Os dias que antecediam o casamento foram uma mistura de ansiedade, surtos e muita loucura. Emma sentia que tudo estava acontecendo ao mesmo tempo e ainda assim cada momento parecia único para ela. A barriga de cinco meses já estava amostra e seu vestido de noiva havia sido feito delicadamente para abraçar sua nova silhueta.Na última prova do vestido, ela ficou diante do espelho e levou as mãos à barriga, sentindo a suave curva que abrigava seu bebê. Olivia e Charlotte estavam ao seu lado, observando com sorrisos emocionados.— Você está linda — sussurrou Olivia segurando a emoção e o choro.— Está mesmo — Charlotte concordou. — Você tem aquele brilho que só as noivas apaixonadas e as futuras mães têm.Emma riu baixinho, passando a mão pelo tecido macio do vestido. O momento era mágico e ela não poderia estar mais feliz.Enquanto Emma provava o vestido de noiva, Anthony cuidava dos últimos detalhes da cerimônia. Ele fazia questão de garantir que tudo estivesse perfeito para o grande d
Emma suspirou feliz sentindo o calor da mão de Anthony entrelaçada à sua. O carro seguia pela estrada iluminada pela lua, levando eles para a lua de mel. O destino era uma casa de praia reservada por Anthony, um lugar tranquilo onde eles poderiam curtir os primeiros dias como marido e mulher.Quando chegaram Emma ficou encantada. A casa era charmosa, com uma varanda ampla de frente para o mar e grandes janelas que deixavam a brisa suave entrar.— Você pensou em tudo — ela sussurrou olhando ao redor com um brilho enorme no olhar.Anthony sorriu e a puxou para um abraço, encostando os lábios em sua testa.— Eu só queria que esse momento fosse especial para nós dois — respondeu ele.Eles entraram na casa e logo se jogaram no sofá. Estavam cansados, porém cheios de felicidade. Emma encostou a cabeça no ombro de Anthony e ele envolveu sua cintura acariciando sua barriga. O bebê deu um leve chute e os dois riram.— Parece que ele também está feliz — Anthony comentou, olhando encantado para
As primeiras semanas foram um turbilhão de emoções e adaptações para Emma e Anthony. O apartamento que antes era tão bem organizado, agora tinha fraldas espalhadas por todos os lados, roupinhas jogadas no cesto e uma pilha crescente de mamadeiras para lavar. Sophie com seus chorinhos que intercalavam com sonecas curtas, dominava completamente a rotina deles.Na primeira noite em casa, Emma e Anthony mal dormiram. Sophie acordava a cada duas horas e os dois tentavam se revezar, mas a verdade era que Emma se sentia incapaz de descansar enquanto a filha estava acordada.— Eu prometo que na próxima vez eu levanto — Anthony murmurou com a cabeça tombando para o lado enquanto segurava a mão de Emma na cama.Emma com Sophie nos braços, olhou para o marido exausto e sorriu de leve.— Está tudo bem. Eu queria ter certeza de que ela estava bem.Anthony suspirou e passou a mão no rosto.— Ela está bem, amor. Nós que estamos um desastre. Mas um desastre funcional, eu acho.Emma riu baixinho, obse
O primeiro aniversário de Sophie chegou tão rápido que Emma e Anthony mal conseguiram acompanhar. Parecia que foi ontem que eles a trouxeram para casa, tão pequenininha e frágil. O último ano passou como um piscar de olhos, recheado de mamadeiras, trocas de fraldas, noites em claro e muitas risadas. Agora estavam preparando uma festinha simples, mas cheia de carinho para celebrar o primeiro ano de vida da filha. Era um momento especial, um marco que mostrava o quanto Sophie havia crescido e como a vida deles havia mudado para melhor desde sua chegada.O apartamento foi decorado com tons suaves de rosa e branco, balões espalhados pelo chão e uma mesa modesta com um bolo delicado e alguns docinhos caseiros. Amigos e familiares se reuniram para celebrar a pequena, que agora, mais esperta do
