Eu estava vivendo o melhor momento da minha vida, realizada profissionalmente e na vida pessoal, tudo estava tão perfeito que parecia um sonho em que eu logo acordaria.
Depois de superar todo aquele incidente com o Rafael minha vida voltou a funcionar como nunca. Bruno foi maravilhoso e paciente sempre me apoiando e ajudando da melhor forma possível, meu amigos estavam do meu lado, minha mãe tinha um novo emprego.Finalmente e claro graças ao Bruno, ela tinha conseguindo um emprego em uma fábrica de cosméticos, ela estava encantada, o trabalho era bem mais leve e com uma carga horária melhor. Até a pressão da mamãe melhorou.Quando era apenas a mamãe, eu e Beatriz nossa vida era boa, cheia de amor, risadas, mas sem nenhuma emoção.Não viajávamos, só sonhávamos em conhecer lugares e países. Eu vivia e me emocionava lendo livros e assistindo programas de televisão, não tinha muitas ambições e sentia que algo faltava, um vazio me tomava de tempos em tempos, mas sempreVoltei para o trabalho revigorada depois de conversar com Sara, sempre nos divertimos muito. Ela tem se tornado uma grande amiga, eu gosto de passar tempo com ela, sempre me dar apoio e bons conselhos.No final da tarde voltei para a sala dela, esperava Bruno descer, quando recebi uma ligação do gerente do banco. Ele disse que precisa falar comigo com urgência. Fiquei confusa com o que poderia ser.- O que foi? – Sara perguntou me vendo nervosa.- O gerente do banco me ligou, disse que precisa falar comigo – respondi.- Sobre o quê?- Não quis falar pelo telefone, combinei de ir amanhã após o almoço.- Que estranho.- Pois é também achei, o gerente foi bem evasivo quando conversei com ele da última vez...- Vai ver que quer conversar sobre algum investimento. - Sara divagou tentando me tranquilizar, como sempre.- Não sei, para isso poderia falar pelo telefone, ele parecia ansioso - o que deixou-me mais ansiosa ainda, pensei. Tinha um pressentimen
Estávamos namorando há quase um ano e admito que já estava pensando em casamento. Praticamente já morávamos juntos no meu apartamento, vários itens de Patrícia já estavam lá.Eu queria que ela dormisse todos os dias comigo, mas ela ainda estava relutando, hora dizia que a mãe era o motivo e hora dizia ser cedo demais para dar aquele passo.Só não entendo o que iria mudar, ela praticamente morava lá em casa, só deixaria de ir um ou dois dias no seu apartamento.Então estava pensando em mudar a tática, meu plano era levar o resto dos livros que ela amava, quem sabe montar uma biblioteca e pedi-la em casamento, dei um pequeno sorriso.Era sempre assim quando pensava nela, sentia meu coração leve, um sentimento nunca experimentado de pertencer a alguém. Ter alguém com quem compartilhar a vida era muito bom.- Nossa, a sua cara de apaixonado é impagável – Carlos disse ao entrar no escritório.- É mesmo? Pois fique sabendo que desejo essa cara para você também. - D
Patrícia entrou na sala e sentiu o clima pesado, nossos olhares se cruzaram e a chamei para sentar-se perto de mim. Nossas mãos se entrelaçam imediatamente e meu pai deu uma olhada de desgosto, mas um sorriso cínico brilhou em seu rosto.- Bruno, lembra quando questionei como essa moça tinha vindo parar aqui? – perguntou e cruzou as mãos sobre a perna.- Sim, Patrícia foi contratada por Carlos, já disse.- Sim, já me disse, mas como Carlos a encontrou? – questionou petulante.- Eu a encontrei através de uma indicação de uma grande amiga, ela fazia faculdade na época – Carlos explicou enquanto eu fazia um carinho na mão gelada da minha namorada.- Por que esse interrogatório agora? — perguntei sem paciência, tinha uma reunião para presidir.- Você quer explicar sobre seu passado agora ou prefere que eu conte para o Bruno? – falou apontando para Patrícia.- O Bruno sabe sobre o meu passado — ela respondeu entre dentes.- Sabe? Tudo? – perguntou de forma
“Ela é filha de uma mulher qualquer, que a abandonou e morreu poucos anos depois. Esse sobrenome Brandão foi dado pela mãe adotiva, foi colocado para a menina ter um sobrenome depois da adoção.Viveu em uma espécie de convento por um tempo, depois Otávio descobriu que tinha uma filha, a mulher tentou chantageá-lo e não deu certo, mas depois quando ele resolveu averiguar descobriu sobre a existência da menina.Ele passou a vida inteira mandando dinheiro para a usurpadora que ficou responsável por cuidar da criança.Era chantageado por ela, que dizia que iria à imprensa jogar ao vento que ele tinha uma filha e que a rejeitou. Inclusive, quem você acha que pagou a universidade dessa daí?”Enquanto meu pai falava um filme passava pela minha cabeça, a forma incomum que Patrícia apareceu na empresa, o fato de ter conquistado Sara parecia uma artimanha para chegar até mim, sua competência, sua mudança de estilo.Lembrei que tentei ajudá-la quando falou do seu passado e
