Apaixonada pelo playboy que não quer se apegar
Apaixonada pelo playboy que não quer se apegar
Por: Flavia Mirandah
Capítulo 1

Beto

— Você não pode me abandonar agora, eu estou grávida!!!

— Grávida de um filho que não é meu!

— Idiota. — A porta bateu fazendo com que as paredes tremessem. Me vi sozinho e, só então, entendi que minha família havia acabado.

Sento-me na cama, minhas mãos tremem e o suor deixa um rastro em meu rosto, faz tempo que não lembro desse dia.

Durante boa parte da minha adolescência, esse episódio fez com que eu mudasse totalmente a maneira de pensar e passasse a desconfiar de qualquer mulher que tentasse se aproximar, com exceção de Luana, que acabei confundindo sentimentos, porém não passava de carência e hoje estou feliz por vê-la em um relacionamento com meu amigo, Rodrigo.

Meus pais se separaram, porque quando meu pai mais precisou de apoio, minha mãe, achou mais prático pular no colo daquele que era o melhor amigo do meu pai e acabou engravidando.

Não comento com ninguém, porém essa atitude da minha mãe mexe comigo até hoje, tanto que, mesmo sem ter culpa do que aconteceu, não consigo me relacionar com minha irmã e evito encontrar com minha mãe.

Verifico as horas e descubro que falta pouco tempo para que eu pague o maior mico da vida diante de todo o time de futebol: animar uma festa infantil. Sorrio ao lembrar do que aconteceu naquele dia.

“— Beto, como vão indo às conquistas? — JC, um professor de educação física e dono da academia que frequentamos questiona.

— Tranquilo. Nada em vista... por enquanto. — Dou uma piscada para que eles entendam que não sairei daqui sozinho.

— Você precisa se aquietar amigo, até quando vai ficar pulando de galho em galho desse jeito. — Ademir leva o copo de chopp na boca, me olha de maneira estranha e solta uma risada cínica. — Já que você está tranquilo hoje, que tal uma aposta? — Coloca o copo na mesa olhando ao redor. — Ali... tá vendo aquelas duas mulheres, as loiras que estão naquela mesa? — Olho na mesma direção que ele e abro um sorriso, realmente elas são muito gatas. — Então, não sei se você sabe, mas sábado é aniversário da filha do Vitor e sou o encarregado de entreter as crianças, essa foi à tarefa dada aos padrinhos, ia contratar alguns palhaços, mágicos, mas já que estamos aqui você pode quebrar esse galho para o amigão aqui... — Coloco os cotovelos sobre a mesa e volto a encarar Ademir estreitando os olhos, creio que ele vai aprontar, mas a vontade de vê-lo quebrar a cara é maior. — Se você conseguir dar um beijo em uma delas, eu vou vestido de cowboy para festa, mas se você não conseguir convencê-las... você vai no meu lugar e fará uma pequena apresentação para as crianças. Topa? Sei que com toda sua experiência será fácil... — Viro minha cabeça para o local onde as mulheres bebem sorridentes e olho novamente para Ademir abrindo um sorriso. 

— Fechado, Ademir, vai preparando a roupa xadrez, meu caro colega! — Pego meu copo e vou em direção a elas que agora cochicham entre elas.

Passo no bar e peço para entregarem na mesa delas mais do mesmo drink, troco meu copo de chopp e caminho confiante até elas.

É hoje que vou me dar bem!

Me apresento e engatamos uma conversa animada, até que resolvo dar a tacada final.

— O que acham de irmos a um local mais reservado. — Levo meu copo aos lábios lentamente dando uma piscadinha.

— Olha, Beto, é uma boa ideia — uma delas diz abrindo um sorriso — principalmente, se você for voyeur, porque da fruta que você gosta, a gente come até o caroço, não é meu amor.

Elas se beijam como se não houvesse amanhã, fazendo meu queixo cair no mesmo momento, pego meu copo e saio sem me despedir, enquanto elas ainda se beijam fervorosamente.

Olho em direção à mesa dos meus amigos e Ademir está chorando de tanto rir.

Pelo jeito, me dei mal nessa aposta.”

Tenho que me lembrar de nunca mais apostar nada com o time, a experiência de hoje já vale para uma vida inteira e tenho certeza que eles sabiam que aquelas duas gostosas eram um casal, por isso sugeriram a aposta e eu caí feito patinho na armação deles.

Como sei que não vou conseguir voltar a dormir, resolvo tomar um banho e assistir a algum filme na TV, a festa que irei com os caras é no final da tarde e preciso me preparar psicologicamente para o mico que vou pagar.

A tarde passa rápido e quando me dou conta estou vestindo uma camisa xadrez e me preparando para a fatídica festa, espero não ter muitos conhecidos nessa festa. Não quero nem imaginar como irá ficar minha imagem de pegador depois desse mico.

Eu, animando festa infantil? Onde estava com a cabeça quando resolvi aceitar aquela proposta?

Vou acompanhado de Rodrigo, estamos em meu carro e ele não tira o sorriso bobo do rosto, com certeza está falando com a Luana. Chegando ao salão do condomínio onde Vitor mora, sou recebido pelo sacana do Ademir, que vem todo contente em minha direção.

— Olha! Nosso cowboy já chegou, venha, reservei uma mesa, para nós, próxima ao pequeno palco — Ademir não tira o sorriso do rosto, com certeza se divertindo do mico que vou pagar.

Sento-me e fico aguardando a hora do show, vejo uma garota organizando as crianças para alguma brincadeira, ela se mistura aos pequenos e, não fosse o uniforme, poderia ser facilmente confundida com todas aquelas crianças.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo