- Atenda o seu celular - eu sussurrei. - Atenda o seu maldito celular.
Patrícia não estava respondendo. Ela simplesmente desapareceu, Tomas disse que a deixou na porta do restaurante enquanto estacionava o carro, quando voltou ela não estava mais, dentro e nem fora do restaurante.Beatriz me ligou desesperada.Depois de várias tentativas a linha caiu. Apertei o botão de rediscagem.- Precisamos dar um jeito nisso - gritei para Carlos.A primeira vez que Patrícia não atendeu, eu decidi rastreá-la e pulei para o meu carro. Parecia uma ótima ideia até que ficamos presos no trânsito a quatro quadras do restaurante.Do banco do passageiro, Carlos murmurou sua resposta usual.- Você precisa ficar calmo.Isso não foi bom o suficiente desta vez. Não estava atrasado para um compromisso qualquer ou mais uma reunião sem importância. Patrícia desapareceu, estava em perigo.Ele estava comigo quando Beatriz ligou, decidimos sair pra beber depois que elas resolv- Você acha que ele está com a minha filha? - Dona Marly quem fala dessa vez- É uma possibilidade, aquele cara é louco Me dói imaginar que ela está à mercê de um homem como o Rafael, mas essa é minha melhor aposta. Só pode ter sido ele, Rafael nunca ligou bem com recusas Patrícia tê-lo recuso atingiu seu ego em cheio.Ligo para meu chefe de segurança e peço para verificar câmeras de seguranças mais próximas do local, o lugar é obsoleto mas em algum desses sinais deve haver câmera. Alguns minutos depois ele retornou dizendo que câmeras de casas próximas ao estabelecimento flagrou o carro de Rafael por perto. Fico indignado ao saber que ele estava rondando minha empresa e ninguém disse nada.Eu recuei, para longe deles, meus temores foram confirmados.Rafael estava por trás disso. Ele estava solto ao nosso redor. Rafael havia levado a Patrícia.E eu deixei ela sozinha.Eu precisava encontrá-la agora.- Bruno - uma voz me chamou atrás de mim. Eu m
- Por favor - eu implorei, com a voz rouca de tanto gritar, estou a horas chorando - Por favor, deixe-me ir. Por que está fazendo isso comigo?Como todas as outras vezes que perguntei, Rafael me ignorou completamente.Eu gemi de dor quando fui sacudida para o lado e minha cabeça bateu contra o painel de metal frio atrás de mim.Estávamos em um veículo, isso eu sabia. Eu podia ouvir o motor próximo de mim. Sentia a frenagem e as curvas enquanto passávamos pelo tráfego.Há quanto tempo estávamos dirigindo, ou para onde, era um mistério. Ele dirigia feito um louco e apaguei mais algumas vezes, meu corpo dolorido pelas pancadas frenéticas dos movimentos bruscos do carro.Quando acordei, estava deitada de costas, totalmente cega. Ele colocou algo escuro sobre minha cabeça, eu podia sentir o material áspero se mover e umedecer a cada respiração que eu dava. Ainda estava desorientada pela pancada, minha cabeça está dando voltas e lateja de tanta dor.Lágrimas escor
Eu a tinha, finalmente a tinha. Depois de meses agonizando pela falta da minha mulher, meses esperando pela oportunidade certa.E foi mais fácil do que imaginei, claro que o fato dela escolher aquilo lugarzinho medíocre para jantar ajudou bastante, está afastada daquele ogro e sua segurança também.Realmente nunca se sabe quando as oportunidades batem em sua porta, não é mesmo.Peguei seu corpo desacordado do chão, para minha sorte ninguém estava passando, olhei bem ela estava mais linda de perto, Patrícia mudou bastante nesses meses distante, está mais bonita, confiante e estilosa.Meu corpo entrou em êxtase só de vê-la tão próxima, sentir seu calor corporal fez as chamas do meu corpo se acender, estava lutando para não transar com ela ali mesmo. O que me impediu foi a vontade de ver seu olhar e as reações de seu corpo quando entrasse nela pela primeira vez, algo que não teria com ela desacordada.Mas todas as vezes que ela implorava ou que gemia de dor me ench
