Dizendo isso, Karina foi olhar para Enzo.Enzo estava atordoado, realmente desejando poder cavar um buraco e se enterrar ali mesmo! Mas a expressão de Enzo dizia tudo. Karina estava certa em sua suposição.— Você deve ir. — Karina pegou sua bolsa. — Eu também preciso ir trabalhar.— Karina! — Ademir segurou o pulso de Karina, impedindo ela de sair. — Você está brava comigo?— Isso é realmente uma pergunta interessante? — Karina respondeu, indiferente. — Se eu te disser que estou brava, você vai deixar de ir ver sua pequena borboleta?— Karina... — Ademir não sabia mais o que fazer. — A Vitória está numa situação difícil...— Eu sei, por isso, não estou impedindo você de ir vê-la. — Karina afastou a mão de Ademir. — Eu tenho trabalho, eu amo o meu trabalho. Se você me atrasar, eu vou te odiar.O ódio.Ademir sentiu uma dor no coração, imediatamente soltando o braço dela.Karina se virou rapidamente e foi embora, sem olhar para trás.Quando chegou ao escritório, se sentou e logo recebeu
— Dra. Borges, não era isso que eu queria dizer... — Karina tentou explicar, mas a situação era complicada. Elas não faziam parte do mesmo setor, e Karina não sabia em detalhes o estado dos pacientes sob responsabilidade de Hana. Como poderia organizar os prontuários sem saber o que estava acontecendo com os pacientes?— Então, não fale mais nada! — Hana, impaciente, empurrou o prontuário para as mãos de Karina. — Vá logo organizar isso! Não fique arrumando desculpas! Eu tenho compromissos, vou embora agora!— Dra. Borges...Mas Hana não respondeu e simplesmente se virou, saindo apressada.Karina, com o prontuário nas mãos, não sabia o que fazer.Mas o que Karina poderia fazer? Não tinha escolha, a única coisa que podia fazer era ajudar organizando os documentos.Nesse momento, seu celular tocou. Era uma ligação de Ademir.— Estou aqui embaixo. Você já desceu?Karina olhou para o prontuário que estava segurando:— Ainda não terminei, vou fazer hora extra. Não precisa me esperar.Após i
A expressão de Ademir já havia mudado:— Eu acho que é você quem não entende isso. Não importa o que aconteça, nada vai afetar o nosso relacionamento.Como poderia não afetar o nosso relacionamento?— Talvez para você não afete, mas para mim é diferente. — Karina disse, comprimindo os lábios. — Eu admito, você é uma pessoa realmente boa. Já gostei de você e até imaginei que poderíamos ficar juntos para sempre.— Você tem uma boa imaginação. — Ademir olhou para Karina e continuou. — Continue com esse pensamento, está tudo bem.Karina balançou a cabeça e, com um tom indiferente, disse:— Mas agora, eu desisti...— Não precisa... — Ademir ficou atordoado, tentou segurar a mão de Karina e a envolveu em sua palma. — Você não precisa desistir.Ademir suplicou para Karina, e sua atitude estava extremamente submissa.— Karina, eu estou apenas cuidando da Vitória. Eu realmente não tenho a intenção de que algo aconteça entre nós."Não aconteceu nada ainda?"Karina franziu a testa e perguntou:—
Após o jantar, Ademir, conforme combinado, levou Karina até a casa de Patrícia. Bruno já havia levado as malas.— Cheguei, vou subir. — Karina acenou com a mão e se virou para subir as escadas.De repente, sua mão foi segurada, e Ademir, olhando para frente, disse de maneira extremamente natural:— Esta é uma área de moradores antigos, e as luzes do corredor estão todas queimadas. Se você subir sozinha e cair, o que vai fazer?Ele era realmente atencioso e cuidadoso com tudo, não importava o que fosse. Com a situação deles agora, será que Ademir ainda precisava se preocupar com esses detalhes?Karina não queria mais resistir. Deixaria Ademir fazer o que quisesse. Com o tempo, ele entenderia que ela não estava apenas fingindo estar brava com ele....No dia seguinte, Karina estava extremamente ocupada.Pela manhã, uma montanha de documentos e prontuários a aguardavam. À tarde, ainda teria que ir para a clínica.Quando o expediente da manhã estava quase terminando, a grande movimentação
