- Vamos demorar apenas alguns minutos! - Paula disse para mim e Patrícia antes de fechar a porta da sala de entrevistas.Por fim, o último passo. Uma "conversa com os jovens estudiosos", e então poderíamos deixar esse lugar hippie para trás.- Não foi incrível? - Patrícia perguntou animadamente, agarrando meu braço.- Uh, o quê?- Paula com Breno e Priscila! Ela poderia ter gritado com eles, mas em vez disso, ela ensinou Priscila a compartilhar!- Você quer dizer com o cavalo?- Sim, com o cavalo! - Patrícia respondeu, nas eu não entendia por que ela estava tão animada.- Eu pensei que era apenas normal - eu joguei de volta. - Eu não entendo por que você gosta deste lugar. É tão... hippie e sem graçaEu fiz uma careta enquanto olhava ao redor do prédio de escritórios.Estava em uma casa velha, e parecia muito caseiro, nada profissional.Caralho, a secretária tinha um cobertor de crochê pendurado no topo de sua cadeira de escritório. Eu estava prestes a apontar isso para Patrícia, mas
Seus olhos procuraram os meus, e eu estendi a mão, puxando-a em meus braços.- Você está certa - eu disse a ela.Essas costumavam ser as palavras mais difíceis para eu dizer, mas eu estava mudando, mesmo que às vezes mudasse muito devagar, manter a paz com Patrícia era prioridade. - Eu sinto muito.- Obrigada - ela suspirou. Então ela me abraçou de volta relaxando em meus braços.- Se você acha que esta escola é certa para Breno e Priscila, eu confio em você - eu disse sendo sincero.- Eu acho que é - ela respondeu, e suspirou com semblante abatido. Senti a pressão ser liberada entre nós e eu beijei sua cabeça. A tensão nos deixou e pela primeira vez em uma semana ou mais, me senti em paz, porque finalmente, eu estava sozinho com ela.- Eu gostaria que pudéssemos fugir, só você e eu - eu sussurrei.- Oh, Deus, eu também - ela concordou - Você nem sabe o quanto, mas até que possamos, eu preciso saber que você está ao meu lado.Eu me afastei, levan
Não dormi bem naquela noite, minha cabeça estava a mil por hora com as adversas possibilidades.Mas um pensamento específico continuou se repetindo na minha cabeça:E se encontrássemos a escola perfeita para nossos filhos... e imediatamente arruinássemos suas chances de frequentar?!Enquanto Bruno dormia tranquilo e profundamente ao meu lado, eu não conseguia parar de imaginar o que a funcionária de admissões deveria ter pensado sobre nós.Apenas outro casal rico clássico?Pai desconfiado, mãe tensa?Um casal descontrolado que acha que pode tudo em qualquer lugar?Bruno e eu mal olhamos um para o outro durante todo o tour e então estávamos avançando o sinal vermelho no final a ponto de ter relações íntimas em um lugar como aquele.Devemos ter parecido completamente tóxicos e desestruturados, mesmo que em meu coração eu soubesse que tudo estava errado, eu não conseguia parar minha mente.Então, decidi aceitar a derrota do sono.Verifiquei meu telefone e fiquei encantada ao encontrar me
Quando acordei de manhã, os olhos azuis de Bruno foram a primeira coisa que vi. A sensação de vê-lo ali era indescritível, são anos de casamento, mas tudo parece como se tivesse saindo onten o início.Sua mão estava acariciando meu cabelo enquanto ele me observava, com um pequeno sorriso em seus lábios.Ele tirou uma pequena mecha teimoso que caiu sobre os meus olhos.- Bom dia meu amor - disse ele.- Bom dia pra você - eu respondi. - Há quanto tempo você está me observando dormir?- Bem, eu tentei te acordar meia hora atrás, mas você não estava disposta. Então, pensei em deixar você descansar e apenas aproveitar a vista.Apoiei-me no cotovelo, Bruno parecia relaxado, despreocupado. A luz do sol entrava pelas janelas até a nossa cama.Ver meu marido de bom humor me deixou de bom humor.- E as crianças? - Eu perguntei, esfregando o sono dos meus olhos.- Eles estão brincando lá fora com a Marly e o Roger - ele respondeu.- Que bom.Eu notei que nós dois estávamos pensando a mesma coisa