Anos atrásEu tinha medo de permanecer ali. Tinha medo do que ele poderia me fazer caso perdesse a cabeça como das outras vezes. Sabia que Ethan não mudaria, já havia anos que ele mantinha aquela postura autoritária, como se tivesse algum domínio sobre mim. E, de certa forma, ele tinha.Sentada na cama velha do meu quarto, encarei a parede cinza à minha frente, onde a tinta descascava em pequenas lascas. O teto exibia manchas de infiltração, e o chão de madeira rangia a cada movimento. A casa inteira precisava de reparos urgentes, mas nunca houve interesse em consertá-la. O cheiro de mofo impregnava o ambiente, tornando tudo ainda mais sufocante.Pensei em como minha vida poderia ser diferente se meus pais nunca tivessem me abandonado. Talvez, agora, eu estaria cursando uma faculdade, teria amigos que frequentariam minha casa e, quem sabe, um namorado. Nossa casa seria espaçosa, com quartos grandes e uma piscina nos fundos, onde passaríamos os finais de semana reunidos em família. Sim
Por um breve instante, o silêncio ensurdecedor pairou entre nós.O senhor Cooper não desviou o olhar, e eu senti um frio na barriga que chegava a doer. Não pelo medo, mas pela imponência que ele exalava. Seu olhar era avaliador, frio, calculista, como se estivesse determinando se eu era digna de ocupar aquele cargo.— Seja bem-vinda, senhorita Clarke — disse ele, finalmente, com uma voz grave e firme.Sua entonação carregava um tom de autoridade natural, daquele tipo de homem que está acostumado a comandar tudo e a todos com pulso firme. Ele estendeu a mão, e eu a apertei com profissionalismo, embora sentisse o calor e a força de seu aperto e o frio que antes sentia na barriga subir para a coluna.— Obrigada, senhor — respondi, mantendo a voz firme, tentando disfarçar o nervosismo.Ele soltou minha mão e virou-se para a loira que o acompanhava.— Alguma pendência para hoje? — perguntou sem rodeios.— Sua agenda está na sua mesa, junto com os contratos para análise — informou ela, mant
Voltei para minha mesa sentindo o peso daquelas últimas palavras: “Não me decepcione.” Não sei por que aquilo mexeu tanto comigo, mas a verdade é que Anthony Cooper não era um homem fácil de ignorar. Ele exalava autoridade, controle e… algo mais. Algo que fazia minha pele arrepiar sempre que seus olhos se fixavam nos meus. Era como se ele pudesse me decifrar, despir com aqueles olhos profundos como o mar.Respirei fundo tentando esquecer o que sua presença me causava, eu não podia me distrair. Tentei focar no trabalho. Passei as horas seguintes organizando reuniões, atendendo ligações e respondendo mais e-mails. Queria mostrar que estava à altura do cargo, que merecia estar ali porque eu era a melhor.O relógio marcava quase meio-dia quando a porta do escritório dele se abriu. Meu coração acelerou, outra vez, mas mantive a postura profissional.Anthony saiu da sala ajustando os punhos da camisa, agora com o paletó novamente no lugar. Seu olhar encontrou o meu por um breve momento ante
O silêncio que pairava entre nós era carregado de algo que eu não queria nomear porque sabia que era mais que errado.Sentada à frente do meu chefe, em um restaurante luxuoso no coração de Nova Iorque, eu sentia o peso da sua presença como uma tempestade prestes a se formar no horizonte vindo na minha direção. Ele me observava com aquele olhar afiado, desafiador como se pudesse me dissecar e descobrir cada segredo meu. Mas eu não cederia. Não ao jogo dele.O garçom serviu a taça de vinho à minha frente, e eu a girei entre os dedos, observando o líquido escarlate deslizar pelas laterais do cristal.— Você não bebe? — Anthony perguntou, erguendo uma sobrancelha. Seu tom era neutro, mas havia um interesse sutil em sua voz. Era perceptível.— Prefiro manter a cabeça clara no trabalho, senhor. — Respondi, antes de levar a taça aos lábios e dar um pequeno gole. Ele sorriu de canto, como se achasse graça da minha resposta.— Inteligente. Gosto disso.Fingi não perceber o elogio velado e foqu