Depois fomos ao Museu de Bellas Artes, senti que os seguranças estavam irritados no local que estava cheio, por isso logo saímos de lá.
Almoçamos no hotel e relaxamos, depois aproveitamos um banho na piscina térmica exclusiva que ficava anexa ao nosso quarto. Tomar um banho de banheira vendo a paisagem de Santiago foi uma experiência fantástica.Nos outros dias fomos a uma vinícola que foi fechada só para nos receber e conhecemos Valparaíso e Viña del Mar.Mas o auge da viagem ainda estava por vir.Fomos de avião até a cidade mais próxima de Puerto Varas, que ficava localizada na região de Los Lagos, a 960 km de Santiago, e depois acabamos chegando de carro. Puerto Varas era conhecida por seus lagos com águas cristalinas, morros, uma beleza natural fantástica e alguns vulcões.Chegamos no hotel que era deslumbrante e exclusivo, possuía somente dez suítes, o que combinava perfeitamente com meu namorado e deixava os seguranças mais tranquilos.Fomos recepcionadA viagem foi revigorante, nunca tinha tirado férias dessa forma, consegui me desligar completamente da empresa, confiava muito em Carlos e sabia que a Invertcorp estava em boas mãos.Viajar com minha mulher foi a melhor escolha, precisávamos desde tempo depois de tudo que passamos com seu sequestro. Todos nós sofremos muito e dar a ela algo do qual queria muito me fez sentir bem e menos culpado por tudo que aconteceu.Pelo menos sei que ela está se recuperando bem de tudo e está seguindo adiante.Dormir sozinho depois de tantos dias foi estranho, ri de mim mesmo quando percebi que estava tendo mais dificuldade que o normal para dormir, era meu corpo sentindo falta do calor, do perfume e da presença de Patrícia.Realmente eu estava bastante envolvido, para não dizer apaixonado, minha vontade era levantar-me e ir buscá-la, tinha decidido que o lugar dela era ao meu lado. Mas também precisava deixar sua mãe ficar um pouco com a filha. Talvez seja uma boa ideia que ela v
Peguei minha namorada e fomos para meu apartamento. Estava na sala tomando um whisky e esperando Patrícia sair do banho para jantarmos, meu telefone tocou.Era minha mãe:- Bruno, o que você fez? – ela perguntou indignada, fechei os olhos porque sabia ao que se referia.- Oi, Gisele, tudo bem?- Como você teve coragem de dispensar a Carla?- Sou um homem corajoso – falei sarcástico e tomei um gole da bebida.- Não me venha com brincadeirinhas, a mãe de Carla me ligou contando que ela chegou em casa chorando, que você foi grosseiro e que foi tudo uma armação da sua namorada...- Gisele, por favor - apertei o topo do nariz e esfreguei os olhos - primeiro eu não preciso dar satisfação das decisões que tomo dentro da empresa, e segundo não existe nenhuma armação da Patrícia, muito pelo contrário, Carla passou dos limites há muito tempo.- Bruno, seu pai está muito irritado, ele está aqui do meu lado, escutando a conversa.- Problema dele! - tomei mais
Eu estava vivendo o melhor momento da minha vida, realizada profissionalmente e na vida pessoal, tudo estava tão perfeito que parecia um sonho em que eu logo acordaria.Depois de superar todo aquele incidente com o Rafael minha vida voltou a funcionar como nunca. Bruno foi maravilhoso e paciente sempre me apoiando e ajudando da melhor forma possível, meu amigos estavam do meu lado, minha mãe tinha um novo emprego.Finalmente e claro graças ao Bruno, ela tinha conseguindo um emprego em uma fábrica de cosméticos, ela estava encantada, o trabalho era bem mais leve e com uma carga horária melhor. Até a pressão da mamãe melhorou.Quando era apenas a mamãe, eu e Beatriz nossa vida era boa, cheia de amor, risadas, mas sem nenhuma emoção.Não viajávamos, só sonhávamos em conhecer lugares e países. Eu vivia e me emocionava lendo livros e assistindo programas de televisão, não tinha muitas ambições e sentia que algo faltava, um vazio me tomava de tempos em tempos, mas sempre
