De repente, o tecido foi arrancado da minha cabeça, pisquei enquanto meus olhos se ajustavam à luz brilhante artificial daquele lugar.
Com a cabeça ainda latejando, tentei ficar de pé. Meus membros ainda dormentes por conta da posição desconfortável.Mantenha o foco, Patrícia.Eu estava parada na entrada de uma espécie de armazém, os caixotes estavam empilhados em fileiras altas, estendendo-se na frente e atrás de mim.Pisquei novamente quando uma sombra apareceu sobre mim, bloqueando a luz, e Rafael entrou em foco.- Uma mulher tão bonita - ele falou, passando um dedo pelo meu queixo. E riu quando eu recuei.- Por que você está fazendo isso?A expressão de Rafael ficou sombria.- Você não deveria ter me rejeitado quando estava em minha casa. Se você me deixasse ter o que eu queria, estaríamos quites. Ele sempre tirou tudo de mim, inclusive você. Então, vou pegar o que é meu de volta e tirar tudo dele.*****Rafael cometeu um erro.Embora- Saia - eu gritei, abrindo a porta do lado do motorista do meu carro, estávamos na frente da minha casa. Alguns pedestres viraram a cabeça ao ouvir minha voz alta.Não podia me importar menos.- Pra fora. Agora. - Eu gritei novamente quando Tomas não se moveu, ele estava parado me olhando como se quisesse confrontar minha ordem - Deixe as chaves.Com relutância ele obedeceu, eu não tinha tempo para pensar em minha segurança quando a minha mulher estava em perigo.Meu motorista saiu do carro e eu deslizei para o banco do motorista, eu não tinha tempo para tráfego ou semáforos vermelhos, muito menos para dar explicações, não devia a ninguém. Por isso larguei tudo para trás, inclusive meus seguranças irritados com a minha negligência.Eu precisava chegar até Patrícia agora. Tom, meu chefe de segurança, tinha encontrado o endereço do armazém de Rafael e não queria deixar mais nada me impedir de chegar lá o mais rápido possível.Ela precisava de mim...- Brun
Depois de alguns minutos eu encontrei o armazém, era um prédio grande de um andar ao longo da costa, havia um furgão na frente dele. Luzes brilhavam de dentro.Tinha que ser aqui, mas será que eu cheguei a tempo?Desliguei o motor do meu carro e pulei para fora em um instante, o cascalho rangia sob meus sapatos enquanto eu corria para as portas do armazém. Elas foram abertas, com a luz vazando ao pátio externo.Carlos estava certo, eu não sabia o que me esperava lá dentro, mas também não importava mais.Não havia tempo pra isso.Com os olhos semicerrados pela forte luz sintética, passei pela porta do armazém vasculhando o ambiente em uma velocidade vertiginosa.E lá estava ele: Rafael com roupas manchadas de sangue e as mãos manchadas de vermelho, ele estava sobre um corpo. Abaixo dele, mole no chão de concreto, estava Patrícia, com seda do seu vestido e sangue carmesim acumulando-se ao seu redor.Não...Não pode ser.Não estou muito atrasado.
Mas agora era tarde demais. Era tarde para se arrepender ou fazer algo para mudar isso.- Você já tinha tudo - gritou Rafael atacando - Porque você sempre tem que pegar o que é meu?Não fui rápido o suficiente desta vez, o ombro de Rafael bateu em mim, me jogando no chão.Eu gemi quando uma dor aguda cortou meu braço, então estávamos rolando. As pernas chutaram e os punhos voaram enquanto lutavamos igual dois animais.Finalmente, consegui prender Rafael embaixo de mim e me levantei de modo que me sentasse em seu peito. Eu joguei meu punho direito em seu rosto então meu esquerdo. E foi assim repetidamente enquanto ele resistia embaixo de mim.Eu o atacava implacavelmente, deixei a dor tomar conta de mim. Abastecer minha fúria e guiar-me.Eu queria machucá-lo como ele me machucou, como ele machucou Patrícia. Lentamente, Rafael parou de lutar, parou de se mover. Eu sabia que poderia continuar, até poderia socá-lo até que seu último suspiro deixas
Quando Rafael caiu no chão atrás de nós, a polícia invadiu o armazém com as armas levantadas, eles se espalharam entre as caixas.Eu fiquei no chão, segurando meu amor em meus braços.- Não me deixe - ela sussurrou, com as pálpebras fechando novamente.- Fique comigo, Patrícia - implorei.- Não me deixe - ela disse novamente.- Estou aqui - prometi - Estou aqui, não vou te deixar.- Sr. Ricci - alguém disse, pisquei e olhei para o lado. Havia um enfermeiro ajoelhado ao meu lado.- Você tem certeza que não está ferido, Sr. Ricci? Eu balancei minha cabeça, confuso com sua pergunta. O que isso importa? Ele não conseguia ver o quanto Patrícia estava machucada?Ele estendeu a mão e pressionou dois dedos contra a garganta de Patrícia.- Precisamos deixar os paramédicos examinarem a moça- Sim - eu concordei - Por favor.- Você tem que deixá-la ser tratada agora, Sr. Ricci.- Não, eu preciso ficar com ela, eu prometi que ficaria com ela.
