Emir Aksoy Eu estava sentado no banco do motorista, minhas mãos apertando o volante com tanta força que meus nós dos dedos estavam brancos. O suor escorria pela minha testa, a tensão no ar tomava conta de todos nós. Valentina estava ao meu lado, os olhos arregalados de medo e adrenalina. Asaf estava no banco de trás, a expressão fria e calculista. Estávamos a poucos metros da liberdade, mas Joon-Ho estava ali, parado na nossa frente, com um sorriso sinistro no rosto. "Eu disse que não seria fácil, não foi?" Asaf havia afirmado, pouco antes de chegarmos ao portão o contrário. Ele estava tão confiante, tão certo de que tirar Valentina dali seria como tirar doce de criança. Mas ali estava Joon-Ho, bloqueando nosso caminho, desafiando-nos a tentar passar. "Como vamos sair daqui?" Valentina gritou, o pânico evidente na sua voz. Ela olhava freneticamente de Joon-Ho para mim e de volta para Joon-Ho. Dois homens iguais, eu ainda estava com a máscara igual a dele. "Eu disse que não íamos
Emir Aksoy Todos nós estávamos olhando para Valentina, observando a mulher que seria mãe do meu filho. Seu corpo estava pálido, a respiração fraca, e eu sentia um desespero crescente a cada segundo. Juana estava ao meu lado, olhando com igual preocupação. Precisávamos agir rápido.“Como eles nos encontraram aqui?” Juana me questionou. “Olhe o corpo dela.”“Você acha que Joon-Ho pode ter colocado algo em Valentina,” Juana não demorou muito a olhar o corpo de Valentina."Emir, olha isso," Juana disse, apontando para um pequeno machucado no pescoço de Valentina. Me aproximei, a raiva fazia meu coração bater mais rápido. Havia algo estranho ali, algo que não deveria estar."Um chip," murmurei, sentindo um arrepio na espinha. "Eles estavam rastreando ela."Juana e eu trocamos um olhar tenso. Precisávamos remover aquele chip imediatamente. Com mãos trêmulas, procurei algo para esterilizar a área. Usei um pequeno canivete para fazer uma incisão cuidadosa no machucado. A cada movimento, meu
Valentina Carvalho Aksoy A volta para Istambul foi longa e cansativa. Depois de tantos eventos traumáticos na Coreia do Sul, eles saíram da China com o voo direto para casa que pareceu uma eternidade. Quando finalmente aterrissamos, senti alívio e exaustão. Estava junto do meu marido. Emir havia feito todos os preparativos, garantindo que um médico estivesse à nossa espera assim que chegássemos.“Estou tão preocupado com o bebê,” Emir estava ansioso.Tantas emoções intensas, tanto estresse – tudo isso podia ter afetado a nossa criança. O médico me examinou com cuidado, enquanto Emir permanecia ao meu lado, segurando minha mão. Após alguns minutos de silêncio tenso, o médico sorriu e disse:"Está tudo bem com você e com o bebê, Valentina. Você é uma mulher forte. Escutem o coração do bebê, será uma criança forte e saudável.”“Que Ala abençoe nosso filho.”Soltei um suspiro de alívio, sentindo um peso enorme ser retirado dos meus ombros. Emir beijou minha testa e me abraçou, sussurrand
Valentina Carvalho Aksoy O dia do nosso casamento finalmente estava chegando. Apesar de toda a felicidade que eu sentia, uma sombra persistia. Emir ainda não havia conseguido encontrar Joon-Ho, e a ideia de que ele pudesse tentar roubar nosso bebê me atormentava. Sentia a tensão em Emir, uma raiva silenciosa que pairava sobre ele, mas ele sempre fazia o possível para me manter tranquila e segura. Na noite antes do casamento, estávamos sentados na sacada do nosso quarto. A brisa fresca da noite de Istambul acariciava nossos rostos enquanto o bebê descansava tranquilamente nos meus braços. O céu estava claro, repleto de estrelas, e por um momento, tudo parecia perfeito. "Queria tanto que minha amiga estivesse aqui," murmurei, a voz cheia de tristeza. "Hoje seria a minha despedida de solteira, e eu tenho certeza que Adriana faria uma grande festa para mim." Os olhos de Emir se encheram de lágrimas, assim como os meus. Ele segurou minha mão com força e disse, "Eu sinto muito, Vale
