Lúcia estava usando um casaco preto que chamava bastante atenção. Sílvio reconheceu de imediato: era o casaco de Basílio. Ele lembrava de ter visto Basílio usando aquele casaco quando veio ao Grupo Baptista para uma reunião.Sílvio não saiu do carro imediatamente. Ficou no banco do motorista, abriu a janela e acendeu um cigarro, tentando usar a fumaça para se acalmar. No entanto, mesmo depois de terminar o cigarro, os dois ainda estavam conversando animadamente na porta do carro executivo.Sílvio não aguentou mais. Saiu do carro, fechando a porta com um empurrão e caminhou em direção aos dois com um sorriso frio:— Não terminaram a conversa ainda? Basílio, que tal subir e tomar um café enquanto continua a conversa com minha esposa?Lúcia nem precisou olhar para saber quem se aproximava. Ela não queria que Sílvio visse aquela cena, temendo que ele interpretasse mal, mas quanto mais temia, mais inevitável parecia.— Sr. Basílio, agradeço muito por me trazer de volta e pelo que conversam
Será que ela queria se divorciar por causa de Basílio, o bastardo?Sílvio agarrou seu queixo bruscamente, forçando-a a olhar para ele:— Ele já foi embora e você ainda não se cansou de olhar? Você sabe o que significa ser leal?Ele a acusava de não ser leal!Mas o que ele não sabia é que, se Basílio não tivesse aparecido a tempo, ela teria desmaiado de dor.Lúcia sentia que seu coração já estava em pedaços, tão quebrado por Sílvio que não havia como reconstruí-lo.Ela afastou a mão dele e correu para dentro do apartamento.Enquanto subia as escadas, as palavras de Giovana ecoavam em sua mente. Ele sabia que ela estava gravemente doente, mas ainda assim a pressionava a ter um filho!Ele não se importava com sua vida, não se importava com sua segurança!Ele a traiu, tirando fotos de casamento com Giovana!E ainda tinha coragem de, na frente dela, tomar a sopa que Giovana lhe dava!O que ele achava que ela era?Ela era uma pessoa de carne e osso, mas ele a tratava como se fosse nada!Lúc
No início, ele se aproximou dela com um único objetivo: vingança e manipulação!Mas ela, completamente entregue, só tinha olhos e coração para ele!E quando finalmente ela havia bagunçado seu mundo, quando ele começou a querer que ela fosse a mãe de seus filhos, quando decidiu tentar deixar o ódio de lado e reconstruir o passado ao lado dela, ela disse que se arrependia de tê-lo conhecido.Por quê? Por que ela podia simplesmente sair de cena e deixá-lo sozinho na dor? Se ela decidiu desistir, por que então fingiu gostar tanto dele no começo?A raiva de Sílvio se acendeu como nunca antes, e em seus beijos não havia nem sombra de gentileza, eram mordidas e sugadas intensas, até que ele sentiu o gosto de sangue em seus lábios, mas nem assim conseguia aliviar sua fúria.Com um movimento brusco, ele rasgou o suéter que ela usava, e Lúcia, assustada com a violência dele, começou a resistir e lutar.Mas tudo era em vão.Parecia que quanto mais ela lutava, mais ele se excitava.Se fosse em out
Quando uma pessoa estava sofrendo, era incapaz de chorar.Lúcia soltava gritos secos de desespero, rasgando os lençóis com as mãos em um frenesi. Ele dizia que queria que ela desse à luz aquele filho, mas será que ele ao menos tinha se informado sobre cuidados infantis? Será que o médico não lhe disse que não se devia estressar uma grávida, que o estado emocional da mãe era crucial?Tudo não passava de desculpas! Mentiras patéticas! Giovana tinha razão, ele era apenas um sádico, e fazer com que ela engravidasse era só uma forma perversa de vê-la sofrer até a morte.Lúcia desabou na cama, encarando o teto, perdida em seus pensamentos.Seu sono vinha piorando a cada dia, e naquela noite, ela não conseguiu dormir um segundo sequer.Sua mente estava cheia de pensamentos desordenados, e nada conseguia acalmá-la.Ela ficou observando o quarto escuro pouco a pouco se iluminando, vendo a luz da manhã tocar as copas das árvores.Quando Marina chegou, surpreendeu-se ao vê-la já sentada no sofá:
