Giovana estava furiosa por dentro. Como não ficar irritada ao ser rejeitada pelo homem que amava? Mas não tinha escolha, ainda não havia conquistado sua posição, então só podia engolir o orgulho e suportar!Com isso em mente, Giovana se levantou e saiu rapidamente do quarto.Sílvio fumou vários cigarros, mas seu semblante continuava carregado. Quando seus olhos caíram sobre o recipiente térmico no armário, sua expressão relaxou um pouco. Ele o pegou com uma das mãos e o abriu.A sopa ainda estava quente e, antes mesmo de provar, ele já podia sentir o aroma apetitoso.Um sorriso quase imperceptível apareceu em seus lábios enquanto ele levava uma colherada aos lábios.Nesse momento, Leopoldo entrou no quarto, carregando uma sacola de frutas. Ele não sabia o que havia acontecido minutos antes, mas ao ver que o presidente havia bebido toda a sopa com um leve sorriso no rosto, supôs que seu humor estava melhor.Leopoldo reconheceu o recipiente como sendo o que Lúcia havia trazido.— A Sra.
— Lúcia, você teve a audácia de me bater? — Giovana exclamou, segurando o rosto enquanto se levantava do chão.Lúcia soltou uma risada fria:— Você veio até aqui para tentar causar discórdia entre nós, não estava pedindo outra coisa? Giovana, estou avisando, pare de me provocar!— Você! — Giovana tentou revidar com um tapa.Lúcia rapidamente agarrou o pulso dela, soltando um sorriso de desprezo:— Lembra quando você fazia de tudo para ser minha amiga, me seguindo como um cachorrinho? Esqueceu tão rápido os dias em que se humilhava? E ainda há pouco, eu te afundei na fonte do hospital, já está com saudade?— Cala a boca, Lúcia! — Giovana gritou, o rosto vermelho de vergonha, tentando se libertar, mas a força de Lúcia era avassaladora.Lúcia a soltou bruscamente, fazendo Giovana quase perder o equilíbrio, se segurando por pouco na maçaneta de vidro.— A carta na manga que eu tenho agora é a criança que carrego. Você não pode comigo! Melhor aprender a ficar no seu lugar! — Lúcia disse, vi
— Srta. Lúcia, eu sugiro que você vá ao hospital. A saúde é o que importa. — Basílio disse, olhando para ela com preocupação.Lúcia sentiu um calor inesperado no peito. Percebeu a ironia cruel da situação: até um estranho se preocupava mais com ela do que Sílvio, o próprio marido!Mas ela não podia culpar Sílvio completamente. Era a dívida da família Baptista, e como filha única, era seu dever pagar.Ainda assim, a tristeza, a decepção e o desânimo a consumiam.Basílio chamou seu nome suavemente algumas vezes, trazendo-a de volta à realidade.Quando ele novamente sugeriu levá-la ao hospital, Lúcia sorriu amargamente:— Não precisa, Sr. Basílio. Eu conheço bem meu corpo. Mas o que o senhor faz por aqui?— Acabei de fechar um contrato e estava de passagem. Quando vi alguém que parecia com você, decidi parar. E era mesmo você. — Basílio segurava o guarda-chuva para ela, os lábios curvados num sorriso. — Onde você mora? Eu te levo para casa.— Não precisa se incomodar.— Não é incômodo nen
Lúcia estava usando um casaco preto que chamava bastante atenção. Sílvio reconheceu de imediato: era o casaco de Basílio. Ele lembrava de ter visto Basílio usando aquele casaco quando veio ao Grupo Baptista para uma reunião.Sílvio não saiu do carro imediatamente. Ficou no banco do motorista, abriu a janela e acendeu um cigarro, tentando usar a fumaça para se acalmar. No entanto, mesmo depois de terminar o cigarro, os dois ainda estavam conversando animadamente na porta do carro executivo.Sílvio não aguentou mais. Saiu do carro, fechando a porta com um empurrão e caminhou em direção aos dois com um sorriso frio:— Não terminaram a conversa ainda? Basílio, que tal subir e tomar um café enquanto continua a conversa com minha esposa?Lúcia nem precisou olhar para saber quem se aproximava. Ela não queria que Sílvio visse aquela cena, temendo que ele interpretasse mal, mas quanto mais temia, mais inevitável parecia.— Sr. Basílio, agradeço muito por me trazer de volta e pelo que conversam
