Capítulo 6

De volta ao seu apartamento, Ana estava um caco. Sentada no sofá, com uma xícara de café e um cobertor naquele dia frio que fazia em Nova York, onde ficou revivendo todos os momentos várias vezes em sua mente, lutando para entender como havia perdido o controle de si mesma , com a culpa e a vergonha a consumindo.

Seu celular começou a vibrar com mensagens de suas amigas, que haviam visto as notícias sobre o tiroteio no hospital.

Gabriele:

Oi, Ana! Vi as notícias sobre o tiroteio. Você está bem? Me avisa.

Renata:

Ana, que susto! Você está segura? Por favor, me diga que está tudo bem.

Elen:

Ana, não consigo parar de pensar em você desde que vi as notícias. Como você está?

Ana suspirou, sentindo o carinho e a preocupação das amigas. Sabia que precisava responder, mas as emoções ainda estavam muito intensas.

‘’Ai, Ai, se elas soubessem que não foi só o tiroteio’’ – suspirava Ana, chorando.

Mesmo assim, Ana pegou o celular e começou a digitar, com as lágrimas caindo sobre a tela.

Ana:

Oi, meninas. Estou bem fisicamente, mas foi um dia muito difícil. O tiroteio foi assustador. Obrigada pela preocupação. Preciso de um tempo sozinha.

Gabriele:

Oh, Ana, sinto muito que você tenha passado por isso. Quer que a gente vá até aí? Podemos levar algo para você comer e fazer companhia.

Renata:

Sim, Ana, estamos aqui para você.

Elen:

Ana, entendemos que você precisa de um tempo sozinha, mas saiba que estamos aqui para qualquer coisa, viu?!

Ana:

Obrigada, de verdade. Vocês são as melhores. Acho que preciso de um tempo sozinha hoje. Podemos nos encontrar amanhã?

Gabriele:

Claro, Ana. Respeitamos seu espaço.

Renata:

Amanhã então. Se cuide e tente descansar um pouco.

Elen:

Amanhã estaremos juntas. Estamos a uma mensagem de distância.

As mensagens das amigas confortaram Ana, e aqueceram seu coração. Ela colocou o celular de lado, fechou os olhos e tentou se concentrar em sua respiração, sabia que precisaria ser forte, mas também sabia que tinha um suporte sólido ao seu lado.

[...]

Ao amanhecer, com os olhos inchados de tanto chorar, seu estômago em nós, Ana se levantou e estava determinada a encontrar alguma paz que ainda restasse dentro de si, para encarar o dia. Se arrumou e foi para o hospital, enquanto Ana se dirigia para a sala dos residentes, Márcia apareceu no corredor.

— Bom dia, Dra. Ana Steele — disse Márcia com um tom de voz que transbordava falsidade. — Dormiu bem? Ou o peso da consciência atrapalhou seu sono?

Ana, surpresa e desconfortável, tentou manter a calma. — Bom dia, Márcia. Se você tem algo a dizer, diga logo.

Márcia se aproximou, seu olhar frio e calculista. — Eu vi você e o Lucas ontem. Sei que vocês se beijaram. Isso não é algo que uma médica de respeito faria, não é mesmo?

Ana sentiu um calafrio. — Márcia, por favor, não tire conclusões precipitadas. Foi um momento de fraqueza.

— Fraqueza? — riu Márcia. — Chame como quiser. Mas eu não acho que o conselho médico verá da mesma forma. A menos que... você colabore comigo.

— O que você quer, Márcia? — perguntou Ana, tentando esconder o pânico.

— Simples — disse Márcia, com um sorriso venenoso. — Quero que você me cubra nos plantões noturnos por um mês. E, se eu precisar de alguma ajuda extra, você estará à disposição. Caso contrário, esse vídeo vai direto para o conselho médico.

Lucas, que estava passando pelo corredor e ouviu parte da conversa, parou para observar. Seus olhos cheios de raiva, sua expressão se tornando sombria. Ele não podia acreditar no que estava ouvindo. Márcia estava chantageando Ana!

Lucas pensava: ‘’Isso não pode ficar assim. Márcia está aproveitando a situação para manipular Ana. Isso precisa parar agora.’’

Enquanto Lucas observava a cena, ele viu Ana lutar para responder.

— Tudo bem, Márcia — disse Ana, finalmente. — Eu farei o que você está pedindo.

Márcia sorriu triunfante. — Ótimo. Eu sabia que você era inteligente, Dra. Ana. Não me decepcione.

Márcia continuou caminhando no corredor, ainda sorrindo, mas com uma ponta de incerteza nos olhos. Ana olhou para Márcia, agradecida, mas também preocupada.

‘’Será que ela realmente não fará nada, se eu cumprir com o que disse?’’ – Ana pensava alto desesperadamente.

Gisele Cargnin

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