Valentina Carvalho A estrada se estendia à minha frente, um caminho sem fim que eu não sabia para onde levava. As últimas horas tinham virado minha vida de cabeça para baixo, tudo o que eu acreditava ter vivido durante tantos anos era uma mentira. Uma mentira que me deixou sem rumo, sem direção.Dirigi por mais de uma hora, sem destino, sem propósito. Apenas seguindo a estrada, deixando para trás a vida que eu conhecia. As lágrimas molhavam meu rosto, uma mistura de tristeza, raiva e confusão. Não sabia como havia chegado tão longe, como havia permitido que minha vida se transformasse nessa bagunça.O painel do carro piscava, alertando que a gasolina estava acabando. Parei em uma cidade desconhecida, sem saber onde estava. A única coisa que sabia era que precisava sair do carro, respirar, tentar entender o que estava acontecendo.Foi quando vi o aeroporto. O avião pousando na pista, as luzes brilhando na escuridão. Não abasteci o carro, não voltei para a estrada. Em vez disso, segui
Valentina CarvalhoEu acordei com uma dor latejante na cabeça, mal conseguindo abrir os olhos devido à intensa claridade que fazia minhas têmporas pulsarem. Tentei me situar no ambiente ao meu redor e percebi que estava em um quarto luxuoso, com uma cama dossel majestosa, cortinas negras e uma parede de vidro que levava a uma sacada com sofás e arcos. Era como se eu tivesse sido transportada para um palácio sombrio e desconhecido.A confusão tomou conta de mim e a pergunta ecoou em minha mente: "Onde eu estou?". Lembrei-me vagamente das últimas horas, quando reservei o hotel e um homem misterioso segurava uma placa com o meu nome. Recordo-me de ter entrado no carro com ele e, pensei que ele tinha sido enviado pelo hotel, algum serviço de transfer. O próximo fragmento de memória que surgiu foi o homem borrifando algo em meu rosto, fazendo-me desmaiar.O desespero tomou conta de mim ao perceber que estava presa naquele quarto. Corri até a porta e tentei abri-la, girando freneticamente o
Valentina Carvalho— O que você estava fazendo? - ele me pergunta.— Eu estava tentando fugir, me prenderam no quarto lá em cima - tentei explicar para ele - Eu peguei o carro que o hotel tinha me enviado, mas o homem me dopou e eu acordei naquele quarto lá em cima - aponto com o dedo - Eles prenderam você também?Eu nunca imaginei que fosse ver aquele rosto novamente, mas ali estava ele, o cara que eu tinha esbarrado no aeroporto e beijado no banheiro do avião. Meu coração dispara ao vê-lo, e não posso negar que uma parte de mim tem vontade de beijá-lo novamente. Seus olhos verdes me olham com estranheza, como se não entendesse o que estou pensando.— Você também está preso aqui? - pergunto, tentando disfarçar a emoção em minha voz - Venha, vamos ver se a porta está aberta.Sem pensar duas vezes, seguro a mão dele e o puxo em direção à porta. Sinto uma conexão instantânea com ele, como se estivéssemos destinados a nos encontrar novamente. — Vamos, não podemos ficar aqui parados, dig
Valentina CarvalhoEu engoli seco, sem saber o que aquele homem queria comigo. Eu estava tão abalada com toda aquela história. Meu pai estava doente e eu precisava falar com o médico e sair daquele lugar. Precisava de dinheiro, talvez Danilo pudesse ajudar. E o casamento? Tivemos tantos gastos.— Me esqueci desse envelope, coelhinha. A conta bancária do seu pai - ele disse, me entregando um envelope.Com as mãos trêmulas, abri o envelope e lá estava o que eu temia. Papai estava sem dinheiro. Não que fôssemos ricos algum dia, mas ele tinha uma reserva e gastou tudo com o casamento dos meus sonhos, pois ele não quis que Danilo arcasse com tudo sozinho.— Sua família está em apuros, seu pai doente e, pelo que falei com o médico, há uma esperança - ele disse, olhando para mim. — Um tratamento nos Estados Unidos.Mas como meu pai conseguiria fazer esse tratamento? Nós não tínhamos dinheiro, e mesmo que eu tentasse conseguir um empréstimo, o valor não seria suficiente.— Eu preciso de uma e