**Patrícia** Quando pisei em solo irlandês, senti como se tivesse atravessado um portal para um mundo de encantamento. A paisagem que se desenrolava diante de mim era um poema escrito pela natureza, onde cada colina verde e cada pedra antiga contava uma história. O ar fresco e úmido trazia consigo o aroma da terra fértil, enquanto as nuvens dançavam lentamente pelo céu, como se estivessem em uma valsa suave. Olho para o lado e me deparo com os olhos brilhantes de animação da minha mãe. - Aqui é lindo, filha! - ele diz depois de um tempo - Realmente... As montanhas se erguiam majestosas, suas encostas cobertas de musgo e samambaias, refletindo uma paleta de verdes que parecia impossível de reproduzir. - Olha mamãe - Priscila grita animada, apontadabdo as montanhas Sinto um braço grande serpenteando em minha cintura, olho para trás e vejo Bruno com um sorriso animado. Ele me guiou pelo caminho de pedras entre o gramado em rumo ao castelo. Cada passo que eu dava ao long
**Patrícia**A chuva caía pesada lá fora, o clima calmo e amigável deu lugar a uma forte chuva que contratava com o clima entre a gente.Dentro do grande espaço do salão de jantar, o silêncio entre a gente era palpável, apenas rompido por algumas palavras dispersas das crianças na cadeira ao lado Roger estava sentado ao lado da minha mãe e de frente para mim e Bruno, mas mantinha-se ocupado apenas com as brincadeiras que inventara para os nossos filhos, sussurrando-lhes provocações e incentivando risos contidos, mesmo quando o clima pedia quietude.A tensão entre todos parecia tão espessa quanto as nuvens cinzentas que obscureciam o céu naquela noite.Dona Marly se mantinha em silêncio, como se evitasse provocar uma nova discussão em público, vez ou outra ela olha para gente como se pedisse por um momento de paz e trégua.Marta entra pela porta ao lado de Samuel, eles se sentam próximos e finalmente o jantar é servido. Talvez agora possamos criar um momento de descontração. Esse pens
Devo dizer que apesar do desconforto na presença dos dois estranhos no início, eles sabem como acomodar uma visita.Depois do jantar tenso da outra noite, eles nos trouxeram para um jantar no resort, é realmente maravilhoso tudo por aqui.Os Bragas se superaram novamente, para variar, agora estávamos comendo carne com repolho, ensopados saudáveis e batatas de cinco maneiras diferentes.- Posso pegar a receita deste... Sei lá o que? - Roger perguntou, tentando miseravelmente acertar o nome do prato estranho. - Caraca, é muito bom!Samuel franziu os lábios da cabeceira da mesa, olhando de jeito travesso para ele.- Colcannon. Sim, posso pedir ao chef.Sorri internamente, finalmente estávamos nos divertindo nessas férias, mamãe relaxou visivelmente e Roger por um milagre parou de resmungar tanto de tudo.Olhei para meu padrasto em seu estado de trégua e ele olhou de volta para mim, sorri para ele e levantei meu copo de vinho em um sutil comprimento, parabenizando meu padrasto.Ele respon
Ela desviou o olhar:- Não se preocupe, tenho certeza que você e Bruno devem se cansar de toda a bajulação. Considere isso feito apenas um pouco de hospitalidade irlandesa.Acho engraçado a forma que ela fala, como se fosse irlandesa de nascença.- Não, honestamente, nós não... - Eu tentei falar novamente.- Não se preocupe - Marta disse friamente me contando imediatamente e a conversa acabou ali mesmo.A refeição terminou, e eu não conseguia me livrar da sensação estranha que me atingiu desde que conheci os Bragas, gostava de ter as comodidades deste resort, mas não gostava de pensar que eram exclusivas para nós...Se nós fôssemos, os convidados famosos, e nem estávamos pagando, então por quệ?- O que vocês dizem, rapazes? Devemos nos retirar para a sala de fumantes? - Samuel me tirou dos meus pensamentos quando perguntou a Roger e Bruno.- Está na hora de eu cair na cama - Roger respondeu. - Mas obrigado pelo convite, amigo.Samuel ass
