- O vovô está me ajudando a fazer um churrasco! - Breno gritou a explicação, pulando para cima e para baixo para que os óculos de segurança de adulto caíssem em volta do pescoço. - Vou fazer bifes.Bruno e eu observamos a cena: martelos, serras e várias ferramentas espalhadas pelo gramado da casa de brinquedos.- Ah, mãe? - Eu comecei questionando ela por permitir aquilo - Este é um grande projeto.Não acredito que estou prestes a ter essa conversa.- O quê? Isso? Isso é simples! Estaremos grelhando bifes aqui na hora do almoço. Certo, Breno? - Roger respondeu antes da mamãe, inclinando-se sobre a mesa da serra circular para recuperar o fôlego.- Por que não usamos a churrasqueira que está na garagem? - Bruno perguntou.- Onde está a graça nisso? - Roger retrucou atirando de volta.Quando Roger se inclinou para pegar outra prancha, notei uma grande marca de suor crescendo nas costas de sua camiseta preta.Enquanto a mamãe, ela permaneceu calada, como se não pudesse lidar com aquele je
Eu vi o rosto de Patrícia ficar vermelho e ela balançou a cabeça em descrença furiosa.Minha garota ficou bem mais estressada depois dos filhos e da empresa. Eu gostava desse lado dela, até porque ela estava se impondo bem mais.Essa é a minha deixa.- Nós realmente apreciamos você cuidando das crianças, Roger, mas...- Eu não quero ouvir isso de você. Isso é entre mim e minha filha, menino.Ele estava agindo como pai da minha esposa, até agradecia por tanto afeto, mas já estava passando dos limites.Não me lembro de ele ser tão chato quando ainda morava na ilha.Garotão eu poderia lidar, mas menino quase me levou ao limite.- Isso deixou de ser apenas entre vocês dois quando você se mudou para a minha casa! - eu gritei. - Nossa casa.Eu me corrigi.- Sabe, era com isso que eu estava preocupado! - Patrícia gritou para Roger, apontando o dedo. - Vocês são nossos convidados, Roger, mas você age como se fosse o dono do lugar. Sabe que nem minha mãe se intromete tanto.Até esse momento mi
- Boa tarde para a família Ricci, este é o seu capitão, Francisco, falando. Hoje serei seu capitão e estarei acompanhado pelos copilotos Mário, Breno e Priscila. Atualmente, estamos navegando a uma altitude de 33.000 pés a uma velocidade de 400 milhas por hora.A voz do piloto veio pelo alto-falante, e eu apertei as mãos de Patrícia.- A hora é 13h25 e temos cerca de 90 minutos de voo antes de pousarmos em Dublin. O céu está limpo e o clima local é de 23 graus. Verifiquem suas janelas para uma bela vista enquanto descemos.Patrícia beijou minha bochecha.- Tempo perfeito na Irlanda. Imagine só!- Papai, acabei de pilotar o avião! - Priscila gritou, agarrando meu braço. - Fiz melhor que Breno, disse Francisco!- Não, ela não fez - Breno rebateu com uma carranca.- Vocês dois são pilotos incríveis - eu disse a eles. - Agora sentem-se e fiquem quietos.Um pouco brusco? Certo, mas já estávamos nisso há seis horas.- Desenhe nos seus livros de colorir - Patrícia recomendou, e as crianças s
**Patrícia** Quando pisei em solo irlandês, senti como se tivesse atravessado um portal para um mundo de encantamento. A paisagem que se desenrolava diante de mim era um poema escrito pela natureza, onde cada colina verde e cada pedra antiga contava uma história. O ar fresco e úmido trazia consigo o aroma da terra fértil, enquanto as nuvens dançavam lentamente pelo céu, como se estivessem em uma valsa suave. Olho para o lado e me deparo com os olhos brilhantes de animação da minha mãe. - Aqui é lindo, filha! - ele diz depois de um tempo - Realmente... As montanhas se erguiam majestosas, suas encostas cobertas de musgo e samambaias, refletindo uma paleta de verdes que parecia impossível de reproduzir. - Olha mamãe - Priscila grita animada, apontadabdo as montanhas Sinto um braço grande serpenteando em minha cintura, olho para trás e vejo Bruno com um sorriso animado. Ele me guiou pelo caminho de pedras entre o gramado em rumo ao castelo. Cada