Valentina Carvalho Aksoy Depois de um bom banho quente, decidi descansar um pouco na cama. A sensação do conforto me envolveu e acabei adormecendo por um tempo. Ao acordar, me dirigi até a janela e fiquei maravilhada com a paisagem que se formava diante de mim - a neve caía suavemente, criando um cenário digno de contos de fadas. Olhando fixamente para aquelas árvores e aquele céu, pensei ter visto algo se mover. Fixei os olhos, mas não era nada, eu deveria estar sonolenta. Fui tirada desse sonho de paz quando ouvi batidas na porta. Corri para atendê-la e encontrei minha amiga Adriana do outro lado, parecendo um boneco de neve com tantas roupas. Ambas estávamos famintas, então descemos juntas. Ao chegarmos à sala de estar, vimos Juana sentada em uma poltrona, com um copo de whisky nas mãos, observando o líquido com atenção. "A bela adormecida acordou do seu sono profundo", Juana diz com a voz carregada. "Eu estava exausta, aproveitei para descansar", respondi, concordando com ela
Emir Aksoy "Emir, como você está?" Asaf está ali na minha frente entre a fumaça dos escombros."Juana e Valentina estão sendo atacadas, precisamos tirar a minha mulher de lá.""Juana vai tirar as duas de lá, acredite nela, ela é boa no que faz."O som ensurdecedor da explosão havia ecoado pelos corredores do hospital, transformando o silêncio sereno em um caos estridente. Vidros estilhaçados voaram em todas as direções, acompanhados de uma onda de calor e detritos que se espalhou pela recepção. Senti o impacto como um soco brutal no peito, e fui arremessado para trás, colidindo violentamente com a parede. Tudo ao meu redor pareceu desacelerar, os sons abafados pelo zumbido persistente em meus ouvidos. A única coisa que consegui ouvir foi a voz de Juana e a preocupação que se instaurou em mim.Sentia uma dor latejante no meu ferimento. A poeira no ar dificultava a respiração, cada inalação era um esforço excruciante. Tentei me levantar, mas uma onda de dor me fez gemer e cair de volta
Valentina Carvalho Aksoy A tensão no carro era insuportável. Juana dirigia com as mãos firmes no volante, os olhos fixos na estrada coberta de neve. O medo do que poderia acontecer a qualquer momento nos mantinha em silêncio. A senhora ao nosso lado estava claramente assustada, enquanto Adriana, normalmente tão falante, ficou em silêncio por vários quilômetros.Paramos em um posto de gasolina, aliviadas por finalmente ter uma pausa. A senhora foi ao banheiro e eu a segui, com Adriana logo atrás."Essa situação está me deixando apavorada", Adriana disse, sua voz tremendo. "Essas pessoas querem matar você.""Eu sei", respondi, sentindo um nó na garganta. "Eu só queria que Emir estivesse aqui.""Mas ele não está, te deixou aqui e sumiu", ela continuou, andando de um lado para o outro no banheiro. "Tudo isso é uma loucura, e o bebê... o que pode acontecer?""Você está grávida, querida?" a senhora perguntou, surpresa, ao ouvir nossa conversa."Eu... estou", admiti."Está esperando o herde
Valentina Carvalho Aksoy Juana pisou fundo no acelerador da caminhonete, a neve espessa rangendo sob os pneus enquanto lutávamos para manter a estabilidade. O vento gelado uivava ao redor de nós, como se o próprio clima estivesse conspirando contra nossa fuga. O veículo balançava a cada curva, mas Juana parecia não notar, os olhos fixos na estrada à frente.Senti um calafrio subir pela espinha e um desconforto crescente no abdômen. A cada quilômetro percorrido, minha preocupação aumentava. De repente, uma sensação quente e úmida me alarmou. Olhei para baixo e vi a mancha vermelha se espalhando entre minhas pernas."Eu não estou passando bem, preciso ir a um hospital, Juana," implorei, minha voz tremendo de pânico.Adriana, que estava ao meu lado, virou-se abruptamente e sua expressão mudou de surpresa para preocupação extrema ao ver o sangue em minha mão. "O que está acontecendo, amiga?" A urgência em sua voz apenas aumentou meu medo."Hospital? Você só pode estar brincando. Estamos
