"Ei, amigos! Não esqueçam de me seguir e deixar aquele comentário fofo. Cada palavra de vocês faz meu coração sorrir!" <3
No silêncio da madrugada, a UTI estava imersa a uma calma inquietante, interrompida apenas pelos sons dos monitores ao lado de Lucas, que permanecia estabilizado. No corredor, passos quase inaudíveis se aproximavam do quarto. A figura que se movia ali parecia se fundir com as sombras, seus movimentos suaves e calculados, como se quisesse evitar qualquer detecção. A Pessoa se vestia com um uniforme da enfermagem, parou diante da porta, respirou fundo, e, com um movimento ágil e silencioso, girou a maçaneta. A porta se abriu sem emitir um único som, e a figura entrou no quarto, quase indistinguível na escuridão. Por um instante, a pessoa misteriosa ficou imóvel, observando Lucas deitado na cama. "Será que ele realmente mudou? Ou ainda carrega em si, as atitudes do seu passado?" – pensou, enquanto avaliava cada detalhe do rosto adormecido de Lucas, buscando respostas nas linhas marcadas pelo tempo. A respiração dele era tranquila, mas o semblante estava tenso, como se estivesse lut
Lucas, ainda desacordado, começou a mexer levemente os dedos, como se estivesse tentando agarrar algo no ar. Sua respiração se tornou irregular por um momento, e o monitor cardíaco ao seu lado emitiu um breve bip de alerta, que logo voltou ao ritmo normal. Mas, por dentro, sua mente estava em plena atividade. Ele estava preso em um sonho, um pesadelo, onde as fronteiras entre o passado e o presente se confundiam.Em seu sonho, Lucas se via em um campo escuro. Ele estava sozinho, ou assim parecia. O chão sob seus pés era frio e úmido, e o ar estava carregado de um cheiro de terra molhada e algo mais... algo metálico, como sangue. O silêncio era absoluto, opressor, mas então ele ouviu algo, um som de correntes arrastando-se pelo chão. Lucas tentou mover-se, mas seus pés pareciam grudados ao chão. Ele olhou para baixo e viu que estava preso por raízes que se enroscavam ao redor de seus tornozelos, como mãos invisíveis que o puxavam para baixo.Quando finalmente conseguiu levantar a cabe
Após a saída de Ana do quarto, Lucas permaneceu sentado na cama, os pensamentos a mil. Seu corpo ainda desejava Ana, e sua mente estava tomada por um turbilhão de emoções conflitantes. Algumas horas se passaram, mas Lucas mal conseguia descansar. Seu corpo ainda estava em alerta, e a memória de Ana, sua proximidade, os toques, o desejo reprimido… tudo isso o deixava inquieto. Ele não conseguia pensar em mais nada além dela.De repente, a porta do quarto se abriu novamente. Ana entrou, dessa vez sozinha, suas feições ainda sérias, mas com um brilho nos olhos que ela tentava esconder.— Eu vim te checar mais uma vez antes de terminar meu turno — ela disse, tentando manter a voz controlada, mas era evidente que ela estava nervosa.Lucas a observou em silêncio por um momento, antes de soltar um pequeno sorriso de canto, um sorriso que carregava malícia e um toque de provocação.— Sei que você não consegue ficar longe de mim, Ana — ele disse, sua voz baixa e rouca, enquanto seus olhos per
Lucas, ainda imerso em seus pensamentos, não percebeu o momento em que Nicolas entrou no quarto.— Lucas — Nicolas murmurou, o tom de voz carregado de um misto de frieza e preocupação. — Precisamos conversar.Lucas não respondeu de imediato. Ele se levantou da cama e ajustou a posição dos travesseiros.— O que você quer? — Lucas perguntou, a voz carregada de desdém e um toque de exasperação. — Você sabe que não estou em condições para discussões agora.Nicolas, com um olhar sombrio, respondeu: — Eu tenho informações importantes. A situação está mais complicada do que eu pensava. Há alguém investigando o passado, e isso pode nos afetar.Lucas caminhou de um lado para o outro. — Quem está investigando? O que sabe?Nicolas olhou ao redor, certificando-se de que não havia ninguém por perto antes de se inclinar mais perto de Lucas. — Não posso dizer tudo agora. Só sei que preciso agir rápido. Se descobrirem algo, estaremos em perigo.Lucas esfregou o rosto, claramente perturbado. — Precisa
