.

Zeus a olhou de esguelha, seus olhos semicerrados:

— Não foi você quem se gabou de ser excelente no jogo? O que houve, perdeu a coragem? Ou o divórcio é apenas uma chantagem para me fazer voltar para casa?

Diya finalmente sorriu friamente, mas não disse nada. Sob as luzes do lustre de cristal, sua beleza era quase etérea. Ela baixou os olhos, desabotoando lentamente o casaco de lã vermelha que usava. Tirou o casaco e o jogou no sofá ao lado. Quando a roupa deslizou por seu corpo, os homens presentes ficaram boquiabertos. Debaixo do casaco, Diya estava usando uma lingerie preta sensual, meias finas moldando suas coxas delicadas, a curva de seu corpo era irresistível, cada movimento provocando os corações dos homens.

Quem poderia imaginar que a esposa ignorada e deixada de lado por Mestre Zeus fosse um verdadeiro tesouro?

Dizia-se que Diya era uma camponesa do interior sem graça e sem refinamento, alguém que causava repulsa com um simples olhar. Mas agora, comparada com qualquer mulher em Cidade Malanje, ninguém poderia igualar seu encanto! Era difícil entender o que passava pela cabeça de Mestre Zeus!

Diya, no entanto, parecia alheia ao próprio poder de sedução. Ela pegou o taco de sinuca e, com um olhar tranquilo, fixou Zeus:

— Foi você quem disse: se eu te vencer, nós nos divorciamos! Quem não cumpre com a palavra não é nada mais que um covarde!

Antes que Zeus pudesse reagir, o rosto já ficando verde de raiva, Diya se inclinou sobre a mesa de bilhar, com confiança e destreza, iniciando o jogo com um golpe poderoso!
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