Será que ela queria se divorciar por causa de Basílio, o bastardo?Sílvio agarrou seu queixo bruscamente, forçando-a a olhar para ele:— Ele já foi embora e você ainda não se cansou de olhar? Você sabe o que significa ser leal?Ele a acusava de não ser leal!Mas o que ele não sabia é que, se Basílio não tivesse aparecido a tempo, ela teria desmaiado de dor.Lúcia sentia que seu coração já estava em pedaços, tão quebrado por Sílvio que não havia como reconstruí-lo.Ela afastou a mão dele e correu para dentro do apartamento.Enquanto subia as escadas, as palavras de Giovana ecoavam em sua mente. Ele sabia que ela estava gravemente doente, mas ainda assim a pressionava a ter um filho!Ele não se importava com sua vida, não se importava com sua segurança!Ele a traiu, tirando fotos de casamento com Giovana!E ainda tinha coragem de, na frente dela, tomar a sopa que Giovana lhe dava!O que ele achava que ela era?Ela era uma pessoa de carne e osso, mas ele a tratava como se fosse nada!Lúc
No início, ele se aproximou dela com um único objetivo: vingança e manipulação!Mas ela, completamente entregue, só tinha olhos e coração para ele!E quando finalmente ela havia bagunçado seu mundo, quando ele começou a querer que ela fosse a mãe de seus filhos, quando decidiu tentar deixar o ódio de lado e reconstruir o passado ao lado dela, ela disse que se arrependia de tê-lo conhecido.Por quê? Por que ela podia simplesmente sair de cena e deixá-lo sozinho na dor? Se ela decidiu desistir, por que então fingiu gostar tanto dele no começo?A raiva de Sílvio se acendeu como nunca antes, e em seus beijos não havia nem sombra de gentileza, eram mordidas e sugadas intensas, até que ele sentiu o gosto de sangue em seus lábios, mas nem assim conseguia aliviar sua fúria.Com um movimento brusco, ele rasgou o suéter que ela usava, e Lúcia, assustada com a violência dele, começou a resistir e lutar.Mas tudo era em vão.Parecia que quanto mais ela lutava, mais ele se excitava.Se fosse em out
Quando uma pessoa estava sofrendo, era incapaz de chorar.Lúcia soltava gritos secos de desespero, rasgando os lençóis com as mãos em um frenesi. Ele dizia que queria que ela desse à luz aquele filho, mas será que ele ao menos tinha se informado sobre cuidados infantis? Será que o médico não lhe disse que não se devia estressar uma grávida, que o estado emocional da mãe era crucial?Tudo não passava de desculpas! Mentiras patéticas! Giovana tinha razão, ele era apenas um sádico, e fazer com que ela engravidasse era só uma forma perversa de vê-la sofrer até a morte.Lúcia desabou na cama, encarando o teto, perdida em seus pensamentos.Seu sono vinha piorando a cada dia, e naquela noite, ela não conseguiu dormir um segundo sequer.Sua mente estava cheia de pensamentos desordenados, e nada conseguia acalmá-la.Ela ficou observando o quarto escuro pouco a pouco se iluminando, vendo a luz da manhã tocar as copas das árvores.Quando Marina chegou, surpreendeu-se ao vê-la já sentada no sofá:
— Exatamente. — O entregador respondeu com convicção.Lúcia sentiu um arrepio súbito, o tempo realmente passava muito rápido. Como já podia ter se passado metade de um mês?Ela pediu ao entregador que deixasse a encomenda na portaria e que ela iria buscá-la imediatamente.Marina fez um sinal com a mão, e um táxi parou na frente delas. Atenciosa, Marina abriu a porta, protegendo a cabeça de Lúcia com a mão. Só depois que Lúcia entrou, ela se sentou ao lado.Lúcia informou ao motorista o endereço da Mansão do Baptista. Pouco mais de dez minutos depois, ela já estava na portaria pegando uma pequena caixa de papelão.Ela não a abriu imediatamente, preferindo ver o conteúdo quando chegasse em casa.No caminho de volta, decidiram caminhar um pouco. Cruzaram com uma senhora vendendo plantas. O sol iluminava as folhas verdes, que pareciam envoltas em um véu dourado. Uma pequena e delicada flor brotava de uma das plantas.Marina percebeu que Lúcia gostou da planta e, sem pedir permissão, decidi