Mas agora era tarde demais. Era tarde para se arrepender ou fazer algo para mudar isso.
- Você já tinha tudo - gritou Rafael atacando - Porque você sempre tem que pegar o que é meu?Não fui rápido o suficiente desta vez, o ombro de Rafael bateu em mim, me jogando no chão.Eu gemi quando uma dor aguda cortou meu braço, então estávamos rolando. As pernas chutaram e os punhos voaram enquanto lutavamos igual dois animais.Finalmente, consegui prender Rafael embaixo de mim e me levantei de modo que me sentasse em seu peito. Eu joguei meu punho direito em seu rosto então meu esquerdo. E foi assim repetidamente enquanto ele resistia embaixo de mim.Eu o atacava implacavelmente, deixei a dor tomar conta de mim. Abastecer minha fúria e guiar-me.Eu queria machucá-lo como ele me machucou, como ele machucou Patrícia. Lentamente, Rafael parou de lutar, parou de se mover. Eu sabia que poderia continuar, até poderia socá-lo até que seu último suspiro deixasQuando Rafael caiu no chão atrás de nós, a polícia invadiu o armazém com as armas levantadas, eles se espalharam entre as caixas.Eu fiquei no chão, segurando meu amor em meus braços.- Não me deixe - ela sussurrou, com as pálpebras fechando novamente.- Fique comigo, Patrícia - implorei.- Não me deixe - ela disse novamente.- Estou aqui - prometi - Estou aqui, não vou te deixar.- Sr. Ricci - alguém disse, pisquei e olhei para o lado. Havia um enfermeiro ajoelhado ao meu lado.- Você tem certeza que não está ferido, Sr. Ricci? Eu balancei minha cabeça, confuso com sua pergunta. O que isso importa? Ele não conseguia ver o quanto Patrícia estava machucada?Ele estendeu a mão e pressionou dois dedos contra a garganta de Patrícia.- Precisamos deixar os paramédicos examinarem a moça- Sim - eu concordei - Por favor.- Você tem que deixá-la ser tratada agora, Sr. Ricci.- Não, eu preciso ficar com ela, eu prometi que ficaria com ela.
Acordei com um barulho de bipe, o som tinha uma batida uniforme, no tempo com a minha cabeça latejante, no tempo com o meu batimento cardíaco.Com um gemido, abri meus olhos, estremecendo quando uma luz ofuscante e estéril tomou minha visão. Eu estava em um quarto de hospital, isso estava claro, mas como eu vim parar aqui?Então lembrei de tudo rapidamente. Rafael. O armazém. A faca.Bruno. Onde está Bruno?O bipe acelerou quando me movi para jogar para trás os cobertores do hospital, apenas para descobrir que não conseguia, algo estava segurando minha mão.Eu olhei para baixo, Bruno estava sentado ao lado da minha cama, dormindo com um braço segurando sua cabeça e sua outra mão segurava a minha.Eu sorri, Bruno estava aqui.Estendi minha outra mão e gentilmente passei pelo seu cabelo. Bruno se ergueu de um salto, seus olhos procurando freneticamente pela sala até que pousaram em mim.- Você acordou.- Sim - respondi com um sorriso.Bruno deu
Poucos dias depois, tive alta do hospital.Bruno foi inflexível sobre ser o único a me pegar no hospital e se recusou a me deixar andar até o carro. Além de que insistiu para eu ir repousar em sua casa, Mamãe não só concordou como vai junto comigo.A essa altura deve está me esperando por lá...Em vez de me deixar andar, ele me empurrou pelos corredores numa cadeira de rodas até a saída do hospital, ele tinha sido super protetor nos últimos dias, ainda mais do que o normal.Mesmo assim, toda vez que ele mexia em meus pés que ficavam frios ou uma enfermeira não arrumava meus travesseiros, eu sentia aquelas três pequenas palavras borbulhando à superfície.Eu não conseguia me lembrar muito sobre a noite em que fui sequestrada, mas eu tinha certeza de uma coisa, Bruno tinha vindo.Ele me salvou de Rafael, foi a coisa mais corajosa e altruísta que alguém já fez por mim. Embora Bruno não tenha dito isso, eu sabia que ele sentia por mim o mesmo que eu sentia por ele