Acordei com um barulho de bipe, o som tinha uma batida uniforme, no tempo com a minha cabeça latejante, no tempo com o meu batimento cardíaco.Com um gemido, abri meus olhos, estremecendo quando uma luz ofuscante e estéril tomou minha visão. Eu estava em um quarto de hospital, isso estava claro, mas como eu vim parar aqui?Então lembrei de tudo rapidamente. Rafael. O armazém. A faca.Bruno. Onde está Bruno?O bipe acelerou quando me movi para jogar para trás os cobertores do hospital, apenas para descobrir que não conseguia, algo estava segurando minha mão.Eu olhei para baixo, Bruno estava sentado ao lado da minha cama, dormindo com um braço segurando sua cabeça e sua outra mão segurava a minha.Eu sorri, Bruno estava aqui.Estendi minha outra mão e gentilmente passei pelo seu cabelo. Bruno se ergueu de um salto, seus olhos procurando freneticamente pela sala até que pousaram em mim.- Você acordou.- Sim - respondi com um sorriso.Bruno deu
Poucos dias depois, tive alta do hospital.Bruno foi inflexível sobre ser o único a me pegar no hospital e se recusou a me deixar andar até o carro. Além de que insistiu para eu ir repousar em sua casa, Mamãe não só concordou como vai junto comigo.A essa altura deve está me esperando por lá...Em vez de me deixar andar, ele me empurrou pelos corredores numa cadeira de rodas até a saída do hospital, ele tinha sido super protetor nos últimos dias, ainda mais do que o normal.Mesmo assim, toda vez que ele mexia em meus pés que ficavam frios ou uma enfermeira não arrumava meus travesseiros, eu sentia aquelas três pequenas palavras borbulhando à superfície.Eu não conseguia me lembrar muito sobre a noite em que fui sequestrada, mas eu tinha certeza de uma coisa, Bruno tinha vindo.Ele me salvou de Rafael, foi a coisa mais corajosa e altruísta que alguém já fez por mim. Embora Bruno não tenha dito isso, eu sabia que ele sentia por mim o mesmo que eu sentia por ele
Seis meses depois... Passaram mais seis meses e estava vivendo um conto de fadas, eu e o Bruno nos dávamos muito bem. Voltei para o trabalho algumas semanas depois daquele trauma.Agora estando em outro setor as coisas melhoraram mais ainda, além de estar namorando o homem dos meus sonhos sentia-me realizada no trabalho.Claro que adorava trabalhar como assistente do Bruno, mas trabalhar na minha área era melhor ainda. Estudei muito e colocar tudo em prática era gratificante, agora era subordinada ao Carlos, tinha aprendido muito com ele, que era inteligente e capaz, embora fosse formado em direito e atuasse na área fim da empresa, sabia muito bem administrá-la.Carlos também disse estar mais contente, porque agora as funções administrativas mais relevantes foram passadas para mim e ele ficava somente com a parte que mais gostava que era das questões jurídicas.Ficar um pouco de tempo longe do meu namorado possessivo também era bom, quando chegávamos em cas
- Bom dia, dorminhoca! São cinco da manhã – avisou.- Fique assim! – disse.- Como? – perguntou sem entender enquanto com outra toalha secava o cabelo.- Deite-se na cama assim, não se mexa – falei, o empurrando para cama.- Mandona – ele disse rindo e obedeceu.Corri para o banheiro, tomei uma ducha rápida, passei o sabonete líquido que era o meu preferido e do Bruno, escovei os dentes, arrumei o cabelo e saí rápido.- Quanto tempo temos? - disse olhando nos seus olhos e jogando a toalha em um canto.- Uau! Alguém acordou animada! – disse olhando meu corpo com desejo - Trinta minutos – falou consultando o relógio.- Para matar minha fome, acredito que seja o suficiente – disse já engatinhando em direção a ele.Eu montei em cima dele, ataquei sua boca, passei a língua nas poucas gotas de água que restaram no seu peitoral, passei as mãos e senti seu peito firme e o abdômen com gominhos. Seu membro se animou, enquanto isso Bruno fez sua parte me dan