Bruno me olhou com decepção, não me deixou explicar nada. Da forma como o pai dele falou realmente parecia que fiz tudo de caso pensado para enganá-lo, tirar a empresa dele, receber o que era meu de direito como o pai dele disse.Bruno simplesmente pediu que eu saísse.Meu coração se partiu, tudo que conseguimos construir, a história que estávamos vivendo, tudo que nós passamos, parecia não significar nada diante da traição que ele imaginava que eu cometi.Admitia que não ter contado toda a minha história, ou somente parte dela, não ter pedido a ele para descobrir sobre meu passado pesou contra mim.Saí da Invertcorp chorando, somente peguei minha bolsa e meu celular e desci sem pensar em mais nada.Quando pisei na calçada começou a chover, tentei pegar um táxi e não consegui, as lágrimas escorriam sem que eu pudesse contê-las e se misturavam com a água da chuva. Ao contrário do dia em que cheguei às portas e fiquei feliz por conseguir um emprego na Invertcorp, a
Entrei no quarto e acendi a luz, Marly se assusta com a claridade repentina se sentando ereta enquanto tenta se acostuma com a luz sintética.- Querida Patrícia… - sua confusão é evidente, ela sabe que há algo errado, do contrário eu não estaria aqui nessa hora com cara de choro.- Precisamos conversar...- Aconteceu algo? Pensei que dormiria com o Bruno hoje- Você quer me contar o que realmente aconteceu com meu pai?- Não tô entendendo filha - Por favor não minta mais para mim - meus olhos encheram de lágrimas novamente.- Eu te dei sinais, te disse que deveria procurar pelo seu pai, mas todas as vezes que disse isso você não levou muito a sério. - Como levaria? você sempre disse que ele foi embora depois que nasci- Pois bem, acho que esse dia chegou. Eu sei que tenho muito a explicar filha, mas espero que você esteja com o coração aberto, que seja compreensiva comigo e com meus motivos.Ele me pede, como se fosse a coisa mais fácil do m
Eu estava chocada e ao mesmo tempo despedaçada nunca pensei que meu pai fosse tão frio, pior ainda nunca imaginei que minha vida seria uma mentira.- Quanto a me contar que sou adotada? Você pensou sobre isso? - questionei - Claro que sim, mas também fiquei com medo de você querer saber quem era sua mãe e chegasse até seu pai, fiquei com medo de te perder filha.- E quanto ao Bruno, você sempre soube quem ele era, você sabia que ele é neto do meu pai?- Não, mesmo sabendo que seu pai era bilionário, eu não sabia qual era sua empresa ou se ele tinha família, ele disse que não e eu acreditei. - Marly tentou se aproximar mas eu me afastei, precisava de tempo.Terminei de ouvir sua história com a mão tremendo saí do quarto pior que entrei e muitas vezes precisei parar no caminho para revirar o fôlego que parecia está preso. Se eu tivesse descoberto isso antes, nada disso teria acontecido e muita coisa seria esclarecida. Agora me lembrava que a Marly falava muito sob
- Calma, estou aqui... desculpe a demora – ela disse com a voz mais doce possível. — Meu anjo... olha para mim... estou aqui, você não está sozinha – continuou falando, tentando me acalmar, acariciava minhas costas e meus cabelos com as suas mãos delicadas.- Ah, Sara, eu nem sei o que dizer... eles me acusaram de tantas coisas... fiquei com tanto medo que você acreditasse... perder sua amizade seria demais para mim – disse entre soluços e lágrimas, agarrada a ela. Seu abraço trazia conforto, era como se eu estivesse envolta em um casulo de proteção do qual não queria mais me libertar.- Calma, sente-se aqui – disse me levando até o sofá – quer um chá? – perguntou.- Sim...- Vou na cozinha preparar, você comeu alguma coisa?- Sim, não, talvez no almoço... - Menina, são quase dez da noite! Vou preparar alguma coisa…- Não precisa – disse em um fio de voz.- Querida, temos muito o que conversar, mas primeiro você precisa se alimentar – disse como um coronel e eu fiquei quieta encolhid