Seis meses depois... Passaram mais seis meses e estava vivendo um conto de fadas, eu e o Bruno nos dávamos muito bem. Voltei para o trabalho algumas semanas depois daquele trauma.Agora estando em outro setor as coisas melhoraram mais ainda, além de estar namorando o homem dos meus sonhos sentia-me realizada no trabalho.Claro que adorava trabalhar como assistente do Bruno, mas trabalhar na minha área era melhor ainda. Estudei muito e colocar tudo em prática era gratificante, agora era subordinada ao Carlos, tinha aprendido muito com ele, que era inteligente e capaz, embora fosse formado em direito e atuasse na área fim da empresa, sabia muito bem administrá-la.Carlos também disse estar mais contente, porque agora as funções administrativas mais relevantes foram passadas para mim e ele ficava somente com a parte que mais gostava que era das questões jurídicas.Ficar um pouco de tempo longe do meu namorado possessivo também era bom, quando chegávamos em cas
- Bom dia, dorminhoca! São cinco da manhã – avisou.- Fique assim! – disse.- Como? – perguntou sem entender enquanto com outra toalha secava o cabelo.- Deite-se na cama assim, não se mexa – falei, o empurrando para cama.- Mandona – ele disse rindo e obedeceu.Corri para o banheiro, tomei uma ducha rápida, passei o sabonete líquido que era o meu preferido e do Bruno, escovei os dentes, arrumei o cabelo e saí rápido.- Quanto tempo temos? - disse olhando nos seus olhos e jogando a toalha em um canto.- Uau! Alguém acordou animada! – disse olhando meu corpo com desejo - Trinta minutos – falou consultando o relógio.- Para matar minha fome, acredito que seja o suficiente – disse já engatinhando em direção a ele.Eu montei em cima dele, ataquei sua boca, passei a língua nas poucas gotas de água que restaram no seu peitoral, passei as mãos e senti seu peito firme e o abdômen com gominhos. Seu membro se animou, enquanto isso Bruno fez sua parte me dan
Um carro de luxo com um motorista que falava inglês nos pegou no aeroporto e nos levou para o hotel.- Quantas vezes você já esteve aqui? - perguntei enquanto ia apreciando a paisagem do lado de fora.- Nenhuma!- Sério? - fiquei surpresa porque Bruno conhecia muitos lugares no mundo.- Sim, antes de você, eu só viajava a trabalho...- Ahhh, estou animada que vamos conhecer Santiago juntos! – disse e bati palmas.- Calma, serão quatro dias em Santiago, depois vamos para outro lugar - respondeu misterioso.- E você não vai me contar...- Não – falou rindo – vem, vamos descer.A primeira parada foi no hotel, claro que fiquei babando, a fachada já era um luxo à parte, se tratava de uma grande construção em formato redondo, todo envidraçado, em cima tinha um grande cone que devia conter um observatório.Passamos pela piscina em forma de lagoa com cascata e um belo jardim. Chegamos à suíte que ficav
Depois fomos ao Museu de Bellas Artes, senti que os seguranças estavam irritados no local que estava cheio, por isso logo saímos de lá.Almoçamos no hotel e relaxamos, depois aproveitamos um banho na piscina térmica exclusiva que ficava anexa ao nosso quarto. Tomar um banho de banheira vendo a paisagem de Santiago foi uma experiência fantástica.Nos outros dias fomos a uma vinícola que foi fechada só para nos receber e conhecemos Valparaíso e Viña del Mar.Mas o auge da viagem ainda estava por vir.Fomos de avião até a cidade mais próxima de Puerto Varas, que ficava localizada na região de Los Lagos, a 960 km de Santiago, e depois acabamos chegando de carro. Puerto Varas era conhecida por seus lagos com águas cristalinas, morros, uma beleza natural fantástica e alguns vulcões.Chegamos no hotel que era deslumbrante e exclusivo, possuía somente dez suítes, o que combinava perfeitamente com meu namorado e deixava os seguranças mais tranquilos.Fomos recepcionad
A viagem foi revigorante, nunca tinha tirado férias dessa forma, consegui me desligar completamente da empresa, confiava muito em Carlos e sabia que a Invertcorp estava em boas mãos.Viajar com minha mulher foi a melhor escolha, precisávamos desde tempo depois de tudo que passamos com seu sequestro. Todos nós sofremos muito e dar a ela algo do qual queria muito me fez sentir bem e menos culpado por tudo que aconteceu.Pelo menos sei que ela está se recuperando bem de tudo e está seguindo adiante.Dormir sozinho depois de tantos dias foi estranho, ri de mim mesmo quando percebi que estava tendo mais dificuldade que o normal para dormir, era meu corpo sentindo falta do calor, do perfume e da presença de Patrícia.Realmente eu estava bastante envolvido, para não dizer apaixonado, minha vontade era levantar-me e ir buscá-la, tinha decidido que o lugar dela era ao meu lado. Mas também precisava deixar sua mãe ficar um pouco com a filha. Talvez seja uma boa ideia que ela v