Estávamos sentados no escritório da minha casa todos os cinco de nós esperando. A polícia esteve aqui, já havia contado tudo a eles, não fizeram nada, apenas disseram o que todos já sabiam que sua casa estava vazia, que não havia cobrança em seu cartão de crédito, que não podiam fazer uma busca na casa do Rafael pois não tinha nada contra ele. Mas que estavam fazendo o possível para encontrá-la.Não era o suficiente porra. Isso não era bom o suficiente. Minha mulher estava desaparecida e tudo que eles podiam me oferecer era isso, um nada, apenas perguntas sem resposta e uma promessa vazia.- Eu não posso simplesmente sentar aqui e esperar por um milagre - eu disse - ele é esperto o suficiente para despistar a polícia.Não podia ser apenas isso. Devia haver algo que eu não havia percebido. Outra pista, qualquer que fosse. Não um simples "nada". Você já fez tudo que podia, amigo - meu melhor amigo disse, observando enquanto eu andava de um lado para o outro
De repente, o tecido foi arrancado da minha cabeça, pisquei enquanto meus olhos se ajustavam à luz brilhante artificial daquele lugar.Com a cabeça ainda latejando, tentei ficar de pé. Meus membros ainda dormentes por conta da posição desconfortável.Mantenha o foco, Patrícia.Eu estava parada na entrada de uma espécie de armazém, os caixotes estavam empilhados em fileiras altas, estendendo-se na frente e atrás de mim.Pisquei novamente quando uma sombra apareceu sobre mim, bloqueando a luz, e Rafael entrou em foco.- Uma mulher tão bonita - ele falou, passando um dedo pelo meu queixo. E riu quando eu recuei.- Por que você está fazendo isso?A expressão de Rafael ficou sombria.- Você não deveria ter me rejeitado quando estava em minha casa. Se você me deixasse ter o que eu queria, estaríamos quites. Ele sempre tirou tudo de mim, inclusive você. Então, vou pegar o que é meu de volta e tirar tudo dele.*****Rafael cometeu um erro.Embora
- Saia - eu gritei, abrindo a porta do lado do motorista do meu carro, estávamos na frente da minha casa. Alguns pedestres viraram a cabeça ao ouvir minha voz alta.Não podia me importar menos.- Pra fora. Agora. - Eu gritei novamente quando Tomas não se moveu, ele estava parado me olhando como se quisesse confrontar minha ordem - Deixe as chaves.Com relutância ele obedeceu, eu não tinha tempo para pensar em minha segurança quando a minha mulher estava em perigo.Meu motorista saiu do carro e eu deslizei para o banco do motorista, eu não tinha tempo para tráfego ou semáforos vermelhos, muito menos para dar explicações, não devia a ninguém. Por isso larguei tudo para trás, inclusive meus seguranças irritados com a minha negligência.Eu precisava chegar até Patrícia agora. Tom, meu chefe de segurança, tinha encontrado o endereço do armazém de Rafael e não queria deixar mais nada me impedir de chegar lá o mais rápido possível.Ela precisava de mim...- Brun
Depois de alguns minutos eu encontrei o armazém, era um prédio grande de um andar ao longo da costa, havia um furgão na frente dele. Luzes brilhavam de dentro.Tinha que ser aqui, mas será que eu cheguei a tempo?Desliguei o motor do meu carro e pulei para fora em um instante, o cascalho rangia sob meus sapatos enquanto eu corria para as portas do armazém. Elas foram abertas, com a luz vazando ao pátio externo.Carlos estava certo, eu não sabia o que me esperava lá dentro, mas também não importava mais.Não havia tempo pra isso.Com os olhos semicerrados pela forte luz sintética, passei pela porta do armazém vasculhando o ambiente em uma velocidade vertiginosa.E lá estava ele: Rafael com roupas manchadas de sangue e as mãos manchadas de vermelho, ele estava sobre um corpo. Abaixo dele, mole no chão de concreto, estava Patrícia, com seda do seu vestido e sangue carmesim acumulando-se ao seu redor.Não...Não pode ser.Não estou muito atrasado.
Mas agora era tarde demais. Era tarde para se arrepender ou fazer algo para mudar isso.- Você já tinha tudo - gritou Rafael atacando - Porque você sempre tem que pegar o que é meu?Não fui rápido o suficiente desta vez, o ombro de Rafael bateu em mim, me jogando no chão.Eu gemi quando uma dor aguda cortou meu braço, então estávamos rolando. As pernas chutaram e os punhos voaram enquanto lutavamos igual dois animais.Finalmente, consegui prender Rafael embaixo de mim e me levantei de modo que me sentasse em seu peito. Eu joguei meu punho direito em seu rosto então meu esquerdo. E foi assim repetidamente enquanto ele resistia embaixo de mim.Eu o atacava implacavelmente, deixei a dor tomar conta de mim. Abastecer minha fúria e guiar-me.Eu queria machucá-lo como ele me machucou, como ele machucou Patrícia. Lentamente, Rafael parou de lutar, parou de se mover. Eu sabia que poderia continuar, até poderia socá-lo até que seu último suspiro deixas