Karina olhou para o que estava em suas mãos e não pôde deixar de pensar: "Não é possível, o homem da Hana é bonito até demais." Hana, apesar de não ser uma pessoa fácil, tinha um gosto impecável para homens.Enquanto admirava, de repente, uma escuridão tomou conta de sua visão, seus olhos foram cobertos.Um suave aroma de perfume preencheu suas palmas, e ela sabia, sem nem sequer olhar, quem estava ali.Ademir retirou o folheto das mãos de Karina e só então a soltou:— Não olhe esse tipo de coisa, vai sujar seus olhos bonitos.Karina ficou sem palavras. Como assim, o Ademir apareceu de novo? Ela lhe lançou um olhar cheio de indagações, e ele, percebendo, deu um sorriso amargo."Você realmente não quer me ver, é?" Não que fosse culpa de Karina, mas sim de Ademir. Ele deveria ser mais gentil com ela.— Hoje à noite, não poderei jantar com você. — Ademir explicou. — Depois que terminar meu tratamento, tenho que ir para a resolver alguns assuntos de negócios.— Não precisa me dar satisfa
Ademir estava muito irritado.Seria por causa de Karina?— Karina... — Bruno hesitou por um longo tempo, mas finalmente se armou de coragem para falar. — Todos nós achamos que o Ademir realmente gosta de você, e ele tem sido muito bom para você.— É. — Karina assentiu, sem negar. — Ele é bom comigo, mas ele não é bom só comigo, ele também é muito bom com a Vitória, não? Não, talvez até mais do que comigo......No dia seguinte, Karina estava de folga, não precisando ir à clínica.Então, ela acabou dormindo até quase o meio-dia. Quando Patrícia saiu, deixou uma refeição para ela.Karina estava comendo tranquilamente quando recebeu uma ligação de Lucas.Ela atendeu e perguntou diretamente:— O que aconteceu?— Karina, onde você está? Podemos nos encontrar para conversar.Karina achou estranho. Lucas não estava muito ocupado com a Vitória, que estava tão gravemente ferida? Como ele ainda tinha tempo para vê-la?— Onde vamos nos encontrar?— Na rua dos fundos da Universidade J.— Certo.De
— Não me diga mais nada, é o fim. — Karina, segurando a bolsa, se levantou. — Karina! — Lucas, aflito, puxou ela com força. — Não, não vá! Lucas realmente não sabia o que mais fazer. As palavras já haviam sido ditas, e sua filha ainda se recusava a ceder! Lucas compreendeu, desesperado, que sua filha o odiava! Odiava ele profundamente! Parecia que suplicar não adiantaria. Lucas apertou os dentes e sorriu: — Vai embora assim, é isso que você quer? — O quê? — Karina não entendeu o que Lucas quis dizer. Lucas falou: — Eu não tenho muito tempo de vida, a casa e o dinheiro, se você não quiser, no final, tudo ficará com sua irmã... Ao ouvir essas palavras, Karina ficou paralisada. Essas palavras afetaram profundamente seu julgamento. Lucas continuou: — Quando sua mãe estava comigo, ajudando a fundar a empresa, tudo o que temos aqui é metade dela. Você realmente não quer nada disso? Karina ficou em silêncio. Com as mãos apertadas, ela se manteve quieta. Era v
A direção era para as colinas verdes, Karina ia visitar Catarino. Quando chegou, Cecília estava arrumando o quarto. — Sra. Barbosa, já chegou. — Sim. Onde está o Catarino? Cecília apontou para o quarto de Catarino e, em voz baixa, disse: — O Dr. Amílcar está fazendo uma terapia com ele. Agora não é conveniente interromper. Pode se sentar e esperar um pouco. — Tudo bem. Cecília trouxe-lhe um copo de água e comentou: — O estado do Catarino melhorou muito, o Dr. Amílcar é realmente um médico muito competente. — Deve ser difícil cuidar dele assim. — Não, é meu trabalho. Karina sorriu levemente: — Esta noite eu fico com o Catarino. Você pode ir descansar. Quando terminar de arrumar tudo, pode ir embora e voltar amanhã. — Isso... — Cecília ficou surpresa. — Será que isso é adequado? — Claro. — Karina assentiu com um sorriso. — O Catarino só quer a minha presença quando me vê, e você, aqui, não tem muito o que fazer. Vá descansar logo. — Então, obrigada, Sra. Bar