— Exatamente. — O entregador respondeu com convicção.Lúcia sentiu um arrepio súbito, o tempo realmente passava muito rápido. Como já podia ter se passado metade de um mês?Ela pediu ao entregador que deixasse a encomenda na portaria e que ela iria buscá-la imediatamente.Marina fez um sinal com a mão, e um táxi parou na frente delas. Atenciosa, Marina abriu a porta, protegendo a cabeça de Lúcia com a mão. Só depois que Lúcia entrou, ela se sentou ao lado.Lúcia informou ao motorista o endereço da Mansão do Baptista. Pouco mais de dez minutos depois, ela já estava na portaria pegando uma pequena caixa de papelão.Ela não a abriu imediatamente, preferindo ver o conteúdo quando chegasse em casa.No caminho de volta, decidiram caminhar um pouco. Cruzaram com uma senhora vendendo plantas. O sol iluminava as folhas verdes, que pareciam envoltas em um véu dourado. Uma pequena e delicada flor brotava de uma das plantas.Marina percebeu que Lúcia gostou da planta e, sem pedir permissão, decidi
Sim, ela ainda era a esposa de Sílvio, mas nem ela sabia do paradeiro do marido, como é que outra pessoa poderia saber?Ela pegou o celular e ligou para Sílvio, mas o número estava bloqueado.Enquanto tentava pensar no que fazer, as portas do elevador ao lado se abriram com um "ding".Sílvio, vestindo um terno escuro, saiu do elevador cercado por sua equipe, caminhando na direção dela.Lúcia, irritada, soltou um sorriso sarcástico e foi ao encontro dele.— Sílvio, preciso falar com você!Ele, no entanto, a ignorou completamente, passando por ela como se fosse invisível.— Se você não me ouvir agora, eu vou te seguir até que esteja disposto a me escutar! — Lúcia olhou firme para a figura imponente dele, determinada.Mal acabou de falar, ele parou abruptamente. Murmurou algumas instruções para um dos executivos ao seu lado, que logo saiu pelas portas giratórias do Grupo Baptista.Lúcia se aproximou dele e comentou com ironia:— Inventando desculpas para fugir de mim, hein? Você não estav
Sílvio riu com desdém:— Nem preciso ouvir, já sei que é falsificação sua!— Você realmente pensa isso de mim? — Lúcia abriu os olhos, grandes e cheios de dor, sentindo um aperto no peito que quase a impedia de respirar.Quando se casaram, ele prometeu que sempre confiaria nela, que entre marido e mulher deveria haver confiança mútua. Será que aquelas promessas foram em vão?Ele estreitou os olhos:— Já te dei o suficiente, Lúcia. Pare de bancar a vítima. Tenha essa criança, e depois seguimos nossos caminhos. Você pode ir atrás de quem quiser.Na noite anterior, ele havia decidido. Aquela Lúcia, que estava diante dele, já não era a mesma mulher vibrante e bondosa que ele um dia conheceu. Ele só queria o filho deles, depois disso, um rompimento definitivo. Era hora de encerrar essa relação tóxica e cheia de erros.— Sílvio! Vou dizer pela última vez, o que acabei de falar é a verdade! — Lúcia gritou, desesperada. — O que precisa acontecer para você acreditar em mim?Ele a encarou por um
Ela não conseguia dormir, o que a deixava extremamente ansiosa, com o coração acelerado e lágrimas que corriam sem parar.Ela sentia que havia algo errado com ela! Já fazia dez dias inteiros que não conseguia pegar no sono!Lúcia, triste, percebeu que não tinha ninguém com quem pudesse desabafar, nenhum amigo em quem pudesse confiar.Desesperada, acabou ligando para Sílvio.Mas quem atendeu foi Giovana:— Lúcia, o Sílvio já está dormindo. Não ligue mais. Qualquer coisa, resolvemos amanhã.E desligou o telefone.Então ele estava dormindo na casa de Giovana!Lúcia se encolheu debaixo do cobertor e começou a chorar baixinho.Quando Marina passou pelo quarto dela, ouviu os soluços e ficou preocupada. Lúcia, ultimamente, chorava muito.Pegando o celular, Marina encontrou o número de Sílvio e ficou indecisa sobre contar ou não o que estava acontecendo....Na Mansão do Fonseca, Sílvio estava trazendo um copo de água quando viu Giovana rapidamente largar o celular dele, que estava carregando.