Voltei para o trabalho revigorada depois de conversar com Sara, sempre nos divertimos muito. Ela tem se tornado uma grande amiga, eu gosto de passar tempo com ela, sempre me dar apoio e bons conselhos.No final da tarde voltei para a sala dela, esperava Bruno descer, quando recebi uma ligação do gerente do banco. Ele disse que precisa falar comigo com urgência. Fiquei confusa com o que poderia ser.- O que foi? – Sara perguntou me vendo nervosa.- O gerente do banco me ligou, disse que precisa falar comigo – respondi.- Sobre o quê?- Não quis falar pelo telefone, combinei de ir amanhã após o almoço.- Que estranho.- Pois é também achei, o gerente foi bem evasivo quando conversei com ele da última vez...- Vai ver que quer conversar sobre algum investimento. - Sara divagou tentando me tranquilizar, como sempre.- Não sei, para isso poderia falar pelo telefone, ele parecia ansioso - o que deixou-me mais ansiosa ainda, pensei. Tinha um pressentimen
Estávamos namorando há quase um ano e admito que já estava pensando em casamento. Praticamente já morávamos juntos no meu apartamento, vários itens de Patrícia já estavam lá.Eu queria que ela dormisse todos os dias comigo, mas ela ainda estava relutando, hora dizia que a mãe era o motivo e hora dizia ser cedo demais para dar aquele passo.Só não entendo o que iria mudar, ela praticamente morava lá em casa, só deixaria de ir um ou dois dias no seu apartamento.Então estava pensando em mudar a tática, meu plano era levar o resto dos livros que ela amava, quem sabe montar uma biblioteca e pedi-la em casamento, dei um pequeno sorriso.Era sempre assim quando pensava nela, sentia meu coração leve, um sentimento nunca experimentado de pertencer a alguém. Ter alguém com quem compartilhar a vida era muito bom.- Nossa, a sua cara de apaixonado é impagável – Carlos disse ao entrar no escritório.- É mesmo? Pois fique sabendo que desejo essa cara para você também. - D
Patrícia entrou na sala e sentiu o clima pesado, nossos olhares se cruzaram e a chamei para sentar-se perto de mim. Nossas mãos se entrelaçam imediatamente e meu pai deu uma olhada de desgosto, mas um sorriso cínico brilhou em seu rosto.- Bruno, lembra quando questionei como essa moça tinha vindo parar aqui? – perguntou e cruzou as mãos sobre a perna.- Sim, Patrícia foi contratada por Carlos, já disse.- Sim, já me disse, mas como Carlos a encontrou? – questionou petulante.- Eu a encontrei através de uma indicação de uma grande amiga, ela fazia faculdade na época – Carlos explicou enquanto eu fazia um carinho na mão gelada da minha namorada.- Por que esse interrogatório agora? — perguntei sem paciência, tinha uma reunião para presidir.- Você quer explicar sobre seu passado agora ou prefere que eu conte para o Bruno? – falou apontando para Patrícia.- O Bruno sabe sobre o meu passado — ela respondeu entre dentes.- Sabe? Tudo? – perguntou de forma
“Ela é filha de uma mulher qualquer, que a abandonou e morreu poucos anos depois. Esse sobrenome Brandão foi dado pela mãe adotiva, foi colocado para a menina ter um sobrenome depois da adoção.Viveu em uma espécie de convento por um tempo, depois Otávio descobriu que tinha uma filha, a mulher tentou chantageá-lo e não deu certo, mas depois quando ele resolveu averiguar descobriu sobre a existência da menina.Ele passou a vida inteira mandando dinheiro para a usurpadora que ficou responsável por cuidar da criança.Era chantageado por ela, que dizia que iria à imprensa jogar ao vento que ele tinha uma filha e que a rejeitou. Inclusive, quem você acha que pagou a universidade dessa daí?”Enquanto meu pai falava um filme passava pela minha cabeça, a forma incomum que Patrícia apareceu na empresa, o fato de ter conquistado Sara parecia uma artimanha para chegar até mim, sua competência, sua mudança de estilo.Lembrei que tentei ajudá-la quando falou do seu passado e
Bruno me olhou com decepção, não me deixou explicar nada. Da forma como o pai dele falou realmente parecia que fiz tudo de caso pensado para enganá-lo, tirar a empresa dele, receber o que era meu de direito como o pai dele disse.Bruno simplesmente pediu que eu saísse.Meu coração se partiu, tudo que conseguimos construir, a história que estávamos vivendo, tudo que nós passamos, parecia não significar nada diante da traição que ele imaginava que eu cometi.Admitia que não ter contado toda a minha história, ou somente parte dela, não ter pedido a ele para descobrir sobre meu passado pesou contra mim.Saí da Invertcorp chorando, somente peguei minha bolsa e meu celular e desci sem pensar em mais nada.Quando pisei na calçada começou a chover, tentei pegar um táxi e não consegui, as lágrimas escorriam sem que eu pudesse contê-las e se misturavam com a água da chuva. Ao contrário do dia em que cheguei às portas e fiquei feliz por conseguir um emprego na Invertcorp, a