Depois de muito andarmos pelos corredores sinuosos e escurecidos do castelo, finalmente chegamos à sala especial de Marta Braga.Nela continha uma coleção única e abrangente.Breno, Priscila e eu estávamos cercados por centenas de bonecas, com seus rostos brancos de porcelana brilhando com a luz fraca e artificial.Todas estavam cuidadosamente arrumadas, com algumas sentadas de frente uma para a outra em uma mesa para uma festa do chá, algumas de pé e de mãos dadas...Mas todas elas me davam arrepios, não sabia identificar a verdadeira origem das sensações que aquilo me causava, mas era algo sólido e palpável.Observo tudo com olhos arregalados, olho para Marta e ela sorri de uma forma estranha, como se estivesse orgulhosa de todas aquelas peças assustadoras.- Isso é tão... - estremeço em busca da palavra certa - Especial! - eu consigo dizer, antes de tremer momentaneamente de um calafrio físico que subiu pela minha espinha dominando todo o meu corpo.Te
Não é minha culpa que estamos brincando de casinha de bonecas assustadoras depois da hora de dormir...- Por que esse nome, querida? - Marta pergunta depois de se recuperar do choque inicial- Olha o tamanho da boca dela, muito grande - Priscila da ênfase na palavra muito - E Bibi eu só gosto Marta permanece em silêncio contemplando o que acabara de ouvir, mas não disse nada de volta.Breno seguiu Priscila, tocando seus óculos enquanto olhava para a casa de bonecas. Mesmo com a diferença de idade, ele gosta de brincar com a irmã, os dois sempre dividem brinquedos e brincadeiras.Enquanto eu os observava de perto, me sentia cansada e protetora.- Eles são tão fofos juntos - Marta observou.- Realmente. - é tudo que digoMarta começa se afastar mais pro fundo da enorme sala:- Que tal sentarmos na espreguiçadeira? - ela sugereEu apenas balancei a cabeça, seguindo-a para o salão preto cercado de bonecas com roupas cor de rosa. De lá onde estáva
Vimos meus filhos brincarem e imaginei como seria minha vida sem eles, provavelmente seria triste em todos das as esferas possíveis de uma vida.O pensamento me fez sentir frágil e triste. Minha família é a parte mais linda da minha vida- Mas a única coisa que não consigo superar é que a linhagem Braga termina aqui - disse Marta, quebrando o silêncio de repente.Bem, agora isso eu não estava esperando.- Sabe, minha amiga Julie também não podia ter filhos, ela adotou um menino lindo.- Oh, isso é bom para muitas pessoas, mas para mim, não contaria. Eu quis dizer a linhagem de sangue. Você sabe, legado.Eu recuei quando suas palavras chegaram ao meu entendimento, meus pensamentos de compaixão desvanecendo automática e lentamente.Linhagem?Será que entendi realmente bem? Elas está mesmo subjugando um amor afetivo?Quando meu silêncio se prolonga demais, ela continua:- Até admiro quem faz, mas realmente para mim não funciona - ela finaliza
Talvez eu tenha sido um pouco impulsiva ao sair daquela sala tão abruptamente, mas ouvi aquelas palavras da boca de Marta Braga que deixaram rastros de ofensas profundas, não haveria outra forma de abandonar aquela conversa.Otávio não chegou nem perto de ser um pai para mim, mas é inegável todo o amor que foi dado ao meu Bruno. Ele cuidou do meu marido como se fosse dele, e realmente talvez era.Ele fez o meu marido se tornar o homem maravilhoso que é hoje, um pai adorável, empresário implacável e um marido perfeito.Isso tudo foi possível, só pelo amor que ele depositou na filha adotada e o neto de criação.E o que dizer de Marly, aquela mulher cuidou de mim por anos a fio, esquecendo até de si mesma apenas para me dar o melhor.Cuidou de alguém por puro amor, sem laços sanguíneos. Sou o que sou hoje porque aquela mulher dedicou sua vida a cuidar de uma criança que não foi nascida dela. Hoje eu tenho uma família que a ama, te dei netos e um genro, hoje eu