Capítulo 707
O padre disse a Lúcia que, se tivesse algo a dizer, poderia contar tudo em silêncio a Deus. Afinal, Ele é o mais compassivo com os aflitos deste mundo.

Lúcia ajoelhou-se com devoção, juntando as mãos em oração, fechando os olhos. Lágrimas escorreram pelo seu rosto enquanto seus lábios se moviam, murmurando uma prece silenciosa. Em seu coração, implorava para que Deus a ouvisse, para que Sílvio acordasse em segurança. O sangue em sua testa já havia secado ao vento, e as manchas de sangue e lágrimas em suas bochechas se misturavam.

Ela comprou um crucifixo simples, feito de ferro, e o padre fez questão de entregá-lo em suas mãos.

Em outras circunstâncias, Lúcia provavelmente teria achado aquilo tudo uma bobagem, mas agora ela se agarrava à fé, buscando qualquer forma de consolo para sua alma desesperada.

O crucifixo era pequeno, mas em suas mãos parecia pesado, carregado de simbolismo.

Segurando o crucifixo com firmeza, ela caminhou até o quintal da igreja, onde uma antiga árvore imensa
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