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4.Você Vai Se Casar Comigo, Valentina

Valentina Carvalho

Eu engoli seco, sem saber o que aquele homem queria comigo. Eu estava tão abalada com toda aquela história. Meu pai estava doente e eu precisava falar com o médico e sair daquele lugar. Precisava de dinheiro, talvez Danilo pudesse ajudar. E o casamento? Tivemos tantos gastos.

— Me esqueci desse envelope, coelhinha. A conta bancária do seu pai - ele disse, me entregando um envelope.

Com as mãos trêmulas, abri o envelope e lá estava o que eu temia. Papai estava sem dinheiro. Não que fôssemos ricos algum dia, mas ele tinha uma reserva e gastou tudo com o casamento dos meus sonhos, pois ele não quis que Danilo arcasse com tudo sozinho.

— Sua família está em apuros, seu pai doente e, pelo que falei com o médico, há uma esperança - ele disse, olhando para mim. — Um tratamento nos Estados Unidos.

Mas como meu pai conseguiria fazer esse tratamento? Nós não tínhamos dinheiro, e mesmo que eu tentasse conseguir um empréstimo, o valor não seria suficiente.

— Eu preciso de uma esposa e você está, digamos, em uma situação complicada e precisa de dinheiro. Você é atraente e, com uma pequena transformação e um pouco de estilo, você pode ser a minha candidata perfeita - ele disse, se aproximando de mim.

Eu fiquei atônita. O que ele estava sugerindo?

— Você vai se casar comigo e eu vou pagar o tratamento do seu pai. Uma troca justa - ele disse, colocando suas mãos de cada lado da poltrona onde eu estava sentada. — Na verdade, coelhinha, você não tem muitas opções, só aceitar se casar comigo e salvar o seu pai?

Meu coração estava acelerado, minhas mãos suadas. E eu fiquei com tanta raiva. Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Casar com aquele homem? Fazer um acordo tão desesperado? Será que eu era capaz de tomar uma decisão tão drástica para salvar a vida do meu pai?

Eu me levantei da poltrona, tentando encontrar forças para falar.

— Eu... eu não sei - disse, com a voz trêmula. — É uma decisão muito difícil. Eu preciso pensar.

Ele sorriu de forma arrogante, como se já soubesse a resposta.

— Pensar, Coelhinha. Isso não está em questão. Lembre-se, o tempo está correndo e a vida do seu pai está em jogo - ele disse, pegando seu celular e fazendo uma ligação. — Alô, sim, estou com ela - ele me entrega o telefone.

— Alô - escuto a voz de minha mãe - Mamãe, o que está acontecendo?

— Seu pai está no hospital, quando ele soube que você fugiu com o Emir ele desmaiou - um silêncio - Filha, seu pai está com… A pressão alta. Você pode voltar para casa, conversar com o Danilo, pois ele está desolado com a sua fuga com outro homem e com o fim do noivado e do casamento, gastamos tanto dinheiro Valentina…

— Eu vou voltar, mamãe, diga para o papai que logo eu estarei em casa.

— Estamos aguardando você. Seu pai não está bem e ele quer falar com você.

— Eu vou voltar, mamãe - desliguei o telefone - Você disse que eu fugi? - questionei o homem à minha frente que ao que parece se chama Emir.

— Era melhor sua mãe pensar que você fugiu, pois se apaixonou por mim e não porque o seu noivo te traiu. Mesmo todos sabendo que seu namorado perfeito e rico te trai com a cidade toda. Você vai poder se vingar.

— Emir, esse é o seu nome? Você é um grande canalha.

— Sem elogios querida, você vai voltar para o seu quarto e vai se arrumar, vamos nos casar daqui a uma hora.

Eu estava sendo chantageada, isso era claro. Não tinha como sair dali e não tinha outra opção a não ser aceitar o que Emir estava me propondo.

— Emir Aksoy, esse é o meu nome. Assim que você assinar o contrato de casamento, o seu pai vai de helicóptero para São Paulo e quando ele se estabilizar vai para os Estados Unidos, está tudo no contrato. Preciso de você durante um período e depois você estará livre para ir embora e terá uma boa situação financeira - ele disse, com uma expressão séria.

— Preciso saber de mais alguma coisa? - perguntei, tentando manter a calma.

— Teremos um casamento como qualquer outro. A nossa interação no banheiro do avião foi para ter certeza se tínhamos atração um pelo, outro e pude constatar que temos - ele caminhou até onde eu estava e eu dei passos para trás até chegar na porta do escritório - Esteja ciente que vamos dormir juntos Valentina. Como marido e mulher.

— E se eu não quiser dormir com você? - olhei fixamente para o rosto dele.

Ele deu um sorriso, se aproximou ainda mais, eu prendi a respiração. Como esse homem mexia tanto comigo? Era como se cada parte do meu corpo pertencesse a ele.

— Coelhinha, você vai implorar para que eu possua você - ele encostou a boca em meu ouvido - Para que eu toque seu corpo todo.

Os olhos dele foram até a minha boca e eu olhei para aqueles lábios carnudos. Ele então colou a sua boca na minha. Sua boca era tão suculenta, era como uma comida gostosa que você quer sempre provar.

Emir segurou meus cabelos, e o beijo se intensificou. As mãos correm pela lateral do corpo e minhas pernas entrelaçaram o corpo dele. Emir me leva até a mesa e me coloca lá em cima. Seu peito é forte e másculo, e como ele é alto.

Ele arqueia seu corpo sobre o meu, mas como um ímã eu não consigo me soltar desse homem. Ele é o meu algoz e eu estou aqui beijando o homem que me aprisionou num quarto e me chantageou. Num momento de realidade eu empurro Emir.

Eu estava em choque, porque eu estava beijando, Emir Aksoy? Uma parte de mim estava se rendendo a ele e estava me odiando por isso. Eu sabia que estava entrando em um acordo perigoso, mas eu não tinha outra opção. Eu precisava salvar meu pai.

Emir se afasta de mim e eu digo rapidamente.

— Eu... eu vou assinar o contrato - digo com a voz trêmula e a respiração ofegante.

— Eu sei, você não tem outra escolha - ele ajeita seu terno que está desalinhado.

Ele sorriu, como se já soubesse a resposta.

— Ótimo, Coelhinha. Vamos nos casar daqui a uma hora, não se atrase, pois eu odeio atrasos - ele disse, saindo do escritório.

Eu fiquei ali, sozinha, sentada naquela mesa, com a mente cheia de dúvidas e o coração acelerado. Eu estava prestes a me casar com um homem que mal conhecia, mas eu faria qualquer coisa para salvar meu pai.

— Olá - olhei assustada para a porta e desci da mesa rapidamente, eu estava envergonhada - Eu vim ajudá-la.

— Quem é você?

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