passo que eu dava ao long
**Patrícia**A chuva caía pesada lá fora, o clima calmo e amigável deu lugar a uma forte chuva que contratava com o clima entre a gente.Dentro do grande espaço do salão de jantar, o silêncio entre a gente era palpável, apenas rompido por algumas palavras dispersas das crianças na cadeira ao lado Roger estava sentado ao lado da minha mãe e de frente para mim e Bruno, mas mantinha-se ocupado apenas com as brincadeiras que inventara para os nossos filhos, sussurrando-lhes provocações e incentivando risos contidos, mesmo quando o clima pedia quietude.A tensão entre todos parecia tão espessa quanto as nuvens cinzentas que obscureciam o céu naquela noite.Dona Marly se mantinha em silêncio, como se evitasse provocar uma nova discussão em público, vez ou outra ela olha para gente como se pedisse por um momento de paz e trégua.Marta entra pela porta ao lado de Samuel, eles se sentam próximos e finalmente o jantar é servido. Talvez agora possamos criar um momento de descontração. Esse pens
Devo dizer que apesar do desconforto na presença dos dois estranhos no início, eles sabem como acomodar uma visita.Depois do jantar tenso da outra noite, eles nos trouxeram para um jantar no resort, é realmente maravilhoso tudo por aqui.Os Bragas se superaram novamente, para variar, agora estávamos comendo carne com repolho, ensopados saudáveis e batatas de cinco maneiras diferentes.- Posso pegar a receita deste... Sei lá o que? - Roger perguntou, tentando miseravelmente acertar o nome do prato estranho. - Caraca, é muito bom!Samuel franziu os lábios da cabeceira da mesa, olhando de jeito travesso para ele.- Colcannon. Sim, posso pedir ao chef.Sorri internamente, finalmente estávamos nos divertindo nessas férias, mamãe relaxou visivelmente e Roger por um milagre parou de resmungar tanto de tudo.Olhei para meu padrasto em seu estado de trégua e ele olhou de volta para mim, sorri para ele e levantei meu copo de vinho em um sutil comprimento, parabenizando meu padrasto.Ele respon
Ela desviou o olhar:- Não se preocupe, tenho certeza que você e Bruno devem se cansar de toda a bajulação. Considere isso feito apenas um pouco de hospitalidade irlandesa.Acho engraçado a forma que ela fala, como se fosse irlandesa de nascença.- Não, honestamente, nós não... - Eu tentei falar novamente.- Não se preocupe - Marta disse friamente me contando imediatamente e a conversa acabou ali mesmo.A refeição terminou, e eu não conseguia me livrar da sensação estranha que me atingiu desde que conheci os Bragas, gostava de ter as comodidades deste resort, mas não gostava de pensar que eram exclusivas para nós...Se nós fôssemos, os convidados famosos, e nem estávamos pagando, então por quệ?- O que vocês dizem, rapazes? Devemos nos retirar para a sala de fumantes? - Samuel me tirou dos meus pensamentos quando perguntou a Roger e Bruno.- Está na hora de eu cair na cama - Roger respondeu. - Mas obrigado pelo convite, amigo.Samuel ass
Depois de muito andarmos pelos corredores sinuosos e escurecidos do castelo, finalmente chegamos à sala especial de Marta Braga.Nela continha uma coleção única e abrangente.Breno, Priscila e eu estávamos cercados por centenas de bonecas, com seus rostos brancos de porcelana brilhando com a luz fraca e artificial.Todas estavam cuidadosamente arrumadas, com algumas sentadas de frente uma para a outra em uma mesa para uma festa do chá, algumas de pé e de mãos dadas...Mas todas elas me davam arrepios, não sabia identificar a verdadeira origem das sensações que aquilo me causava, mas era algo sólido e palpável.Observo tudo com olhos arregalados, olho para Marta e ela sorri de uma forma estranha, como se estivesse orgulhosa de todas aquelas peças assustadoras.- Isso é tão... - estremeço em busca da palavra certa - Especial! - eu consigo dizer, antes de tremer momentaneamente de um calafrio físico que subiu pela minha espinha dominando todo o meu corpo.Te