Valentina Carvalho Aksoy Adriana me colocou no carro e logo ouvi as portas travarem. Minha amiga ficou do lado de fora, gritando, mas o motorista arrancou, e eu não entendi nada do que estava acontecendo."Por que você não esperou Adriana?" Minha voz estava entrecortada pelo pânico. “Juana estava precisando de ajuda e nós não podemos deixar as duas lá.”"Tem pessoas lá para cuidar delas." A calma em sua resposta só aumentava meu desespero."O que você está fazendo aqui?" Minha mente insistia em buscar uma lógica no meio daquele caos. “Você não tinha ido para não sei onde?”"Eu vim atrás de você, querida. E eu quase te perdi." Seus olhos buscaram os meus, mas a ternura que eu costumava encontrar neles agora parecia tingida de uma urgência que eu não compreendia. “Por um momento pensei que não fosse te encontrar.”"Vamos voltar lá, não posso deixar as garotas sozinhas." Minha voz era uma súplica desesperada."Já te disse que meus homens vão cuidar delas.""Nós vamos voltar lá e buscar
Valentina Carvalho Aksoy Tudo estava estranho, três carros estavam nos esperando, e fui levada para um deles. Embora estivesse seguindo as instruções, uma sensação incômoda não me abandonava. Algo não estava certo."Me espere aqui," Joon-Ho disse, com um tom autoritário que nunca tinha usado comigo antes.Entrei no carro e observei pela janela como Joon-Ho se comportava com aquelas pessoas. Eles não eram os homens de Emir, de quem eu já estava acostumada. Onde eu realmente estava? Joon-Ho caminhou até um homem e eu acompanhei a interação atentamente. O homem falou com ele de forma tão respeitosa, fazendo uma reverência, como se Joon-Ho fosse alguém de extrema importância. Joon-Ho permaneceu imóvel, ouvindo atentamente. Então, sem aviso, ele deu um tapa no homem, que imediatamente colocou a mão no rosto, visivelmente abalado.A raiva fervilhava dentro de mim. Eu não podia ignorar aquilo. Abri a porta do carro e saí, sentindo o vento frio contra meu rosto. "O que está acontecendo aqui
Emir Aksoy “Eu perdi a sua esposa,” a voz de Juana estava pesada."Como assim perdeu minha esposa?" perguntei, sentindo o desespero tomar conta de mim. Um nó se formou em minha garganta, e o sangue começou a correr mais rápido em minhas veias. Engoli seco, tentando manter a calma. Asaf, meu amigo e braço direito, olhava para mim com a mesma expressão de preocupação."É a Juana," Asaf disse, hesitante. "Ela perdeu a Valentina, a minha Valentina,” passo a mão nos meu cabelos e os aperto. Agora entendo a expressão de arrancar os cabelos que Valentina tanto me dizia."E Adriana também. Eles a levaram. Como eu não era o alvo importante, eles me deixaram para trás, eu tentei chegar até ela, mas eles me interceptaram.""Você viu quem são os homens que estão por trás de tudo isso?" perguntei, a raiva e o medo se misturando em minha voz."Não, eu não tenho ideia," Juana respondeu, e ela estava se sentindo culpada.Juana me disse que quem a levou já deveria ter saído do país. Ela contou sobre
Valentina Carvalho Aksoy Eu estava presa dentro daquela casa, e a sensação de claustrofobia começava a me dominar. Tinha que manter a calma, ou enlouqueceria. Emir era um homem tradicional, sua casa sempre estava cheia de seguranças, mas Joon-Ho parecia não deixar nada passar pelo que pude perceber a tecnologia estava sempre em cada quanto. Eu já havia presenciado algumas reuniões e visto alguns homens que frequentavam a casa. Geralmente, eles se reuniam na sala de estar, todos juntos, e eu não tinha ideia de quem realmente era Joon-Ho, nem por que aquelas pessoas o veneravam, como se ele fosse mais que apenas um segurança.Pela janela, vi uma movimentação de carros chegando. As vozes abafadas das conversas vinham da sala, despertando minha curiosidade. Movi-me silenciosamente até a ponta da escada, onde havia um ponto cego das câmeras. Ali, escondida, podia ouvir melhor o que diziam sem ser vista.A reunião de Joon-Ho com os outros homens começou. Ele parecia um rei sendo reverenci