Na manhã seguinte, Lucas estava determinado. O hospital estava começando a se tornar uma prisão para ele. Cada corredor, cada olhar de desconfiança de Ana, e a presença constante de Nicolas o sufocavam. Ele sabia que, se quisesse retomar o controle de sua vida, precisava sair dali o quanto antes.Lucas já havia feito sua decisão.Quando Ana entrou em seu quarto para a primeira checagem do dia, ele a observou atentamente, percebendo a hesitação nos movimentos dela. O desconforto da noite anterior ainda pairava no ar entre eles, mas Lucas estava disposto a deixar isso de lado por agora.— Quero ter alta, Ana — ele disse, sem rodeios.Ana levantou o olhar dos papéis, claramente surpresa pela exigência direta. Ela se aproximou da cama, os olhos fixos no prontuário de Lucas. — Não é assim tão simples, Lucas. Você desmaiou recentemente, seu quadro de diabetes foi descoberto há pouco tempo. Precisa de mais monitoramento...Lucas soltou um suspiro profundo, passando a mão pelo cabelo de manei
Lucas saiu do hospital completamente determinado, mas mal havia cruzado as portas quando o sentimento de liberdade foi substituído por uma inquietação.Ele chamou um táxi, jogando a pequena mala no banco de trás enquanto se acomodava no assento, os olhos atentos à movimentação ao redor.A cidade pulsava com vida naquela manhã, mas, para Lucas, cada rosto anônimo na multidão parecia uma ameaça. Enquanto o táxi deslizava pelas ruas de Nova York, ele não conseguia se livrar da sensação de estar sendo observado, seguido.Os retrovisores do carro captavam os reflexos dos veículos que vinham atrás, e um em particular chamou sua atenção. Um sedã preto, distante o suficiente para não levantar suspeitas, mas sempre presente, seguindo na mesma rota.“Será que é paranoia?”, – ele pensou, mas sua mente, acostumada a jogos de sobrevivência, insistia que não.— Algo errado, senhor? — perguntou o motorista, notando o olhar tenso de Lucas pelo espelho retrovisor.Lucas apenas balançou a cabeça, tentan
Lucas desceu as escadas da estação de metrô com pressa, tentando manter a calma enquanto misturava-se com a multidão que fluía ao seu redor.O cheiro de metal enferrujado e as luzes piscando mal eram notados por ele, com a mente trabalhando em alta velocidade para bolar um plano.O boné que comprou na loja de conveniência cobria parte de seu rosto, e a jaqueta folgada escondia bem sua silhueta.Ele olhou para trás, rapidamente, sem parar de andar. Os dois homens que haviam saído do sedã preto não estavam longe. Haviam entrado na estação também, provavelmente tentando não parecer suspeitos, mas Lucas os notou. O coração dele batia forte, e a adrenalina o mantinha alerta.Lucas acelerou o passo, passando pelas catracas do metrô e caminhando diretamente para a plataforma.Os trens lotados de Nova York podiam ser caóticos, mas, naquele momento, eram a melhor chance que ele tinha de desaparecer.Assim que chegou à plataforma, ouviu o som de um trem se aproximando. O barulho dos trilhos era
O hospital seguia seu ritmo de sempre, mas para Ana, tudo parecia deslocado. Ela atendia seus pacientes, mas com os pensamentos fragmentados e longe dali. Naquela manhã, enquanto Ana lutava contra seus próprios pensamentos, ela não tinha ideia de que a saída de Lucas era só o início de algo muito maior. "Por que ele teve que sair assim?" – Ana se questionava pela décima vez naquela manhã, enquanto preenchia o prontuário de outro paciente. "E por que eu me importo tanto? Ele é só mais um paciente problemático... muito charmoso e intrigante, ok, mas ainda assim problemático. Eu tenho que parar com isso." – ela balançou a cabeça, como se quisesse se livrar dos pensamentos. Enquanto tentava se concentrar no trabalho, o som dos saltos de Márcia ecoou pelo corredor. A presença de Márcia sempre vinha acompanhada de uma tensão. Quando Ana levantou o olhar, ela já estava parada na porta do consultório 04 no pronto atendimento do hospital, o rosto carregado de um sorriso cínico. — Bom dia,