Minha garganta estava seca, era quase fisicamente doloroso admitir, mas era verdade. Eu nunca tive esse problema de confiança, mas algo estava diferente agora, talvez eu tenha ficado muito sensível depois que me tornei pai, a vontade de ser sempre melhor para os meus filhos me deixou desse jeito.Patrícia segurou meu rosto, me forçando a olhar em seus olhos, quando o fiz, vi amor puro.- Otávio está tão orgulhoso de você. Você não pode sentir isso? - Um sorriso tocou seus lábios, eu sabia o que ela estava pensando.Nossos filhos. Nossa vida.Foi apenas uma pequena parte disso e eu consegui segurar esse anjo de mulher, minha alma gêmea.Patrícia estava certa, meu avô ficaria orgulhoso. Eu a beijei, precisando mostrar a ela o amor que eu não podia dizer em voz alta.- Eu te amo - eu sussurrei, beijando seu rosto, seu lóbulo da orelha, seu pescoço, sua clavícula...Tudo o que importava para mim estava bem aqui em meus braços. A respiração de Patrícia vacilou e todo o meu corpo ficou vivo
Nova Era.Daqui de cima, eu podia ver como a escola ganhou esse nome, quando você chega ao topo do campus montanhoso, a vista realmente era interminável.Aquilo transmitia algo novo, espontâneo e especial.A colina era ladeada por montanhas com milhares de árvores espalhadas à nossa frente, e o rio Conectado que brilhava ao sol.Beatriz abriu os braços para a vista, quase a apresentando para nós. Sorri para Bruno ao meu lado, ele estava franzindo a testa para o prédio de ciências, que parecia uma cabana de madeira.Na verdade, toda a escola parecia um acampamento de verão.Mas pelo menos não parece uma grande escola internacional como a Harvard.Pessoalmente, eu trocaria o abafamento de ferro forjado pelo esplendor natural.Até Breno e Priscila estavam apreciando a vista.- Paula, o que é isso? - Priscila perguntou, apontando para uma caverna na montanha próxima que eu não tinha notado.A funcionária de admissões incentivou as crianças a chamá-la pelo primeiro nome, o que fez Bruno re
O prédio era rústico por fora, com certeza, mas assim que entramos, saltamos décadas no futuro.No centro do átrio redondo havia um enorme telescópio, olhei para cima para descobrir que todo o teto era feito de vidro.A luz do sol entrava e nuvens fofas passavam por cima.- Isso é bom - admitiu Bruno, me lançando um sorriso tímido.Peguei a mão dele, uma pequena oferta de paz, e segui o balbucio animado da voz de Breno.- Uau! Todo este equipamento é real! Não é como as coisas de bebê que tenho em casa!Bruno e eu entramos em uma das salas do salão principal.- Você gosta de aprender sobre ciência em casa? - Paula perguntou.- Eu conduzo experimentos sempre que posso - Breno respondeu sinceramente.- Ele é um grande nerd. Eu sou a estrela de cinema da família, você poderia dizer - Priscila se intrometeu.- Isso não é legal, Priscila - eu repreendi.- Somos todos muito nerds na Nova Era porque adoramos aprender - Paula disse, transformando o deboche em algo para se orgulhar.- E també
- Vamos demorar apenas alguns minutos! - Paula disse para mim e Patrícia antes de fechar a porta da sala de entrevistas.Por fim, o último passo. Uma "conversa com os jovens estudiosos", e então poderíamos deixar esse lugar hippie para trás.- Não foi incrível? - Patrícia perguntou animadamente, agarrando meu braço.- Uh, o quê?- Paula com Breno e Priscila! Ela poderia ter gritado com eles, mas em vez disso, ela ensinou Priscila a compartilhar!- Você quer dizer com o cavalo?- Sim, com o cavalo! - Patrícia respondeu, nas eu não entendia por que ela estava tão animada.- Eu pensei que era apenas normal - eu joguei de volta. - Eu não entendo por que você gosta deste lugar. É tão... hippie e sem graçaEu fiz uma careta enquanto olhava ao redor do prédio de escritórios.Estava em uma casa velha, e parecia muito caseiro, nada profissional.Caralho, a secretária tinha um cobertor de crochê pendurado no topo de sua cadeira de escritório. Eu estava prestes a apontar isso para Patrícia, mas