- O vovô está me ajudando a fazer um churrasco! - Breno gritou a explicação, pulando para cima e para baixo para que os óculos de segurança de adulto caíssem em volta do pescoço. - Vou fazer bifes.Bruno e eu observamos a cena: martelos, serras e várias ferramentas espalhadas pelo gramado da casa de brinquedos.- Ah, mãe? - Eu comecei questionando ela por permitir aquilo - Este é um grande projeto.Não acredito que estou prestes a ter essa conversa.- O quê? Isso? Isso é simples! Estaremos grelhando bifes aqui na hora do almoço. Certo, Breno? - Roger respondeu antes da mamãe, inclinando-se sobre a mesa da serra circular para recuperar o fôlego.- Por que não usamos a churrasqueira que está na garagem? - Bruno perguntou.- Onde está a graça nisso? - Roger retrucou atirando de volta.Quando Roger se inclinou para pegar outra prancha, notei uma grande marca de suor crescendo nas costas de sua camiseta preta.Enquanto a mamãe, ela permaneceu calada, como se não pudesse lidar com aquele je
Eu vi o rosto de Patrícia ficar vermelho e ela balançou a cabeça em descrença furiosa.Minha garota ficou bem mais estressada depois dos filhos e da empresa. Eu gostava desse lado dela, até porque ela estava se impondo bem mais.Essa é a minha deixa.- Nós realmente apreciamos você cuidando das crianças, Roger, mas...- Eu não quero ouvir isso de você. Isso é entre mim e minha filha, menino.Ele estava agindo como pai da minha esposa, até agradecia por tanto afeto, mas já estava passando dos limites.Não me lembro de ele ser tão chato quando ainda morava na ilha.Garotão eu poderia lidar, mas menino quase me levou ao limite.- Isso deixou de ser apenas entre vocês dois quando você se mudou para a minha casa! - eu gritei. - Nossa casa.Eu me corrigi.- Sabe, era com isso que eu estava preocupado! - Patrícia gritou para Roger, apontando o dedo. - Vocês são nossos convidados, Roger, mas você age como se fosse o dono do lugar. Sabe que nem minha mãe se intromete tanto.Até esse momento mi
- Boa tarde para a família Ricci, este é o seu capitão, Francisco, falando. Hoje serei seu capitão e estarei acompanhado pelos copilotos Mário, Breno e Priscila. Atualmente, estamos navegando a uma altitude de 33.000 pés a uma velocidade de 400 milhas por hora.A voz do piloto veio pelo alto-falante, e eu apertei as mãos de Patrícia.- A hora é 13h25 e temos cerca de 90 minutos de voo antes de pousarmos em Dublin. O céu está limpo e o clima local é de 23 graus. Verifiquem suas janelas para uma bela vista enquanto descemos.Patrícia beijou minha bochecha.- Tempo perfeito na Irlanda. Imagine só!- Papai, acabei de pilotar o avião! - Priscila gritou, agarrando meu braço. - Fiz melhor que Breno, disse Francisco!- Não, ela não fez - Breno rebateu com uma carranca.- Vocês dois são pilotos incríveis - eu disse a eles. - Agora sentem-se e fiquem quietos.Um pouco brusco? Certo, mas já estávamos nisso há seis horas.- Desenhe nos seus livros de colorir - Patrícia recomendou, e as crianças s
**Patrícia** Quando pisei em solo irlandês, senti como se tivesse atravessado um portal para um mundo de encantamento. A paisagem que se desenrolava diante de mim era um poema escrito pela natureza, onde cada colina verde e cada pedra antiga contava uma história. O ar fresco e úmido trazia consigo o aroma da terra fértil, enquanto as nuvens dançavam lentamente pelo céu, como se estivessem em uma valsa suave. Olho para o lado e me deparo com os olhos brilhantes de animação da minha mãe. - Aqui é lindo, filha! - ele diz depois de um tempo - Realmente... As montanhas se erguiam majestosas, suas encostas cobertas de musgo e samambaias, refletindo uma paleta de verdes que parecia impossível de reproduzir. - Olha mamãe - Priscila grita animada, apontadabdo as montanhas Sinto um braço grande serpenteando em minha cintura, olho para trás e vejo Bruno com um sorriso animado. Ele me guiou pelo caminho de pedras entre o gramado em rumo ao castelo. Cada passo que eu dava ao long