Seus olhos procuraram os meus, e eu estendi a mão, puxando-a em meus braços.- Você está certa - eu disse a ela.Essas costumavam ser as palavras mais difíceis para eu dizer, mas eu estava mudando, mesmo que às vezes mudasse muito devagar, manter a paz com Patrícia era prioridade. - Eu sinto muito.- Obrigada - ela suspirou. Então ela me abraçou de volta relaxando em meus braços.- Se você acha que esta escola é certa para Breno e Priscila, eu confio em você - eu disse sendo sincero.- Eu acho que é - ela respondeu, e suspirou com semblante abatido. Senti a pressão ser liberada entre nós e eu beijei sua cabeça. A tensão nos deixou e pela primeira vez em uma semana ou mais, me senti em paz, porque finalmente, eu estava sozinho com ela.- Eu gostaria que pudéssemos fugir, só você e eu - eu sussurrei.- Oh, Deus, eu também - ela concordou - Você nem sabe o quanto, mas até que possamos, eu preciso saber que você está ao meu lado.Eu me afastei, levan
Não dormi bem naquela noite, minha cabeça estava a mil por hora com as adversas possibilidades.Mas um pensamento específico continuou se repetindo na minha cabeça:E se encontrássemos a escola perfeita para nossos filhos... e imediatamente arruinássemos suas chances de frequentar?!Enquanto Bruno dormia tranquilo e profundamente ao meu lado, eu não conseguia parar de imaginar o que a funcionária de admissões deveria ter pensado sobre nós.Apenas outro casal rico clássico?Pai desconfiado, mãe tensa?Um casal descontrolado que acha que pode tudo em qualquer lugar?Bruno e eu mal olhamos um para o outro durante todo o tour e então estávamos avançando o sinal vermelho no final a ponto de ter relações íntimas em um lugar como aquele.Devemos ter parecido completamente tóxicos e desestruturados, mesmo que em meu coração eu soubesse que tudo estava errado, eu não conseguia parar minha mente.Então, decidi aceitar a derrota do sono.Verifiquei meu telefone e fiquei encantada ao encontrar me
Quando acordei de manhã, os olhos azuis de Bruno foram a primeira coisa que vi. A sensação de vê-lo ali era indescritível, são anos de casamento, mas tudo parece como se tivesse saindo onten o início.Sua mão estava acariciando meu cabelo enquanto ele me observava, com um pequeno sorriso em seus lábios.Ele tirou uma pequena mecha teimoso que caiu sobre os meus olhos.- Bom dia meu amor - disse ele.- Bom dia pra você - eu respondi. - Há quanto tempo você está me observando dormir?- Bem, eu tentei te acordar meia hora atrás, mas você não estava disposta. Então, pensei em deixar você descansar e apenas aproveitar a vista.Apoiei-me no cotovelo, Bruno parecia relaxado, despreocupado. A luz do sol entrava pelas janelas até a nossa cama.Ver meu marido de bom humor me deixou de bom humor.- E as crianças? - Eu perguntei, esfregando o sono dos meus olhos.- Eles estão brincando lá fora com a Marly e o Roger - ele respondeu.- Que bom.Eu notei que nós dois estávamos pensando a mesma coisa
- O vovô está me ajudando a fazer um churrasco! - Breno gritou a explicação, pulando para cima e para baixo para que os óculos de segurança de adulto caíssem em volta do pescoço. - Vou fazer bifes.Bruno e eu observamos a cena: martelos, serras e várias ferramentas espalhadas pelo gramado da casa de brinquedos.- Ah, mãe? - Eu comecei questionando ela por permitir aquilo - Este é um grande projeto.Não acredito que estou prestes a ter essa conversa.- O quê? Isso? Isso é simples! Estaremos grelhando bifes aqui na hora do almoço. Certo, Breno? - Roger respondeu antes da mamãe, inclinando-se sobre a mesa da serra circular para recuperar o fôlego.- Por que não usamos a churrasqueira que está na garagem? - Bruno perguntou.- Onde está a graça nisso? - Roger retrucou atirando de volta.Quando Roger se inclinou para pegar outra prancha, notei uma grande marca de suor crescendo nas costas de sua camiseta preta.Enquanto a mamãe, ela permaneceu calada, como se não pudesse lidar com aquele je